Reencontro por Acaso | Livro 02
Reencontro por Acaso | Livro 02
Por: May Beatriz
Epígrafe/ Capítulo 01

"O amor mais lindo, sempre será o sorriso de duas almas gêmeas que se reencontraram."

- Paulo Granato

— x —

"O tempo retorna."

- O Livro do Amor, O legado de Maria Madalena.

|Bruna P. Coleman|

5 anos depois...

Entrei no SUV parado na frente da minha casa, ajeitei meus cabelos nervosamente e sorri para o motorista. 

- Bom dia, Senhora Coleman. - O homem murmurou.

- Bom dia, Jack! - Sorri fraco.

- Hospital? - Ele perguntou e eu assenti. 

Encostei a cabeça no vidro e respirei fundo, pensando nas voltas que a minha vida havia dado.

Encarei meu reflexo no vidro escuro e sorri fraco, percebendo as olheiras fundas embaixo dos olhos e meus cabelos negros maiores agora, batia no fim das minhas costas.

Depois de aceitar o pedido de Thomas, partimos para New Haven, Connecticut. Me formei e comecei a trabalhar em uma das filiais de Coleman & co. e nunca mais tive notícias de Henry.

Eu ainda sentia meu coração quebrado, mas Thomas era a pessoa mais perfeita do mundo, um homem bondoso e carinhoso que não media esforços na hora de fazer os meus gostos e vontades.  Eu o amava.

Casamos na praia, realizando um sonho de infância, alguns poucos amigos, sua irmã Heather e meus pais.

Chegamos rápido ao hospital e fomos bombardeados por alguns fotógrafos, sedentos por alguma informação, como se a situação não fosse difícil o suficiente. 

Vesti os óculos escuros e contornei as diversas pessoas, passando pelo corredor amplo e chegando a última porta do corredor.  Segurei a maçaneta e sorri fraco, apertando a pequena barra gelada com força entre os dedos, rezando para que ele estivesse bem.

Empurrei a porta para dentro e Thomas entrou no meu campo de visão. Ele sorriu abertamente, feliz por eu, finalmente, ter voltado.  Havia ido passar a noite ontem em casa, depois de muita insistência da parte de Heather. 

- Bom dia. - Olhei para ele, rodando o quarto bem iluminado, reparando as flores de diversas cores que havíamos recebido. - Como acordou? - me aproximei e depositei um beijo casto nos seus lábios.

- Ótimo, nunca me senti tão bem. - Ele disse, com aquela sua habitual voz rouca. Ele sempre acordava com essa mesma voz, eu sentia tanta falta..

- Que horas Heather foi? - Apoiei a bolsa na poltrona, tirando os óculos. 

- A vinte minutos, teve um compromisso com o noivo. - ele sorriu fraco. - senti sua falta. 

- Eu também. - Eu segurei seus dedos e levei até a boca.

Ver Thomas naquela situação, era de longe, a coisa mais difícil que já me ocorreu nesse últimos dois anos. Descobrimos o câncer em um estágio elevado, em uma fase ótimo do nosso relacionamento. Tínhamos decido ter filhos...

Thomas se mexeu um pouco na cama, como se estivesse nervoso. Ele tinha essa mania.

- Quer me contar algo? - Perguntei, mordendo o canto da boca.

- Sim, na verdade... - Ele suspirou. - Tenho medo de você me odiar. 

- Eu nunca conseguiria ou poderia odiar você, Tho. - Me ajeitei na cadeira e dei um pequeno texto.

- Eu preciso contar isso, está me corroendo. - Ele me encarou.

Estava mais magro agora, seus cabelos negros haviam caído pela quimioterapia, mas continuava tão bonito quanto antes. Um tubo fino estava ligado à sua respiração, enquanto o moreno encarava seus dedos.

- Amor.. - ele começou e eu sorri. Eu amava quando Thomas me chamava assim. - a três anos atrás, eu recebi uma carta... de Henry. - Ele engoliu o seco e continuou. - era endereçada a você e chegavam todos os dias, você estava sempre ocupada, então, em um ato de impulso, escondi... todas elas. - ele molhou os lábios e me encarou. - Vieram todos os dias, durante dois anos e esse ano, elas magicamente pararam de aparecer. Acredito que Henry tenha desistido, levando em consideração, dois anos sem resposta.

Ele me encarou e mordeu o seu lábios inferior. Respirei fundo, olhando para o lado:

- Quero que saiba que eu tinha medo de perder você. - Ele segurou meus dedos. - Eu tinha medo de você correr para os braços de Henry, tive medo de perder você para ele.

- Tudo bem. - Disse por fim. - Não tiro a sua culpa, você não deveria ter feito isso, mas tudo bem. Eu não voltaria pra ele, meu bem, eu quero e só preciso de você, Henry já me machucou demais.

Me aproximei e deitei minha cabeça ao seu lado na cama.

- Como ele está? - ele perguntou, e acariciou meus cachos.

- Bem, acredite. - Ele beijou o topo da minha cabeça e acariciou meus cachos.

O dia passou tão rápido quanto começou, Thomas havia tomado seus remédios a pouco e dormia na cama de hospital. Bocejei um pouco e apoiei o livro na pequena mesa de cabeceira ao meu lado.

Me levantei, esticando todos os meus membros e estalei meu pescoço. Senti cada membro do meu corpo pedir socorro, essa estadia no hospital estava me matando.

Olhei para Thomas e sorri, por ele, tudo isso valeria a pena. Eu o amava, não como eu ainda amo Henry, mas de um jeito único e diferente. Thomas me fez sentir a mulher mais amada do mundo nos últimos cinco anos e eu o agradeço tanto por ter sido incrível.

Se não fosse por ele, Deus sabe onde eu estaria agora.

Sai da sala, encostando a porta atrás de mim. Caminhei pelos corredores até chegar a cafeteira, peguei um copo de café quente e soprei, engolindo o líquido rapidamente. Olhei para os lados da sala vazia e me senti melancólica.

Após terminar meu café, paguei e caminhei a passos lentos até o corredor onde Thomas estava. A porta estava aberta, por isso, franzi a testa.

O barulho agudo da maquina invadiu meus ouvidos, enquanto os médicos andavam para os dois lados. Meus olhos se encheram de lágrimas, enquanto eu me mantinha estática parada a porta.

- Thomas! - Gritei.

Os médicos perceberam a minha presença e me puxaram para fora do quarto, me mantive atrás do vidro, implorando para que ele acordasse. Depois de mais alguns agonizantes de minutos, os médicos pararam. Thomas havia dado sinal.

Seus olhos azuis se abriram e encontraram os meus. Ele sorriu fraco e uma pequena lágrima escorreu pelo seu rosto.

Ele parecia querer me dizer algo. Me esforcei para entender,  queria estar lá.

"Eu amo você." Ele disse por fim e eu respondi:

- Eu também amo você, fica comigo. - Falei baixo, só para que eu pudesse ouvir.

Ele fechou os olhos e assentiu fraco, antes de falar algo e fechar os olhos definitivamente.

Thomas morreu na madrugada do dia 26 de agosto de 2025, as 04h48 da madrugada. Em seu último suspiro, disse que me amava.

Ah, Deus! Ele me amava.

Oi, né! Sejam bem vindxs ao novo livro. A capa é temporária, espero que gostem. A sequência esta aí. Eu estou um pouco nervosa hahaha.

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