|Bruna Pinheiro|
Nicholas balançava suas pernas rapidamente, ele tinha essa mania. Seus cachos negros caindo para os lados, seus olhos azuis vidrados no desenho que passava em seu Tablet.Eram seis da manhã, estávamos tentando voltar a nossa rotina, agora, sem Thomas. Nicholas comia waffles com suco de maracujá, e eu terminava meu café com pressa, tentando acabar a tempo de leva-lo para a escola. Eu precisava ajustar meus horários.Meu celular vibrou sobre a madeira e eu levantei meus olhos até ele."Oi, bom dia! Já acordada? Como Nic está?" - HenryDei um pequeno sorriso, feliz pela aproximação de Henry. Eu não podia impedir que eles criassem laços, afinal, eram pai e filho e Henry tinha esse direito.— Querido? — Chamei Nicholas. Ele me encarou com seus olhos azuis bem abertos e com o rosto sério. Sorri.— Você se lembra daquele moço, o Henry? — Perguntei e ele assentiu freneticamente. — Bom, você sabe quem ele é?— Não, mamãe. —Nicholas pegou seu copo e bebeu o resto do suco.— Vamos nos sentar na sala. — Chamei, puxando suas mãozinha e indo até o sofá.— Ele é meu pai também? — Ele perguntou assim que nós nos sentamos. Ele era tão esperto.— Você gostaria que fosse? — Levantei uma das sobrancelhas.— Não sei, ele não é igual ao meu pai Thomas. — Ele deu os ombros.— Você não o conhece ainda. — Repreendi.Não era por ser Henry, não gostava que pessoas fossem julgadas pelas aparências e explicava para Nicholas sempre que precisávamos conhecer alguém antes de julgar.— Eu sei, mãe, eu só não quero esquecer meu pai. — Ele me encarou. — sabe, eu tenho medo de você ficar com o tio Henry e esquecer do meu pai Thomas.— Isso nunca iria acontecer, meu pequeno. — Beijei sua cabeça.Cinco anos, ele só tinha cinco anos. Eu não conseguia entender em que lugar do mundo ele havia aprendido tantas coisas.. eu me sentia tão orgulhosa.— Nunca, nem mesmo em mil anos. - Eu falei e ele sorriu. - Você ficaria feliz de ter uma pai como Henry? - Um pouco.. - Ele riu fofo.- E se ele viesse para jantar com você hoje? - Levantei do sofá, caminhando até a sua lancheira que estava no balcão.- Seria legal. - ele se aproximou. Sua mochila já estava em suas costas.- Está pronto? - Ele assentiu com a cabeça.Peguei minha bolsa e lhe entreguei sua lancheira. Saímos de casa e fomos para a garagem, entramos no carro e eu dei partida.Não demorou muito para que chegássemos a escola de Nicholas, ele sorriu antes de pular do carro e correr para a sua professora que o aguardava na entrada. Acenei para ela.Deu partida indo direto para a empresa, eu precisava colocar alguns trabalhos em dia e cuidar de algumas contas. O trânsito estava calmo naquela manhã, cheguei alguns minutos mais cedo e fui para a minha sala, cumprimentando algumas pessoas que ficavam espalhadas pela empresa.Liguei meu computador e respondi alguns e-mails importantes, analisei alguns papeis e ajeitei algumas planilhas para a reunião da próxima semana.O alarme tocou e eu revirei os olhos, era horário de almoço. Analisei meu nível de fome e decidi não sair, levando em consideração, os meus diversos atrasos. Voltei a revisar alguns números novamente e fazer algumas contas, algumas alterações.Alguém bateu na porta algumas vezes, chamando a minha atenção. Levantei meus olhos e respirei fundo, revirando os olhos.— Entra. — Murmurei, voltando a fazer meus cálculos.— Ainda não foi almoçar? — A voz grossa de Henry preencheu o ar e eu o encarei.— Ah, oi. — Sorri fraco. — Ainda tenho alguns assuntos para resolver, alguns papéis para revisar.— Sabe que pode fazer isso em casa. — Ele levantou uma das sobrancelhas e cruzou os dedos na frente do seu corpo.— Não, não posso. — Respirei fundo. — Eu tenho Nicholas e isso não é permitido pelas normas da empresa.— Bruna, Você é mãe do meu filho, ex mulher de um Coleman, isso não é o suficiente para você? — Ele bufou. — Deveria aproveitar seus privilégios.— Não quero privilégios, Henry, e também não quero deixar o tempo do nosso filho para coisas de trabalho. — Falei alto, perdendo a minha paciência. — Eu não quero ter que dividir o Nicholas e isso dentro da minha própria casa.. ele só tem a mim agora.— Ele também tem a mim. — Ele franziu a testa.— Não é a mesma coisa. — Eu disse baixo. — Me desculpa, Henry, mas não é.— Então me diga como fazer para ser.— Vocês não se conhecem ainda. — Eu disse séria, fungando. Eu odiava ser tão sensível. — Vá jantar lá em casa hoje.— Ok, eu vou. — Ele disse calmo e sorriu. —E você vai almoçar agora, Nicholas não merece uma mãe doente.— Ok, você venceu. — Respirei fundo.Ele sorriu abertamente. Tranquei a sala e saímos juntos, atraindo olhares de todos os presentes na empresa. Eu odiava as fofocas que rondavam esses corredores.Fomos para um restaurante que tinha ali perto, pegamos uma mesa e escolhemos nossos pratos. Estava me sentindo a mesma jovem de cinco anos atrás... as borboletas, ah, elas estavam presentes!Pedimos, e em meio a uma conversa sobre Nicholas, aproveitamos o nosso almoço, conversando sobre algumas partes administrativas da empresa. Acabei me empolgando com a conversa, e acabei contando sobre as primeiras palavras de Nicholas, seu primeiro dente e os problemas que tivemos com o primeiro resfriado. Henry ouvia tudo com bastante atenção, sorrindo e babando nas fotos que eu mostrava de Nicholas.— Ele é a criança mais madura que eu conheço. — Eu comentei, comendo um pedaço da minha torta de limão.— Tanto quanto você? — Ele riu.— Não, ele só é teimoso como eu. — Dei os ombros. — Ele só se inspirou em Thomas.— Uau. — Henry desviou os olhos e mexeu um pouco no seu bolo de chocolate. — Ele gosta mesmo do Thomas, não é?Assenti, respirando fundo, toquei sua mão por cima da mesa:— Não o culpe, Thomas foi a única imagem de pai que ele teve até agora.. — Fiz uma pausa, engolindo o seco. — E por culpa minha.— Não, Bruna, não foi culpa sua. — Ele me encarou pela primeira vez. Seus olhos estavam mais azuis agora. — A culpa foi minha, eu afastei você, eu trai você, eu te neguei no altar.. eu deixei você ir embora. — Ele passou os dedos nervosamente nos seus fios negros. — Thomas foi melhor para você do que eu, e eu entendo isso, eu só queria poder voltar no tempo, eu queria poder ter aceitado.. eu queria ter visto o quão ruim e tóxica Sofia era, mas eu não consegui enxergar isso. — Ele segurou meus dedos. — Eu vejo agora, que você era a única coisa que eu precisava.— Henry.. — Balbuciei.— Não, tudo bem. — Ele me encarou sorrindo, seus olhos estavam vermelhos. — Eu entendo que você não me ame mais, mas.. eu prometo, eu vou cuidar de vocês.— Obrigada, Henry. — Eu sorri fraco.Encarei meu prato e bebi um gole d'água, peguei meu celular e desbloqueei o ecrã. Já estava na hora de voltar.— Precisamos ir. — Avisei.Henry assentiu em silêncio, sorriu fraco e chamou o garçom. Após uma pequena discussão, Henry pagou toda a conta com o seu cartão.Saimos do restaurante e fomos andando até o grande prédio, nos dividimos no Hall de entrada.₩— Mamãe. — Nicholas gritou.— Oi, meu amor. — Eu falei.Nicholas me esperava na entrada do grande prédio onde Heather morava. Ela trabalhava em casa, então havia topado tomar conta do pequeno enquanto eu fosse trabalhar.— Obrigada, Heather. — agradeci. — Não sei o que seria de mim sem você.— Realmente, seria uma vida um tanto triste. — Ela disse e eu revirei os olhos rindo.— Até amanhã, tia Heather. — Nicholas disse fofo e acenou.— Até amanhã, meu pequeno artista. — Nicholas sorriu, ele entrou no banco de trás e se sentou em sua cadeirinha.Entrei no banco do motorista e me virei para trás, predendo-o calmamente. Ele balançou suas pernas animado e ligou seu tablet.— Hoje teremos visita. — informei.Nicholas tirou os olhos do aparelho, me encarou , fez uma careta e finalmente perguntou:— Quem?— O tio Henry. — Falei e o encarei pelo pequeno espelho.— ah. — foi tudo o que ele disse.— Tudo bem por você? — Levantei uma das sobrancelhas.— Sim. — Ele deu de ombros.Sorri, soltando o ar que nem sabia que segurava.— Mamãe. — Ele me chamou.— Sim? — Perguntei, parando no sinal vermelho.— O Tio Henry é meu pai? — Ele perguntou.Droga, ele está realmente empenhado em descobrir isso.₩|Bruna Pinheiro| Desci as escadas, chegando a sala. Passei as mãos nos meus cabelos nervosamente, tentando não demonstrar o quão abalada o homem me deixava. Sorri para Nicholas. Ele estava sentado na sala, com os pés no encosto do sofá e a cabeça para fora do sofá, seu tablet estava ligado em um desenho infantil e ele parecia desinteressado. — Nicholas, se ajeite. — mandei. — vai subir sangue para a cabeça. Ele bufou um pouco e se ajeitou, colocando as pernas para cima do sofá e se deitando.— E não bufe para mim. — repreendi.— Desculpe, mãe. — Ele disse da sala. Fui até o fogão e abri o forno, dando uma última olhada na lasanha. Desliguei o forno e abri a geladeira a procura de um pouco de água. A companhia tocou e eu andei preguiçosamente até lá. Nicholas olhava atento para os meus movimentos.Olhei pelo olho mágico e percebi Henry, ele tinha um saco de presente em mãos e parecia nervoso. Nicholas dava esse efeito no pai. Girei a maçaneta e puxei a porta para dentro, ele sor
|Bruna Pinheiro| As mãos fortes de Henry passeavam por todo o meu corpo, enquanto seus beijos desciam pelo meu pescoço me fazendo arrepiar por completo. Suas mãos pararam na barra da minha camisa e ele puxou para cima, me deixando somente com o sutiã, ele espalhou beijos pelo vale dos meus seios e abriu o meu sutiã, olhando hipnotizado para ambos. Mordi os lábios. Henry sugou um dos meus peitos, me fazendo soltar um gemido baixo e controlado, enquanto a sua mão brincava com o bico do outro. Me levantei, invertendo a posição e ficando por cima. Henry passou os dedos pelos meus cabelos e sorriu. - Eu sonhei tanto com isso. - Ele sussurrou. Voltei a encaixar nossas bocas, sentindo meu corpo inteiro se arrepiar. Nossas bocas pareciam ter sido feitas uma para a outra, Henry me acariciava e fazia com que eu me sentisse tão amada quanto Thomas. Thomas! Thomas! Abri os olhos e me afastei de Henry que me olhou co
Corri os olhos pela sala a procura de algo. Nicholas tomava seu café sentado sobre a mesa e parecia calmo enquanto assistia a algum desenho no seu tablet. Não demorou muito para que desviasse o olhar para mim e sorrisse.— Pronto? — perguntei. Ele apenas pulou da cadeira e assentiu. Nicholas correu até o sofá e se sentou, enquanto eu termina de colocar seu lanche na lancheira. — Bom dia. — a voz de Henry ecoou grossa pelo recinto. O olhei sorrindo. — Bom dia. — desejei. — Bom dia. — Nicholas desejou manhoso. — Ainda com sono, campeão? — Ele se aproximou e beijou a testa de Nicholas. Os cachos bem definidos do mais novo brincando em sua cabeça. Sorri. — Bom, temos que ir. — Falei, pegando a minha bolsa e as chaves do carro. — Tão cedo. — Henry gemeu.— Sim, não é, Nich? — ele assentiu e pegou a lancheira da minha mão.— Vamos, estou animado. — Ele andou
Esse capítulo contém cenas de sexo explícito, se não gosta, pule.†— Thomas não iria gostar se te visse assim. — Heather resmungou. — Assim? — Levantei uma das sobrancelhas e mordi o canto da boca. — Negando o que sente por Henry, é sério.. — ela revirou os olhos. — dá para ver a quilômetros, os olhos dele brilham. — Eu não posso ser tão fácil assim, Heather, você não entende. — Voltei minha atenção aos meus pés. Nicholas havia saído a pouco com Henry, foram passar o dia juntos. Eu precisava me acostumar com isso. Heather aproveitou e veio conversar comigo o resto do dia, e cá estamos, no meu quarto pintando as unhas. — Afinal, já se passaram cinco anos. — ela me encarou. O esmalte preto brilhando nas suas mãos. Fiz uma careta: — Eu não posso ser tão fácil, ele não me pediu desculpas. — Encarei Heather, enquanto ela mantinha sua testa franzida e lábios comprimidos, sua expressão de concentração.
— Mãe, onde está o meu pai? – Nicholas perguntou, se sentando no sofá. Era sábado, a alguns meses Henry havia tirado todos os fins de semana para Nicholas. Eu ainda me sentia um pouco culpado por tudo que rolou, então o evitei por algum tempo. — Ele teve de ir para a casa da vovó, amor. – eu disse e depositei um beijo na sua testa. — Eu quero ir pra casa da vovó também. – fez bico. — Mamãe irá fazer o possível, tudo bem? – eu disse e ele assentiu. Terminei de preparar o almoço e nos servi, o cheiro da comida preenchendo o ar, enquanto eu e Nicholas assistíamos a um filme juntos. Coloquei todos os pratos na lavadoura de pratos e me deitei com Nicholas no sofá, pronta para mais um filme. Não demorou muito para que o meu menino pegasse no sono aconchegado nos meus braços. Meu celular tocou ao meu lado, passei pela janela e reparei nas janelas respingadas pela chuva. O frio bateu contra o meu corpo arrepiando meus pel
O avião pousou. O sol já estava no céu, eram seis da manhã. Puxei meus cabelos em um coque no topo da cabeça e bocejei um pouco. Descemos do avião, um carro se encontrava não muito longe dali, o motorista que costumava andar comigo e Henry se mantinha parado na frente do carro com seus óculos escuros e feição seria. — Senhora Coleman. – Ele disse, abrindo a porta. – Senhorita Heather.— Eai, grandão. – Heather disse animada. – Sentiu minha falta?O homem sorriu fraco, enquanto fechava a porta ao nosso lado. Ele embarcou na frente e deu partida. Não demorou muito para o carro sair da pista de pouso e eu começar a ver a vida agitada da Califórnia, as muitas pessoas andando e cuidando de suas próprias vidas fúteis e, na maior parte, vazias. O sol estava fraco, como de costume, as pessoas andavam com vestidos leves e bermudas para todos os lados, jovens falavam em seus celulares e tomavam sorvete. Era adorável. O carro entrou em
‡O carro parou na frente do grande edifício. O motorista abriu a porta ao meu lado e eu desci, colocando os óculos escuros. Caminhei até o homem parado na frente do lugar com uma pasta em mãos e um sorriso cordial no rosto.— Bom dia. – Estendi a minha mão e o homem apertou. — Que bom que chegaram, senhoras Coleman. – Ele disse e saiu na minha frente. Subimos o elevador e paramos na cobertura. Era enorme, com quatro suítes, uma piscina, cozinha e sala ampla. A casa era perfeita e a mobília davam um ar requintado a casa. — Vamos fechar negócio. – Heather disse animada e bateu palmas. — Não vejo o motivo para não fazermos. – sorri. Me virei para o homem alto que falava ao celular. Ao me encara, sorriu e se despediu, se aproximando.— E então? – Perguntou. Seus olhos brilhavam em expectativa. — Vamos fechar. – Murmurei. — É um ótimo negócio, senhora Coleman. – ele sorriu. –
A exatos um mês tenho vivido um impasse. Viver com Henry é mais complicado do que já pude imaginar. Meu corpo inteiro clamava por ele de alguma forma e a minha cabeça de alguma forma, tentava mantê-lo o mais longe possível. Me levantei mais cedo que o comum, era sábado mas os meus pensamentos não me deixavam em paz. Minha cabeça repetia mil vezes a mesma coisa, eu estava confusa. Passei a mão nos meus cabelos e os prendi em um rabo de cavalo no topo da cabeça. Caminhei lenta e preguiçosamente até a cozinha. Estava perfeitamente arrumada, trabalho da nossa nova empregada, Jane. Ela era uma mulher de cinquenta e seis anos, gentil e bondosa, além de uma ótima cozinheira. Peguei alguns frios na geladeira e montei um sanduíche, peguei um copo de suco e comecei a assistir um noticiário local. Olhei ao redor, ainda não me sentia totalmente confortável. Sentia saudades da minha antiga casa, sentia saudades das lembranças de Thomas e de tudo que vivemos juntos.