capítulo 05

|Bruna Pinheiro|

Desci as escadas, chegando a sala. Passei as mãos nos meus cabelos nervosamente, tentando  não demonstrar o quão abalada o homem me deixava.

Sorri para Nicholas. Ele estava sentado na sala, com os pés no encosto do sofá e a cabeça para fora do sofá, seu tablet estava ligado em um desenho infantil e ele parecia desinteressado.

— Nicholas, se ajeite. — mandei. — vai subir sangue para a cabeça.

Ele bufou um pouco e se ajeitou, colocando as pernas para cima do sofá e se deitando.

— E não bufe para mim. — repreendi.

— Desculpe, mãe. — Ele disse da sala.

Fui até o fogão e abri o forno, dando uma última olhada na lasanha. Desliguei o forno e abri a geladeira a procura de um pouco de água. A companhia tocou e eu andei preguiçosamente até lá. Nicholas olhava atento para os meus movimentos.

Olhei pelo olho mágico e percebi Henry, ele tinha um saco de presente em mãos e parecia nervoso. Nicholas dava esse efeito no pai.

Girei a maçaneta e puxei a porta para dentro, ele sorriu.

— Oi. — Ele disse baixo.

— Oi, entra. — Dei espaço para que ele passasse e fechei a porta. — Nicholas.

Ele sorriu, acenando freneticamente para o homem.

— Oi, tio Henry. — Ele cumprimentou, seus braços estavam cruzados nas costas do sofá, enquanto ele se mantinha ajoelhado.

— Oi, carinha. — Henry riu. — Trouxe um presente.

— Eu gosto de presentes. — Nicholas pulou do sofá e correu até nós.

Ele olhou para Henry debaixo, enquanto Henry ria.

— Espero que goste. — Ele disse e esticou a pequena caixa embrulhada.

Nicholas correu para o meio da sala e rasgou a folha em mil pedaços.

— Não esqueça.. — Ele me interrompeu.

— De catar o meu lixo depois, eu sei, pode deixar. — Ele disse, enquanto ainda abria seu presente. — uau! — ele exclamou.

— Gostou? — Henry perguntou.

— Eu adorei. — Ele correu e abraçou Henry.  — eu tinha pedido para a mamãe.

— Henry acabou de excluir uma opção da minha lista de presentes de Natal. — Brinquei.

— Vem brincar comigo, tio. — Nicholas puxou Henry para o meio da sala e ambos se sentaram no meio da sala.

Olhei de longe enquanto eles abriam a caixa e conferiam as pilhas do helicóptero de controle remoto. Não demorou muito para o brinquedo rodar pela sala, enquanto eu advertia para ter cuidado. Não queria vidros.

Deixei ambos se aproveitarem e fui para a cozinha, pegando as travessas e arrumando a mesa. Vez ou outra, eu dava uma espiada em ambos.. eles eram tão parecidos.

— O jantar está na mesa, venha. — Avisei.

Henry assentiu e desligou o aparelho, colocando no sofá. Nicholas subiu em suas costas e eles vieram juntos e rindo até onde eu estava.

— Eba! Lasanha! — Nicholas disse.

— Hum, está com uma cara ótima. — Henry elogiou.

Ele se sentou na ponta da mesa e colocou Nich ao seu lado. Servi os pratos, e me sentei para poder comer. Nicholas, como sempre, comeu fazendo diversos comentários e elogiando a minha comida.

— Isso está, realmente, muito bom. — Henry disse. — não sabia que você cozinhava assim.

— Obrigada. — sorri, dando uma garfada na comida. — Você sabe, desde que conheci os Coleman, tenho vivido como uma princesa em seu castelo dourado.

— Deveria ter dado uma oportunidade. — ele riu baixo.

— Sim, pai, a mamãe cozinha muito bem. — Nicholas disse desinteressado.

A mesa se pos em silêncio, Henry me encarava assustado. Nicholas não sabia do grau de parentesco deles ainda, e era isso que me surpreendia.

- Do que me chamou? - Henry perguntou ao garoto.

- De pai, você é meu pai, não é? - Perguntou.

Henry me encarou e eu assenti. Acho que estava na hora.

- Porque? - Henry perguntou calmo, ele passou os dedos nos cabelos negros.

Nicholas o encarou com seus olhos azuis bem abertos e brilhantes, um sorriso tímido brincava em seu rosto, antes de ele responder:

- Meu pai Thomas me contou antes de ir para o hospital, ele pediu para eu guardar segredo. - Nicholas deu os ombros e voltou a comer calmamente.

- Ah, meu Deus. - Pisquei diversas vezes.

- Você sabia esse tempo todo? - Henry perguntou. Nicholas apenas assentiu.

Thomas havia contado, ele não confiava na minha coragem, e isso me decepcionava um pouco. Eu estava, realmente, enrolando Nicholas, queria preparar o garoto para a notícia.. Nicholas, por outro lado, já tinha tudo esclarecido em sua cabeça, apenas queria que contássemos para que deixasse de ser um segredo seu.

O jantar terminou rápido, Henry deitado no sofá, enquanto Nicholas se aninha sonolento nos braços forte do pai. Sorri com a cena.

O natal estava próximo, o frio começa a chegar e os seriados de natal começavam a passar. Eu estava desanimada para o feriado desse ano, mas Nicholas adorava o natal e talvez, somente talvez, eu permitisse que o garoto passasse um tempo com os Coleman na Califórnia.

Me ajeitei no pequeno sofá uma última vez, forçando meus olhos a não fecharem, em vão, me entreguei a um sono leve e profundo.

Acordei algum tempo depois, senti meu corpo leve e em movimento. Abri os olhos devagar, tendo a visão de Henry com os cabelos bagunçados e com a camisa branca levemente aberta.

Grunhi em seus braços e enrolei meus braços em seu pescoço, sentindo seu perfume amadeirado invadir meu nariz.

- não precisava me trazer até aqui. - Eu disse rouca. Henry deu um leve sorriso de canto. 

- Não queria acordar você. - ele disse baixo.

- Mas, já que acordou.. para onde pensa que vai? - Pisquei algumas vezes, coçando os olhos.

- Minha casa? - Perguntou como se fosse óbvio e eu fiz uma careta.

- Não mesmo, está muito tarde. - me levantei e o puxei até o quarto ao lado. - Você dorme aqui.

- Não quero atrapalhar você. - ele disse, me encarando e sorrindo fraco. 

- Não vai, eu ficaria preocupada.  - argumentei.

Henry soltou todo o ar dos seus pulmões e coçou a cabeça, negando em seguida. Logo, levantou as mãos em sinal de rendição e sorriu:

- Você venceu. - sorri abertamente. 

- Se quiser, ainda tenho algumas roupas do Thomas no armário. - falei.

- Não, obrigado. - ele sorriu fraco. 

Assenti, o encarando enquanto ele se sentava na ponta da cama e abria a sua camisa com cuidado. Ele sorriu cafajeste.

Henry se levantou e se aproximou um pouco, enfiando seus dedos nos meus cachos e puxando, me fazendo encara-lo. Seus olhos azuis estavam mais escuros que o normal e sua bochecha estava levemente vermelha, e seus lábios.. a boca de Henry me chamava como um ímã.

Ele se aproximou, me dando um leve selinho, me encarando no fundo dos olhos antes de selar nossos lábios definitivamente. Sua mão percorreu meu pescoço, ombros e cintura, parando na bunda onde ele acertou um tapa estalado.

Henry aprofundou o beijo, me deixando arrepiada e molhada. Ele distribuiu beijos pelo meu pescoço me fazendo arfar um pouco. Suas mãos desceram para as minhas cochas e me levantaram com facilidade.

Henry me jogou no meio da cama antes de voltar para trancar a porta. Ele sorriu ao me ver naquela posição. Encarei seu abdômen e mordi os lábios, sentindo todo o tesão jorrar pela minha intimidade.

- Eu estava com saudades, amor.

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