6 meses antes..
Cheguei cansado em casa. Havíamos passado um dia inteiro tentando encontrar a mínima pista sobre Bruna. Qualquer coisa, um fio de cabelo, qualquer coisa.Eu alimentava dentro do meu intimo a probabilidade de encontra-la. Nem por um segundo acreditei em sua morte. Minha cabeça não aceitava e minha consciência gritava para mim que ela estava em algum lugar, sozinha e precisando da minha ajuda.No dia em que Bruna sumiu, Nicholas apareceu. A escola foi processada por negligencia, enquanto toda a policia foi posta atrás de Bruna.A substância que foi encontrada no meu estômago, foi provavelmente, a mesma que Bruna tomou para dormir. A confiança pelos empregados da casa foi minado, até que chegasse ao zero. Ninguém havia visto nada, as câmeras de segurança estavam com um longo corte de uma hora. Nenhuma pista, nenhum corpo e era isso que alimentava a minha esperança.Abri a porta da sacada da sala e deixei o ar fresco correBruna. Dias antes... Olhei em volta do apartamento, entediada demais para sair da janela. Respirei fundo, encarando o segurança novato sentado sobre a mesa de um café. Eles costumavam ficar ali, fingindo ler jornais e revistas, enquanto olhavam para a minha janela a cada cinco segundos. As pessoas não percebiam, deveriam achar que eram agentes do governo ou algo assim. Eles eram extremamente estranhos e quase não saiam do lugar. Trocavam de turno no mesmo horário, as sete da manhã. Mas, hoje foi diferente.. Joseph, o homem que eu conhecia não havia aparecido. Eles não trouxeram meus pães matinais, então tive de me contentar com um bocado de biscoitos que estavam no armário. Sai pela porta da frente do apartamento, olhando para os dois lados. Alguns homens costumavam ficar aqui também, em caso de fuga. Mas, acho que eles confiavam em mim, ledo engano. Sai a passos leves, indo até o final do corredor. Bati
Henry— Preparada? — Perguntei, puxando a mala pela pista de pouso. — Sim. — Ela sorriu fraco e se virou, olhando para os lados. — Mas, você quer mesmo ir para páris? — Claro, porque não? — eu respirei fundo. — Faz tanto tempo que eu não viajo para lá e além do mais.. — toquei o rosto de Rubi, puxando seu rosto para um beijo. — é a cidade do amor.Rubi sorriu abertamente e me puxou para um beijo. Me afastei dela, limpando o canto da sua boca suja de batom vermelho. — Agora, vamos. —Falei, me virando para puxar a mala.Andei a passos rápidos até as escadas do hotel, entreguei a mala a um dos homens que estava parado na entrada. Segurei o corrimão com firmeza, subindo as escadas. Me sentei em uma das poltronas e encarei o lado de fora. Algumas pessoas passavam empurrando um enorme escada de ferro. Rubi se sentou ao meu lado e suspirou pesadamente. Ela puxou o celular do bolso e ativou o modo avião, guardando-o na bolsa
Henry.Eu não sabia como havia chegado aqui, e na verdade, eu estava nervoso. Rubi parecia nervosa ao meu lado, e isso me aliviava por um certo ponto. Esse era um lado pacato da cidade, na verdade, não era muito turístico. A padaria estava cheia, enquanto algumas pessoas entravam e saiam, jovens passavam com as suas bicicletas e uniformes. Era um lugar bom de se morar e claro, longe de qualquer suspeita. — O que viemos fazer aqui? — Rubi perguntou incomodada e passou o dedo na borda da sua xícara de café. — Estamos esperando um amigo. — Eu dei os ombros e ajeita os meus óculos escuros. Eu não gostava de usa-los, na verdade, odiava. Hoje, em questão, eu precisava. Meus olhos percorriam todo o trajeto atrás de Rubi, enquanto ela olhava para mim e falava alguma coisa sobre querer voltar para o hotel.— Se quiser, pode voltar para o hotel e me esperar na cama. — Falei e sorri de lado.Ela revirou os olhos e beb
Bruna.Um mês de passou desde o incidente. Eu ainda estava me sentindo traumatizada com tudo o que aconteceu. Olhar para Nicholas, reencontra-lo foi uma das minhas maiores alegrias. Eu tive medo de perde-lo para sempre. Eu fiquei um ano longe dele e sentia que tinha perdido coisas demais de Nicholas, inclusive, a sua formatura da escola. — Mamãe, você vai ver o meu pai hoje? — Ele perguntou, enquanto eu enrolava o seu cabelo.— Sim, meu amor. — perguntei.Seus olhos saíram da televisão e me encararam. — Quando ele volta? — Ele fez bico. — Logo, amor. — Eu beijei seu rosto. — Agora, vamos, a sua tia irá levá-lo para a escola.Ele correu para dentro do quarto e voltou com a mochila nas costas. Peguei a lancheira e entreguei em suas mãos. Heather apareceu pouco depois e me encarou, sorriu fraco e beijou Nicholas. — Que carinha é essa? — Perguntei. — Meu ex noivo reaparece
"O amor mais lindo, sempre será o sorriso de duas almas gêmeas que se reencontraram."- Paulo Granato — x — "O tempo retorna."- O Livro do Amor, O legado de Maria Madalena.|Bruna P. Coleman|5 anos depois...Entrei no SUV parado na frente da minha casa, ajeitei meus cabelos nervosamente e sorri para o motorista. - Bom dia, Senhora Coleman. - O homem murmurou.- Bom dia, Jack! - Sorri fraco. - Hospital? - Ele perguntou e eu assenti. Encostei a cabeça no vidro e respirei fundo, pensando nas voltas que a minha vida havia dado. Encarei meu reflexo no vidro escuro e sorri fraco, percebendo as olheiras fundas embaixo dos olhos e meus cabelos negros maiores agora, batia no fim das minhas costas. Depois de aceitar o pedido de Thomas, partimos para New Haven, Connecticut. Me formei e comecei a trabalhar em uma das filiais de Coleman & co. e nunca mais tive notícias de Henry. Eu ainda sentia meu coração quebrado, mas Thomas era a pessoa mais perfeita do mundo, um homem bondoso e car
|Bruna Pinheiro|Ajeitei meu vestido preto no corpo e sorri fraco. A cama estava desarrumada e tentei me convencer que a qualquer momento Thomas sairia pela porta do banheiro. Puxei meus cachos em um rabo de cavalo simples, um pouco de corretivo para tentar esconder a feição de dias sem dormir e eu estava pronta. Sai do quarto, descendo as pequenas escadas. A rua estava bonita agora. Thomas e eu escolhemos uma casa simples e confortável. Dois andares, quatro quartos, uma cozinha, sala, banheiro e piscina, não achávamos necessário uma grande mansão. A sala nunca esteve tão cheia como hoje, todos querendo prestar suas condolências a Thomas. Ele foi um homem perfeito, dedicado, amoroso e cuidadoso, Thomas nunca desrespeitou ninguém e sempre ajudou os necessitados e era por isso que eu não encontrava um motivo para a sua morte precoce. Após cumprimentar algumas pessoas, e segurar o choro diversas vezes, finalmente, tinha tido tempo para beber um copo d'água. Enquanto virava a água,
|Bruna Pinheiro|O carro estava se movimentando devagar, Nicholas permanecia em silêncio, preso a cadeirinha no banco de trás do carro Henry. Ele havia se oferecido para nos levar até o cemitério onde daríamos o nosso último adeus ao homem mais incrível que eu já tive a oportunidade de ter na minha vida. O silêncio ensurdecedor se propagou durante todo o trajeto, Henry abriu a porta para que Nic pudesse descer, e sai logo em seguida, segurando sua pequena mão com a minha. Caminhamos lentamente até onde os outros se encontravam. Algumas poucas pessoas que não compareceram à minha casa vieram na minha direção para me desejarem as condolências. Nicholas estava quieto ao lado do caixão, suas duas mãos estavam juntas na frente do seu corpo, dentro do seu pequeno terno que ele exigiu usar e seus óculos escuros. Lembro-me de um enterro de um amigo próximo de Thomas, antes da internação. Thomas estava parado com essa mesma pose, enquanto Nic tentava se mostrar tão sério quanto o pai. -
|Bruna Pinheiro| Nicholas balançava suas pernas rapidamente, ele tinha essa mania. Seus cachos negros caindo para os lados, seus olhos azuis vidrados no desenho que passava em seu Tablet. Eram seis da manhã, estávamos tentando voltar a nossa rotina, agora, sem Thomas. Nicholas comia waffles com suco de maracujá, e eu terminava meu café com pressa, tentando acabar a tempo de leva-lo para a escola. Eu precisava ajustar meus horários. Meu celular vibrou sobre a madeira e eu levantei meus olhos até ele."Oi, bom dia! Já acordada? Como Nic está?" - HenryDei um pequeno sorriso, feliz pela aproximação de Henry. Eu não podia impedir que eles criassem laços, afinal, eram pai e filho e Henry tinha esse direito. — Querido? — Chamei Nicholas. Ele me encarou com seus olhos azuis bem abertos e com o rosto sério. Sorri. — Você se lembra daquele moço, o Henry? — Perguntei e ele assentiu freneticamente. — Bom, você sabe quem ele é? — Não, mamãe. —Nicholas pegou seu copo e bebeu o resto do suco.