Capítulo4 Olá, Sr. Simão
A porta do carro se abriu.

Isabela estava prestes a avançar quando o jovem homem que saiu do carro não era Simão, mas seu assistente, Rodrigo.

- Senhora, o Presidente Simão teve um compromisso de última hora e não vai voltar para o jantar. Ele pediu para que eu te entregasse isso.

Quando Isabela ligou para Simão, ela só pediu a ele que voltasse para jantar, sem mencionar que Clara também estava lá.

Se ele pôde abandonar esta esposa e sair do país há três anos, provavelmente teria recusado retornar para casa.

Isabela acenou para que alguém pegasse as flores das mãos de Rodrigo. Uma sombra de desapontamento passou por seu rosto e ela suspirou:

- Eu sei que ele está ocupado, tudo bem.

Rodrigo acenou com a cabeça e voltou para o carro.

De volta à sala, para se consolar, Clara só possuía uma coisa em mente: “o que os olhos não veem, o coração não sente.”

- Você pode ir, quando ele estiver disponível, eu te chamo.

- Tudo bem.

Clara acenou com a cabeça, sem intenção de ficar para jantar e importunar.

Ela nem sequer viu como Rodrigo era, apenas captou a silhueta de um homem, mas sabia que definitivamente não era Simão.

Na verdade, não ver ele naquele dia também não fazia diferença, o divórcio já estava preparado.

De volta ao carro, parada em um semáforo, Clara deu uma olhada no grupo de bate-papo do trabalho.

Já era hora de sair, e o grupo estava efervescente.

- Ouvi dizer que o Simão está voltando para se casar? Ele comprou uma propriedade na Mansão do Oásis assim que ela foi inaugurada. Deve ser para começar a reforma.

- Nosso chefe foi colega de escola do Simão. Será que ele vai conseguir o contrato para o design dessa vez?

- Se pudéssemos projetar a suíte para o Simão, nosso valor dobraria, ou mais. Ele é um dos principais operadores de capital internacional, e com o histórico da família Santos, conversar com ele é como ganhar na loteria...

Além de algumas pessoas no setor, quase ninguém fora dele sabia que Simão já era casado.

Nem mesmo a mídia havia mencionado uma única palavra sobre isso.

Clara não tinha interesse no tópico e estava prestes a acelerar quando recebeu uma mensagem do seu chefe, Torres Castelli.

Conteúdo da mensagem: "Vá ao Bar Cor da Lua. Os empresários interessados em suas Mansões estarão lá e querem conversar pessoalmente com você."

A entrada de Clara no mundo do design de interiores foi totalmente acidental. Antes de ingressar na carreira, ela era uma artista. Por um capricho do destino, ela projetou uma Mansão para um colega de classe durante o primeiro ano da faculdade. Esse design chamou a atenção de um magnata que o comprou por dez vezes o preço original. Ela ficou famosa de uma hora para outra com conta desse projeto.

Depois disso, ela aceitou a oferta de seu sênior, Torres, para trabalhar meio período como designer de interiores em seu estúdio.

Ao ver a mensagem, ela fez uma guinada com o volante.

O Bar Cor da Lua era o lugar preferido dos filhos ricos da Cidade C. Quem frequentava o local era ou rico ou famoso.

Ao chegar à entrada do Bar Cor da Lua, Torres enviou outra mensagem.

Conteúdo da mensagem: "Não posso te buscar. Antônio disse que um amigo vai te levar para dentro. Espere na entrada."

O Bar Cor da Lua era exclusivo para membros. Clara, não sendo membro, só poderia esperar se estivesse acompanhada.

Enquanto isso, Simão recebeu uma ligação de Antônio Marcos:

- Primo, tem uma amiga que eu quero te apresentar.

Depois de uma rápida olhada nos design em suas mãos, Antônio pensou que Simão iria gostar; o projeto da Mansão do Oásis estava prestes a começar. Este primo tinha tudo, e um presente que realmente o tocasse era raro.

- O presente que vou te dar desta vez com certeza vai te agradar.

Antes que Simão pudesse responder, o volume da música aumentou abruptamente e ele não conseguiu ouvir o que Antônio dizia.

O playboy mais famoso da Cidade C era, sem dúvida, este primo.

Quanto ao presente a que ele se referia, Simão estava curioso.

Depois de descer do carro e ver uma mulher, ele franziu as sobrancelhas: "É ela?"

Quando ela se aproximou, ele percebeu que não estava errado.

Ele a havia visto na cama naquela mesma manhã.

Clara estava prestes a ligar novamente para Torres quando viu Simão se aproximando.

O homem, com sua figura distinta e aura nobre, se destacava mesmo no Bar Cor da Lua, um local frequentado pelos abastados.

Trajando um terno preto sob medida, sua expressão era austera. Ele caminhava ponderado e reservado.

Simão inicialmente estava curioso por ela ter saído tão cedo naquela manhã. Agora, presumia que Antônio já devia ter pago com antecedência.

- A pessoa que Antônio queria me apresentar é você?

Clara já estava surpresa por Simão ter iniciado uma conversa com ela. Ouvir o nome Antônio então, certamente deveria ser o mesmo Antônio a que Torres se referia.

"Parece que o amigo de Antônio é Simão. Será que Antônio quer me apresentar para projetar um quarto de casamento para ele?"

Por um momento, Clara achou a situação irônica. Ela ainda não estava divorciada e já estava sendo convidada para projetar o quarto de casamento da próxima esposa do seu quase ex-marido. O mundo realmente tinha suas ironias.

Mas ela vivia do seu talento e não havia razão para rejeitar um trabalho oferecido.

- Provavelmente sim, Sr. Simão, prazer em conhecê-lo.
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