Clara acabava de ajoelhar por duas horas inteiras, quase sofrendo um golpe de calor. Agora, se sentia tonta e com a visão embaçada, incapaz de dirigir. Ela precisava se sentar ali para se recuperar.Além disso, sentia ondas de náusea em seu estômago.Ela baixou os olhos para os joelhos e, sem resistir, arregaçou a barra da calça.Sob essa fina camada de tecido, seus joelhos estavam vermelhos e descascando, causando a ela dor suficiente para franzir a testa.A pintura dada por seu mestre estava no carro, rasgada em duas partes. Ela baixou os cílios, observando silenciosamente o ferimento em seu joelho.No carro ali perto, Rodrigo também viu Clara. O carro já estava pronto para andar, então ele não pôde deixar de avisar.- Presidente, parece ser a Srta. Penny.Simão, no final, não resistiu e pediu para parar à beira da estrada. Pegou uma garrafa de água mineral e um guarda-chuva, e desceu.Clara estava sentada à sombra, com folhas de árvores acima de sua cabeça, mas o dia estava mui
Isso se encaixava perfeitamente com a imagem que Simão tinha em mente.Afinal, ela tentar seduzi-lo para ir para a cama com ele de maneira tão inferior por duas vezes, as táticas eram realmente tolas e os cálculos estavam claramente escritos em seu rosto.- Vovó, daqui para frente, não se encontre mais com ela.Verônica suspirou aliviada, parecia que seu neto também não gostava daquela mulher.- Você sabe, é bom. Aquela mulher também me desrespeitou, tentou de todas as maneiras me agradar, provavelmente querendo, indiretamente, te agradar. Os pensamentos dela são muito óbvios, e eu não gosto.Nesse momento, Simão já tinha levado a água até Clara, dando a ela instruções do outro lado.- Já que você sabe que Clara é esse tipo de pessoa, mantenha distância dela no futuro.- Simãozinho, estou preocupada que você seja ingênuo, afinal, essa mulher é realmente muito bonita.Falando em beleza, Simão olhou rapidamente para a pessoa ao seu lado.Clara também estava olhando para ele, seus olhos c
O homem já estava adormecido, seus olhos estreitos estavam apenas levemente entrecerrados. Clara Silva, segurando uma amargura indescritível, saiu da cama. Suas costas formaram uma curva graciosa, oculta por seus longos cabelos que caíam como um véu misterioso. Ela estava prestes a pegar suas roupas espalhadas pelo chão quando uma voz gélida veio de trás dela:- Quanto você quer?A voz era desprovida de qualquer emoção; toda a intensidade da paixão da noite anterior havia se dissipado. Clara hesitou, segurando as roupas. Era cômico que seu marido de três anos nem sequer soubesse quem ela era.Há três anos, ela salvara a vida de Spencer Santos. Na mesma época, a empresa de seu pai enfrentava dificuldades no primeiro round de financiamento. Sr. Spencer então propôs que ela se casasse com seu neto, Simão Santos, com o casamento ele investiu trezentos milhões na família Silva.Simão nunca apareceu durante todo o processo. Depois de obterem a certidão de casamento ela descobriu que ele tinh
Rodrigo se lembrou da cena que tinha acabado de presenciar e, em um súbito lampejo de consciência após o choque, disse:- Vou verificar imediatamente...Simão franziu a testa, um olhar sombrio cruzando seu rosto. "Se fazendo de difícil? Essa tática é muito clichê."Fazê-lo ir atrás dela pessoalmente poderia ser exatamente o que ela estava planejando.- Não é necessário. - Simão disse.Se ela passou por todo esse esforço para fazer essa encenação, certamente apareceria de novo.Clara apressadamente voltou para o apartamento onde morava e se lavou repetidamente antes de se jogar na cama. Com os olhos fechados, tudo que lhe vinha à mente era a ferocidade do homem ao tomar o que queria; inicialmente, ela se sentia desconfortável, mas depois, o tremor intenso parecia ter perfurado seus ossos.Ela não achou difícil de aceitar que sua primeira vez fosse com Simão, exceto pelo fato de ter ouvido o nome de outra mulher vindo de seus lábios."Gabriela Mazela, Gabriela..."Essa era a verdadeira
O homem sorria, ele estava impecável em seu terno, com uma aparência decente, mas havia algo em seu olhar que deixava Clara desconfortável. Ela entregou a ele os medicamentos de Sofia com uma expressão fria.- Já vi Sofia. Entregue os medicamentos a Ximena.Mário arqueou as sobrancelhas:- Vamos subir juntos, faz tempo que não nos vemos.- Não posso, tenho outros compromissos.Clara entregou rapidamente os medicamentos e saiu do hall. Mário a observou partir, seu olhar profundo seguindo a elegância de suas costas. Ele cheirou os medicamentos.Uma jovem bonita aparecendo na ginecologia com remédios antibacterianos e antivirais... Difícil não pensar em possibilidades. Mário abaixou o olhar, sentindo uma tensão no estômago."Quem diria que Clara, que sempre parecia tão fria, gostava de se divertir assim. Afinal, seu marido não estava por perto há três anos; era inevitável que uma mulher sozinha buscasse conforto em outro lugar. Não havia pressa, ela teria que voltar para a família Silva e
A porta do carro se abriu. Isabela estava prestes a avançar quando o jovem homem que saiu do carro não era Simão, mas seu assistente, Rodrigo.- Senhora, o Presidente Simão teve um compromisso de última hora e não vai voltar para o jantar. Ele pediu para que eu te entregasse isso.Quando Isabela ligou para Simão, ela só pediu a ele que voltasse para jantar, sem mencionar que Clara também estava lá. Se ele pôde abandonar esta esposa e sair do país há três anos, provavelmente teria recusado retornar para casa.Isabela acenou para que alguém pegasse as flores das mãos de Rodrigo. Uma sombra de desapontamento passou por seu rosto e ela suspirou:- Eu sei que ele está ocupado, tudo bem.Rodrigo acenou com a cabeça e voltou para o carro.De volta à sala, para se consolar, Clara só possuía uma coisa em mente: “o que os olhos não veem, o coração não sente.”- Você pode ir, quando ele estiver disponível, eu te chamo.- Tudo bem.Clara acenou com a cabeça, sem intenção de ficar para jantar e i
Simão tinha uma frieza nos olhos, intocável até pelo calor do verão.Ele deu a Clara um olhar profundo, sem revelar emoção alguma em seu rosto.- Vamos.Clara seguiu atrás dele, passou o cartão e entrou. O chão do hall brilhava como um espelho, e todos que aguardavam na entrada cumprimentavam com reverência.Depois de algum tempo caminhando, Simão se virou para olhá-la.Clara parou e ofereceu a ele um sorriso educado.- Quanto Antônio te pagou?Clara realmente não sabia sobre a relação entre Antônio e Simão; não tinha conhecimento da família Santos e nem queria tê-lo.Em três anos, ela nem mesmo havia chegado a conhecer o pai de Simão.Para ela, se Antônio conhecia Simão, eles deviam frequentar os mesmos círculos sociais.- Meu chefe disse que esse contrato poderia valer centenas de milhares.- Você tem um chefe nesta linha de trabalho?A pergunta de Simão expressava confusão, tocando em um ponto cego em seu conhecimento.Parece que o que Antônio havia contado era verdade: o Bar Cor d
O acidente foi um relâmpago na escuridão, mas Clara não se preocupou em ser reconhecida. A razão era simples: além de visitar o Sr. Spencer durante as festas anuais, ela raramente aparecia diante da família Santos. Nem mesmo Simão conhecia o rosto da própria esposa; muito menos os outros se interessariam por ela, uma figura marginal.Um sorriso cruzou o rosto de Clara, tingido com uma pitada de irritação ao pensar em Simão. - Talvez eu tenha feito algo que tivesse desagrado o Sr. Simão.Antônio tinha uma queda por rostos bonitos, independentemente da profissão ou origem familiar. Diante da beleza de Clara cujos olhos e sobrancelhas pareciam excepcionalmente expressivos, o dele tom suavizou involuntariamente. - Como poderia? Seu design tem muito senso artístico. Meu primo pode ser empresário, mas ele não começou estudando finanças. Ele tem um duplo diploma, e o outro está relacionado à arte. Talvez ele esteja simplesmente de mau humor por causa do divórcio.Clara permaneceu em sil