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Capítulo7 Negócios também são questão de destino
- Sobre o que estamos falando?

Simão, com a voz gelada, se recostou lentamente.

- Pare de tomar decisões por mim, eu não tenho interesse nessas mulheres.

"Será que ele se importa por serem todos clientes?"

Ele sabia que algumas pessoas no círculo tinham tal predileção, mas nunca se interessou, se mantendo celibatário por anos.

Antônio, por outro lado, aprendeu todo tipo de coisas sem sentido nos anos que passou fora. Era hora de alguém colocar um freio nele.

- Primo, você não quer mesmo vir conhecê-la? Eu procurei por muito tempo até achar alguém adequada para você.

"Se Simão realmente não estiver interessado, eu ainda tenho alguns apartamentos vagos."

- Se você não quiser, ela pode ficar comigo. Eu realmente gosto dela.

Inexplicavelmente, Simão se endireitou.

- Vou arranjar um estágio para você no Grupo Santos. Isso vai te manter longe dessa gente duvidosa. Sua mãe já falou comigo, venha trabalhar amanhã de manhã.

Antônio ficou mudo, sem tempo para replicar, o telefone foi desligado do outro lado.

Ele olhou para Clara com desânimo, e ela provavelmente sabia que havia sido rejeitada.

Ela consolou:

- Não se preocupe, Antônio. Talvez o Sr. Simão esteja ocupado com outros assuntos. A mansão foi projetada para a pessoa que ele mais ama, então é natural que ele esteja cauteloso.

Antônio suspirou:

- Isso é impossível, ele ainda está procurando.

O rosto de Clara permaneceu impassível:

- O negócio também é uma questão de destino. Talvez eu e o Sr. Simão simplesmente não fomos feitos um para o outro.

- Vou falar com ele pessoalmente mais tarde. Se ele realmente não quiser, você pode ficar com um dos meus apartamentos. Eu realmente adoro seu estilo.

Clara sorriu e estendeu a mão lentamente:

- Agradeço pela sua apreciação, Antônio.

Antônio atendeu outro telefonema, e então se desculpou com um sorriso.

- A conta desta noite é por minha conta. Tenho que ir agora, me deixe seu número e eu te chamo outro dia.

Sem hesitar, Clara deu seu número. Antônio o salvou e se levantou para sair do quarto.

Num piscar de olhos, só restavam Clara e Torres na sala. Torres já estava em sua segunda rodada da noite e, sem estranhos por perto, já não mantinha qualquer postura formal. Estava visivelmente embriagado:

- Vou chamar um motorista para você.

Clara sabia que ele tinha aguentado até aquele momento apenas para discutir um negócio com ela. Ela não via motivo para rejeitar, ainda mais considerando como se sentia confortável no estúdio de Torres.

- Agradeço, Clara.

Com isso, Torres relaxou e a embriaguez o atingiu de imediato.

Não era que Clara não quisesse levar Torres para casa, mas ele tinha se casado há um ano e sua esposa opinava muito. Para evitar complicações desnecessárias, um motorista particular seria a melhor opção.

Ela o acompanhou até a saída do quarto e, seguindo pelo corredor, chegaram ao elevador do outro lado. Era o caminho mais curto para a saída.

Torres, embriagado, murmurou algumas palavras.

- Já disse que não é como você pensa. Isso está me cansando. Você me dá uma licença?

Ele estava sonhando com uma discussão com a esposa. Clara, gentilmente, segurava o braço dele. O gesto era um pouco incômodo, já que ela tentava manter uma certa distância.

Quando as portas do elevador se abriram, Torres quase tropeçou para fora. Clara o puxou de volta justamente quando uma mão pálida e elegante surgiu de dentro do elevador para deter as portas que estavam se fechando.

Olhando para cima, ela avistou Simão.

As palavras "obrigada" ficaram presas em sua garganta.

Como ela poderia encontrar alguém que mal via nos últimos três anos? Era coincidência ou destino?

Os olhos de Simão varreram Clara e Torres antes de se afastarem.

- Sobe ou desce?

A indiferença anterior havia se dissipado, mas seu rosto continuava impassível. Clara percebeu uma ponta de sarcasmo e desdém nos olhos dele.

O ambiente estava estranho, e ela entrou no elevador com Torres, a voz dela era cortês mas distante:

- Primeiro andar, obrigada.

Coincidentemente, Torres começou a divagar novamente naquele momento:

- É só sobre dinheiro. Você tem algum sentimento por mim?

Clara havia ouvido de colegas que a esposa de Torres tinha gastos elevados. Ele mesmo era muito dedicado e havia feito um bom trabalho com seu estúdio, mas todo o dinheiro que ganhava ia para sua esposa.

Um ar frio parecia emanar ao seu redor, fazendo Clara estremecer. Simão resmungou:

- Cliente?

Envergonhada, Clara sabia que não podia admitir que Torres era seu chefe. Simão já não gostava dela e, ao saber que o chefe estava tão embriagado, provavelmente os colocaria em uma lista negra. Ela apenas assentiu.

- Sim, Sr. Simão. Que coincidência.
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