Estava tão distraído no telão que não percebeu o par de olhos castanhos em sua direção.
Sentada na sexta mesa junto de alguns amigos, a mulher reconheceu-o imediatamente, mesmo no estilo despojado longe dos ternos que costumava usar. Bem similar a última vez que o viu pessoalmente. Ela era ótima em ler expressões corporais, precisava ser, pois parte do seu trabalho pedia por isso, e claro, porque ela se tornou boa apenas pela prática.
Sorriu distraidamente com uma piada a mesa para logo em seguida levar a boca sua caneca de cerveja rustica artesanal que era especialidade daquele lugar. A princípio, ela apenas o deixou de lado. Talvez se passasse por ele mais tarde dissesse um olá, no entanto, quando o Uckermann mandou encher a terceira caneca e ela notou o restante do brilho do olhar dele sumindo, ela soube que ele estava apenas sozinho bebendo o jogo naquele bar.
— Sinto q
Qual foi a última vez que se tocaram pele contra pele? Quando ela sentiu o sabor e molhado do beijo dele antes de tudo ruir? Quando fora o último momento, aquele do adeus que nem imaginavam ter, aquele em seus corpos se uniram se fundindo em êxtase e prazer, terminando com ele mole em seus braços?Hanna mordeu levemente os lábios, enquanto seus dedos deslizavam pela madeira laqueada do berço enquanto nutria aqueles pensamentos cada vez mais fortes. Os olhos em sua visão periférica capturavam a figura máscula que se aproximava da janela do quarto infantil e fora aí que ela se praguejou mentalmente. Ela era uma pessoa sensível, e no sentido não apenas literal, mas figurativo. Conseguia enxergar beleza, arte, cores... profundidade em tantas coisas. Comovia-se com nuances e sutilezas complexas, mas lá estava ela no que deveria ser um quarto perfeito do seu primeiro – e em tese único – filho, sem sequer mergulhar profundamente com qualquer outra emoção senão aquelas que envolviam Nicolas.
Droga, ele se sentia tão nervoso e pisando em ovos. Sentia tão perto de si o calor do corpo pequeno feminino, aspirava o doce perfume que ela tinha e quase sentia roçar em si os fios de cabelos da qual ele sabia ser macios e sedosos, era como se pudesse fechar os olhos e sentir a fragrância dos cosméticos que ela sempre usava... sempre. Controlava-se no desejo febril de tocar a tez clara, de marcá-la outra vez. Sentia o desespero de provar do sabor dela, da boca, da pele, de alimentar-se da essência da qual era tão apaixonado. No entanto, ele havia estragado tudo e alguma coisa em si, dizia que ele sempre acharia um jeito de estragar e estragar. Era como se tocar Hanna fosse um pecado, se ele fosse sujo e indigno dela. Ele era a mácula no que ele sempre enxergaria como um casulo de perfeição.Melissa tinha razão, ele tinha questões muito mais severas para tratar, ele tinha travas que nem mesmo ele sabia que tinha, ele tinha medos, receios e muita, muita insegurança e não importava os
Ela sentiu o aperto quando a mão de Nicolas sobrepôs seus punhos, os pressionando possessivamente contra a parede do corredor, não conseguindo conter o gemido baixinho entre os lábios, e esses eram tão duramente sugados e saboreados pelo loiro que praticamente enevoaram sua mente. arfou densa, enquanto seus sentidos recobravam toda a memória sensorial do que era estar com o ex marido. Hanna sentiu todos os pelos de seu corpo eriçarem quando a destra dele percorreu toda a lateral de sua cintura e pernas, apertando com certa força aquela região. talvez fora nesse momento que finalmente se deu conta que seus pulmões reclamavam com a falta de ar. E como se entendesse, talvez por também sentir aquilo, os lábios do Scrudell afastaram-se do dela, o dando vislumbre do vermelho judiado pelos seus.Tentadora demais...Seus sentidos e desejos o empurrava para o abismo que era ela naquele momento. não sabia nem dizer como acabaram naquela situação, como tudo havia acontecido tão rápido, mas não c
Os olhos negros fecharam-se de uma vez enquanto sugava a fatia em meia-lua do limão, esse parecia aumentar e, simultaneamente, suavizar o ardor intenso da dose de tequila que descia por sua garganta. O punho fechou-se batendo na mesa com força enquanto a garota de cabelos castanhos claros ria se divertindo com a cena junto aos seus amigos.— Uau, eu não quero pensar na ressaca de amanhã! – ele imediatamente bebeu um gole da água próximo de si enquanto uma careta suave e divertida formava-se em seu rosto.Havia algo divertido e ao mesmo diferente na vida adulta. Talvez fosse o foda-se que nos permitimos dar algumas vezes. Não era como se aquele grupo em especial fosse inconsequente, muito pelo contrário, eram adultos com trabalhos, contas, responsabilidades... histórias, mas juntaram-se para ter um momento de... alivio, sim, alivio do cotidiano, dos dias pesados, das dores, dos problemas, das rotinas. E esse era o conceito do “happy hour”. Naquele momento, por exemplo, usavam da velha
Já era três e meia da manhã quando ele enfiou a chave na porta destrancando-a e girou a maçaneta entrando. Tudo estava escuro, tudo estava silencioso quando ele se arrastou para dentro. havia apenas a iluminação fraca e indireta em alguns pontos, no entanto, havia um lugar da casa que tinha uma luz um pouco mais forte, acesa, indicando a presença de alguém ali: a cozinha. Sinceramente? ele gelou. Estava um tanto desleixado, sabia que deveria estar cheirando a álcool, afinal estava embriagado, não era um segredo, mas nunca sentiu necessidade de esconder algo assim quando saia para beber com os amigos e nunca foi um ponto para ele e Susan, mas agora sentia-se culpado por isso, e mais culpado ainda por querer evitar o confronto e apenas ignorar aquela luz e subir as escadas, e fora esse seu erro com a mulher que parecia ter ouvido de felinos, quando a voz dela soou firme vinda do cômodo. — Onde estava até essa hora? Suspirou derrotado em seu próprio jogo. virando o corpo em seu eixo,
A consciência voltava lentamente ao corpo à medida que o toque baixinho soava ao fundo. Buscou ainda mais pelo aconchego do corpo pequeno contra o seu, agarrando apertado a cintura feminina. O nariz roçou lento próximo ao pescoço, sentindo o aroma doce que ela emanava. Era como viver um dos seus sonhos lúcidos; difícil de acreditar que ela estava bem ali, em seus braços, que ficou a noite toda, mais do que isso, ele a teve por tanto tempo naquela noite. Toques, mordidas, chupões... seu corpo sentia saudades, mas, além disso, ele sentia falta de tudo. Uma consciência de que eram os mínimos detalhes a tanto tempo, esquecidos, que traziam a alegria real, como o toque suave de mãos, ou o enlaçar firme dos dedos enquanto se afundava nela, até mesmo o contato do olhar, o hálito quente, o beijo úmido... tudo, cada pedacinho era importante e fazia falta. Não era a mera questão de fazer sexo. Talvez soasse tão piegas ao dizer que essa era diferença de fazer amor. Claro que agora era um moment
Quando finalmente o peso do sono fora deixando-a, Hanna espreguiçou-se preguiçosamente, sentindo todo o corpo dolorido, mas um dolorido bom e saudoso da qual ela sentira tanta falta. Obviamente, que assim que tomou total ciência, os olhos abriram-se expressivamente rápidos e virou-se na cama, encontrando o espaço vazio. Sentou-se no colchão enquanto encobria o corpo nu olhando ao redor. Percebendo os detalhes sóbrios que compunha a suíte do ex marido. Não havia sons pela casa, fosse de chuveiro ou qualquer outro. Talvez houvesse um toque de arrependimento e estranheza, talvez decepção quando ela tornou a olhar para o seu lado na cama. Uma pressão em seu coração a fizera imediatamente reviver situações ruins próximas ao final do casamento, da ausência de Nicolas.Por um instante sentiu magoa, e se sentiu tola.Ergue-se encontrando suas roupas ligeiramente dobradas sobre um móvel. Corada, pensava em tudo que aconteceu na noite passada, nos sentimentos e sensações. No instante que se sen
O táxi encostou frente à entrada da mansão enquanto a Sanches encostou o cartão preguiçosamente realizando o pagamento daquela corrida. Puxou sua bolsa, descendo, ainda sentindo o rosto ligeiramente quente pelo que vinha pensando ao longo daquele deslocamento da casa de Nicolas até ali. Suspirou olhando para o celular vendo uma mensagem de seu pai. No primeiro momento pensou mesmo em abrir e ler, no entanto, estava com a cabeça mais tendida a outra coisa do que lidar com genitor.Talvez um erro de momento...O primeiro passo diante dos degraus e lá estava os olhos azuis ligeiramente frios a encarando.— Senhorita Sanches, esperei no horário do seu itinerário. Mas...— Eu tenho uma vida própria, Murilo – ela disse enquanto olhava o celular, mas diferente do que deveria, ela agora lia alguns artigos sobre a escolha do nome de bebês. – Tenho certeza que não deve gostar de servir de babá o tempo todo. Já disse que quando precisar, eu vou mandar avisá-lo.— Sinto muito, senhorita, mas seu