Já dentro do seu carro, a morena encarou o reflexo de si no retrovisor. Queria pensar e nada mais que isso. Dispensou o motorista naquela manhã, manteve a segurança distancia porque sua mente parecia apenas inquieta demais. As unhas bateram alinhas ao volante enquanto sugava o ar lentamente e só então voltou a olhar para sua bolsa no banco do carona ao lado daquela revista de cores berrantes demais ao seu ver. A chamada da capa lhe dizia absolutamente tudo que precisava, ainda assim se deu ao trabalho de ler aquilo, afinal, foi com isso que fora acordada aos berros cedo demais da ligação de seu pai, e esse não estava nada feliz, foi quando aquilo pareceu estourar, o corpo sentindo a dura carga emocional o fez parecer patético ao achar que o coração infartava.— Velho estupido! – rosnou a mulher enquanto ajeitava o corpo no banco. Os cabelos castanhos escuros brilharam cuidados e certamente a beleza vaidosa dela chamava sempre atenção. Haley era mais que um rostinho bonito, uma garota
Ele largou a caixinha de comida chinesa de lado enquanto afastou o corpo ligeiramente da poltrona a fim de encarar a tela do notebook. Contemplava a fotografia de casal que havia aberto por qualquer razão inicialmente idiota. Estava mais que claro que as coisas estavam difíceis, e talvez fossem os anos juntos que empurrasse certo comodismo ao não enfrentar o óbvio: O casamento deles estava em crise.Mesmo superando a ressaca e tentando trabalhar, sabia que seu dia não estava fluindo. tão cedo pela manhã Susan não estava mais lá, não havia café ou mesa posta, não havia mensagem ou ligação, não havia recados, e isso por nenhuma das duas partes que se encontravam agora magoados e pesarosos. Talvez com um ponto infantil, em suas emoções e sentimentos, mais uma vez o ego imperava em admitir quem estava errado, quando a certeza era que ambos estavam. Eram um time, mas agora pareciam rivais duelando em quem conseguiria destruir aquela relação mais rápido que o outro.Samuel tentou focar nos
Ser paciente...Esse não era exatamente um adjetivo que se enquadrava em Susan, embora quando o assunto era sua profissão, a história era outra.Estava em um momento extremamente conturbado de sua vida, e escolhera a péssima conselheira de matrimônio: sua mãe, a final, a mesma estava divorciada e desde então jamais quis um novo status marital.Matutando a discussão que teve com o marido por toda a noite, ela dormiu mal, e se viu, novamente, presa as velhas inseguranças, velhos gatilhos como o abandono paterno. Não é como se ela só gostasse de fazer, mas merda, Susan nunca teve que lidar com alguém como Samuel, alguém que a desafiava, que instigava daquele modo. Se viu tão... apaixonada por ele e apenas queria tudo, achava merecer tudo. Era justo o amor de retribuição, não é? Desde a faculdade era assim. Sempre tendo que lidar com outras garotas a fim de seu namorado, sempre lidando com o jeito frio e meio distante dele, sempre tendo que lidar com a insuficiência que achava possuir, af
Suspirou cansada enquanto tirava de si os óculos de leitura, o repousando de lado. Quando ficou tão presa a papelada daquele modo? Olhou ao seu redor, na sua mesa de trabalho ainda atrelada ao que o futuro traria, afinal, mesmo que sua sociedade com Theo o colocasse direto frente a parte burocrática, ela, como uma boa Sanches e amante de artes, tinha seu próprio papel a desempenhar, aval a dar e documentação para revisar, ainda mais agora com a galeria caminhando tão rapidamente para a inauguração. O cronograma estava tão apertado e ela deveria selecionar cuidadosamente os primeiros artistas e aquisições.Hanna nunca fora uma garota de números, embora a parte administrativa fizesse parte da sua grade no tempo de faculdade, bem como ela havia feito pós e cursos na área ou atrelada a administração, ela não era uma “toupeira” completa no mundo executivo, apenas se abstêm dele por não gostar, mas sendo ela a herdeira majoritária de um Grupo do tamanho do Sanches, como não tomar nota?Cert
Ele estava de bom humor, e isso era completamente inegável, principalmente depois daquela emoção e adrenalina que sempre o tomava ao assinar um novo contrato, e com esse em especial, o Grupo Botanic finalmente assumia sua primeira fatia no ramo alimentício. Àquela altura, Nicolas ansiou verdadeiramente ter um novo tempo com Hanna, de ter a companheira, de... comemorar conquistas. Tolo, certamente, pensava em comida grega, pensava na intimidade de ser apenas ele e ela, de sorrir, da leveza... mesmo que empurrando de lado as complicações momentâneas, tal como a necessidade obvia que tinham de conversar realmente.Não... era um momento leve e queria muito aproveitar isso.Em dado momento daquele jantar, as mãos foram apertadas em uma despedida. O advogado responsável pela parte jurídica e contratual, conversava com Samantha ainda, despedindo-se de Nicolas para adiantar os trâmites, um
Bastaram poucos minutos para que aquilo fizesse efeito, para que a garota sorrisse boba, mole e certamente, Nicolas estava espumando de raiva por dentro, estava contrariado e indignado, no entanto, ainda moralmente certo a ponto de não a largar simplesmente ali daquele modo, afinal, ele sabia o que causou nela e o efeito de algo assim.— Vamos para o quarto – sussurrou próximo à garota, que imediatamente sorriu corando. Os braços envolveram o dele que a ajudava a caminhar em direção ao elevador. A cada minuto a mais, mais o efeito da droga atenuava-se na corrente sanguínea dela.O cartão da suíte fora tirado dos dedos dela, que cantarola e dizia coisas sem muito sentido. Ele a empurrou ligeiramente para dentro, vendo a mulher cambalear enquanto tentava arrancar as próprias roupas. Ele, ciente que ela ficaria bem ou ao menos segura a partir dali, virou as costas, mas ouviu algo que o paral
A batida do som contagiava os jovens e mais velhos que se remexiam frenéticos sob as luzes da boate lançando seus copos de bebida e gritos de selvageria. Suados, perdidos, eufóricos... era como uma grande campanha de acasalamento em uma atmosfera do libidinoso e sexual. O templo carnal do prazer sem culpa e sem amanhã. E era do alto, de um dos mezaninos vip’s que os olhos acinzentados contemplavam aquilo com tamanho tédio quanto a paciência que bebia seu dry martine.Suspirou enfadonha enquanto voltava para o seu sofá, sentando-se confortavelmente. Depositou o copo vazio do drink, recebendo outro quase que imediatamente. Seu celular vibrou com novas notificações, o que incluía uma mensagem de Gabriel Godoy. Seus olhos logo foram atraídos para a entrada do seu camarote VIP quando seus seguranças abriram passagem finalmente a trazendo quem ela tanto esperava, e se havia algo que Haley Sanch
“—Se você estiver voltando pela avenida constelação, certamente vai pegar a via livre...”Ele deslizou os dedos pelos cabelos loiros quando virou o volante, ganhando acesso por aquela avenida. O marcador digital apontava pouco mais das onze da noite e David estava literalmente de cabeça cheia diante de tudo que havia descoberto por mero acaso. Ele poderia até ser um filha da mãe cretino, mas aquilo estava muito acima da sua ossada, e Sara os ter o metido naquilo era terrível, porque ele não sabia como se livrar, até porque virar as costas e sair de mãos limpas era uma ótima pedida agora, mas com o dossiê certo, ele sabia que a pessoa poderia arruinar suas vidas completamente.Enquanto traçava seu plano “A” e “B” ele se atentou ao sinal ficando vermelho, lentamente ele fora reduzindo o veículo até que tudo aquilo aconteceu diante do seu olhar e alguns poucos condutores que estavam naquele cruzamento. O Audi prata não tivera tempo de reação diante do impacto da colisão, em alta velocida