Quando finalmente o peso do sono fora deixando-a, Hanna espreguiçou-se preguiçosamente, sentindo todo o corpo dolorido, mas um dolorido bom e saudoso da qual ela sentira tanta falta. Obviamente, que assim que tomou total ciência, os olhos abriram-se expressivamente rápidos e virou-se na cama, encontrando o espaço vazio. Sentou-se no colchão enquanto encobria o corpo nu olhando ao redor. Percebendo os detalhes sóbrios que compunha a suíte do ex marido. Não havia sons pela casa, fosse de chuveiro ou qualquer outro. Talvez houvesse um toque de arrependimento e estranheza, talvez decepção quando ela tornou a olhar para o seu lado na cama. Uma pressão em seu coração a fizera imediatamente reviver situações ruins próximas ao final do casamento, da ausência de Nicolas.Por um instante sentiu magoa, e se sentiu tola.Ergue-se encontrando suas roupas ligeiramente dobradas sobre um móvel. Corada, pensava em tudo que aconteceu na noite passada, nos sentimentos e sensações. No instante que se sen
O táxi encostou frente à entrada da mansão enquanto a Sanches encostou o cartão preguiçosamente realizando o pagamento daquela corrida. Puxou sua bolsa, descendo, ainda sentindo o rosto ligeiramente quente pelo que vinha pensando ao longo daquele deslocamento da casa de Nicolas até ali. Suspirou olhando para o celular vendo uma mensagem de seu pai. No primeiro momento pensou mesmo em abrir e ler, no entanto, estava com a cabeça mais tendida a outra coisa do que lidar com genitor.Talvez um erro de momento...O primeiro passo diante dos degraus e lá estava os olhos azuis ligeiramente frios a encarando.— Senhorita Sanches, esperei no horário do seu itinerário. Mas...— Eu tenho uma vida própria, Murilo – ela disse enquanto olhava o celular, mas diferente do que deveria, ela agora lia alguns artigos sobre a escolha do nome de bebês. – Tenho certeza que não deve gostar de servir de babá o tempo todo. Já disse que quando precisar, eu vou mandar avisá-lo.— Sinto muito, senhorita, mas seu
Já dentro do seu carro, a morena encarou o reflexo de si no retrovisor. Queria pensar e nada mais que isso. Dispensou o motorista naquela manhã, manteve a segurança distancia porque sua mente parecia apenas inquieta demais. As unhas bateram alinhas ao volante enquanto sugava o ar lentamente e só então voltou a olhar para sua bolsa no banco do carona ao lado daquela revista de cores berrantes demais ao seu ver. A chamada da capa lhe dizia absolutamente tudo que precisava, ainda assim se deu ao trabalho de ler aquilo, afinal, foi com isso que fora acordada aos berros cedo demais da ligação de seu pai, e esse não estava nada feliz, foi quando aquilo pareceu estourar, o corpo sentindo a dura carga emocional o fez parecer patético ao achar que o coração infartava.— Velho estupido! – rosnou a mulher enquanto ajeitava o corpo no banco. Os cabelos castanhos escuros brilharam cuidados e certamente a beleza vaidosa dela chamava sempre atenção. Haley era mais que um rostinho bonito, uma garota
Ele largou a caixinha de comida chinesa de lado enquanto afastou o corpo ligeiramente da poltrona a fim de encarar a tela do notebook. Contemplava a fotografia de casal que havia aberto por qualquer razão inicialmente idiota. Estava mais que claro que as coisas estavam difíceis, e talvez fossem os anos juntos que empurrasse certo comodismo ao não enfrentar o óbvio: O casamento deles estava em crise.Mesmo superando a ressaca e tentando trabalhar, sabia que seu dia não estava fluindo. tão cedo pela manhã Susan não estava mais lá, não havia café ou mesa posta, não havia mensagem ou ligação, não havia recados, e isso por nenhuma das duas partes que se encontravam agora magoados e pesarosos. Talvez com um ponto infantil, em suas emoções e sentimentos, mais uma vez o ego imperava em admitir quem estava errado, quando a certeza era que ambos estavam. Eram um time, mas agora pareciam rivais duelando em quem conseguiria destruir aquela relação mais rápido que o outro.Samuel tentou focar nos
Ser paciente...Esse não era exatamente um adjetivo que se enquadrava em Susan, embora quando o assunto era sua profissão, a história era outra.Estava em um momento extremamente conturbado de sua vida, e escolhera a péssima conselheira de matrimônio: sua mãe, a final, a mesma estava divorciada e desde então jamais quis um novo status marital.Matutando a discussão que teve com o marido por toda a noite, ela dormiu mal, e se viu, novamente, presa as velhas inseguranças, velhos gatilhos como o abandono paterno. Não é como se ela só gostasse de fazer, mas merda, Susan nunca teve que lidar com alguém como Samuel, alguém que a desafiava, que instigava daquele modo. Se viu tão... apaixonada por ele e apenas queria tudo, achava merecer tudo. Era justo o amor de retribuição, não é? Desde a faculdade era assim. Sempre tendo que lidar com outras garotas a fim de seu namorado, sempre lidando com o jeito frio e meio distante dele, sempre tendo que lidar com a insuficiência que achava possuir, af
Suspirou cansada enquanto tirava de si os óculos de leitura, o repousando de lado. Quando ficou tão presa a papelada daquele modo? Olhou ao seu redor, na sua mesa de trabalho ainda atrelada ao que o futuro traria, afinal, mesmo que sua sociedade com Theo o colocasse direto frente a parte burocrática, ela, como uma boa Sanches e amante de artes, tinha seu próprio papel a desempenhar, aval a dar e documentação para revisar, ainda mais agora com a galeria caminhando tão rapidamente para a inauguração. O cronograma estava tão apertado e ela deveria selecionar cuidadosamente os primeiros artistas e aquisições.Hanna nunca fora uma garota de números, embora a parte administrativa fizesse parte da sua grade no tempo de faculdade, bem como ela havia feito pós e cursos na área ou atrelada a administração, ela não era uma “toupeira” completa no mundo executivo, apenas se abstêm dele por não gostar, mas sendo ela a herdeira majoritária de um Grupo do tamanho do Sanches, como não tomar nota?Cert
Ele estava de bom humor, e isso era completamente inegável, principalmente depois daquela emoção e adrenalina que sempre o tomava ao assinar um novo contrato, e com esse em especial, o Grupo Botanic finalmente assumia sua primeira fatia no ramo alimentício. Àquela altura, Nicolas ansiou verdadeiramente ter um novo tempo com Hanna, de ter a companheira, de... comemorar conquistas. Tolo, certamente, pensava em comida grega, pensava na intimidade de ser apenas ele e ela, de sorrir, da leveza... mesmo que empurrando de lado as complicações momentâneas, tal como a necessidade obvia que tinham de conversar realmente.Não... era um momento leve e queria muito aproveitar isso.Em dado momento daquele jantar, as mãos foram apertadas em uma despedida. O advogado responsável pela parte jurídica e contratual, conversava com Samantha ainda, despedindo-se de Nicolas para adiantar os trâmites, um
Bastaram poucos minutos para que aquilo fizesse efeito, para que a garota sorrisse boba, mole e certamente, Nicolas estava espumando de raiva por dentro, estava contrariado e indignado, no entanto, ainda moralmente certo a ponto de não a largar simplesmente ali daquele modo, afinal, ele sabia o que causou nela e o efeito de algo assim.— Vamos para o quarto – sussurrou próximo à garota, que imediatamente sorriu corando. Os braços envolveram o dele que a ajudava a caminhar em direção ao elevador. A cada minuto a mais, mais o efeito da droga atenuava-se na corrente sanguínea dela.O cartão da suíte fora tirado dos dedos dela, que cantarola e dizia coisas sem muito sentido. Ele a empurrou ligeiramente para dentro, vendo a mulher cambalear enquanto tentava arrancar as próprias roupas. Ele, ciente que ela ficaria bem ou ao menos segura a partir dali, virou as costas, mas ouviu algo que o paral