A inauguração
Era Domingo e na frente do restaurante haviam três pessoas, um homem e duas mulheres. Os três se juntaram para reformar o restaurante temático Anos 80. Tinha a fachada vermelha com letreiro neon escrito Madonna, em seu interior as paredes era azul Tiffany com quadros de grandes artistas da época e discos fazendo a decoração, o piso era xadrez branco e azul Tiffany igual às paredes, havia bancos de couro vermelho e mesas brancas, balcão com bancos altos, ventilador de teto, lustres redondos, pista de dança com piso de madeira, área de jogos com pinball, fliperama e dardos, e até mesmo uma jukebox havia ali. Estava lindo, de longe já dava pra ver que o lugar era muito acolhedor. Um ambiente familiar cheio de nostalgia. O Restaurante ficava no Queens onde eles viviam. Rebecca, Antony e Samantha, os proprietários. Rebecca era jovem, negra, tinha os cabelos cacheados bem pretos, os olhos castanhos escuro redondos e um sorriso largo. Era uma jovem muito bonita, o rosto delicado, corpo atlético, vaidosa, cuidava do corpo, se preocupava com a aparência, por isso sempre estava cheirosa, de unhas feitas, rímel e gloss. Era uma jovem doce, porém muito independente e decidida. A mãe ensinou desde pequena a ser vaidosa, forte e independente. Rebecca adorava estar com a mãe, Samantha, já que ela era seu mundo. Samantha só tinha a Rebecca como filha. Numa noite de Outubro se encontrou com um homem, transaram e pouco tempo depois descobriu que estava grávida. Foi apenas uma aventura, ela nunca mais veria aquele homem, porém sempre sonhou em ser mãe e por isso ficaria com a criança. Samantha não dava sorte com os homens, e essa gravidez a deixou feliz demais, mesmo sendo mãe solo ela estava realizada. Criou a filha com muito amor e da melhor maneira possível. O que deu muito certo, Rebecca cresceu e nunca deu trabalho à mãe. Estudou, se formou, era muito caprichosa e muito responsável, e hoje estavam ali diante do seu próprio restaurante, fizeram tudo juntas e aquilo as deixou muito felizes. Bom não é necessário falar de sua aparência já que a Rebecca era praticamente sua cópia, a diferença mesmo era os olhos, os olhos de Samantha não eram escuros como os de Rebecca, ela sempre falava que puxou ao pai. Mas a vaidade, a alegria, personalidade forte e decidida eram iguais, Samantha era aventureira sempre dizia que a vida era pra ser vivida e Rebecca concordava, elas achavam que oportunidades não podem ser perdidas. Como as duas tinham uma ótima relação, Rebecca e Samantha não tinham segredos, então ela sabia da noite de aventura da mãe. Antony era apenas dois anos mais velho que Rebecca, era italiano. Cabelos bem escuros, olhos também, barba bem feita, atlético, alto, bonitão. Era calmo porém decidido, sério, pé no chão, namorador apesar de romântico. Somente Rebecca era capaz de lhe tirar sorrisos com facilidade e o deixar totalmente desarmado. A amizade deles era muito linda, viviam como irmãos. Conheceu as duas após se mudar com o pai Maurício para a casa ao lado, e depressa fez amizade com elas e com o tempo se tornou sócio. Todos os três estavam felizes com o resultado da reforma. Se olharam e se abraçaram. - Bom, não vamos ficar aqui na frente babando o resto do dia, né? Temos que nos arrumar para abri-lo. - Disse Rebecca animadíssima. - Calma maninha. - Disse Antony passando o braço no pescoço dela e puxando para um beijo no rosto. - Pensei em tomarmos uma cerveja ali na esquina antes, bora?! - Tô sem pique pra isso Tony! Pelo amor de Deus, olha o duro que damos e você não se cansa homem? - Disse ela se afastando dele. - Rebecca filha me perdoe, mas eu topo tomar uma com um italiano bonitão! - Falou Samantha passando a mão pra tirar a poeira e arrumando o cabelo num coque alto. - Sua mãe tem um ótimo gosto, diferente de você. Devia aprender com ela viu?! - Disse Antony rindo e estendendo o braço para Samantha. - Bom, vocês podem ir, eu tô fora! E por favor gente não se empolguem muito, temos que trabalhar mais tarde. Disse ela atravessando a rua para ir pra casa, Antony e Samantha foram juntos ao bar e realmente não demoraram muito. Se arrumaram e foram abrir o restaurante. Já havia algumas pessoas na frente do estabelecimento, os vizinhos que acompanharam todo o processo de reforma estavam ali para a inauguração. A inauguração nada mais era do que uma comemoração na vizinhança, e tinha bastante gente ali que gostava deles. Foi um sucesso, uma noite animadíssima, isso dava pra ver de longe. Risadas altas dentro e fora do estabelecimento, música, várias pessoas dançando, todos compartilhando da mesma alegria. Às 22:00 horas o som foi baixado e Samantha chamou a atenção de todos ao mesmo tempo trazendo para perto os dois jovens sócios. - Essa noite realmente está muito animada, e fico muito feliz por todos terem vindo. Bom, amanhã é segunda e precisamos dormir. - Todos riram. - Como vocês sabem, isso aqui, esse restaurante era um sonho meu, minha filha maravilhosa se juntou a mim e ainda arrastou esse jovem bonitão pra nossa história, ainda bem! Antony, meu querido Antony, obrigada por tudo, você sabe que é bem mais que um sócio, é amigo, é da família. Antes eu morria de medo de partir e deixar minha filha só, mas hoje tenho a certeza que esse rapaz nunca irá deixar isso acontecer. E Rebecca, minha filha, minha melhor amiga, minha companheira. Eu não tenho palavras que descrevam todo o meu amor e o orgulho que sinto de você , eu não mereço uma filha tão maravilhosa, mas Deus quis assim e sou grata demais. E vocês meus amigos, obrigada por terem vindo, por terem participado desse sonho, dessa noite. Uma ótima noite a todos! Assim encerrou a noite todos se abraçaram, uma troca de carinho sincero, e logo o restaurante estava vazio, só restando ali os donos que começaram a limpar e arrumar. Infelizmente ali seria a abertura e o fechamento de um sonho tão bonito.Adeus, SamanthaA música na jukebox ainda tocava, mas bem baixo para não incomodar os vizinhos. Os três estavam limpando o restaurante. Rebecca já tinha limpado as mesas e estava agora passando o mop, quase terminando para ir ajudar os outros dois que estavam na cozinha. Rebecca estava doida para ir para a cozinha; aqueles dois estavam muito quietos, a fofoca deveria ser das boas, pensava ela. Mas na cozinha não estava rolando conversa alguma, apenas uma troca de olhares, cheia de lágrimas de felicidade, um pouco por conta da noite que foi maravilhosa e um pouco pela conversa que eles tinham tido no bar. Estavam planejando como contar para Rebecca, não poderia ser um segredo, não mais. Rebecca entrou na cozinha soltando um suspiro. — Terminei lá fora, gente, que noite! — Disse ela com aquele sorriso maravilhoso no rosto. — Bora! Deixem de segredinho e contem o que está rolando. — Disse cutucando Antony, que lavava a louça, enquanto Samantha enxugava e fazia pilhas. Ela os conheci
Conte nossa história Os dois saíram juntos do restaurante e seguiram para casa. Os vizinhos estavam lá, já sabendo que eles iriam embora. Abraçaram e beijaram a jovem, dizendo que seria melhor mesmo não ficar ali, que era para mandar notícias, que tudo ia ficar bem e, se quisesse voltar, eles estariam ali. Realmente eram ótimos vizinhos e, aos poucos, foram embora. Rebecca subiu para seu quarto, onde Maurício estava fazendo suas malas.— Peraí, vocês estão falando sério sobre irmos embora? Eu não posso ir para um lugar que não conheço, Maurício. — Puxou a mala que estava em cima da cama para perto de si. — Rebecca, você não pode ficar aqui, é perigoso. Já perdemos a Samantha, e o planejado não era esse. Era para vocês irem juntas para casa, então, antes que algo mais dê errado, nós vamos embora. O jatinho já está pronto. — Puxou a mala de volta e começou a arrumar novamente. Ela ficou ali parada, sem entender. Antony entrou no quarto, catou tudo o que conseguiu numa braçada só e jo
Mamãe sabe?Rebecca acordou e ainda estava em voo. Estava meio zonza e ficou quieta, observando Antony e Maurício resolvendo umas coisas que ela não fazia ideia do que eram. Ela percebeu que logo também teria que estar envolvida nos assuntos da família, mas como faria aquilo?Começou a ficar com medo, e quando está com medo, ela começa a mexer as mãos. Maurício e Antony já tinham percebido que ela havia acordado, mas continuaram suas tarefas. Então, Maurício percebeu as mãos dela. Ela apertava os dedos, ele sabia o que era. Foram anos convivendo juntos, então ele a conhecia muito bem, além de que Antony, quando era criança, fazia o mesmo. Fechou o notebook, levantou-se e foi até ela.— Que foi, querida? — perguntou com muita doçura.— Tô com medo, tio. — E riu. — Eu sempre te chamei de tio e acabou que era mesmo. — O sorriso se desfez e o medo voltou.— Sim, sou seu tio. Mas se não se sente confortável com isso, tudo bem, sei que é muita coisa para digerir. Só quero que saiba que você
Início da VingançaRebecca foi a primeira a acordar, se arrumou e ficou esperando os outros acordarem. Não demorou muito e todos estavam alimentados e pegando a estrada. Dessa vez, mandaram um motorista; Maurício foi na frente e os irmãos atrás. Pareciam crianças, apontando para tudo, rindo e conversando. Rebecca adorou a paisagem; na verdade, ela adorou tudo o que estava vendo e achou tudo lindo.Demorou, mas chegaram. A casa ficava muito afastada da cidade e era enorme. Tinha um portão alto de ferro e, atrás dele, um caminho com árvores de cada lado. No final do caminho, havia uma fonte de mármore branco e, atrás, estava a mansão. Havia cinco degraus até a entrada de mármore branco, duas colunas também de mármore branco, dois jarros de plantas grandes e a porta ficava entre os jarros, uma enorme porta de madeira escura. As janelas eram da mesma madeira da porta, as paredes eram de pedra e algumas janelas tinham uma pequena varanda com plantas suspensas. O jardim ao redor de onde est
O JantarRebecca acordou de um sono pesado no final da tarde com Antony chamando-a. Já eram 17:00 horas, e ela precisava se arrumar para o jantar. Giovanni havia organizado um jantar com toda a família, inclusive a família "de negócios". Ele queria apresentar a filha e começar a planejar os próximos passos.— Becca, você tem que levantar para se arrumar — disse Antony quando ela abriu os olhos.— O quê? Para quê? — disse Rebecca, ainda zonza.— O jantar que papai organizou. Todo mundo vai estar lá. Seu quarto está cheio de presentes — disse ele, olhando para o canto repleto de pacotes. — Acho que você pode usar algo novo hoje — sugeriu, mexendo nos presentes.— Tem muita coisa aqui. Nunca recebi tantos presentes — falou, levantando-se devagar.— Venha abrir. Tô curioso — disse ele, sorrindo.Ela se aproximou, e começaram a abrir os presentes. Aos poucos, ela foi se animando. Havia de tudo: livros, perfumes, roupas, maquiagem, flores e até uma chave, embora ela não soubesse se era de c
A Reunião Quando Rebecca saiu da cama, já passava das 13h. A governanta a acordara, e assim que Rebecca abriu os olhos, a mulher escancarou as cortinas, deixando a luz inundar o quarto. Rebecca, irritada, se cobriu até a cabeça e tentou se acomodar novamente na cama.— Não, não, não, pode levantar! — ordenou a governanta, puxando o lençol sem cerimônia.— Pelo amor de Deus! — exclamou Rebecca, com os cabelos desgrenhados.— Você está péssima! — comentou a mulher de maneira natural, entregando a Rebecca uma caneca de café bem forte. — Tome, isso vai te ajudar.— Obrigada. Humm, tá gostoso — murmurou Rebecca, tomando um gole.— Então, o que vai fazer hoje? — perguntou a governanta.— Eu não faço ideia. O que faz uma filha de mafioso? — Rebecca respondeu, com um sorriso irônico.— Casa, tem filhos e anda por aí bem bonita — disse a governanta, empurrando Rebecca para fora da cama.— Nem pense nisso! — retrucou Rebecca, sentando-se à mesa que havia em seu quarto, e atacando as torradas q
Os CatalanoIr à cabana estava deixando todos animados. Fazia muito tempo que Giovanni não se empolgava ou tirava um tempinho para sair de casa e fazer algo diferente. Antony estava adorando a ideia de passar um tempo com a família, agora que estava completa.Iam todos à cabana: o pai, a irmã, os tios, Lourenço, Marco e Maurício. Fazia anos que isso não acontecia, os irmãos reunidos. Claro, eles falariam de trabalho, e muito, mas mesmo assim daria para aproveitar.De todos os tios, Antony era mais próximo de Maurício. Na mesma época em que a mãe de Antony estava grávida dele, a esposa de Maurício também estava, mas, infelizmente, a gravidez foi interrompida. Isso foi muito triste para todos e abalou profundamente Maurício. Após esse acontecimento, Maurício e a esposa foram passar um tempo com Giovanni, e acabaram se apegando ao menino.Maurício ama Antony como se fosse seu próprio filho, criaram uma conexão forte e bonita. Giovanni é muito grato por isso, pois, ao assumir os negócios
A CabanaDias se passaram até que todos fossem à cabana, localizada bem distante de casa. Quando Rebecca avistou a construção, não conseguiu conter o pensamento: “Uau!”. Para os Catalano, era um lugar simples, mas a simplicidade era apenas aparente.A cabana era enorme, com dois andares. Toda feita de madeira, tinha uma rede na entrada e, no segundo andar, uma pequena varanda com duas espreguiçadeiras. O interior também era de madeira, mas ao contrário do que Rebecca imaginava, não havia móveis antigos ou um estilo retrô. O ambiente era surpreendentemente moderno: a sala possuía um sofá espaçoso, tapetes cobertos de almofadas, e uma lareira. A cozinha americana tinha uma mesa para seis pessoas, e uma porta de vidro revelava o quintal mais lindo que Rebecca já havia visto.No quintal, havia uma fogueira cercada por cadeiras de madeira, e um caminho de pedras que descia até um rio, onde um barco e um pequeno píer completavam a paisagem. No segundo andar, havia três quartos: dois de casa