Rebecca entrou no carro. Matteo esperava por ela, curioso sobre a visita que fizera a Victor.
— Então, como foi? — perguntou ele. — Não sei dizer, ele está péssimo, não sei como ainda está vivo. — Vai deixar ele em paz mesmo? — Vou sim. — passou os dedos na testa, claramente pensativa. — Eu achei que sentiria algo de bom quando o visse minguado, mas não, fiquei com pena dele. Matteo ficou olhando sua feição. Ela estava confusa com os sentimentos que brotavam dentro dela. A testa franzida, a cara de brava, Matteo achou graça e começou a dirigir. — Amor, tudo bem você se sentir confusa com os sentimentos, você precisa seguir em frente. — falou ele com doçura. — Eu não sei como seguir em frente, parece que tenho que fazer algo com ele. — Rebecca, isso foi o que você colocou em sua cabeça. Essa obsessão precisa ser deixada para trás. Seguiram o caminho pVictor segurou a mão de Rebecca e a olhou por um instante, a dor evidente em seus olhos. — Me perdoe, me perdoe por ter tirado sua mãe... — ele falou com esforço, a voz falha, a emoção tomando conta dele. — Se não fosse a minha mãe, a sua estaria aqui. Fui burro, caí na conversa de Lia. Se não fosse por ela, meu pai estaria vivo, meu irmão também... — pausou, tentando recuperar o fôlego. — Aquela mulher destruiu tudo. Destruiu você, a mim... não posso escapar da minha culpa, não posso fazer isso. Rebecca o olhou em silêncio, sentindo um misto de raiva e compaixão. Mas, ao mesmo tempo, havia algo no pedido dele que tocava uma parte de si que ela não queria confrontar. — Victor... — ela começou, mas ele a interrompeu, com um esforço visível para continuar. — Por favor, me deixa terminar. — ele falou, sua voz rouca. — Eu te tirei a pessoa que você mais amava. Baguncei sua vida, e mesmo ferida, você conseguiu acabar comigo. Voc
Com o tempo, mudanças começaram a acontecer. Bruno, que sempre teve interesse apenas nos negócios, arrumou uma namorada e se viu envolvido por uma paixão que nunca havia sentido antes. Após apenas três meses, fez o pedido de casamento, que aconteceu na praia, com a presença de todos os familiares. Bruno se tornou tão dedicado à esposa quanto era ao trabalho. Maurício, por sua vez, começou a delegar os negócios a Bruno. Decidiu que era hora de curtir mais a família e os netos — dois, no total. Agora, ele ansiava para que Bruno lhe trouxesse mais netos. A família de Lorenzo se afastou dos negócios. Refizeram suas vidas e não mantinham mais tanta ligação com os Catalano. Após a morte de Lorenzo, acharam melhor se distanciar por questões de segurança. A família de Marco seguiu o mesmo caminho. Giovanni não se importou com a decisão deles; respeitou e continuou cuidando de tudo. Contud
Rebecca apertou com mais força a mão de Matteo, que olhava para o médico apavorado. A criança foi cercada por pessoas de jaleco. O pavor de Rebecca só crescia, a tal ponto que ela tremia. — Matteo… — falou com as mãos tremendo. Ele nada disse, apenas segurava a mão dela com força. — Por favor… — disse Matteo finalmente, com os olhos marejados. O bebê finalmente chorou. O casal suspirou de alívio e se abraçou. O médico, com um ar de cansaço, foi até eles com o bebê no colo. — Ele só passou um pouco da hora. — disse o médico, entregando o bebê a Rebecca. — Aqui, fica um pouco com ele. Logo vamos levá-lo para fazer exames. — Ele está bem? — perguntou Rebecca, chorosa. — Sim, mas precisamos fazer alguns exames. — respondeu o médico. Rebecca olhou para o seu bebê, que estava se acalm
As primeiras semanas de vida de Dario foram um turbilhão de descobertas e adaptações. Seu pequeno corpo parecia frágil, mas ele demonstrava uma força surpreendente a cada dia. Nos primeiros dias, ele se acostumou com o mundo fora do útero, onde o conforto e a segurança que conhecia antes deram lugar a uma realidade mais vibrante e cheia de estímulos. A luz suave do quarto, os sons suaves da casa e o calor dos braços de Rebecca e Matteo eram tudo o que ele conhecia, e era ali que se sentia mais seguro. Dario passava a maior parte do tempo dormindo, seu sono tranquilo, interrompido apenas pelo som da mamadeira ou pelo toque suave de sua mãe, que o acordava para as frequentes mamadas. O leite materno, nutrindo seu corpo frágil, parecia ser tudo o que ele precisava. Cada pequeno movimento de sua boca ao sugar era uma lembrança de que, apesar de tão pequeno, ele estava começando a entender o mundo ao seu redor. Rebecca observava cada um de seus movimentos com olhos atentos. Ela notava,
A inauguração Era Domingo e na frente do restaurante haviam três pessoas, um homem e duas mulheres.Os três se juntaram para reformar o restaurante temático Anos 80. Tinha a fachada vermelha com letreiro neon escrito Madonna, em seu interior as paredes era azul Tiffany com quadros de grandes artistas da época e discos fazendo a decoração, o piso era xadrez branco e azul Tiffany igual às paredes, havia bancos de couro vermelho e mesas brancas, balcão com bancos altos, ventilador de teto, lustres redondos, pista de dança com piso de madeira, área de jogos com pinball, fliperama e dardos, e até mesmo uma jukebox havia ali.Estava lindo, de longe já dava pra ver que o lugar era muito acolhedor. Um ambiente familiar cheio de nostalgia. O Restaurante ficava no Queens onde eles viviam. Rebecca, Antony e Samantha, os proprietários.Rebecca era jovem, negra, tinha os cabelos cacheados bem pretos, os olhos castanhos escuro redondos e um sorriso largo. Era uma jovem muito bonita, o rosto del
Adeus, SamanthaA música na jukebox ainda tocava, mas bem baixo para não incomodar os vizinhos. Os três estavam limpando o restaurante. Rebecca já tinha limpado as mesas e estava agora passando o mop, quase terminando para ir ajudar os outros dois que estavam na cozinha. Rebecca estava doida para ir para a cozinha; aqueles dois estavam muito quietos, a fofoca deveria ser das boas, pensava ela. Mas na cozinha não estava rolando conversa alguma, apenas uma troca de olhares, cheia de lágrimas de felicidade, um pouco por conta da noite que foi maravilhosa e um pouco pela conversa que eles tinham tido no bar. Estavam planejando como contar para Rebecca, não poderia ser um segredo, não mais. Rebecca entrou na cozinha soltando um suspiro. — Terminei lá fora, gente, que noite! — Disse ela com aquele sorriso maravilhoso no rosto. — Bora! Deixem de segredinho e contem o que está rolando. — Disse cutucando Antony, que lavava a louça, enquanto Samantha enxugava e fazia pilhas. Ela os conheci
Conte nossa história Os dois saíram juntos do restaurante e seguiram para casa. Os vizinhos estavam lá, já sabendo que eles iriam embora. Abraçaram e beijaram a jovem, dizendo que seria melhor mesmo não ficar ali, que era para mandar notícias, que tudo ia ficar bem e, se quisesse voltar, eles estariam ali. Realmente eram ótimos vizinhos e, aos poucos, foram embora. Rebecca subiu para seu quarto, onde Maurício estava fazendo suas malas.— Peraí, vocês estão falando sério sobre irmos embora? Eu não posso ir para um lugar que não conheço, Maurício. — Puxou a mala que estava em cima da cama para perto de si. — Rebecca, você não pode ficar aqui, é perigoso. Já perdemos a Samantha, e o planejado não era esse. Era para vocês irem juntas para casa, então, antes que algo mais dê errado, nós vamos embora. O jatinho já está pronto. — Puxou a mala de volta e começou a arrumar novamente. Ela ficou ali parada, sem entender. Antony entrou no quarto, catou tudo o que conseguiu numa braçada só e jo
Mamãe sabe?Rebecca acordou e ainda estava em voo. Estava meio zonza e ficou quieta, observando Antony e Maurício resolvendo umas coisas que ela não fazia ideia do que eram. Ela percebeu que logo também teria que estar envolvida nos assuntos da família, mas como faria aquilo?Começou a ficar com medo, e quando está com medo, ela começa a mexer as mãos. Maurício e Antony já tinham percebido que ela havia acordado, mas continuaram suas tarefas. Então, Maurício percebeu as mãos dela. Ela apertava os dedos, ele sabia o que era. Foram anos convivendo juntos, então ele a conhecia muito bem, além de que Antony, quando era criança, fazia o mesmo. Fechou o notebook, levantou-se e foi até ela.— Que foi, querida? — perguntou com muita doçura.— Tô com medo, tio. — E riu. — Eu sempre te chamei de tio e acabou que era mesmo. — O sorriso se desfez e o medo voltou.— Sim, sou seu tio. Mas se não se sente confortável com isso, tudo bem, sei que é muita coisa para digerir. Só quero que saiba que você