Rebecca entrou no carro. Matteo esperava por ela, curioso sobre a visita que fizera a Victor.
— Então, como foi? — perguntou ele. — Não sei dizer, ele está péssimo, não sei como ainda está vivo. — Vai deixar ele em paz mesmo? — Vou sim. — passou os dedos na testa, claramente pensativa. — Eu achei que sentiria algo de bom quando o visse minguado, mas não, fiquei com pena dele. Matteo ficou olhando sua feição. Ela estava confusa com os sentimentos que brotavam dentro dela. A testa franzida, a cara de brava, Matteo achou graça e começou a dirigir. — Amor, tudo bem você se sentir confusa com os sentimentos, você precisa seguir em frente. — falou ele com doçura. — Eu não sei como seguir em frente, parece que tenho que fazer algo com ele. — Rebecca, isso foi o que você colocou em sua cabeça. Essa obsessão precisa ser deixada para trás. Seguiram o caminho pVictor segurou a mão de Rebecca e a olhou por um instante, a dor evidente em seus olhos. — Me perdoe, me perdoe por ter tirado sua mãe... — ele falou com esforço, a voz falha, a emoção tomando conta dele. — Se não fosse a minha mãe, a sua estaria aqui. Fui burro, caí na conversa de Lia. Se não fosse por ela, meu pai estaria vivo, meu irmão também... — pausou, tentando recuperar o fôlego. — Aquela mulher destruiu tudo. Destruiu você, a mim... não posso escapar da minha culpa, não posso fazer isso. Rebecca o olhou em silêncio, sentindo um misto de raiva e compaixão. Mas, ao mesmo tempo, havia algo no pedido dele que tocava uma parte de si que ela não queria confrontar. — Victor... — ela começou, mas ele a interrompeu, com um esforço visível para continuar. — Por favor, me deixa terminar. — ele falou, sua voz rouca. — Eu te tirei a pessoa que você mais amava. Baguncei sua vida, e mesmo ferida, você conseguiu acabar comigo. Voc
A inauguração Era Domingo e na frente do restaurante haviam três pessoas, um homem e duas mulheres.Os três se juntaram para reformar o restaurante temático Anos 80. Tinha a fachada vermelha com letreiro neon escrito Madonna, em seu interior as paredes era azul Tiffany com quadros de grandes artistas da época e discos fazendo a decoração, o piso era xadrez branco e azul Tiffany igual às paredes, havia bancos de couro vermelho e mesas brancas, balcão com bancos altos, ventilador de teto, lustres redondos, pista de dança com piso de madeira, área de jogos com pinball, fliperama e dardos, e até mesmo uma jukebox havia ali.Estava lindo, de longe já dava pra ver que o lugar era muito acolhedor. Um ambiente familiar cheio de nostalgia. O Restaurante ficava no Queens onde eles viviam. Rebecca, Antony e Samantha, os proprietários.Rebecca era jovem, negra, tinha os cabelos cacheados bem pretos, os olhos castanhos escuro redondos e um sorriso largo. Era uma jovem muito bonita, o rosto del
Adeus, SamanthaA música na jukebox ainda tocava, mas bem baixo para não incomodar os vizinhos. Os três estavam limpando o restaurante. Rebecca já tinha limpado as mesas e estava agora passando o mop, quase terminando para ir ajudar os outros dois que estavam na cozinha. Rebecca estava doida para ir para a cozinha; aqueles dois estavam muito quietos, a fofoca deveria ser das boas, pensava ela. Mas na cozinha não estava rolando conversa alguma, apenas uma troca de olhares, cheia de lágrimas de felicidade, um pouco por conta da noite que foi maravilhosa e um pouco pela conversa que eles tinham tido no bar. Estavam planejando como contar para Rebecca, não poderia ser um segredo, não mais. Rebecca entrou na cozinha soltando um suspiro. — Terminei lá fora, gente, que noite! — Disse ela com aquele sorriso maravilhoso no rosto. — Bora! Deixem de segredinho e contem o que está rolando. — Disse cutucando Antony, que lavava a louça, enquanto Samantha enxugava e fazia pilhas. Ela os conheci
Conte nossa história Os dois saíram juntos do restaurante e seguiram para casa. Os vizinhos estavam lá, já sabendo que eles iriam embora. Abraçaram e beijaram a jovem, dizendo que seria melhor mesmo não ficar ali, que era para mandar notícias, que tudo ia ficar bem e, se quisesse voltar, eles estariam ali. Realmente eram ótimos vizinhos e, aos poucos, foram embora. Rebecca subiu para seu quarto, onde Maurício estava fazendo suas malas.— Peraí, vocês estão falando sério sobre irmos embora? Eu não posso ir para um lugar que não conheço, Maurício. — Puxou a mala que estava em cima da cama para perto de si. — Rebecca, você não pode ficar aqui, é perigoso. Já perdemos a Samantha, e o planejado não era esse. Era para vocês irem juntas para casa, então, antes que algo mais dê errado, nós vamos embora. O jatinho já está pronto. — Puxou a mala de volta e começou a arrumar novamente. Ela ficou ali parada, sem entender. Antony entrou no quarto, catou tudo o que conseguiu numa braçada só e jo
Mamãe sabe?Rebecca acordou e ainda estava em voo. Estava meio zonza e ficou quieta, observando Antony e Maurício resolvendo umas coisas que ela não fazia ideia do que eram. Ela percebeu que logo também teria que estar envolvida nos assuntos da família, mas como faria aquilo?Começou a ficar com medo, e quando está com medo, ela começa a mexer as mãos. Maurício e Antony já tinham percebido que ela havia acordado, mas continuaram suas tarefas. Então, Maurício percebeu as mãos dela. Ela apertava os dedos, ele sabia o que era. Foram anos convivendo juntos, então ele a conhecia muito bem, além de que Antony, quando era criança, fazia o mesmo. Fechou o notebook, levantou-se e foi até ela.— Que foi, querida? — perguntou com muita doçura.— Tô com medo, tio. — E riu. — Eu sempre te chamei de tio e acabou que era mesmo. — O sorriso se desfez e o medo voltou.— Sim, sou seu tio. Mas se não se sente confortável com isso, tudo bem, sei que é muita coisa para digerir. Só quero que saiba que você
Início da VingançaRebecca foi a primeira a acordar, se arrumou e ficou esperando os outros acordarem. Não demorou muito e todos estavam alimentados e pegando a estrada. Dessa vez, mandaram um motorista; Maurício foi na frente e os irmãos atrás. Pareciam crianças, apontando para tudo, rindo e conversando. Rebecca adorou a paisagem; na verdade, ela adorou tudo o que estava vendo e achou tudo lindo.Demorou, mas chegaram. A casa ficava muito afastada da cidade e era enorme. Tinha um portão alto de ferro e, atrás dele, um caminho com árvores de cada lado. No final do caminho, havia uma fonte de mármore branco e, atrás, estava a mansão. Havia cinco degraus até a entrada de mármore branco, duas colunas também de mármore branco, dois jarros de plantas grandes e a porta ficava entre os jarros, uma enorme porta de madeira escura. As janelas eram da mesma madeira da porta, as paredes eram de pedra e algumas janelas tinham uma pequena varanda com plantas suspensas. O jardim ao redor de onde est
O JantarRebecca acordou de um sono pesado no final da tarde com Antony chamando-a. Já eram 17:00 horas, e ela precisava se arrumar para o jantar. Giovanni havia organizado um jantar com toda a família, inclusive a família "de negócios". Ele queria apresentar a filha e começar a planejar os próximos passos.— Becca, você tem que levantar para se arrumar — disse Antony quando ela abriu os olhos.— O quê? Para quê? — disse Rebecca, ainda zonza.— O jantar que papai organizou. Todo mundo vai estar lá. Seu quarto está cheio de presentes — disse ele, olhando para o canto repleto de pacotes. — Acho que você pode usar algo novo hoje — sugeriu, mexendo nos presentes.— Tem muita coisa aqui. Nunca recebi tantos presentes — falou, levantando-se devagar.— Venha abrir. Tô curioso — disse ele, sorrindo.Ela se aproximou, e começaram a abrir os presentes. Aos poucos, ela foi se animando. Havia de tudo: livros, perfumes, roupas, maquiagem, flores e até uma chave, embora ela não soubesse se era de c
A Reunião Quando Rebecca saiu da cama, já passava das 13h. A governanta a acordara, e assim que Rebecca abriu os olhos, a mulher escancarou as cortinas, deixando a luz inundar o quarto. Rebecca, irritada, se cobriu até a cabeça e tentou se acomodar novamente na cama.— Não, não, não, pode levantar! — ordenou a governanta, puxando o lençol sem cerimônia.— Pelo amor de Deus! — exclamou Rebecca, com os cabelos desgrenhados.— Você está péssima! — comentou a mulher de maneira natural, entregando a Rebecca uma caneca de café bem forte. — Tome, isso vai te ajudar.— Obrigada. Humm, tá gostoso — murmurou Rebecca, tomando um gole.— Então, o que vai fazer hoje? — perguntou a governanta.— Eu não faço ideia. O que faz uma filha de mafioso? — Rebecca respondeu, com um sorriso irônico.— Casa, tem filhos e anda por aí bem bonita — disse a governanta, empurrando Rebecca para fora da cama.— Nem pense nisso! — retrucou Rebecca, sentando-se à mesa que havia em seu quarto, e atacando as torradas q