Os CatalanoIr à cabana estava deixando todos animados. Fazia muito tempo que Giovanni não se empolgava ou tirava um tempinho para sair de casa e fazer algo diferente. Antony estava adorando a ideia de passar um tempo com a família, agora que estava completa.Iam todos à cabana: o pai, a irmã, os tios, Lourenço, Marco e Maurício. Fazia anos que isso não acontecia, os irmãos reunidos. Claro, eles falariam de trabalho, e muito, mas mesmo assim daria para aproveitar.De todos os tios, Antony era mais próximo de Maurício. Na mesma época em que a mãe de Antony estava grávida dele, a esposa de Maurício também estava, mas, infelizmente, a gravidez foi interrompida. Isso foi muito triste para todos e abalou profundamente Maurício. Após esse acontecimento, Maurício e a esposa foram passar um tempo com Giovanni, e acabaram se apegando ao menino.Maurício ama Antony como se fosse seu próprio filho, criaram uma conexão forte e bonita. Giovanni é muito grato por isso, pois, ao assumir os negócios
A CabanaDias se passaram até que todos fossem à cabana, localizada bem distante de casa. Quando Rebecca avistou a construção, não conseguiu conter o pensamento: “Uau!”. Para os Catalano, era um lugar simples, mas a simplicidade era apenas aparente.A cabana era enorme, com dois andares. Toda feita de madeira, tinha uma rede na entrada e, no segundo andar, uma pequena varanda com duas espreguiçadeiras. O interior também era de madeira, mas ao contrário do que Rebecca imaginava, não havia móveis antigos ou um estilo retrô. O ambiente era surpreendentemente moderno: a sala possuía um sofá espaçoso, tapetes cobertos de almofadas, e uma lareira. A cozinha americana tinha uma mesa para seis pessoas, e uma porta de vidro revelava o quintal mais lindo que Rebecca já havia visto.No quintal, havia uma fogueira cercada por cadeiras de madeira, e um caminho de pedras que descia até um rio, onde um barco e um pequeno píer completavam a paisagem. No segundo andar, havia três quartos: dois de casa
Em volta da fogueiraMaurício, Marco e Antony chegaram à noite, após resolverem algumas questões relacionadas aos ataques que a família sofreu. Eles tiveram que organizar o enterro e decidir o futuro da filha de Ricco, que havia sobrevivido. Felizmente, era uma menininha de apenas três anos, então não se lembraria de nada.Ao entrarem em casa, perceberam que estava tudo muito quieto. Verificaram os quartos e, ao constatarem que estava tudo em ordem, desceram. Viram que havia comida separada no balcão e a fogueira estava acesa. Eles avivaram o fogo e começaram a arrumar as coisas do lado de fora.Estavam famintos, então sentaram-se e começaram a preparar as salsichas na fogueira. A noite estava fria, e a fogueira os mantinha aquecidos.Após um breve descanso, Rebecca acordou. Ela estava de pijama, então colocou um roupão e calçou as pantufas, querendo ficar o mais aquecida possível. Olhou pela janela e viu a movimentação em torno da fogueira. Olhou para o lado e viu Matteo deitado, dor
19971997 não foi um ano fácil para Giovanni. Sua esposa estava gravemente doente, e ele ainda tinha negócios importantes para resolver. Lilian havia sido diagnosticada com câncer de pele e lutava contra a doença há muito tempo. Mal conseguia cuidar do filho pequeno, Antony, que tinha apenas dois anos na época. Tudo o que ela desejava era passar um tempo com a família.Com o passar do tempo, ficava cada vez mais evidente que essa batalha não duraria muito. Giovanni queria desesperadamente ficar ao lado da esposa, mas precisou ir a Nova Iorque para resolver alguns problemas. Embora planejasse ficar fora por apenas uma semana, a ideia de se ausentar o atormentava.Como combinado, Giovanni foi para Nova Iorque. Apenas três dias haviam se passado, e ele já estava louco para voltar para casa. Todos os dias ligava para falar com Lilian, com seu pai e com o filho, sempre em busca de notícias sobre a saúde da esposa e para manter o pai informado.No quarto dia em Nova Iorque, Giovanni consegu
Samantha e Giovanni Mesmo após a recusa, Giovanni e Samantha continuaram a se falar, mesmo quando ele não estava em Nova Iorque. Sempre que estava na cidade, fazia questão de encontrá-la.Em casa, Giovanni se esforçava para ser presente com o filho e a mãe. Sempre jantava com eles, colocava o filho para dormir e passava tempo com sua mãe. No trabalho, ele era tão dedicado quanto era como pai.Certo dia, Giovanni recebeu uma mensagem de Milani, convidando-o para um encontro. Imediatamente, Giovanni ligou para os irmãos e sócios, convocando uma reunião.No dia da reunião, Giovanni informou a todos sobre a mensagem que havia recebido e pediu a opinião deles. Todos sabiam o que aquilo significava: Milani queria se associar a Giovanni. No entanto, nenhum deles gostava de Milani, muito menos de sua maneira de conduzir os negócios. Após uma longa conversa, chegaram à conclusão de que não deveriam aceitar nenhum tipo de vínculo com ele. Giovanni decidiu seguir essa recomendação, pois até seu
A LigaçãoNo dia seguinte, foram almoçar. Samantha já estava no local combinado, o mesmo restaurante com mesas na calçada. Giovanni desceu do carro, carregando um buquê de lírios, as flores favoritas de Samantha.— Você está linda.— Estou de calça jeans e camiseta, olha o exagero — disse ela, sorrindo enquanto se levantava para um abraço.— Você está sempre linda. E essas flores são para você — ele entregou o buquê a Samantha.— São lindas, Giovanni. Obrigada. Vou colocá-las ao lado da minha cama.Sentaram-se e pediram um café. Conversaram por um tempo, mas dava para perceber que estavam sem jeito de falar o que realmente importava, algo que não combinava com eles.Quando os assuntos triviais acabaram, o silêncio tomou conta. Surgiu uma timidez nunca antes vista entre os dois. Ambos estavam nervosos. Giovanni então segurou a mão de Samantha, a olhou nos olhos e sorriu.— Por que estamos assim? Nem combina com a gente.— Eu não sei, eu... eu não sei — gaguejou Samantha, apertando a m
A chegada de SamanthaPoucas horas depois, Giovanni despertou assustado com o telefone tocando. Havia adormecido ali mesmo, na poltrona do seu escritório.— Alô?— Giovanni... — a voz de Samantha soou do outro lado da linha, carregada de lágrimas.— O que houve? — perguntou ele, preocupado.— Minha avó, Giovanni... — ela soluçou.Giovanni entendeu imediatamente. Passou a mão no rosto e respirou fundo.— Não se preocupe com nada, pode ficar tranquila.— Eu tô sozinha aqui, Giovanni... — Samantha continuava a chorar.— Não, você não está. Confia em mim.— Eu confio... — ela respirou fundo. — Preciso ir.Ela desligou a ligação. Giovanni, então, começou a fazer uma série de telefonemas. Em poucas horas, alguém já estava no hospital com Samantha. As contas foram pagas, o funeral organizado. Ela não teria que se preocupar com nada.Giovanni não podia largar tudo e ir vê-la, não dessa vez.E tudo o que Samantha queria era ele por perto. A raiva começou a crescer dentro dela.James tentou jus
PositivoNa manhã seguinte, Samantha acordou um pouco mais disposta. Trocou de roupa e desceu. Na cozinha, Verônica e o pequeno Antony estavam tomando café.— Bom dia — disse Samantha, com um sorriso no rosto, enquanto se sentava.— Bom dia, Sam. Está melhor? Giovanni disse que você estava meio indisposta ontem.— Estou bem melhor. Acho que foi o cansaço.— Bom, aqui você não vai precisar se preocupar com nada. Descanse e se recupere. Sei o quanto é difícil superar o luto. Aliás, a gente não supera, a gente se acostuma. Eu sofri muito quando perdi o pai do Giovanni, que Deus o tenha — disse Verônica, levantando as mãos para o céu e fazendo o sinal da cruz.— Foi muito difícil? Desculpa perguntar.— E como foi. Mas eu estava rodeada de gente que cuidou de mim, então acabou sendo mais fácil.— Entendi. Bom, vamos dar tempo ao tempo.— Você vai ficar bem, pode acreditar — sorriu Verônica.— Giovanni ainda dorme?— Não, Giovanni está no escritório. Pedi para prepararem algo para ele comer