19971997 não foi um ano fácil para Giovanni. Sua esposa estava gravemente doente, e ele ainda tinha negócios importantes para resolver. Lilian havia sido diagnosticada com câncer de pele e lutava contra a doença há muito tempo. Mal conseguia cuidar do filho pequeno, Antony, que tinha apenas dois anos na época. Tudo o que ela desejava era passar um tempo com a família.Com o passar do tempo, ficava cada vez mais evidente que essa batalha não duraria muito. Giovanni queria desesperadamente ficar ao lado da esposa, mas precisou ir a Nova Iorque para resolver alguns problemas. Embora planejasse ficar fora por apenas uma semana, a ideia de se ausentar o atormentava.Como combinado, Giovanni foi para Nova Iorque. Apenas três dias haviam se passado, e ele já estava louco para voltar para casa. Todos os dias ligava para falar com Lilian, com seu pai e com o filho, sempre em busca de notícias sobre a saúde da esposa e para manter o pai informado.No quarto dia em Nova Iorque, Giovanni consegu
Samantha e Giovanni Mesmo após a recusa, Giovanni e Samantha continuaram a se falar, mesmo quando ele não estava em Nova Iorque. Sempre que estava na cidade, fazia questão de encontrá-la.Em casa, Giovanni se esforçava para ser presente com o filho e a mãe. Sempre jantava com eles, colocava o filho para dormir e passava tempo com sua mãe. No trabalho, ele era tão dedicado quanto era como pai.Certo dia, Giovanni recebeu uma mensagem de Milani, convidando-o para um encontro. Imediatamente, Giovanni ligou para os irmãos e sócios, convocando uma reunião.No dia da reunião, Giovanni informou a todos sobre a mensagem que havia recebido e pediu a opinião deles. Todos sabiam o que aquilo significava: Milani queria se associar a Giovanni. No entanto, nenhum deles gostava de Milani, muito menos de sua maneira de conduzir os negócios. Após uma longa conversa, chegaram à conclusão de que não deveriam aceitar nenhum tipo de vínculo com ele. Giovanni decidiu seguir essa recomendação, pois até seu
A LigaçãoNo dia seguinte, foram almoçar. Samantha já estava no local combinado, o mesmo restaurante com mesas na calçada. Giovanni desceu do carro, carregando um buquê de lírios, as flores favoritas de Samantha.— Você está linda.— Estou de calça jeans e camiseta, olha o exagero — disse ela, sorrindo enquanto se levantava para um abraço.— Você está sempre linda. E essas flores são para você — ele entregou o buquê a Samantha.— São lindas, Giovanni. Obrigada. Vou colocá-las ao lado da minha cama.Sentaram-se e pediram um café. Conversaram por um tempo, mas dava para perceber que estavam sem jeito de falar o que realmente importava, algo que não combinava com eles.Quando os assuntos triviais acabaram, o silêncio tomou conta. Surgiu uma timidez nunca antes vista entre os dois. Ambos estavam nervosos. Giovanni então segurou a mão de Samantha, a olhou nos olhos e sorriu.— Por que estamos assim? Nem combina com a gente.— Eu não sei, eu... eu não sei — gaguejou Samantha, apertando a m
A chegada de SamanthaPoucas horas depois, Giovanni despertou assustado com o telefone tocando. Havia adormecido ali mesmo, na poltrona do seu escritório.— Alô?— Giovanni... — a voz de Samantha soou do outro lado da linha, carregada de lágrimas.— O que houve? — perguntou ele, preocupado.— Minha avó, Giovanni... — ela soluçou.Giovanni entendeu imediatamente. Passou a mão no rosto e respirou fundo.— Não se preocupe com nada, pode ficar tranquila.— Eu tô sozinha aqui, Giovanni... — Samantha continuava a chorar.— Não, você não está. Confia em mim.— Eu confio... — ela respirou fundo. — Preciso ir.Ela desligou a ligação. Giovanni, então, começou a fazer uma série de telefonemas. Em poucas horas, alguém já estava no hospital com Samantha. As contas foram pagas, o funeral organizado. Ela não teria que se preocupar com nada.Giovanni não podia largar tudo e ir vê-la, não dessa vez.E tudo o que Samantha queria era ele por perto. A raiva começou a crescer dentro dela.James tentou jus
PositivoNa manhã seguinte, Samantha acordou um pouco mais disposta. Trocou de roupa e desceu. Na cozinha, Verônica e o pequeno Antony estavam tomando café.— Bom dia — disse Samantha, com um sorriso no rosto, enquanto se sentava.— Bom dia, Sam. Está melhor? Giovanni disse que você estava meio indisposta ontem.— Estou bem melhor. Acho que foi o cansaço.— Bom, aqui você não vai precisar se preocupar com nada. Descanse e se recupere. Sei o quanto é difícil superar o luto. Aliás, a gente não supera, a gente se acostuma. Eu sofri muito quando perdi o pai do Giovanni, que Deus o tenha — disse Verônica, levantando as mãos para o céu e fazendo o sinal da cruz.— Foi muito difícil? Desculpa perguntar.— E como foi. Mas eu estava rodeada de gente que cuidou de mim, então acabou sendo mais fácil.— Entendi. Bom, vamos dar tempo ao tempo.— Você vai ficar bem, pode acreditar — sorriu Verônica.— Giovanni ainda dorme?— Não, Giovanni está no escritório. Pedi para prepararem algo para ele comer
A inauguração Era Domingo e na frente do restaurante haviam três pessoas, um homem e duas mulheres.Os três se juntaram para reformar o restaurante temático Anos 80. Tinha a fachada vermelha com letreiro neon escrito Madonna, em seu interior as paredes era azul Tiffany com quadros de grandes artistas da época e discos fazendo a decoração, o piso era xadrez branco e azul Tiffany igual às paredes, havia bancos de couro vermelho e mesas brancas, balcão com bancos altos, ventilador de teto, lustres redondos, pista de dança com piso de madeira, área de jogos com pinball, fliperama e dardos, e até mesmo uma jukebox havia ali.Estava lindo, de longe já dava pra ver que o lugar era muito acolhedor. Um ambiente familiar cheio de nostalgia. O Restaurante ficava no Queens onde eles viviam. Rebecca, Antony e Samantha, os proprietários.Rebecca era jovem, negra, tinha os cabelos cacheados bem pretos, os olhos castanhos escuro redondos e um sorriso largo. Era uma jovem muito bonita, o rosto del
Adeus, SamanthaA música na jukebox ainda tocava, mas bem baixo para não incomodar os vizinhos. Os três estavam limpando o restaurante. Rebecca já tinha limpado as mesas e estava agora passando o mop, quase terminando para ir ajudar os outros dois que estavam na cozinha. Rebecca estava doida para ir para a cozinha; aqueles dois estavam muito quietos, a fofoca deveria ser das boas, pensava ela. Mas na cozinha não estava rolando conversa alguma, apenas uma troca de olhares, cheia de lágrimas de felicidade, um pouco por conta da noite que foi maravilhosa e um pouco pela conversa que eles tinham tido no bar. Estavam planejando como contar para Rebecca, não poderia ser um segredo, não mais. Rebecca entrou na cozinha soltando um suspiro. — Terminei lá fora, gente, que noite! — Disse ela com aquele sorriso maravilhoso no rosto. — Bora! Deixem de segredinho e contem o que está rolando. — Disse cutucando Antony, que lavava a louça, enquanto Samantha enxugava e fazia pilhas. Ela os conheci
Conte nossa história Os dois saíram juntos do restaurante e seguiram para casa. Os vizinhos estavam lá, já sabendo que eles iriam embora. Abraçaram e beijaram a jovem, dizendo que seria melhor mesmo não ficar ali, que era para mandar notícias, que tudo ia ficar bem e, se quisesse voltar, eles estariam ali. Realmente eram ótimos vizinhos e, aos poucos, foram embora. Rebecca subiu para seu quarto, onde Maurício estava fazendo suas malas.— Peraí, vocês estão falando sério sobre irmos embora? Eu não posso ir para um lugar que não conheço, Maurício. — Puxou a mala que estava em cima da cama para perto de si. — Rebecca, você não pode ficar aqui, é perigoso. Já perdemos a Samantha, e o planejado não era esse. Era para vocês irem juntas para casa, então, antes que algo mais dê errado, nós vamos embora. O jatinho já está pronto. — Puxou a mala de volta e começou a arrumar novamente. Ela ficou ali parada, sem entender. Antony entrou no quarto, catou tudo o que conseguiu numa braçada só e jo