Em volta da fogueiraMaurício, Marco e Antony chegaram à noite, após resolverem algumas questões relacionadas aos ataques que a família sofreu. Eles tiveram que organizar o enterro e decidir o futuro da filha de Ricco, que havia sobrevivido. Felizmente, era uma menininha de apenas três anos, então não se lembraria de nada.Ao entrarem em casa, perceberam que estava tudo muito quieto. Verificaram os quartos e, ao constatarem que estava tudo em ordem, desceram. Viram que havia comida separada no balcão e a fogueira estava acesa. Eles avivaram o fogo e começaram a arrumar as coisas do lado de fora.Estavam famintos, então sentaram-se e começaram a preparar as salsichas na fogueira. A noite estava fria, e a fogueira os mantinha aquecidos.Após um breve descanso, Rebecca acordou. Ela estava de pijama, então colocou um roupão e calçou as pantufas, querendo ficar o mais aquecida possível. Olhou pela janela e viu a movimentação em torno da fogueira. Olhou para o lado e viu Matteo deitado, dor
19971997 não foi um ano fácil para Giovanni. Sua esposa estava gravemente doente, e ele ainda tinha negócios importantes para resolver. Lilian havia sido diagnosticada com câncer de pele e lutava contra a doença há muito tempo. Mal conseguia cuidar do filho pequeno, Antony, que tinha apenas dois anos na época. Tudo o que ela desejava era passar um tempo com a família.Com o passar do tempo, ficava cada vez mais evidente que essa batalha não duraria muito. Giovanni queria desesperadamente ficar ao lado da esposa, mas precisou ir a Nova Iorque para resolver alguns problemas. Embora planejasse ficar fora por apenas uma semana, a ideia de se ausentar o atormentava.Como combinado, Giovanni foi para Nova Iorque. Apenas três dias haviam se passado, e ele já estava louco para voltar para casa. Todos os dias ligava para falar com Lilian, com seu pai e com o filho, sempre em busca de notícias sobre a saúde da esposa e para manter o pai informado.No quarto dia em Nova Iorque, Giovanni consegu
Samantha e Giovanni Mesmo após a recusa, Giovanni e Samantha continuaram a se falar, mesmo quando ele não estava em Nova Iorque. Sempre que estava na cidade, fazia questão de encontrá-la.Em casa, Giovanni se esforçava para ser presente com o filho e a mãe. Sempre jantava com eles, colocava o filho para dormir e passava tempo com sua mãe. No trabalho, ele era tão dedicado quanto era como pai.Certo dia, Giovanni recebeu uma mensagem de Milani, convidando-o para um encontro. Imediatamente, Giovanni ligou para os irmãos e sócios, convocando uma reunião.No dia da reunião, Giovanni informou a todos sobre a mensagem que havia recebido e pediu a opinião deles. Todos sabiam o que aquilo significava: Milani queria se associar a Giovanni. No entanto, nenhum deles gostava de Milani, muito menos de sua maneira de conduzir os negócios. Após uma longa conversa, chegaram à conclusão de que não deveriam aceitar nenhum tipo de vínculo com ele. Giovanni decidiu seguir essa recomendação, pois até seu
A LigaçãoNo dia seguinte, foram almoçar. Samantha já estava no local combinado, o mesmo restaurante com mesas na calçada. Giovanni desceu do carro, carregando um buquê de lírios, as flores favoritas de Samantha.— Você está linda.— Estou de calça jeans e camiseta, olha o exagero — disse ela, sorrindo enquanto se levantava para um abraço.— Você está sempre linda. E essas flores são para você — ele entregou o buquê a Samantha.— São lindas, Giovanni. Obrigada. Vou colocá-las ao lado da minha cama.Sentaram-se e pediram um café. Conversaram por um tempo, mas dava para perceber que estavam sem jeito de falar o que realmente importava, algo que não combinava com eles.Quando os assuntos triviais acabaram, o silêncio tomou conta. Surgiu uma timidez nunca antes vista entre os dois. Ambos estavam nervosos. Giovanni então segurou a mão de Samantha, a olhou nos olhos e sorriu.— Por que estamos assim? Nem combina com a gente.— Eu não sei, eu... eu não sei — gaguejou Samantha, apertando a m
A chegada de SamanthaPoucas horas depois, Giovanni despertou assustado com o telefone tocando. Havia adormecido ali mesmo, na poltrona do seu escritório.— Alô?— Giovanni... — a voz de Samantha soou do outro lado da linha, carregada de lágrimas.— O que houve? — perguntou ele, preocupado.— Minha avó, Giovanni... — ela soluçou.Giovanni entendeu imediatamente. Passou a mão no rosto e respirou fundo.— Não se preocupe com nada, pode ficar tranquila.— Eu tô sozinha aqui, Giovanni... — Samantha continuava a chorar.— Não, você não está. Confia em mim.— Eu confio... — ela respirou fundo. — Preciso ir.Ela desligou a ligação. Giovanni, então, começou a fazer uma série de telefonemas. Em poucas horas, alguém já estava no hospital com Samantha. As contas foram pagas, o funeral organizado. Ela não teria que se preocupar com nada.Giovanni não podia largar tudo e ir vê-la, não dessa vez.E tudo o que Samantha queria era ele por perto. A raiva começou a crescer dentro dela.James tentou jus
PositivoNa manhã seguinte, Samantha acordou um pouco mais disposta. Trocou de roupa e desceu. Na cozinha, Verônica e o pequeno Antony estavam tomando café.— Bom dia — disse Samantha, com um sorriso no rosto, enquanto se sentava.— Bom dia, Sam. Está melhor? Giovanni disse que você estava meio indisposta ontem.— Estou bem melhor. Acho que foi o cansaço.— Bom, aqui você não vai precisar se preocupar com nada. Descanse e se recupere. Sei o quanto é difícil superar o luto. Aliás, a gente não supera, a gente se acostuma. Eu sofri muito quando perdi o pai do Giovanni, que Deus o tenha — disse Verônica, levantando as mãos para o céu e fazendo o sinal da cruz.— Foi muito difícil? Desculpa perguntar.— E como foi. Mas eu estava rodeada de gente que cuidou de mim, então acabou sendo mais fácil.— Entendi. Bom, vamos dar tempo ao tempo.— Você vai ficar bem, pode acreditar — sorriu Verônica.— Giovanni ainda dorme?— Não, Giovanni está no escritório. Pedi para prepararem algo para ele comer
Surpresas à VistaGiovanni estava em seu escritório quando recebeu um telefonema que não lhe agradou. Um de seus homens informou que Augusto Milani estava entrando em contato com alguns de seus sócios, tentando a todo custo fazer negócios. Giovanni contatou seus sócios; alguns deles se sentiam desconfortáveis com as ações de Milani. Para tranquilizá-los, ele disponibilizou segurança e também entrou em contato com os irmãos e seus aliados, que também não gostaram do que estava acontecendo, fazendo todos ficarem em alerta.Augusto Milani não era um homem confiável; era capaz de acabar com qualquer um por nenhum ou qualquer motivo. Ele podia ser invasivo e importuno, não possuía a fineza que se esperava da máfia. Por isso, era mal visto por várias pessoas, que preferiam os métodos dos Catalano.Os Catalano eram extremamente discretos, educados e confiáveis. Qualquer tipo de desavença que chegasse até eles era resolvida de maneira limpa e justa. Milani nunca seria bem-sucedido se permanec
Jogos de aparência James observava Lia há dias, notando pequenos gestos que, aos poucos, deixavam claro o que ela estava tentando fazer. A maneira como se aproximava de Giovanni, os elogios disfarçados de preocupação, o olhar que demorava um segundo a mais do que o necessário. Seguiu-a até o quarto, entrou e fechou a porta com um pouco mais de força do que o normal. Ela o olhou, surpresa com o tom pesado em seu semblante. — O que foi, James? — disse ela, como se não soubesse o que estava prestes a acontecer. — O que você acha que está fazendo, Lia? — ele foi direto, cruzando os braços, com os olhos fixos nela.Ela tentou manter o controle, esboçando um sorriso descontraído. — Eu não sei do que está falando.James a olhou ainda mais sério, deixando claro que não estava para jogos. — Não se faça de desentendida. Eu te vi. Sei o que você está tentando fazer. E vou deixar uma coisa muito clara: não vou permitir que continue. Eu não sou cego, Lia. E Giovanni também não é. Ele só es