Capítulo 5

Início da Vingança

Rebecca foi a primeira a acordar, se arrumou e ficou esperando os outros acordarem. Não demorou muito e todos estavam alimentados e pegando a estrada. Dessa vez, mandaram um motorista; Maurício foi na frente e os irmãos atrás. Pareciam crianças, apontando para tudo, rindo e conversando. Rebecca adorou a paisagem; na verdade, ela adorou tudo o que estava vendo e achou tudo lindo.

Demorou, mas chegaram. A casa ficava muito afastada da cidade e era enorme. Tinha um portão alto de ferro e, atrás dele, um caminho com árvores de cada lado. No final do caminho, havia uma fonte de mármore branco e, atrás, estava a mansão. Havia cinco degraus até a entrada de mármore branco, duas colunas também de mármore branco, dois jarros de plantas grandes e a porta ficava entre os jarros, uma enorme porta de madeira escura. As janelas eram da mesma madeira da porta, as paredes eram de pedra e algumas janelas tinham uma pequena varanda com plantas suspensas. O jardim ao redor de onde estavam era muito bonito, bem cuidado e florido. Rebecca estava encantada com o lugar.

— Bem-vinda à sua nova casa — disse Antony.

— Vou precisar de um mapa — disse ela, sorrindo para o irmão. Ele concordou e sorriu de volta.

— Olha ali a Maria, já está esperando por nós.

Maria era a governanta e estava de pé em frente à porta. O carro parou e os três desceram. Maria veio na direção deles.

— Vão para a cabana, o pai de vocês está lá. Vá depressa!

Entraram no carro novamente e o motorista dirigiu rapidamente. A cabana ficava bem distante da casa. Rebecca se perguntava o que mais teria naquele lugar e por que seu pai estava esperando tão longe, além de por que todos estavam calados. Um clima tenso se formou, mas ela não queria perguntar nada. Sabia que era sério.

Quando chegaram, havia uma cabana bem bonita, mas não entraram; deram a volta. Rebecca começou a ouvir vozes alteradas, mas não sabia o que estava acontecendo. Aproximando-se mais, viu vários homens ali, que logo notaram a presença deles. Atrás dos homens, havia uma cadeira e alguém estava sentado e amarrado. Antony segurou o braço de Rebecca, fazendo-a parar. Os homens saíram da frente e ela viu o homem que apontou a arma para sua mãe, o homem que atirou nela e virou sua vida de cabeça para baixo.

— Achei que estivesse morto — falou ela, apontando para ele, com a voz trêmula.

— Gêmeos — disse Antony. — Victor morreu lá em Nova Iorque. Esse é Tadeu.

Um homem aproximou-se e começou a explicar:

— Seguimos ele naquela noite, senhor, mas o local estava muito bem guardado. Resolvemos recuar e fazer ele acreditar que tinha despistado a gente. Eles iam atacar no enterro, mas estávamos preparados. Trouxemos ele para o senhor.

Antony começou a andar na direção do homem amarrado e começou a rir. Uma risada de dar medo. Enquanto Antony ria olhando para Tadeu, Rebecca se aproximou lentamente e ficou diante do homem. Uma fúria começou a brotar dentro dela.

— Rebecca, esse é nosso presente para você. O que você quiser será feito — disse um homem que estava saindo da cabana.

— Giovanni — disse Maurício, entregando um envelope e dando um abraço em seguida.

— Como podem ver, essa jovem é minha filha, que esse maldito e sua família de porcos ousaram ameaçar. E fracassaram, como fazem em tudo ao longo de suas vidas patéticas. Minha filha perdeu a mãe por causa desses porcos desgraçados. Uma filha sem mãe não pode existir. — Giovanni falava com uma voz fria, mas dava para sentir o ódio crescendo dentro dele. Começou a andar na direção dos filhos. — Hoje estou triste e feliz ao mesmo tempo. Estou triste porque conheço a dor de enterrar a mãe, e feliz porque hoje tenho meus filhos comigo e posso me vingar de quem os atacou. O que você quiser será feito — disse para ela quando enfim chegou bem perto.

Rebecca estava ali de pé, fervendo de raiva. Avançou até o homem e lhe deu um tapa tão forte que a cadeira virou, fazendo-o cair e bater a cabeça no chão. Ele já estava bem machucado, tinha apanhado muito, mas Rebecca não se importava. Estava em cima dele, batendo loucamente e gritando. Nunca havia sentido nada parecido; era uma explosão de raiva. Agarrou o homem pela camisa e começou a sacudir, fazendo-o bater a cabeça no chão, e parou. Estava encolhida em cima dele, chorando muito.

— Por quê? Por que tirou ela de mim?

Eram suas únicas palavras; só perguntava e chorava. Antony se aproximou e a levantou, mas ela não conseguiu ficar de pé; só conseguia chorar e perguntar "por quê?". Antony fez sinal para um homem que estava bem atrás, perto de onde o pai saiu. O homem se aproximou.

— Leve-a para casa — disse ele ao homem, e virou-se para a irmã. — Deixe-me fazer isso por você. Deixe que eu vingue a morte de Samantha — suplicou ele.

— Faça-o sofrer, faça-o sofrer bem lentamente — disse Rebecca, ainda em lágrimas. — Quero vê-lo morrer. Quero poder olhar nos olhos dele quando der seu último suspiro.

Antony concordou, fez um sinal e o homem carregou Rebecca e a levou para o carro, que seguiu para a mansão. Os homens que estavam ali ficaram felizes com o pedido de Rebecca.

— Não esperava isso dela — disse Maurício para Giovanni.

— Isso prova ainda mais que é minha filha. Antony, não decepcione sua irmã! — disse Giovanni, incentivando.

Havia mais de vinte homens ali e com certeza passariam horas torturando, seguindo o pedido da filha do chefe.

O carro estacionou novamente em frente à mansão. Rebecca ainda estava abalada, mas conseguia ficar de pé. Mesmo assim, o homem que a havia tirado de lá a ajudou a entrar. Passaram direto e subiram, entrando em um quarto bem grande. Havia presentes por todos os lados. O homem a colocou sentada em uma cadeira próxima e começou a tirar os presentes da cama.

— Desculpe, senhora, Maria já está vindo te ajudar — disse ele correndo de um lado para o outro.

— Mas de quem são todos esses presentes? Que sorte! — falou Rebecca, se levantando para ajudar o homem.

— Nada disso! — surgiu uma voz enérgica. — Nem pense nisso, sente-se.

Rebecca e o homem tomaram um susto. Ela obedeceu à mulher, que logo começou a discutir com o homem em italiano. Rebecca não entendia nada. Só reparou que era a governanta, que estava ali furiosa arrumando tudo depressa.

— Desculpe, senhora — falou a mulher, arrumando a roupa. — Como pode ver, a casa hoje está um pouco agitada. Sou Maria, a governanta, e este é Matteo; ele será um de seus seguranças. Devo lembrá-la de que não pode sair sem a permissão de seu pai ou de seu irmão, e de forma alguma deve sair sozinha.

— Tony me falou sobre isso. Maria, este quarto é meu? — perguntou ela, curiosa.

— Claro, senhora. Por que não está satisfeita? — perguntou a governanta, preocupada em agradar.

— Não é isso, mas não é muito grande para mim? Eu só tenho três malas, duas com roupas e uma com livros e alguns pertences.

— Senhora, aqui é a sua casa. Você é filha de Giovanni Catalano; isso aqui não é nada — falou, como se ele fosse uma celebridade. Ela não o conhecia, mas pôde entender o quanto ele era importante por ali. — Queríamos arrumar o quarto para deixá-lo mais ao seu gosto, mas decidimos esperar você chegar para poder escolher tudo e deixar do seu jeito.

— Eu amei o quarto, os móveis, tudo. Só achei muito grande.

— Bobagem, logo estará preenchendo-o com suas coisas. Falar nisso, esses presentes são seus; os convidados enviaram como boas-vindas. E suas coisas estarão arrumadas até o final do dia, não se preocupe. — Entrou uma empregada no quarto, trazendo uma bandeja com um copo de água e um pote com comprimidos. — Beba, isso vai te ajudar a dormir um pouco. Quando acordar, estará renovada.

Rebecca tomou o remédio e deitou na cama. Todos se retiraram e ela dormiu.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo