A catedral estava completamente cheia, todos estavam presentes para a celebração dos cinco casamentos. Rafaela e Renato renovariam seus votos, seus três filhos casariam e também sua sobrinha Kiara com seu sobrinho Afonso.
Os homens estavam a postos se preparando para a surpresa que fariam para suas mulheres, inicialmente a surpresa era apenas para Rafaela, mas como todos de repente pareceram interessados em casar então a surpresa seria para todas as noivas.
Os fotógrafos nunca estiveram tão empolgados com uma cerimonia de casamento. Ainda mais quando reunia dois irmãos que passaram mais de vinte anos sem se falar. Desde o escândalo que levou Guilherme a ficar seis anos preso, a imprensa agia como abrutes, ávidos pela guerra entre os irmãos, mas decepcionara
Renato andava de um lado para outro, impaciente. Estava no jardim da sua mansão onde aconteceria seu casamento com Susana Paiva, a mulher que amava. Só estava fazendo-na esperar porque o pedido veio de seu melhor amigo, Iago Guimarães. Deveria ser algo importante,
Renato caminhou desesperado por toda a decoração de seu casamento, tudo parecia com ela, as rosas eram vermelhas contornando todo o tapete da mesma cor, os detalhes também eram todos nessa cor encarnada. Tudo tinha sido escolhido por ela, ele sempre tinha lhe feito todas as vontades, todos os caprichos, e olha no que havia dado? Ela nem sequer o respeitou, o atraiçoou duas vezes, uma por ter estado com outro homem, outra por esse homem ser seu irmão e maior inimigo, era triste para ele dizer aquilo, seu próprio irmão como pior inimigo, mas ele tampouco escolheu aquilo como destino, jamais provocou a ira de seu irmão, pelo contrário, sempre foi a vítima passiva da história, porque nem conseguia reagir a tanto ódio sem sentido. Foi até a garagem aberta e lá estava ela, que abriu
Renato despertou, pensava ter tido apenas um pesadelo, daqueles bem ruins, se seu rosto não estivesse tão dolorido, ao ponto de ele mal conseguir abrir a boca. Deus, isso é real.Estava num lugar úmido e sombrio, deitado no chão sobre alguma coisa dura, que devia ser de palha, tentou mover-se, mas não conseguia, nos tornozelos havia cordas, bem como nos pulsos, que se encontravam presos em suas costas.— Que porra é essa? — tentou falar, mas além da dor na mandíbula, sua garganta estava seca. Aquilo não podia estar acontecendo, podia? E ele que havia pensado ser a pessoa mais infeliz do mundo, naquele exato momento lhe vei
— Se você encostar um dedo em mim, seu filho da puta, pode se considerar um homem morto.— Ah, é? E é você que me diz isso ou pretende chamar o irmãozinho pra te defender? — Mauro disse com ar de deboche.— Com você me entendo sozinha, fique longe de mim.— Quanto mais difícil pra mim, melhor é.— Acorde desse sonho, eu pra você não sou difícil, sou impossível.
Iago bebericava seu uísque, estava afogando suas mágoas sozinho na mesa de um bar, pensando no quanto a vida podia ser injusta, se sentindo culpado pelo sumiço de seu amigo, porque se ele não tivesse levado aquelas malditas fotos, naquele momento seu amigo não estaria desaparecido, sabia Deus onde, ferido ou morto, ele nem ao menos conseguia imaginar essa hipótese sem sentir uma dor dilacerante no peito. Seu amigo estava vivo, ele sentia isso.Várias mulheres passavam por ele, acenando, mandando beijinhos, algumas até se aproximavam, era natural, já que possuía uma beleza exótica, moreno de olhos verdes, grande e musculoso, mas com o humor em que ele se encontrava, estava espantando todas.Até que ele avistou uma morena que acabava de chegar, estava conversando num grupo de amigo
Rafaela acordou ao amanhecer, como a família fazia todos os dias naquela casa, com os galos cantando, o aroma delicioso de café, tudo tão característico, como amava o seu lar.Levantou, foi tomar um banho, vestiu um vestido de algodão com estampa floral que marcava a cintura e caía solto, colocou um shortinho também de algodão por baixo, porque iria andar de bicicleta e queria estar a vontade.Foi para a cozinha, sua mãe já estava lá, tinha um incrível cheiro de bolo de milho e pão caseiro, então ela deu um beijo na bochecha de sua mãe e um bom dia, sentou à mesa da cozinha, se serviu de café, bolo e um pedaço de pão de batata doce. Seu pai e seu irmão também sentaram, depois de dar beijos nela e desejar um bom dia. Rafaela pedalava o mais depressa possível para chegar logo à sua fazenda, chamar o seu irmão e entrarem o quanto antes na Picape para buscar Renato.Que belo nome, que belos olhos cor de âmbar — pensou, mas logo recobrou a consciência, isso não era hora para estar pensando no quanto o homem era lindo e nem que ele tinha dito que ela era seu anjo, Deus, se seu irmão ouvisse isso riria do rapaz e diria que ela estava mais para pequeno demônio. Riu ao imaginar a cena.Precisava ajudá-lo, ela ficou com um aperto no peito tamanha era a vulnerabilidade que encontrou naqueles lindos olhos, também viu uma carência ali, só queria ficar ali com ele lhe abraçando, dizendo que tudo ficaria bem.Renato resolveu então Capítulo 7
— Posso saber que porra é essa? Onde ele está?— Senhor, ele escapou. Dedin e Lacraia apareceram cada um com um punhal cravado no peito. Não sei que merda foi essa, já que eles estavam armados, o cara com certeza teve ajuda pra escapar, estava amarrado e muito ferido.— Bando de incompetentes, é o que vocês são. Onde vocês estavam quando isso tudo aconteceu?— Estava na nossa hora de descanso, chefe, e eles nos substituíram.— Não tentem me fazer de otário. Eles me ligaram quando chegaram aqui; dizendo que o preso tinha fugido e o posto estava vazio. — Os homens perderam a cor.