Capítulo 5

Iago bebericava seu uísque, estava afogando suas mágoas sozinho na mesa de um bar, pensando no quanto a vida podia ser injusta, se sentindo culpado pelo sumiço de seu amigo, porque se ele não tivesse levado aquelas malditas fotos, naquele momento seu amigo não estaria desaparecido, sabia Deus onde, ferido ou morto, ele nem ao menos conseguia imaginar essa hipótese sem sentir uma dor dilacerante no peito. Seu amigo estava vivo, ele sentia isso.

Várias mulheres passavam por ele, acenando, mandando beijinhos, algumas até se aproximavam, era natural, já que possuía uma beleza exótica, moreno de olhos verdes, grande e musculoso, mas com o humor em que ele se encontrava, estava espantando todas.

Até que ele avistou uma morena que acabava de chegar, estava conversando num grupo de amigos, todos riam do que ela falava, ela parecia contagiar com sua alegria. Era de uma pessoa assim que ele precisava para esquecer seus problemas, nem que fosse por alguns instantes, então quando ela se virou em sua direção, ele a encarou.

Olhou descaradamente dando a entender que estava a fim de algo, então pegou no seu copo e fez um brinde em direção a ela, ela sorriu ao encará-lo e depois desviou o olhar, tímida. Ela era linda, alta, esbelta, com curvas certas e tentadoras, tinha uns olhos negros enormes e expressivos num rosto delicado de boneca.

Juliana Torres saiu do expediente exaustivo, aquele hospital estava um caos hoje, só queria chegar em casa e descansar os pés, amava sua profissão, mas não deixava de ser cansativo demais às vezes. A tentação do inimigo sempre aparecia, ou dos amigos, ligando, implorando, dizendo que sem ela não iria ter graça nenhuma, e nisso eles estavam certos, ela colocava o terror quando saíam, com sua animação e piadas espertas. Então deu uma passadinha rápida em casa para tomar um banho, escolher um vestidinho básico e colocar uma corzinha no rosto e ir para a diversão.

Chegando lá, estacionou seu Toyota Yaris cor vermelha e encontrou com uma turma de colegas, alguns do trabalho e outras garotas do colégio interno onde estudou, entraram no barzinho estilo pub inglês e escolheram uma mesa, mas continuaram em pé e ela começou com seu show, tinha sempre um dom de contar histórias cotidianas as fazendo parecer interessantes, porque colocava sempre um toque de humor, e confessava: tinha um mau hábito horrível de imitar as pessoas.

Foi aí que avistou um morenaço que estava numa mesa ao lado, as mulheres olhavam para ele descaradamente, acenavam, soltavam beijos, Deus, como elas eram tolas, tudo bem que ele era lindo, mas daí a ser tão óbvias, já era demais, homens não gostavam daquilo.

Ele estava sozinho na mesa e ela estava pasma, sim, ele estava olhando para ela, ela até olhou para trás para ver se não havia outra mulher ali para ele estar olhando, mas não, atrás dela tinha vários homens e uma parede, então ele levantou sua bebida numa saudação e ela teve a certeza, o bonitão estava lhe dando mole. Ela então pensou que seria uma ótima oportunidade para dar uns beijinhos, se imaginou beijando e amassando aquele pedaço de mau caminho, mas claro, não iria até a mesa dele, se ele quisesse ia ter que se aproximar.

Foi aí que foi buscar umas bebidas, aquela rodada era dela. Quando chegou ao balcão, sentiu uma mão em sua cintura, olhou para trás e ele estava lá, o homem era ainda mais bonito de perto, que olhos verdes eram aqueles? Se destacavam muito em sua pele morena.

— Oi, posso te pagar uma bebida?

Ela sorriu, não, não iria se fazer de difícil. Tinha limite para tudo, com aquele homem era impossível ser difícil, e além de tudo era cheiroso.

Está bem, deixa só eu ir deixar as bebidas dos meus amigos, senão eles me matam — disse isso e virou em direção a mesa dos amigos. Levou as bebidas numa bandeja e disse a eles que já voltava, caminhou em direção ao balcão pelo pequeno corredor que dava acesso também aos banheiros, antes de chegar, alguém que vinha do lado puxou sua mão, ela virou para ver quem era e lá estava ele, magnífico em sua calça social preta e camisa branca, a roupa se ajustava ao corpo musculoso dele.

Estava com um ar sério, olhar penetrante, antes que ela pudesse falar alguma coisa, ele a puxou de encontro ao seu peito, pegou em seus cabelos, fazendo um rabo de cavalo com as mãos e a beijou de forma intensa, como se aquele fosse o último dos beijos, sua língua devorava a dela, ele sugava seus lábios, mordiscava, ela estava completamente perdida, que beijo era aquele?!

Que lábios aquele homem tinha, então ela se entregou ao momento e quando deu por si estava sendo carregada ainda entre beijos para o banheiro, não conseguia identificar se era masculino ou feminino, mas tinha um pequeno hall de entrada onde ficava apenas uma pia e espelho.

E era ali que eles estavam e, aliás, ele acabava de trancar a porta, a agarrou, segurando em suas nádegas por debaixo do vestido, ela estava perdida com aquele homem a tocando daquele jeito, voltou a beijá-la, desceu para o pescoço lambendo e mordiscando até chegar aos seus seios que mordiscou também por cima do vestido, arrancando um forte gemido dela.

Então ela resolveu que também queria participar daquela brincadeira, começou a levantar a camisa dele, tocar seu abdômen definido por debaixo dela, seu peitoral duro, arrancando suspiros dele, quando ela desceu as mãos e agarrou seu membro, o apertando, foi a gota d'água para ele, que desafivelou o cinto e baixou a cueca, desvendando seu membro magnífico, sim, não havia outra palavra, o que era aquilo pai?!

Ele colocou a mão dela sobre ele enquanto a beijava, quando estava com a intenção de tirar sua calcinha, ela então percebeu a loucura que estava fazendo, e a droga do seu bom senso teve que funcionar logo naquele momento, a impedindo de dar uma rapidinha num banheiro de bar.

— Você é maravilhosa, e nesse vestido vermelho, é tanta tentação que deveria ser proibida de andar por aí com ele, pode causar acidentes, mulher — falava, mas continuava em ação.

Ela retrocedeu e levantou sua calcinha parcialmente abaixada e abaixou o vestido. Ele olhou para ela, incrédulo.

— Você não vai me deixar nesse estado, vai gata?

Ela o olhou com um olhar de desculpa.

— Sim, vou, sinto muito, isso foi longe demais, nem o conheço, desculpa mesmo, tchau — abriu a porta e saiu correndo deixando para trás um homem literalmente na mão, mas por incrível que pudesse parecer, ele ficou gargalhando, incrédulo.

Que mulher!

Juliana saiu do banheiro atônita, tentando se recompor no caminho até onde seus amigos estavam, se despediu dizendo que estava realmente muito cansada, droga, tinha que sair dali, antes que ele aparecesse, não tinha coragem de encará-lo outra vez.

Foi até seu Toyota e deu partida para casa, imaginando, por que tinha que ser tão idiota afinal de contas? Por que não transou com o cara? Saiu correndo dali como uma freirinha assustada, porra, maldito colégio interno que a deixou tanto tempo fora da realidade mundana, todo mundo devia fazer sexo nos banheiros públicos, não devia? E que pênis era aquele?

Em pensar que só tinha transado na vida com o idiota do Marco, ele na frente daquele Deus grego, era o quê? Nada. Por que tinha de ser tão certinha? Ficou pensando no que ele ia ficar pensando dela, que não ia mais ter chance alguma com ele se fizesse aquilo, mas que burra, de qualquer forma nunca mais teria ele mesmo.

Era provável que nunca mais voltassem a se ver, então por que demônios não aproveitou e tirou o atraso? Tudo bem que estava pensando que seria nojento fazer sexo naquele banheiro público ou que talvez ele não tivesse preservativos. E se alguém chegasse?

Imbecil, era o que ela estava se achando agora. Por quantos anos teria que se masturbar pensando naquele homem com aquele pênis até esquecê-lo? E esquecer que o deixou para trás durinho da silva.

Não, talvez nunca se recuperasse daquele trauma.

A vontade que teve na hora que ele o colocou para fora foi de abocanhá-lo com toda a vontade que tinha até ele gozar no fundo da sua garganta. Que pensamentos eram aqueles que ela estava tendo? Droga, nunca tinha feito sexo oral antes, e estava pensando que deveria ter feito com um estranho num banheiro nojento de bar. Louca, era o que ela estava ficando.

Ainda bem que nunca mais iria voltar a vê-lo.


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