Delicados raios solares irromperam pelo vidro da janela sem cortina, obrigando um jovem de cabelos recém tingidos de castanho e bagunçados, a acordar de um sono curto e sem sonhos. Ainda não conseguia dormir bem, mesmo com o auxílio dos medicamentos, mas estava disposto a abandoná-los assim que sua vida se estabilizasse.
Esfregou os olhos ainda sonolento, espreguiçou-se e ergueu-se devagar, procurando pelo relógio que ganhara de seu advogado na última vez em que se encontraram. Fechou os olhos, sorrindo ao relembrar de suas palavras e, incentivado, ergueu-se pronto para iniciar sua nova vida.
“– Aproveite cada minuto de sua nova vida.” Repetiu para si mesmo as palavras de Dmitry, apertou o relógio entre os dedos e sorriu. Naquele dia, teria sua primeira aula na universidade de Toronto, seu sonho de formar-se em medicina parecia finalmente, realizável.
A pequena in
Pesadas botas negras tocaram a neve branca que se acumulava naquele ambiente aberto, quase inóspito, uma chuva fina caia esfriando ainda mais o ar quase rarefeito enquanto os olhos treinados de John observavam com dificuldade a vastidão banca e nevada ao redor, que quase o impossibilitavam de discernir os desníveis da região.Sua respiração quente causando vapor ao entrar em contato com o ar frio, o clima do Himalaia ainda afetava um pouco sua adaptação e o que mais queria naquele momento era algo para aquecer a garganta, nem que fosse uma dose de vodca pura. Seus orbes azuis voltaram-se a porta de metal a sua frente, era camuflada e coberta do gelo, camuflando-se sob aquela brancura.Por fora, parecia apenas um banker pequeno e subterrâneo, semelhante aos armazéns utilizados por construtores para proteger-se de ataques em tempos de guerra, porém, assim que
Os poucos raios de sol começavam a clarear as terras frias do Himalaia quando John chegou à base militar, sentia-se exausto por não conseguir descansar pois, passara a noite em claro, a ansiedade lhe tomara ao ponto de não conseguir parar de pensar no projeto já em andamento e quando deu por si, o dia já amanhecia. Entrou no laboratório, encontrando as luzes acesas e deparou-se com a doutora Sakurai parada em frente a um dos contêineres, fitando-o seriamente.– Você n&a
Pelo canto do olho, John observava a doutora Sakurai fazer algumas anotações, seus olhos negros fitavam a pequena hibrida com seriedade, as sobrancelhas franzidas e uma expressão preocupação. Apenas dois dias se passaram e ela parecia cada vez mais sobrecarregada, a sensação de nunca conseguir ler seus pensamentos ainda o incomodava, mas aos poucos, começava a ler suas emoções. Gostaria de poder a ajudar, sabia o motivo de sua preocupação: Joan não era perfeita. A probabilidade de receber uma ordem de execução parecia cada vez mais real, e mesmo tendo sido instru&i
Quando a manhã finalmente chegou, um longo bocejo escapou pelos lábios de Lyns enquanto erguia-se ainda sonolenta, moveu a cabeça lentamente notando que dormira sobre sua mesa de trabalho e coçou os olhos tentando se situar, mas a dor latejante em sua têmpora a impossibilitava de fazer essa simples ação. Virou-se para John e sorriu resmungando algo sobre seus cabelos bagunçados.Os dois haviam passado a noite inteira no laboratório analisando as informações que já tinham dos espécimes anteriores, xingando o general – recentemente apelidado de “dono da porr* toda” &ndas
O dia seguinte amanheceu com uma pequena nevasca, a longa planície esbranquiçada despontava ao horizonte e a tensão dentro da base militar chegava a ser palpável. Depois do que aconteceu naquele laboratório, nenhum dos dois conseguia mais confiar em ninguém naquele lugar além deles mesmos. E, tentando não se prender nesse assunto, a cientista decidiu começar o dia fazendo uma bateria de exames nas duas jovens hibridas.Lyns estava tensa, apertava com preocupação as luvas cirúrgicas que retirara minutos antes enquanto fitava Joan diretamente. Aos poucos, a consciência do que ocorre
Aquele não era um bom momento, devido a situação envolvendo Raniya, mas depois de muito refletir e não chegar a um consenso sobre o que fariam com ela, decidiram por ignorar momentaneamente sua periculosidade e assim, a ideia de observá-las em sociedade veio à mente da doutora. Os espécimes se desenvolviam rápido, ao ponto de no decorrer de poucas horas distraídos, poderiam ter perdido algo grandioso. Então, precisavam fazer os testes o mais rápido possível antes que a sociabilidade se tornasse um problema.Poderiam sair um pouco das instalações, colocar as meninas em contato co
Enquanto caminhavam pelo parque, pelo canto do olho, podia ver os olhos azuis da “irmã” a fitando magoados, era obvio que ela queria se aproximar mais daquelas meninas, mas não poderia permitir tal coisa, seria muito arriscado. Era instintivamente protetora e mesmo que tivesse o sofrimento de vê-la chorar, preferia isto ao ter a possibilidade colocar sua segurança em perigoQuando reencontrou com os “pais”, seus orbes acinzentados fixaram-se imediatamente na menina de longos fios encaracolados que conversava com um homem mais velho, sua visão estreitou-se e apertou a mão da “irmã” com força, pressentindo que algo não estava como deveria ser.
Um novo dia amanhecia, os poucos raios solares tentando aquecer o ambiente, soldados com seus fardamentos verde chumbo, andavam de um lado para o outro, retirando suprimentos de dentro dos jipes de trabalho, pouco conversavam entre si e mantinham o ritmo constante, concentrados em suas próprias funções. Dentro do laboratório principal, duas pequenas espécimes dormiam em suas camas improvisadas, uma delas, de semblante mais sério, parecia estar tendo sonhos agitados e remexia-se lentamente, mas aos poucos, acalmava-se ao sentir as pequenas mãos da outra enroscando-se em seu corpo, era fofinha e carinhosa, desarmando a irmã irritadiça. Tal cena podia ser vista somente por duas pessoas no mundo, seus responsáveis, que se derretiam ao vê-las daquela forma, esquecendo-se completame