Maitê BellO dia do evento finalmente chegou, e, por mais que minha mente tentasse vagar para as entrevistas de faculdade e a espera angustiante pelas respostas, eu me obriguei a focar no presente. Eu estava com um trabalho importante em mãos e precisava desse pagamento mais do que nunca. Além disso, ver minha amiga Stayce mais animada me dava um alívio enorme. Parecia que, ao menos em parte, ela estava tentando deixar os problemas com Antony de lado para focar em algo positivo. Eu sabia que ela ainda tinha um longo caminho até admitir que aquele relacionamento não era exatamente bom, mas agora ao menos ela parecia estar se dando conta de que não podia ficar dando satisfação a Antony sobre tudo.Eu ainda me arrumava no espelho, ajustando o uniforme impecável, quando uma mensagem dela surgiu na tela do celular:[Stay]: Maitê, você já está pronta? Me espera na entrada da empresa.Respondi com um breve “Já estou a caminho!” e saí do apartamento, sentindo a adrenalina tomar conta de mim.
Entrei no carro de Amélia com um suspiro. Ela, sempre pontual e impecável, já estava me esperando com um sorriso suave, que sabia que não era apenas um gesto de cortesia. Desde que começamos esse nosso “acordo ardente”, ela havia se tornado uma companhia ideal para eventos como esse, afastando com uma facilidade invejável as pessoas inconvenientes e, ao mesmo tempo, reforçando a imagem de que, talvez, algum dia, o casamento entre nós poderia se concretizar. Sabíamos que isso nunca iria acontecer, mas para todos os outros, parecia a aliança perfeita.— Outro evento chato, Amélia. Um fardo necessário, apenas — comentei, fingindo desânimo, enquanto ela ajeitava o vestido e ria de leve.— Você sempre fala isso, mas eu adoro estar ao seu lado nessas ocasiões. Faz parte do jogo, não faz? — Ela deu um sorriso de canto, ajustando o colar no pescoço. Era esperta, e essa combinação de confiança e charme era uma das coisas que me fazia tê-la sempre por perto.Assim que chegamos à empresa, desci
Maitê BellPor um momento, fiquei sem palavras. Gregório Smith estava mesmo aqui, falando comigo como se fosse a coisa mais normal do mundo. Era surreal. Meu coração martelava e eu não sabia se conseguia esconder o nervosismo que parecia me dominar. Ele era tudo o que eu esperava e, ao mesmo tempo, mais do que imaginava. Vê-lo de perto, com aquela postura calma e aquele olhar que parecia atravessar qualquer camada de proteção que eu tentasse erguer, me deixava completamente desconcertada.— Aceita me fazer companhia por alguns minutos? Prometo que depois você pode voltar ao trabalho e não vou mais atrapalhá-la, mas... eu gostaria de te fazer uma proposta — ele disse, a voz suave e segura, cada palavra calculada para manter meu foco nele.Uma proposta? Eu o encarei, sem entender, e um sorriso lento surgiu em seu rosto. Ele tinha esse ar misterioso, como se estivesse acostumado a ver as pessoas reagirem a ele com fascínio, mas, naquele momento, não conseguia esconder um leve brilho de d
Maitê BellEu mal conseguia respirar quando voltei ao meu posto na entrada do evento. Cada passo parecia pesar uma tonelada, e meu coração ainda batia rápido demais. As palavras de Gregório ecoavam na minha mente como um martelo: "150 mil dólares por uma noite." Como ele podia pensar que eu aceitaria algo assim? E como eu podia estar aqui, de pé, ainda tentando processar tudo?É um absurdo, pensei. Mas, mesmo assim, a ideia teimava em voltar.Stayce notou minha expressão assim que me aproximei. Ela estava distraída com o movimento dos convidados, mas a preocupação no olhar dela era óbvia.— Maitê, o que aconteceu? Você está pálida! — perguntou, se inclinando ligeiramente em minha direção.Tentei desconversar, mas ela persistiu. E, no fundo, eu sabia que precisava falar com alguém. Respirei fundo, ajustei o crachá no meu uniforme e comecei a contar. Cada palavra parecia sair com dificuldade, mas logo toda a história estava ali, no ar. O convite dele, a proposta ardente, minha recusa. F
Maitê BellEu mal conseguia respirar quando voltei ao meu posto na entrada do evento. Cada passo parecia pesar uma tonelada, e meu coração ainda batia rápido demais. As palavras de Gregório ecoavam na minha mente como um martelo: "150 mil dólares por uma noite." Como ele podia pensar que eu aceitaria algo assim? E como eu podia estar aqui, de pé, ainda tentando processar tudo?É um absurdo, pensei. Mas, mesmo assim, a ideia teimava em voltar.Stayce notou minha expressão assim que me aproximei. Ela estava distraída com o movimento dos convidados, mas a preocupação no olhar dela era óbvia.— Maitê, o que aconteceu? Você está pálida! — perguntou, se inclinando ligeiramente em minha direção.Tentei desconversar, mas ela persistiu. E, no fundo, eu sabia que precisava falar com alguém. Respirei fundo, ajustei o crachá no meu uniforme e comecei a contar. Cada palavra parecia sair com dificuldade, mas logo toda a história estava ali, no ar. O convite dele, a proposta, minha recusa. Falei tud
Maitê BellEu não queria ser esse tipo de pessoa, eu realmente não queria. Pelo menos, era o que eu ficava repetindo para mim mesma enquanto via o salão começar a se esvaziar. As luzes suavemente diminuindo, as despedidas formais, as conversas dos últimos convidados. A noite estava quase no fim, e eu ainda estava lutando com a ideia que martelava na minha cabeça desde que Stayce falou. "Por que não?"A verdade era que ela tinha razão. Tudo fazia sentido de uma forma prática e brutal. Não era sobre sentimentos, romance ou ideais. Era sobre resolver problemas reais. Minha avó precisava de tratamento. Eu precisava da faculdade. E Gregório Smith? Bem, ele não era apenas o tipo de homem que qualquer mulher poderia desejar, ele era o tipo que fazia a ideia de ceder parecer menos uma rendição e mais uma oportunidade — ou seja, essa era uma das oportunidades que quase ninguém pensaria duas vezes, então… eu precisava parar com toda essa idealização dentro da minha cabeça o quanto antes.Eu su
Gregório SmithEu já estava aceitando o fracasso.Era frustrante, claro, e muito além do que eu estava acostumado. Cinco vezes. Eu havia tentado me aproximar de Maitê cinco vezes, apenas para ser barrado. Não era algo que acontecia comigo. Na verdade, eu não conseguia lembrar a última vez em que uma mulher havia sequer hesitado em aceitar um convite meu. Mas Maitê... ela era diferente. Ela me enfrentava com uma firmeza que eu não via há muito tempo, e isso, mais do que qualquer outra coisa, me deixava fascinado.Depois da última tentativa, cheguei a considerar uma abordagem mais agressiva. Talvez uma oferta maior, algo que não pudesse ser recusado. Um milhão de dólares, talvez. Quem em sã consciência diria não a isso? Mas, mesmo enquanto pensava nisso, sabia que não era só sobre dinheiro. Ela era orgulhosa e inteligente. E, por mais que o dinheiro resolvesse boa parte dos problemas dela, Maitê queria ser vista, não comprada.Então, quando vi a noite se aproximando do fim e percebi que
Mason LionEu sempre reconheci a expressão de vitória no rosto de Gregório. Anos ao lado dele, o observando em eventos, reuniões e até nas poucas vezes que relaxava em ambientes mais descontraídos, me ensinaram a notar os sinais. Ele não precisava dizer nada — estava no jeito que caminhava, no olhar que carregava um peso a menos, no sutil levantar dos cantos da boca. Era a confirmação silenciosa de que Gregório tinha conseguido o que queria — como sempre.Então, quando ele se aproximou e pediu que eu cuidasse de Amélia, não fiz perguntas. Apenas assenti, o deixando ir embora sem complicar as coisas. Era evidente que ele lidava com algo pessoal, e sabia que me meter seria algo que… eu não deveria fazer — até porque, eu tinha a leve impressão de que o que quer que fosse, eu não iria preferir não saber.Amélia, no entanto, nunca facilitava o meu trabalho, e mesmo quando eu pedia aos céus para que ela tivesse um pouco de compaixão pela minha alma em dados momentos… Deus parecia não querer