Saímos do chalé e vamos para o restaurante do hotel almoçar, tentava focar no que as minhas amigas haviam de falado. Assim que entramos, o olhar do Henrique cruzou com o meu e ele sorriu ao me ver. Eu estava nervosa, e ao mesmo tempo, queria ver o Henrique. Ele estava lindíssimo, com uma blusa de linho branca e bermuda da mesma cor, além dos cabelos molhados como se tivesse acabado de sair do banho, ou do mar. Henrique era forte e muito bonito.Caminhamos até lá e nos sentamos, os últimos convidados da Carol já haviam chegado e o clima de ansiedade para a cerimônia amanhã já estava no ar. - Estávamos resolvendo alguns últimos detalhes do casamento. - Carol diz abraçando a Mari e mais 2 pessoas que trabalhavam no ateliê com ela além de mais 2 pessoas que trabalhavam com o Fernando. - Oi. - Falo me sentando ao lado do Henrique. - Oi, Cintia. - Ele diz sorrindo. - Cintia, preciso falar com você. - Fernando diz e se levanta indicando que devemos conversar em particular. Pelo tom de
Assim que saímos do mar, ainda rindo e um pouco ofegantes, sinto o calor do sol em nossa pele molhada, e nossos olhares se cruzam, carregados de uma emoção que nem precisamos verbalizar. Henrique passa a mão pelos cabelos molhados, e sinto uma atração irresistível pela naturalidade dele. — Parece que o mar fez bem para nós dois — ele comenta, com um sorriso suave, a voz baixa, como se o momento pedisse silêncio. — Parece mesmo — respondo, ainda sorrindo. Ele segura minha mão de forma espontânea, me guiando para uma área mais afastada da praia, onde algumas palmeiras proporcionam sombra e privacidade. — Quer secar um pouco? — ele pergunta, apontando para uma pequena área mais isolada, onde apenas o som das ondas e o balançar das árvores se misturam. Assinto, e nos sentamos na areia, lado a lado, enquanto tentamos recuperar o fôlego. Henrique ainda segura minha mão, e sinto meus dedos entrelaçados aos dele, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Em um impulso, ele desliza o
Acordei no meio da tarde com o som de batidas suaves na porta. Meu corpo ainda sentia uma leve ardência, um desconforto persistente que denunciava o exagero sob o sol. Me levantei, tirei a toalha e me enrolei no roupão, indo até a porta. Ao abri-la, dei de cara com Ana e Carol, que entraram no quarto com expressões preocupadas. — Henrique falou que você pegou uma insolação — Carol disse, estendendo uma sacola de farmácia. O gesto dela transparecia um carinho que eu sabia ser genuíno. — Está tudo bem, doendo muito? — Ana perguntou, enquanto nos acomodávamos na cama. A atenção delas era confortante, e, por um momento, quase esqueci o incômodo. Baixei um pouco o roupão, expondo a pele que ainda exibia vestígios da vermelhidão. — Estava bem pior mais cedo — expliquei. — Mas Henrique passou um creme que aliviou bastante. Ana arqueou as sobrancelhas, o sorriso provocador aparecendo de imediato. — Interessante… então ele te viu sem roupa? — soltou, e, antes que pudesse me defender, Car
O perfume da Cíntia me invade, e a lembrança do beijo que trocamos ainda está fresca na minha mente. Ela é incrível, doce e tão receptiva que me sinto completamente à vontade ao seu lado. — Não consigo tirar as mãos de você — falo, deixando minhas mãos passearem pelo seu corpo, sentindo a suavidade da pele dela sob meus dedos. — Então não tire — ela responde, e beija meu pescoço com um sorriso que ilumina o ambiente e faz meu coração disparar. A atmosfera ao nosso redor parece eletrificada, e preciso de um pouco mais de privacidade. Não quero dividir esse momento com mais ninguém. — Vamos sair daqui — sugiro, e a ideia de termos um espaço só para nós dois me faz sentir uma onda de expectativa. Ela concorda com um gesto, levantando-se. Eu a sigo, ainda sem acreditar que estamos fazendo isso. A cada passo que damos, meu coração parece mais leve, mais ansioso. O caminho para a área mais isolada é iluminado pela luz suave da lua, e é quase como se o mundo tivesse se reduzido a n
- Acho melhor deixar seu cabelo solto, Cindy. Pra não deixar em evidência a vermelhidão da sua pele. - Ana fala terminando de fazer o último cacho no meu cabelo com o babyliss. Me olho no espelho dando uma olhada na maquiagem e cabelo que a Ana havia arrumado, estava tudo tão lindo. Havíamos pensado em contratar uma cabeleireira e uma maquiadora, mas a Ana fez questão de arrumar o cabelo de todas nós. Então meu quarto tornou-se o lugar onde todas se arrumavam para a festa de casamento que aconteceria em algumas horas. Carol estava sentada em uma poltrona com uma taça de espumante na mão e vestindo um hobbie escrito, “noiva”, todas também estavam com um hobbie de seda enquanto esperávamos a hora de colocar o vestido. - Está lindo, obrigada, Ana. - Falo me levantando da cadeira, para que ela possa fazer o cabelo da Carmem agora. Caminho até o aparador onde estava disposta algumas taças de espumante e pego uma taça, levando o líquido a boca. Eu estava muito dispersa pensando na
Depois de uma cerimônia linda e emocionante, seguimos para o espaço de festa reservado. Era uma estrutura ao ar livre com vista para uma praia de tirar o fôlego. A noite estava clara, a lua cheia iluminava o cenário, e as ondas quebrando ao longe traziam uma tranquilidade que contrastava com as emoções que eu sentia. Assim que chegamos, Henrique se aproxima, tocando levemente minha cintura. O gesto é breve, quase imperceptível, mas suficiente para causar um arrepio inesperado. — Como você está? — ele pergunta, e sua voz soa próxima, baixa, como se o tom suave fosse só para mim. Eu sabia que não poderia evitar Henrique para sempre, mas o desejo que ele despertava em mim era algo que eu mal conseguia disfarçar. Minha mente parecia se embaralhar quando ele estava por perto. — Você está incrível — ele comenta, e um sorriso sincero ilumina seu rosto. — E sua pele está visivelmente melhor. — Ele hesita por um segundo antes de acrescentar, em um tom mais sério: — Sinto que está me evitan
A festa havia durado até metade da madrugada, mas eu já estava de pé bem cedo, pronta para retornar a Minas Gerais. Algumas pessoas ainda passariam alguns dias na ilha, mas eu precisava regressar para casa. Ana e Felipe também iriam comigo, já que ele precisava voltar para a vinícola e ela para o ateliê, enquanto Carol passaria alguns dias em lua de mel com Fernando. — Cíntia, se achar necessário, posso pedir uma medida protetiva para você — disse Henrique, com a voz firme e os olhos presos nos meus, revelando uma preocupação que ele tentava disfarçar. Henrique estava me orientando sobre como proceder na volta para Minas, mantendo a postura profissional que eu mesma pedi. Mesmo assim, era estranho vê-lo tão sério, distante. — Não acho necessário — respondi, tentando aliviar o tom. Eu havia sido casada com Alonso por sete anos. Sabia muito bem do que ele era capaz e agressão, definitivamente, não era uma delas. Ele me insultara da última vez que esteve na fazenda, mas eu sabia
No dia seguinte, o Alonso havia aparecido na fazenda no horário de almoço, mas eu já estava preparada, ele havia mesmo cumprido o que tinha dito, que ele retornaria no dia seguinte. Eu precisava que ele mantivesse distância, ou precisaria sair da fazenda. - Cintia, será que podemos conversar? - Alonso pergunta olhando para o Henrique. Eu havia contado para o Henrique que o Alonso estava aqui quando cheguei de viagem ontem a noite com a Ana e o Felipe, então ele veio para cá e chegou há poucos momentos, timming perfeito. A audiência de conciliação seria amanhã, eu precisava que as coisas fossem resolvidas de forma amigável, caso contrário, o juíz quem bateria o martelo sobre todas as decisões, divórcio e bens. Eu respirei fundo e olhei para o Alonso. A determinação que eu sentia se misturava com uma pitada de apreensão. Queria que essa conversa fosse definitiva, mas não estava certa de que ele estava disposto a colaborar. Ao meu lado, Henrique mantinha uma postura firme, cru