Por Você
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Por: Autora Nalva Martins
Prólogo

Um mês antes...

Luís Renato

Você já sofreu por amor? Foi uma pergunta retórica, afinal, quem nunca? Mas, de verdade, eu acreditei que isso nunca fosse acontecer comigo. Sério, eu pensei que pelo fato de ser um cara legal, bem remunerado e de ter bons amigos fosse o suficiente para ter sorte no amor. Grande engano! Depois que todos saem, depois que a solidão me abraça e depois de uma garrafa de uísque importado, aqui estou eu: ferido, machucado e chorando. Porra, eu estou chorando por causa dela! Como cheguei a esse ponto? Eu, Luís Renato Alcântara, C.E.O. de uma das maiores e mais renomadas empresas de construção e hotelaria, estou literalmente caído ao chão, completamente embriagado e chorando por ela. Mas, aprendi a minha lição. A porra do amor não existe e se existe, não é para todos. Pelo menos não é para mim. Não amarei mais ninguém, nunca mais. Forço-me a levantar do chão e saio do escritório olhando cada canto desse lugar. Um apartamento extremamente luxuoso, comprado há poucos dias para uma vida cheia de amor e uma família com a qual eu tanto sonhei. As lágrimas voltam a inundar os meus olhos e eu sinto ódio de mim mesmo por isso. Sinto ranço desse lugar.

— Odeio você! — digo baixinho e entre dentes. Eu queria realmente odiá-la, queria não ama-la com todas as minhas forças, mas eu a amo. Puto da vida, eu jogo uma garrafa vazia contra uma parede, sentindo uma raiva intensa percorrer as minhas veias e a mesma se estilhaça fazendo um barulho estridente. Determinado a fugir da minha própria dor, eu saio de casa, entro no meu carro e dirijo sem destino. Não quero ficar lá sozinho, não quero mais pensar nela. Passo horas e horas dirigindo sem direção. O trânsito está calmo sob uma noite fria e silenciosa. Estaciono em qualquer lugar e me deparo com uma danceteria. Na fachada algumas luzes em neon brilham formando o desenho de uma garota vestida apenas com uma lingerie, fazendo uma pose de pernas para cima e a cabeça jogada para trás, deixa os cabelos compridos caírem soltos em suas costas. Dou de ombros, desligo o motor e saio do carro sem me preocupar em fechar a porta e ando cambaleante em direção ao prédio de tijolos rabiscados. O som alto e a batida são contagiantes aqui dentro, além das dançarinas que sensualizam em cima de um palco me fazendo sorrir. É isso, uma vida promíscua, livre de qualquer compromisso e principalmente, livre do amor.

Junto ao balcão elegante e envernizado, peço uma garrafa de uísque e um copo. Em seguida vou para uma mesa e aprecio o primeiro gole da madrugada. Meus olhos estão atentos aos corpos femininos suados ou com um brilho a mais da purpurina. A dança lenta exibe partes do seu corpo que chegam a enfeitiçar. Uma morena se aproxima de mim e se senta no meu colo sem me pedir permissão. Ela usa apenas um fio-dental e brilhava com o pó fino colado na pele suada do seu corpo esguio. Ela sorri e sem dizer uma palavra, me beija. Um beijo calmo, cálido e sem emoção alguma, que logo ganhou uma proporção considerável. Deixei que as minhas mãos corressem livres pelo seu corpo, sentindo a sua maciez, o seu calor e o perfume barato, enquanto as suas mãos carinhosas deslizam pela minha barba cheia. O brilho nos olhos maliciosos da garota é convidativo e não demorou para que eu a levasse a um quarto, o melhor da casa e ficássemos entre quatro paredes.

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