Um mês depois... — Jonathan Alcântara, não se atreva! — ralho e corro para longe dele como uma desesperada pela areia branca e fina da praia. Meu marido vem logo atrás de mim, com uma rapidez impressionante e me agarra, se desequilibrando, e cai me levando junto consigo. Não consigo conter a sonora gargalhada. Contudo, ele prende os meus punhos e leva as minhas mãos acima da minha cabeça, montando-me no mesmo instante, inclinando-se só um pouco e o seu rosto fica perto demais do meu. Fecho os meus olhos, livrando-me da intensidade dos seus e me preparo para mais um beijo arrebatador. Contudo, ele não vem e curiosa, volto a abri-los. Sorrio quando encontro o seu sorriso. Ele está me olhando e a sua intensidade continua ali, me mantendo cativa.— Fala — Ele pede e eu finjo confusão.— Falar o que? — Divirto-me com a sua curiosidade.— Você sabe que eu não vou aguentar até de tarde, Bonitinha. Não seja uma garota má —resmunga e o meu sorriso se amplia.— Eu não sei do que está falando,
JonathanQuando se é apenas um adolescente a sua única preocupação é estudar, se formar e um dia ser o melhor, além de olhar, cobiçar e pegar as garotas mais lindas que você conseguir na sua frente. Mas quando o seu coração está flechado e a sua mente amadurece, a sua visão é completamente. Olho para a minha linda família junto aos nossos parentes e amigos. Eles sorriem animados, enquanto conversam e se divertem. As minhas filhas estão correndo pelo imenso e verde jardim, brincando com seus primos. E, cara, como é incrível que elas sejam tão idênticas, assim como os primos. Quais as chances de isso acontecer duas vezes em uma única família? Gravidez de gêmeos univitelinos. Isso é tão... engraçado e ao mesmo tempo impressionante. E acredite, às vezes é difícil dizer quem é quem. É preciso muita atenção para identificá-los. Maitê por exemplo, tem um sinal sutil debaixo do queixo, a Lorena é um pouquinho mais alta que suas irmãs, é algo quase imperceptível e a jade tem um sinal um pouco
Cristal— Mamãe, posso pegar um? — Alan pede de olho nos doces arrumados de forma estratégica sobre as bandejas e automaticamente Arthur, e Alisson se aproximam. Não tem como evitar, eles são como abelhinhas, completamente loucos por doces. Como uma mãe coruja que sou, assinto para eles com um sorriso e cada um pega o seu doce, e saem correndo na direção da porta. Na minha adolescência não me via casada com o Mick, menos ainda construindo uma família com ele, mas poxa, o destino junta as peças e arma cada uma! Quando os meus olhos o viram de uma forma completamente diferente, eu pensei comigo mesma... Me apaixonei, e agora? Rio dos meus pensamentos sem noção. Como sou do tipo que paga pra ver, corri atrás e olha no que deu! Ah, eu estou apaixonada por esse homem a cada dia que se passa e os Mick mirins completam esse sentimento avassalador. Nossa, acordar com seus beijos e a bagunça que eles fazem todas as manhãs na minha cama não tem preço. Por ser a única mulher da casa, sou conside
Um mês antes...Luís RenatoVocê já sofreu por amor? Foi uma pergunta retórica, afinal, quem nunca? Mas, de verdade, eu acreditei que isso nunca fosse acontecer comigo. Sério, eu pensei que pelo fato de ser um cara legal, bem remunerado e de ter bons amigos fosse o suficiente para ter sorte no amor. Grande engano! Depois que todos saem, depois que a solidão me abraça e depois de uma garrafa de uísque importado, aqui estou eu: ferido, machucado e chorando. Porra, eu estou chorando por causa dela! Como cheguei a esse ponto? Eu, Luís Renato Alcântara, C.E.O. de uma das maiores e mais renomadas empresas de construção e hotelaria, estou literalmente caído ao chão, completamente embriagado e chorando por ela. Mas, aprendi a minha lição. A porra do amor não existe e se existe, não é para todos. Pelo menos não é para mim. Não amarei mais ninguém, nunca mais. Forço-me a levantar do chão e saio do escritório olhando cada canto desse lugar. Um apartamento extremamente luxuoso, comprado há poucos
Um mês depois...Luís RenatoAcordo com uma puta dor de cabeça e o mau-humor como sempre é a minha melhor companhia. Forço-me a sair da cama e resmungo enquanto caminho para o banheiro. Mais uma noite de bebedeira e de lamentações. É um inferno! Tomo um banho demorado e espero que a água fria leve para longe de mim a dor que me acompanha como uma sombra negra. Minutos depois, ponho uma roupa informal para mais um dia cheio. Preciso trabalhar, manter a minha mente ocupada. Não pensar nela me dá alguns minutos de paz. É inverno aqui no Rio e os dias se tornam mais frios e chuvosos. No carro, me dedico a ler o jornal e acompanhar as notícias do dia. Nesse momento o meu celular começa a tocar e eu o atendo revirando os olhos com impaciência.— Bom dia, flor do dia! Como está o seu humor nesta manhã? — Marcos Albuquerque, meu sócio e melhor amigo pergunta com o seu familiar humor matinal que me irrita. Bufo em resposta. Odeio esse seu jeito alegre de ser. Porra, o homem é a felicidade em p
Sei que às vezes parece birra de um menino que foi posto de castigo por fazer alguma travessura, mas não é! Observar a minha família feliz, conversando à mesa, assistir os seus sorrisos felizes, cada gesto carinhoso e todo aquele companheirismo. Nada disso me envolve e nem me sensibiliza. A verdade é que eu gostaria que eles me esquecessem, que fingissem que eu não existo. Porra, esses ambientes não fazem mais parte de mim. Lilian, minha irmã caçula me desperta com mais um riso à mesa, e minha mãe a acompanha devido a algo que o meu pai comentou. Não prestei atenção na conversa, porque a minha mente estava em meu escritório particular e na garrafa de uísque escocês que comprei na noite passada. Não vou mentir, estou contando os minutos para que esse jantar em família acabe logo, para eu poder finalmente me refugiar na minha escuridão e finalmente afogar a minha dor em alguns copos.— O que acha, Luís? — Lilian pergunta animada.— O quê? — indago atordoado. — Desculpe, eu não estava pr
Ana JúliaTem momentos na vida que esquecemos de dá valor as pequenas coisas ela nos oferece. Um simples sorriso, o desabrochar das flores, as gostas de chuva que molham à terra sedenta. Nada disso tem valor, até você realmente nota-las. Assim tem sido os meus dias ultimamente. Aprendi a valorizar cada segundo que o ponteiro do relógio insiste em marcar, sem ter um mínimo de dó de mim. Desculpe a minha grosseria! Então, eu penso que posso começar a contar a minha história para vocês assim; meu nome é Ana Júlia Falcão, sou uma garota simples, que mora no subúrbio. Tenho vinte anos, na verdade, quase vinte e um, pois farei aniversário daqui a três meses. Sou morena e meus cabelos são compridos, lisos e negros. Não sou muito alta, mas acho minha estatura legal, tenho um metro e sessenta e cinco de altura. Meu corpo é esguio, mas não sou cheia de curvas. Acho-me bonita e arrisco dizer que atraente também. Normalmente sou uma garota muito alegre e comunicativa e tinha todo o prazer de vive
No elevador, sinto o meu peito se apertar com uma angústia sufocante que não consigo explicar. É como se algo muito ruim tivesse acontecendo nesse exato momento. Apresso os meus passos assim que as portas se abrem e entro no largo corredor do departamento de oncologia, mas quando me aproximo do quarto, vejo a minha amiga cabisbaixa e do lado de fora. Agitada, apresso ainda mais os meus passos, sentindo uma pontada desconfortável em meu peito. Angustiado, meu coração perde o seu ritmo.— O que aconteceu, Mônica? — perguntei com um tom tão baixo, que não tenho certeza se ela me ouviu. Ela ergue a sua cabeça para mim e eu encontro os seus olhos molhados de lágrimas. — Por que você está chorando? Onde está a minha mãe? — pergunto com um desespero contido. Medo, estou afogada nesse sentimento agora.— Os médicos a levaram, Ana — responde com o mesmo tom que acabei de usar. — Eu sinto muito! Ela passou mal e eu não sabia o que fazer. — Olhei nos olhos da minha amiga. Ela tinha uma expressão