À tarde, resolvo levá-la para um passeio de barco, algo que percebi que ela gosta muito. Na volta, paramos em um restaurante à beira-mar e escolhemos salmão defumado com salada verde e um bom vinho para degustar. Estamos mais grudados do que nunca. São beijos e carícias que não acabam mais. Como eu disse, o presente foi mais meu do que dela. Desfrutar da sua presença é mais do que gratificante para mim. No meio da tarde voltamos para o meu apartamento e depois de um banho relaxante, deixo que ela descanse um pouco e eu vou para o meu escritório para uma reunião rápido em chamada de vídeo. No final da tarde a desperto com meus carinhos e beijos e quando ela se fecha dentro do banheiro, aproveito para pegar o presente de Cassandra dentro do closet. O ponho em cima da cama e vou tomar meu banho no banheiro do quarto de hóspedes. Uma hora depois, já estou arrumado e ansioso, mesmo depois de tomar uma pequena dose de uísque, enquanto aguardo a minha noiva surgir na escadaria, mas não vem n
— É mesmo. E eu a pedi em casamento hoje — digo de repente. Meu amigo cospe a bebida e começa a tossir.— Você o quê? —grita a pergunta. Faço um sinal com a cabeça, mostrando a minha pequena rodeada pelas amigas e mostrando o seu anel e ele acompanha o meu olhar.— Pedi a Ana em casamento essa manhã — repeti e Marcos me encarou com espanto.— Você não acha que está indo muito rápido, não? — rosna e eu volto a dar de ombros.— Não acho, Marcos. Nós praticamente já dividimos o mesmo apartamento, o mesmo quarto, a mesma cama.— Eu sei, Luís. Juro que entendo, mas vocês ainda estão se conhecendo, cara e... — Ergo a mão, em um gesto a pedir que pare.— Você não entende, meu amigo — começo a falar. — Existe uma conexão diferente entre nós dois. Sinto que conheço a Ana a minha vida toda, nós nos damos muito bem, nos compreendemos, nos encaixamos, eu sinto que já não sei mais viver sem ela — desabafo. Marcos mais uma vez parece surpreso.— Uau, cara! — Ele solta um assobio. — Nesse caso, meus
Algumas horas antes...Ana Júlia.Descobri que olhar a cidade do Rio de Janeiro através das janelas da cobertura do Luís me traz calmaria, tanto quanto o movimento das ondas do mar. E como eu cheguei a essa conclusão? É bem simples, já é quase uma da madrugada e a essa hora, a cidade está quieta e silenciosa. E embora eu esteja exausta, não consigo dormir. Acredite, estou feliz demais por estar aqui com o Luís, por amar e ser amada na mesma medida. Mas ao mesmo tempo, estou triste por dentro. Amanhã é o meu aniversário. O primeiro sem Rose Falcão aqui comigo. Eu sinto tanto a sua falta! Sinto falta dos seus carinhos, dos seus conselhos, das nossas conversas. Minha mãe sempre estivera presente em meus aniversários e ela sempre fazia algo para comemorarmos. Não dissera nada ao Luís sobre essa data, porque não sei se terei animo para uma comemoração mais animada. Então apenas o informei que iríamos nos encontrar com uma amiga em um barzinho que costumávamos frequentar quando eu estava na
— Ana? — Ouvi o seu som receoso me chamar. Despertei e olhei. Queria pular para os seus braços e beijá-lo inteirinho e sem medidas, mas me mantive no mesmo lugar e segurei um grito de empolgação.— Sim! — sussurrei sem conseguir deixar de sorrir. Vi o seu sorriso aparecer no meio de tantas lágrimas e todo o seu nervosismo desapareceu como mágica. Luís soltou a respiração, parecia aliviado e voltou a subir na cama. Ele me beijou, na verdade, devorou a minha boca e eu me deixei levar pela ardência que esse sentimento nos proporcionava. O dia mal tinha começado e as surpresas pareciam não acabar! Luís me convidou para irmos à área de lazer da casa. Era a primeira vez que estávamos realmente tendo um dia só para nós. Sem trabalho, sem reuniões, sem contratos, e-mails. Só nós dois e sem pressa alguma de acabar. Estávamos dentro da piscina, curtindo a água fresca, dando mergulhos ousados, brincando de jogar água um no outro, curtindo o sol caloroso do dia lindo que esse final de semana nos
— Gostando do que vê, senhor Alcântara? — perguntei. Sim, eu estava me divertindo em deixá-lo daquele jeito e me sentia poderosa. — Muito! Mais do que você imagina. — respondeu, encontrando os meus olhos e isso fez minhas bochechas queimarem. ***Às vinte e uma horas, estávamos parados em frente ao barzinho, como havíamos combinado com a Mônica. E para a minha surpresa, tudo estava quieto e apagado lá dentro. O que era difícil de acreditar. Poxa, isso é um bar e era para funcionar nos finais de semana, certo?— Não acredito que não vai funcionar hoje! — resmunguei decepcionada.Luís tentou me tranquilizar e me convenceu a ir até porta, para ver se poderíamos falar com algum responsável. Não sei se vai mudar alguma coisa, mas podíamos tentar. Ele abriu a porta e me deu passagem e assim que pus meus pés dentro do prédio, fui surpreendida pelas luzes, os gritos, assobios, palmas e as bolas coloridas que caíam do teto. Emocionada, levei as mãos ao rosto e sorri feito uma boba. Todos est
Alguns dias depois...Ana JúliaEstou tão feliz! Esses últimos dias muitas coisas boas estão acontecendo em minha vida. Estou namorando um homem lindo e que ama, o meu noivado, a faculdade. E falando em faculdade, hoje é o meu terceiro dia de aula no curso de arquitetura e confesso que estou amando tudo o que aprendi até agora. Saber que vou dar continuidade a minha vida e ao meu futuro e que logo, logo estarei formada, me preenche ainda mais de felicidade e de orgulho de mim mesma. Chego a sonhar com os meus futuros projetos, com grandes projetos, na verdade. Quem diria que, da medicina eu iria me encantar com a arquitetura? Com certeza há uma diferença gritante entre os dois cursos.— Por hoje é só, turma. Por favor, não se esqueçam da redação, com pelo menos cem palavras, falando sobre o curso de arquitetura. Quero saber o que se passa na cabeça de vocês. — O professor encerra a aula e automaticamente eu começo a guardar meus materiais dentro da bolsa.— Oi, meu nome é Sara. — Uma
— Está vendo isso aqui? — indaguei, mostrando-lhe a aliança. Ela me lançou um olhar espantado e eu sorri. — Isso mesmo, queridinha — emendei. — Ele é meu. Vê se “você” desaparece, porque ao que me consta, é você quem está sobrando aqui! — ralhei baixo, mas cheia de fúria e me afastei de Camilly, que agora não estava tão elegante, com seus cabelos desgrenhados, o rosto vermelho e inchado, por conta dos tapas e a boca suja de sangue. Entrei no meu carro com a adrenalina a mil. Liguei o motor e sai cantando pneus e ainda assim podia ouvir os seus gritos.— SUA VADIA! VOCÊ ME PAGA! EU VOU DESTRUIR VOCÊ! AAAAAHHHH!O trânsito a essa hora estava calmo e eu pus uma música para tentar me acalmar. Dirigi direto para um restaurante, para encontrar-me com Mônica. Havíamos marcado para conversarmos um pouco e de pôr o nosso papo em dia. Assim que entrei, vi minha a amiga me aguardando em uma mesa reservada. Ela sorriu para mim, mas logo o seu sorriso se desfez, quando percebeu que eu estava séria
— Nada de tomar partido? — inquire depois de um tempo. Sorrio.— Nada de tomar partido — confirmo. — Qualquer problema, eles que se virem!— Bom, se você está garantindo, eu também me garanto — diz.— Prometido, então. — Resolvo mudar de assunto. — Você não me falou como foi seu dia aí em São Paulo.— Chato, muito chato! — diz sério. Ele respira fundo antes de continuar. — Por dois motivos. O primeiro, você não está aqui ao meu lado e eu estou morrendo de saudades suas. E o segundo, tem muitas reuniões, uma atrás da outra. Mas o bom disso tudo é que vamos fechar um bom negócio por aqui — conclui animado.— Hum, quanto ao seu primeiro problema. Acho que resolvemos isso amanhã, certo? — Ele sorri.— Certo. — Suspira audível. — Estou roxo de saudades suas, Ana!— Eu também. Estou dormindo com a sua roupa para sentir o seu cheiro, assim eu me sinto mais perto de você!— Huuum! Isso é uma ideia tentadora! Posso trazer sua calcinha na próxima viagem! — diz sugestivo e eu solto uma risada go