Cattleya estava sentada assistindo ao jornal da manhã, a reportagem dizia que quinze empresários haviam sido presos por diversos crimes; desde assassinatos; estelionato á roubos pesados. De acordo com a repórter as provas havia simplesmente aparecido por uma fonte misteriosa. Anunciaram também a morte de Cezar. Cattleya havia desaparecido e eles não tinham simplesmente uma foto dela para jogar na tevê, pois tudo havia “sumido” do sistema. Uma enfermeira apareceu com um copo de chá e entregou para Cattleya que acenou em gesto de agradecimento. — Iai, alguma notícia boa ou ruim? — Cattleya perguntou. — Ainda não; respirando com dificuldade. — A enfermeira falou. — Ok. — Cattleya assentiu bebendo um gole de seu chá. — Não seja dura. — A enfermeira falou gentilmente. — Não estou sendo. A vida já se encarregou disso para mim. — Cattleya sorriu olhando de soslaio por alguns segundos para a enfermeira que cuidava da família desde que ela era uma menina. — Eu sei que ele fora um ho
Andy chegou ao restaurante mais cedo que o esperado; sentou-se na cadeira reservada e tentou disfarçar o nervosismo enquanto esperava aquele homem. Havia avisado a Pietro que precisava resolver algumas coisas por isso não poderia trabalhar, ele ficou apreensivo, mas compreendeu. Andy pediu um vinho tinto qualquer sem nem ao menos lembrar o nome da marca e se forçou a sentir o gosto do alto teor de álcool apenas para não pensar na nojeira que seria aquela conversa. Cezar era pontual, por isso exatamente no horário marcado, nem um minuto a mais e nem um minuto a menos, ele apareceu. Sentou-se à mesa todo sorridente e cumprimentou Andy. — Boa tarde, minha bela Cattleya. — Ele disse encarando o dia através do vidro e voltando o olhar para Andy. — Para você! Para mim, a tarde não poderia ser pior! Andy, Andy Miller. — Ela o encarou com o olhar desafiador de sempre e tom ríspido. — Olha; alguém não teve uma noite favorável. Desconfio que isso seja falta de amor. — Ele
Um grande baile de máscaras acontecia no enorme salão, pessoas de todos os tipos, vestidas em trajes magníficos com suas belas máscaras nos rostos andavam, dançavam e conversavam entre si. No som, Lorde agraciava o ambiente cantando Royal. Cattleya entrou com seu magnífico vestido preto com um grande decote nos seios e as costas nua, uma enorme fenda deixava uma parte de suas belas pernas à mostra, seus cabelos vermelhos cacheados caía ao longo de sua cintura, um batom vinho contornava sua boca e seus olhos roxos contrastavam com uma bela máscara preta, ela desceu as escadas do salão, passo por passo enfrentando os olhares devoradores. No pescoço um colar com o pingente de uma pequena Cattleya em dourado brilhava. Ao chegar ao final da escadaria ela encarou todo o salão, homens e mulheres vieram cumprimentá-la, bajulações; exageros; elogios, não era fácil ser a anfitriã. Cattleya havia se tornado uma grande milionária na Rússia, havia herdado tanto a fortuna de seu p
Um jornalista levantou a mão, ansioso por uma resposta para sua pergunta, ao passo em que foi escolhido.— Senhorita Cattleya, esse livro é baseado em fatos reais? — O homem a encarou levando em conta a veracidade daquelas informações.— Meu caro; tudo que tenho a lhe dizer é que a reflexão que esse livro nos traz é real. — Cattleya sorriu.— E como o impacto de ser autora do mais novo Best-Seller com tanto sucesso em vendas refletiu em sua vida? — Outro jornalista perguntou ao ser escolhido.— Tudo que eu posso dizer; é que estou orgulhosa, não de mim, e sim das pessoas que abriram a mente para todo o conhecimento que esse livro tem para passar. Minha missão foi cumprida, não por ser vendido e publicado em mais de 10 países diferentes, mas sim porque tudo que eu queria era que as pessoas refletissem sobre o verdadeiro significado de estar aqui. E isso aconteceu! Então; estou com a sensação de dever cumprido. — Cattleya respirou fundo ao final de sua frase.— E o que você diria para o
Ela estava lá; contra sua vontade, na verdade contra tudo que mais acreditava. Mas fazer o quê? Não poderia dizer não; não poderia negar como sempre fazia quando não queria algo porque naquele momento ela precisava, aquele emprego seria bom para a sua carteira, para a sua publicidade e quando uma das maiores empresas do país lhe contrata como assessora você não pode dizer não, na verdade ela até tinha dito, tinha esperneado, gritado e praguejado para todos os lados que nunca na sua vida trabalharia para um egoísta, esnobe, infantil e convencido como Pietro Fischer. Mas e agora?Ela estava ali como a última de uma fila de novos funcionários que serviriam apenas para correrem de um lado para o outro sob as ordens dela, todos imposturados como se fossem máquinas estúpidas paradas no corredor. Até que o ambiente era favorável; nem parecia ser de um bil
Já era noite quando Andy abriu a porta de seu grande, mas modesto apartamento. Entrou e fechou-a atrás de si; tirou o scarpin que machucava seus pés com os calcanhares deixando-os ali mesmo na entrada. Jogou a bolsa no sofá e foi direto para o banheiro, desabotoou seu vestido, tirou o resto das vestimentas, soltou os seus longos cabelos e se olhou no espelho. “Preciso retocar a chapinha, tá horrível” pensou passando os dedos pela raiz encaracolada, tomou coragem e entrou no Box ligando o chuveiro elétrico. Andy se colocou debaixo e deixou que a água lavasse seu corpo e limpasse sua alma cansada. Quem ele pensava que era? O dia não havia sido nada bom, informações e mais informações com um egocêntrico que não havia sequer respeitado suas regras, ele não havia a demitido! Mas não iria ficar assim, ela era uma jogadora, adorava desafios e iria fazê-lo entender que é a melhor assessora do País porque tem controle do que faz! Ela passou as mãos sobre o rosto e massageou seus cabelos notan
Andy estava jogada em seu sofá quase no finalzinho de seu vinho tinto quando seu telefone tocou. — Andy Miller. — Ela falou ainda com os olhos vidrados em seu notebook, uma página aberta falava sobre uma nova série que seria lançada da N*****x chamada The Pandemic. — Está ocupada? Não né? Se ajeita aí que vamos numa festa. — Uma voz feminina falou agitada. — Ah não Celly, hoje não! — Andy falou revirando os olhos em sinal de protesto. — Hoje, sim! Olhe, você passou tanto tempo longe de mime ainda se recusa a me fazer companhia? Não estou perguntando, se ajeite e meu motorista vai passar aí em vinte minutos. — A garota falou num tom de puxão de orelha e desligou o telefone antes que a amiga retrucasse. Andy se sentou e suspirou frustrada por seu momento tão relaxante ter que acabar assim, ela queria dizer não e ficar ali até pegar no sono. Mas Celine era sua melhor amiga de tantos anos que ela já tinha perdido a conta, moravam em países diferentes e não se viam com tanta frequê
Chegaram a uma parte da pista de dança, estava tocando Alessia Cara - Here. Ele puxou-a levemente pela cintura para mais perto. — Você sabe dançar? — Ele falou em seu ouvido. — Você sabe? — Ela falou retribuindo a provocação. Andy passou uma das mãos pelo pescoço de Pietro enquanto mexia seu quadril sensualmente ao toque da música, ele sorriu se sentindo tentado então apertou as mãos em sua cintura e começou a mexer seu corpo em sincronia com o dela. A música trazia uma vibração desconhecida! Andy não sabia se os copos de Uísque estavam começando a fazer efeito ou se o cheiro de Pietro estava a embriagando, era inacreditável como aquele homem era ainda mais sexy dançando. Eles se encararam; Andy desceu a mão passando pelas costas de Pietro e sorriu ao vê-lo se arrepiar com o toque, estava extasiada. Ela dançava como se estivesse em um palco, parecia brilhar e seu sorriso então... “Nossa, que sorriso” Ele pensou, hipnotizado pela mulher dançando à sua frente. Ele aproximou mais