Chegaram a uma parte da pista de dança, estava tocando Alessia Cara - Here. Ele puxou-a levemente pela cintura para mais perto.
— Você sabe dançar? — Ele falou em seu ouvido.
— Você sabe? — Ela falou retribuindo a provocação.
Andy passou uma das mãos pelo pescoço de Pietro enquanto mexia seu quadril sensualmente ao toque da música, ele sorriu se sentindo tentado então apertou as mãos em sua cintura e começou a mexer seu corpo em sincronia com o dela. A música trazia uma vibração desconhecida! Andy não sabia se os copos de Uísque estavam começando a fazer efeito ou se o cheiro de Pietro estava a embriagando, era inacreditável como aquele homem era ainda mais sexy dançando.
Eles se encararam; Andy desceu a mão passando pelas costas de Pietro e sorriu ao vê-lo se arrepiar com o toque, estava extasiada. Ela dançava como se estivesse em um palco, parecia brilhar e seu sorriso então... “Nossa, que sorriso” Ele pensou, hipnotizado pela mulher dançando à sua frente.
Ele aproximou mais o rosto enterrando-o no pescoço dela e inspirando seu cheiro enlouquecedor, enquanto com uma mão apertava firmemente sua cintura, com a outra ele passou por seu pescoço, e subiu levemente por sua nuca, ele puxou-a levemente fazendo com que a cabeça de Andy levantasse um pouco mais e depositou um beijo em seu queixo. Ela o encarou arqueando uma das sobrancelhas como uma resposta provocativa para aquela atitude. Era inacreditável o quanto ele queria beijá-la, não; beijá-la, não. Ele queria devorá-la, possuí-la, ver aqueles olhos roxos revirando-se de prazer enquanto ele a explorava infinitamente!
Andy encarou os lábios de Pietro com um desejo voraz e irreconhecível, queria morder aqueles lábios, beijá-lo com toda força que pudesse, queria mostrá-lo todo poder que tinha; todo o poder que havia aprendido durante sua vida... Então ela percebeu, poder! O poder machuca as pessoas, ela não podia mostrá-lo o que tinha aprendido porque todos os dias ela tentava esquecer e fingir que tudo não havia passado de um pesadelo. Ela parou; estática, ele a fazia retornar... Ele trazia seu eu monstruoso de volta, homens egocêntricos faziam isso, usavam as mulheres, ele a usaria, estava a manipulando e ela estava deixando! Estava trazendo de volta o que ela tentou apagar a todo custo.
Mas não poderia deixar que ele tivesse tanto controle sobre ela, jurou a si mesma que nunca mais homem poderoso nenhum a controlaria, ele não teria esse poder. Sem pensar duas vezes, ela saiu correndo da pista de dança em direção ao banheiro feminino.
***
“Um homem aparentando ter entre 40 a 50 anos; alto, branco, de cabelos lisos e curtos; sentou-se no bar de um hotel elegante, pediu duas taças e um vinho caro ao garçom para saída. E por enquanto serviu-se de Dry Martini. O belo homem estava observando o salão ao ver uma linda mulher de longos cabelos negros e olhos roxos entrar e sentar ao seu lado, ela vestia um longo e apertado vestido roxo que contrastava tanto seu decote como seus olhos, nos lábios um batom vinho chamava sua atenção.
— Olá, boa noite. — Ele cumprimentou-a sorrindo. — Imagino que seja a Senhorita Cattleya.
— Boa noite. Sim; é um prazer conhecê-lo, Senhor Cezar.
— Você é extraordinariamente linda. Pronta para o nosso passeio? — Ele a encarou.
— Não foi para isso que fui chamada? — Ela sorriu gentilmente.”
***
“— Alô? — Ela falou ao telefone desesperada. — Celly eu preciso de sua ajuda.
— O que houve? — Celine bocejou notando que ainda eram três da manhã e sua amiga costumava estar trabalhando esse horário.
— Eu acho que matei um homem! — A garota falou com a voz embargada do outro lado da linha.
— Como? Cattleya, o que está acontecendo? — Celine se sentou na cama apavorada pelo que estava escutando.
— Eu fui estuprada. — Um soluço soltou de sua garganta, sua respiração estava ofegante. — E quando ele achou que eu não tinha mais força para lutar, então eu chutei suas zonas baixas. E, eu peguei sua arma. E então eu atirei. — As palavras saiam rápidas e apavoradas de seus lábios.
— Onde você está, Catty? — Celine levantou da cama tentando vestir a roupa ligeiramente.
— Eu não sei, aquele verme me estuprou, Celly! Eu estou numa estrada deserta, não tem casas aqui.Eu saí correndo da casa, mas não tem nada, nem ninguém aqui; eu estou perdida. Por favor, Celine, me ajuda!”
Andy acordou ofegante; ela suava frio. Fechou os olhos e respirou fundo, “Foi apenas um pesadelo!” Ela disse para si mesma, pegou o celular na banquinha e olhou o horário, ainda eram 05h30min da manhã. Ela se levantou e foi direto para debaixo do chuveiro, tomou um banho super demorado e deixou que a água quente lavasse todo vestígio de dor e nojo que aquele pesadelo havia despertado, então saiu do banheiro decidida a ir para o trabalho mais cedo. Ela sabia que quando chegasse ao trabalho teria que dar de cara com o homem que ela deixou plantado numa pista de dança sem entender nada, mas precisava trabalhar. Ocupar a mente e se obrigar a esquecer do pesadelo que tivera, enfiada em assuntos profissionais ela esqueceria a dor. Naquela noite ela tinha chegado em casa tão confusa que não havia tomado seu remédio para dormir! Mas; não continuaria pensando naquilo, ela se obrigou a esvaziar a mente. Vestiu seu terninho sofisticado, seu salto preto, prendeu os cabelos e se olhou no espelh
Andy se recompôs e voltou ao trabalho, analisando planilhas, gastos, relatórios da empresa. Uma assessora tinha que saber como a empresa estava funcionando, tinha que visualizar os erros, as margens, e descobrir qual projeto seria melhor. Tinha que colocar seu cliente no lugar certo, no evento certo e no momento certo! O resto da manhã se passou tranquilamente, conversavam sobre os projetos em pauta e como fazer os concorrentes estarem abaixo deles. Uma hora ou outra eles se pegavam encarando um ao outro, perdidos entre um encontro de olhares pensativo. O remédio de fato tinha feito efeito em menos de 15 minutos e fora o sono, ela estava bem, só precisava trabalhar e esquecer o resto das coisas que a mantinha desequilibrada. Eram quase uma da tarde quando Pietro se levantou da sua poltrona e pegou as chaves de seu carro. — Você não vai almoçar? — Ele perguntou se dirigindo a porta de saída. — Estou sem fome. — Andy falou sem tirar os olhos d
Ela pegou as sacolas de cima da mesa e foi para o sofá em menos de três minutos, preferiu pensar que ele só havia comprado apenas para satisfazer o ego de cavalheiro e nada mais. Ela abriu os embrulhos e sorriu ao ver a refeição saborosa, ele pensou nela. Preocupou-se com ela. Andy comeu seu almoço e sua sobremesa se deliciando a cada garfada ao imaginar Pietro Fischer um homem fora de controle que não aceita ordens escolhendo o almoço para ela. Quando terminou Andy estava completamente satisfeita. Pietro a observava de momento em momento com um sorriso de canto por vê-la comendo e adorando. Ela se sentou novamente em sua cadeira e o encarou. — Obrigada. — Ela falou o olhando de soslaio. — Pelo quê? — Ele encarou aquele par de olhos perfeitos por um momento e voltou a olhar para o notebook. — Por se preocupar comigo. — Ela disse abrindo um sorriso de canto. — Não me preocupei com você; preocupei-me com a imagem de minha empresa. — Ele sorriu discretamente; sabia que aquilo er
— Pietro! — Andy chamou, tentando esconder o fato de que tinha um enorme pavor de escuro. — Eu estou aqui. — Ele respondeu; ligando a lanterna do celular e indo em direção a ela. — Quer dizer que você tem medo de escuro? — Não é Medo de escuro! — Andy rezou para que ele não tivesse notado a careta que ela havia feito. — Não tem problema ter medo de escuro, Senhorita Miller. — Pietro se jogou no sofá ao lado dela. — Eu não... — Ela iria argumentar, mas, se calou. Sabia que não adiantaria! — Então… por que ficou até agora? — Ele puxou assunto tentando acabar com o tédio causado pela impossibilidade de trabalhar no escuro. — Porque temos muito trabalho a fazer. — Ela falou tentando se manter calma e focar no pingo de luz da lanterna que restava naquela sala. — E você? — O mesmo motivo. Muito trabalho a ser feito. — Ele colocou a lanterna no colo, analisando o olhar fixo e perdido de Andy em direção ao ponto de luz. Por um minuto os olhos se encontraram. Tinha
Pietro abriu e forrou o sofá cama, ligou a tevê, que agora falava sobre como a cidade estava completamente alagada e a tempestade não tinha hora para acabar. — Esse lençol aqui é para nos enrolarmos. — Ele falou se sentando de um lado do sofá cama. — Não tem outro? — Andy revirou os olhos. — Tá achando ruim, Senhorita Miller? Não acha que tudo isso é melhor do que dormimos nas cadeiras? — Ele parou e a encarou. “Que mulher marrenta.” Pensou. Ela abriu a boca para falar algo, mas fechou logo em seguida, fazendo uma careta como uma criança mimada. Se tinha que escolher entre a chuva terrível lá fora e o sofá cama ali dentro, foi até um pouco fácil adormecer... *** “— Olá meu bem, qual o seu nome? — Uma mulher de aparentemente 30 anos, vestida num uniforme de empregada se abaixou para ficar da altura da menina. — Cattleya. E o seu? — A menina perguntou com um sorriso triste no rosto. —Você tem olhos lindos, minha doce Cattleya. Parecem seus dois pares de amuleto da sorte. —
Andy soltou um suspiro quando as mãos de Pietro passaram pela sua cintura por baixo de sua blusa, eles estavam imersos em uma nuvem de tensão e prazer quando o celular dele tocou. — Tá de sacanagem! — Ele deixou escapar, enquanto deixava a cabeça cair de frustração sobre o ombro dela. — Melhor você atender. — Andy falou tentando disfarçar a fúria que aquela ligação havia lhe causado. Logo agora! — Eu não vou atender. — Ele falou ainda acariciando a sua cintura e fazendo-a se arrepiar em resposta. — Sério? — Andy falou mostrando com uma careta o quanto aquele toque insistente a estava irritando. — Que porra. — Ele falou procurando o celular após Andy sair de seu colo. — Alô… — Atendeu num tom exposto de irritação. Andy se deixou cair de costas na cama, fechou os olhos e respirou fundo tentando apagar o fogo que havia se alastrado sobre seu corpo. — O que aconteceu? — Pietro se levantou da cama bruscamente. Andy abriu os olhos e encarou sua feição preocupada. —
Andy chegou a sua casa eram por volta das oito da manhã, a cidade estava voltando ao normal, as poças já estavam secando e a chuva tinha cessado deixando um dia nublado e abafado. Ela tirou sua roupa e foi direto para o banheiro tomar um banho, com a água caindo sobre seu corpo era impossível não reviver a lembrança das mãos daquele homem ao redor do seu corpo e o gosto de sua boca sobre seu pescoço. Tudo que ela desejava saber era o que tinha o feito ficar completamente irreconhecível de tão preocupado, “Puta merda” ela desejou imensamente que ele não fosse um homem casado. Ela jamais se perdoaria por trair outra mulher, mas se ele fosse, a mídia já teria falado, aquele homem não poderia ter uma família porque ele não tinha tempo para isso! Ela lavou os cabelos; estava completamente inspirada para se cuidar... Mesmo não tendo tido uma ótima noite de sono, até porque nem dormiu, ela estava revigorada! Estava se sentindo poderosa, sabia que isso se da
Andy revirou os olhos, ela estava excitada só de ouvir aquela frase. — Bom, nem tudo que a gente quer a gente pode, né? — Ela finalmente falou. A vitória estava agora em suas mãos. — Espero termos outra tempestade daquelas. — Ele ironizou e voltou a olhar para a tela do seu notebook. Andy sorriu. O jogo estava longe de acabar... O resto da semana para Andy estava sendo tranquila, ela e Pietro haviam visitado uma empresa parceira pela manhã de quinta e ido a um almoço com uma possível parceria no mesmo dia. Na sexta ela havia trabalhado sozinha no escritório, e era estranho como aquele homem fazia falta, era como se algo estivesse faltando naquele lugar.Ou dentro dela! Ela ligou para alguns contatos e por volta das nove chegou em casa. Estava cansada demais para fazer qualquer outra coisa, tomou um banho demorado, pegou sua garrafa de vinho e foi para a varanda mexer em seu notebook. Estava com saudades de sua vista, especificamente naquele dia