— Pietro! — Andy chamou, tentando esconder o fato de que tinha um enorme pavor de escuro. — Eu estou aqui. — Ele respondeu; ligando a lanterna do celular e indo em direção a ela. — Quer dizer que você tem medo de escuro? — Não é Medo de escuro! — Andy rezou para que ele não tivesse notado a careta que ela havia feito. — Não tem problema ter medo de escuro, Senhorita Miller. — Pietro se jogou no sofá ao lado dela. — Eu não... — Ela iria argumentar, mas, se calou. Sabia que não adiantaria! — Então… por que ficou até agora? — Ele puxou assunto tentando acabar com o tédio causado pela impossibilidade de trabalhar no escuro. — Porque temos muito trabalho a fazer. — Ela falou tentando se manter calma e focar no pingo de luz da lanterna que restava naquela sala. — E você? — O mesmo motivo. Muito trabalho a ser feito. — Ele colocou a lanterna no colo, analisando o olhar fixo e perdido de Andy em direção ao ponto de luz. Por um minuto os olhos se encontraram. Tinha
Pietro abriu e forrou o sofá cama, ligou a tevê, que agora falava sobre como a cidade estava completamente alagada e a tempestade não tinha hora para acabar. — Esse lençol aqui é para nos enrolarmos. — Ele falou se sentando de um lado do sofá cama. — Não tem outro? — Andy revirou os olhos. — Tá achando ruim, Senhorita Miller? Não acha que tudo isso é melhor do que dormimos nas cadeiras? — Ele parou e a encarou. “Que mulher marrenta.” Pensou. Ela abriu a boca para falar algo, mas fechou logo em seguida, fazendo uma careta como uma criança mimada. Se tinha que escolher entre a chuva terrível lá fora e o sofá cama ali dentro, foi até um pouco fácil adormecer... *** “— Olá meu bem, qual o seu nome? — Uma mulher de aparentemente 30 anos, vestida num uniforme de empregada se abaixou para ficar da altura da menina. — Cattleya. E o seu? — A menina perguntou com um sorriso triste no rosto. —Você tem olhos lindos, minha doce Cattleya. Parecem seus dois pares de amuleto da sorte. —
Andy soltou um suspiro quando as mãos de Pietro passaram pela sua cintura por baixo de sua blusa, eles estavam imersos em uma nuvem de tensão e prazer quando o celular dele tocou. — Tá de sacanagem! — Ele deixou escapar, enquanto deixava a cabeça cair de frustração sobre o ombro dela. — Melhor você atender. — Andy falou tentando disfarçar a fúria que aquela ligação havia lhe causado. Logo agora! — Eu não vou atender. — Ele falou ainda acariciando a sua cintura e fazendo-a se arrepiar em resposta. — Sério? — Andy falou mostrando com uma careta o quanto aquele toque insistente a estava irritando. — Que porra. — Ele falou procurando o celular após Andy sair de seu colo. — Alô… — Atendeu num tom exposto de irritação. Andy se deixou cair de costas na cama, fechou os olhos e respirou fundo tentando apagar o fogo que havia se alastrado sobre seu corpo. — O que aconteceu? — Pietro se levantou da cama bruscamente. Andy abriu os olhos e encarou sua feição preocupada. —
Andy chegou a sua casa eram por volta das oito da manhã, a cidade estava voltando ao normal, as poças já estavam secando e a chuva tinha cessado deixando um dia nublado e abafado. Ela tirou sua roupa e foi direto para o banheiro tomar um banho, com a água caindo sobre seu corpo era impossível não reviver a lembrança das mãos daquele homem ao redor do seu corpo e o gosto de sua boca sobre seu pescoço. Tudo que ela desejava saber era o que tinha o feito ficar completamente irreconhecível de tão preocupado, “Puta merda” ela desejou imensamente que ele não fosse um homem casado. Ela jamais se perdoaria por trair outra mulher, mas se ele fosse, a mídia já teria falado, aquele homem não poderia ter uma família porque ele não tinha tempo para isso! Ela lavou os cabelos; estava completamente inspirada para se cuidar... Mesmo não tendo tido uma ótima noite de sono, até porque nem dormiu, ela estava revigorada! Estava se sentindo poderosa, sabia que isso se da
Andy revirou os olhos, ela estava excitada só de ouvir aquela frase. — Bom, nem tudo que a gente quer a gente pode, né? — Ela finalmente falou. A vitória estava agora em suas mãos. — Espero termos outra tempestade daquelas. — Ele ironizou e voltou a olhar para a tela do seu notebook. Andy sorriu. O jogo estava longe de acabar... O resto da semana para Andy estava sendo tranquila, ela e Pietro haviam visitado uma empresa parceira pela manhã de quinta e ido a um almoço com uma possível parceria no mesmo dia. Na sexta ela havia trabalhado sozinha no escritório, e era estranho como aquele homem fazia falta, era como se algo estivesse faltando naquele lugar.Ou dentro dela! Ela ligou para alguns contatos e por volta das nove chegou em casa. Estava cansada demais para fazer qualquer outra coisa, tomou um banho demorado, pegou sua garrafa de vinho e foi para a varanda mexer em seu notebook. Estava com saudades de sua vista, especificamente naquele dia
Aquelas palavras soaram tão estranhas para ele, acalentaram seu coração de uma forma que chegou a doer. Ele guardaria aquelas pequenas palavras por toda a eternidade. Pietro chegou á sua casa completamente exausto, seu dia não tinha sido cheio, mas a semana havia sido de muita correria. Ele tirou sua roupa e entrou no Box, ligou o chuveiro e deixou a água cair sobre seu corpo automaticamente, alguém visitou seus pensamentos… O que será que ela havia feito por todo o dia? Como será que ela estava? O que estava fazendo agora? Pensar naquela mulher estava virando rotina e por mais que isso mexesse com ele de uma forma estranha, era incontrolável! Aqueles olhos, aquela mulher por inteiro o deixava completamente louco, fora de si. Mas, era muito mais do que uma atração sexual, era desejo, vontade de conhecê-la, conhecer seus limites, seus medos, suas vontades; ela o cativava. Pietro terminou o banho e foi direto para a cama, estava estranho, algo falava d
O final de semana havia passado rápido, Andy trabalhou fora visitando algumas filiais, alguns empreendedores e fazendo todo serviço comercial enquanto Pietro estava na empresa. Eles não estavam se vendo, mas, tinham algo em comum. Não paravam de pensar um no outro! Eram onze da noite de domingo, Andy estava apoiada na bancada de sua varanda observando o mar... Estava exausta e quase bêbada, inquieta e com saudade de alguém, ela sabia de quem, só não queria admitir! Por que não ligar para perguntar como havia sido o dia na empresa? Por que não? Estava tarde claro, mas provavelmente na noite de domingo ele estaria trabalhando, ou, transando por aí. “Idiota” ela se xingou. Era inacreditável que estivesse com tanta vontade de pelo menos ouvir a voz de Pietro, ela estava enlouquecendo com aquele sentimento estranho. Ela só se deu conta de que havia ligado após ouvir a respiração do outro lado da linha. — Alô. — Uma voz masculina soou do outro lado da li
O resto da tarde foi agitado, porém tranquilo, Pietro saiu para almoçar trazendo novamente a porção dela. Já eram umas nove da noite quando todos os funcionários já estavam indo embora. Pietro arrumou suas coisas e se despediu brevemente de Andy, que depois de uns dez minutos achou que seria melhor ir embora também. Quando Andy chegou ao estacionamento Pietro estava apoiado na porta do carro com uma expressão impaciente no rosto. — Houve algum problema? — Ela perguntou curiosa. — Meu carro não está ligando. Vou ter que esperar o serviço chegar para ver o que aconteceu. — Ele respirou fundo frustrado. — Ele só não está dando partida? — Ela olhou o modelo do carro, pensativa. — Isso. — Ele a encarou desconfiado. — Acho que posso ajudar. — Ela caminhou até o carro, colocou a bolsa no chão e abriu o capô visualizando por um instante as peças. — Entre e dê a partida, por favor. Ele hesitou por um minuto, mas obedeceu. — Ok. De novo. — Ela mexeu