Madison Conner.
09:15 — Faculdade — EUA — Washington.
Soltei um suspiro de alívio quando finalmente cheguei na faculdade, meus pés estão me matando, meu corpo começou a doer mais ainda nessa longa caminhada. Queria tanto ter pelo menos algum dinheiro para vir de ônibus, não aguento andar tanto assim.
A faculdade é bem grande, eu confesso que tenho inveja daqueles que escolheram ficar nos dormitórios, queria tanto ficar nos dormitórios, fazer amigos, ser alguém normal. Mas infelizmente eu não tenho nenhuma condição para ser normal.
Vou caminhando para dentro e mantenho distância dos alunos que passaram perto de mim, como sempre estou usando uma calça jeans escura, uma camiseta branca por dentro e por fora estou usando uma camisa preta com mangas que chegam até o meu pulso. Subo para o segundo andar e virei para a direita e continuo andando, chego na minha sala e vou entrando, noto que já tinha algumas pessoas.
Fui indo para o meu lugar que é no fundo, me sentei perto da janela e coloquei minha mochila em cima da mesa.
'' É aquela garota estranha, não é? ''
'' Sim, é ela mesmo.''
'' Porque ela é assim? Eu tentei ser amiga dela e a única coisa que eu recebi foi um vaza dela. ''
'' Dizem que ela é louca. ''
Tentei ignorar os sussurros deles, mas eles estão falando um pouco alto demais, parece que querem que eu escute isso. Como se eles soubessem de alguma coisa sobre mim. Eu não tenho culpa de ser estranha, eu não tenho culpa!
Virei o meu rosto em direção a janela e fiquei observando o céu.
Eu me questiono, como você deve está aí no céu, mamãe? Está feliz? Porque eu não estou, seu marido surtou comigo e agora sou o saco de pancada dele. Eu queria estar com você no céu.
— Bom dia, alunos. — A professora de artes entrou.
Ela é uma mulher muito linda de quarenta anos, a cor da sua pele é branca, a cor dos seus cabelos são castanhos claros, a cor dos seus olhos são azuis escuros, ela é alta, deve ter um metro e sessenta e cinco por aí. Ela é uma mulher que cuida bastante da sua aparência, o seu marido é o professor de química da nossa faculdade.
— Bom dia, professora. — Todos respondem, exceto eu.
— Sei que já estamos no segundo período, mas hoje temos uma novata. Entre, por favor.
A porta foi aberta por uma garota muito linda, linda mesmo, eu tenho que admitir isso. E percebi que todo mundo achou isso, ela fica ao lado da professora com uma boa postura.
— Essa é Hailey Maxwell, a nova colega de vocês.
— Prazer em conhecer vocês, eu espero que possamos ser amigos. — Até sua voz é linda.
Ela é uma mulher ruiva muito linda, a cor dos seus olhos são azuis bem escuros, o formato do seu rosto é triangular, que deixa tudo mais ainda lindo nela. A sua altura deve ser um metro e sessenta, porque dá para ver que ela é mais alta que eu, ela tem um corpão, uma cintura bem desenvolvida, um quadril largo, sua bunda é bem grande também, deixando tudo perfeito. Seus seios são bem grandes também, ela é simplesmente perfeita.
— Pode escolher seu lugar, senhorita Maxwell.
— Obrigada, professora.
Ela voltou a olhar para a turma e dou um sobressalto quando seus olhos se encontram com os meus, quase que eu fico admirando a sua beleza, mas logo me lembro da minha situação e desvio o olhar.
Espero que ela não escolha se sentar ao meu lado, não sei se irei conseguir ser rude com ela, porque tudo isso tem que acontecer comigo? Porque os nossos olhos tiveram que se encontrar? Bom, talvez ela possa me achar estranha também, porque todo mundo aqui se veste bem e tem roupas bem melhores que as minhas, todo mundo bem animados e eu alguém sem muito ânimo. É, isso deve ser o suficiente para ela não se sentar ao meu lado.
— Com licença, posso me sentar aqui? — Rapidamente virei o meu rosto para ela.
O que!!!!!!? Ela escolheu justo a mim? Porque!!?
— Madison, deixe ela se sentar. — Falou a professora me olhando sério.
Merda!
— Faça o que quiser. — Digo tentando soar indiferente, virei o meu rosto mais uma vez para a janela.
— Obrigada.
Ela se sentou ao meu lado e acabei sentindo o cheiro do seu perfume, é muito bom.
Se contenha, Medison! Lembre-se do que o seu pai é capaz de fazer com você.
— Bom, vamos começar a aula. — A professora falou e foi caminhando até a sua mesa.
Abri a minha bolsa e tirei o meu caderno de desenho.
— Na aula anterior, vocês fizeram um desenho da arte rupestre, devo dizer que fiquei muito surpreendida com cada um dos seus desenhos. Agora, nessa aula será livre, quero que desenhe o que vocês acharem melhor.
Vejo que todo mundo se animou.
— Comecem.
Soltei um suspiro.
Não sei que devo desenhar.
Olhei discretamente para o lado e quase meu coração saiu pela boca, ela está me olhando descaradamente.
— Algum problema? — Questionei friamente.
Ela deu um sorriso.
— Nenhum.
— Então peço que pare de ficar me encarando, é desconfortável. — Desviei o olhar dela e foquei no papel.
O que eu devo desenhar?
— Você é sempre assim? — Foquei nela.
— Assim como? — Questionei sem entender a sua pergunta.
— Fingir ser algo que você não é? — Seus olhos azuis escuros focam nos meus.
Como se você soubesse de algo.
— Cuida da sua vida. Por favor, pare de ficar me importunando, quero focar na minha atividade.
Ela deu de ombro.
— Se é isso que quer, tudo bem. — Ela desviou o seu olhar de mim e focou no seu caderno de desenho.
Me sinto culpada em agir assim com ela, mas não quero que ninguém se machuque por minha causa.
Desse jeito é melhor.
Madison Conner.14:15 — Faculdade — EUA — Washington.Soltei um suspiro quando a aula terminou, eu consegui desenhar uma porta, para mim essa porta representou a minha vida, porque eu não sei se consigo abrir essa porta e sair, então a mantenho fechada por medo. Minha barriga está roncando demais, quando deu meio dia, todo mundo saiu para poder ir comprar suas comidas, mas eu permaneci na sala terminando de desenhar a minha atividade. Já que eu não tenho dinheiro para comprar algo, então foi melhor eu ter ficado na sala.A Hailey saiu da sala e eu pude finalmente me sentir um pouco melhor, mas nem deu vinte minutos e logo ela retornou a sala, eu tive que focar muito bem no meu desenho para não ficar olhando para ela. Mas eu sentia o seu olhar sobre mim.— Bom, o desenho que vocês fizeram, não precisam me entregar, eu quero que na próxima aula me entregue um resumo sobre o que esse desenho representa para vocês. — Ela guardou suas coisas. — Vejo vocês amanhã.Comecei a guardar minhas c
Madison Conner.07:00 — Casa dos Conner. — EUA — Washington.— Acorda porra!! Quero a minha comida!!!Tomei um enorme susto com a voz do meu pai dentro do meu quarto, quase que eu caia da cama.— Estou com muita fome! Irei tomar banho, e quando eu sair quero a comida já pronta. — Saiu do meu quarto fechando a porta com força.Apoio a minha mão sob o meu coração por causa do susto, quase que passo mal.Levantei da cama e senti minhas pernas bambas, acho que foi por causa do susto, porque ele teve que aparecer assim do nada? Saí do quarto usando as mesmas roupas de ontem, desci os degraus com dificuldade e fui caminhando até a cozinha.— Merda, esqueci que eu tenho que fazer o resumo sobre a atividade de ontem. — Balanço a cabeça já sentindo ela começar a doer.Abri o armário e peguei pão em caixa e coloquei em cima do balcão, fui até a geladeira e peguei o queijo e o presunto, isso vai ter que servir. Assim que terminei de montar os sanduíches, ele entrou na cozinha e foi em direção a
Madison Conner.08:40— Faculdade. —Sala de aula — EUA — Washington.Entrando na sala eu sigo calmamente para o meu lugar, coloquei minha mochila sobre a mesa e me sentei, tirei o meu caderno normal e peguei um lápis, irei primeiro fazer um rascunho e depois eu passo a limpo.Bom, vejamos. O que a porta representa para mim.Escrevo o título no caderno como: O que ela representa.Comecei a escrever o que veio à minha mente.A porta representa para mim algo que está indeciso, ao ver essa imagem me faz querer abrir essa porta e ser livre, mas algo me prende dentro dela e faz com o que eu não tenha coragem de abri-la. Representa indecisão, confusão, insegurança e medo. Medo que se eu abrir a porta não seja como eu sempre imaginei, tenho medo do desconhecido, correntes em volta do meu pescoço me impedem de avançar, não sei se algum dia eu irei conseguir ter coragem de quebrar essas correntes e abrir essa porta.A porta pode parecer linda por fora, mas por dentro dela tem algo sombrio e dolo
Hailey Maxwell.Desde o meu nascimento a minha vida tem sido bem difícil, meus pais são pessoas narcisistas e só pensam em si mesmo, eles acham que são o centro do universo. Nunca tive uma infância boa, nunca tive nenhum amigo, porque a única coisa que os meus pais vinham em mim era a beleza. Fui forçada a participar de vários desfiles enquanto eu ainda era muito nova, minha mãe controlava os meus alimentos e me impedia de comer coisas que pudessem me fazer engordar. E quando eu ganhava os prêmios, todo o dinheiro eles usavam para luxar, viajavam bastantes e me deixavam em casa com babá. Eles nunca me olharam como um ser humano.Na medida que eu ia crescendo os abusos deles iam piorando, queriam que eu tirasse fotos para uma agência de revistas playboy, ou como dizem, revistas pornô. Já que ofereceram muito dinheiro para meus pais, claro que eles não conseguiram a minha permissão, já que eu os ameacei dizendo que eu iria contar para a polícia, então me deixaram em paz.Eu comecei a od
Madison Conner.06:50 — Casa dos Conner. — Quarto da Madison — EUA — Washington.Sou acordada ao sentir bastante frio pelo meu corpo, tentei me levantar do chão, mas o meu esforço foi em vão, porque eu não consegui.— Droga!Notei que a minha voz saiu um pouco estranha, meu corpo todo está muito pesado, talvez eu tenha pegado um resfriado.Claro que eu peguei um maldito resfriado, eu tomei um banho de chuva e acabei adormecendo com as minhas roupas molhadas nesse chão frio, ficaria surpresa se eu não adoencesse.Tentei mais uma vez ficar em pé e finalmente consegui, fui me arrastando para o banheiro e observei o meu reflexo no espelho, meu Deus, eu estou horrível. Meus olhos estão inchados de tanto chorar ontem, estou muito mais pálida, também estou sentindo o meu corpo bem quente.Apoio a minha mão na testa e suspirei ao ver que eu estou com febre, mas eu não quero ficar aqui nessa casa, prefiro passar mal em outro lugar do que aqui, porque é capaz dele me espancar só por ficar em ca
Dominic Maxwell.Eu não tive uma boa infância, meus pais eram pessoas muito rígidas comigo, principalmente o meu pai. Como ele era o CEO de uma empresa muito famosa nos Estados Unidos, ele não queria que o filho mais velho tivesse algum erro, ele queria que eu fosse um homem perfeito para herdar a empresa. Ele também não queria que tivesse algum escândalo sobre mim pelos jornais, porque isso iria arruinar a sua imagem.Meu pai cuidava da minha educação de forma muito rígida, desde que comecei andar eu já tinha professores particulares ao meu redor, eu não tinha paz, não podia dizer não, eu era um robô nas mãos deles. Quando eu não atingia as expectativas deles eu sofria as consequências, meu pai me batia enquanto fazia perguntas de matemática para mim, se eu errasse as respostas sofreria mais ainda.O papel da minha mãe era me ensinar etiquetas, nunca se deve falar enquanto se come na mesa, meu andar deveria ser de alguém digno, eu jamais deveria abaixar a cabeça, porque um Maxwell nã
Madison Conner.Vou voltando a consciência ao escutar alguns bip ao meu lado, isso me deixou um pouco agoniada com o barulho, fui abrindo meus olhos aos poucos e rapidamente os fechei por causa da enorme claridade.O que? Que luz forte é essa? Onde eu estou? Eu morri?Tentei mais uma vez abrir os olhos e fechei algumas vezes, mas logo fui me acostumando com a claridade e a realidade me acertou ao reparar que estou em um hospital.Não! Não!! Não!! Eles não podem saber! Não podem!O barulho do bip começou aumentar e me assustei quando a porta foi aberta, arregalei os olhos ao ver a Hailey.— Madison! — Ela correu até mim e fiquei mais ainda surpresa quando ela me abraçou.Seus braços são tão quentes, quase que eu me aproximava mais do seu abraço, acabei me afastando.— Hailey, porque estou no hospital? — Ela suspirou e segurou meu rosto, não consegui me afastar.— Nós sabemos o que aconteceu com você. — Senti o meu coração começar a acelerar.— O-O-O que? — Tentei mais uma vez me afasta
Madison Conner.Cinco dias depois.Durante esses cinco dias que eu fiquei no hospital, eu somente dormia, comia e dormia, era somente isso. O médico disse que é por causa dos remédios que eu estava tomando, eles me deram sono. Confesso que estou muito nervosa, hoje é o dia que eu irei conhecer a casa deles, o lugar que eu irei ficar até... Eu não sei dizer até quando, eu ainda tenho que perguntar isso a eles.Durante esses cinco dias, os dois sempre estavam ao meu lado assim que eu acordava, a Hailey me alimentava, já que eu não conseguia comer direito com uma mão. Sempre que pegava a colher, minha mão acabava tremendo, então ela começou a me alimentar bastante animada.Mas eu ainda tenho minhas preocupações, minhas inseguranças relacionadas ao meu pai, o Dominic me avisou que ele já deu parte para a polícia, agora é só esperar eles irem atrás dele. Claro que eles queriam me interrogar, mas ele não permitiu, somente o depoimento dos médicos já eram provas o suficiente para prendê-lo.