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♥ Capítulo 4 ♥

Madison Conner.

07:00 — Casa dos Conner. — EUA — Washington.

— Acorda porra!! Quero a minha comida!!!

Tomei um enorme susto com a voz do meu pai dentro do meu quarto, quase que eu caia da cama.

— Estou com muita fome! Irei tomar banho, e quando eu sair quero a comida já pronta. — Saiu do meu quarto fechando a porta com força.

Apoio a minha mão sob o meu coração por causa do susto, quase que passo mal.

Levantei da cama e senti minhas pernas bambas, acho que foi por causa do susto, porque ele teve que aparecer assim do nada? Saí do quarto usando as mesmas roupas de ontem, desci os degraus com dificuldade e fui caminhando até a cozinha.

— Merda, esqueci que eu tenho que fazer o resumo sobre a atividade de ontem. — Balanço a cabeça já sentindo ela começar a doer.

Abri o armário e peguei pão em caixa e coloquei em cima do balcão, fui até a geladeira e peguei o queijo e o presunto, isso vai ter que servir. Assim que terminei de montar os sanduíches, ele entrou na cozinha e foi em direção a geladeira, pegou sua cerveja e veio na minha direção, rapidamente dei uns passos para trás com medo dele me bater.

— Se chegar tarde de novo! — Engoli seco com o seu olhar sombrio. — Eu vou adorar te bater novamente. — Pegou o prato com os sanduíches e foi para sala de estar.

Passei a mão em meus cabelos e caminhei de volta para a sala de estar, ignoro totalmente ele e subo para o meu quarto, preciso tomar um banho para relaxar um pouco o meu corpo.

Tranquei a porta ao entrar no quarto e caminhei até o banheiro, arfei surpresa ao ver o grande roxo na minha bochecha pelo tapa de ontem.

— Como vou esconder isso? — Questionei a mim mesma muito desesperada.

Lembro da maquiagem que a vizinha me deu para esconder meus machucados, já que ela não tinha coragem para denunciar o meu pai. Corri de volta para o meu quarto e fui até o guarda-roupa, revirei o guarda-roupa todinho procurando por essa maquiagem. Não posso ir para a faculdade desse jeito, também não quero ficar nessa casa com ele.

— Achei. — Suspirei aliviada com isso.

Aproveito para escolher a minha roupa, quer dizer, nem roupas eu tenho direito. Escolhi uma calça jeans azul clara, uma camisa preta com mangas longas até o pulso, isso vai ajudar, para usar por baixo dessa blusa, escolhi uma regata também preta. Coloquei tudo em cima da cama e a calcinha também, voltei para o banheiro.

Retirei minhas roupas e vejo os machucados das noites anteriores, minha barriga está com um grande roxão, minhas coxas também estão bem roxas, assim como minhas costelas e costas.

Eu ainda me pergunto como estou conseguindo andar com todos esses machucados, talvez seja o desespero para ficar longe dessa casa que me dá força, talvez seja isso mesmo.

Entrei embaixo do chuveiro e liguei a água, mordi os lábios ao sentir o quanto que a água estava gelada, peguei o sabonete e comecei a me lavar rapidamente, como o tempo está meio frio, a água está um gelo.

****

Estou neste momento escondendo o meu machucado do rosto com a maquiagem, eu não sei usar muito bem essas coisas, mas eu consegui esconder o roxo em minha bochecha. Deixei a maquiagem em cima da pia e voltei para o quarto, peguei minha mochila e fui saindo do quarto com os meus cabelos soltos, já que eu não gosto de mostrar muito a minha garganta.

Desci os degraus e vejo que o meu pai já consumiu bastante álcool.

— Estou indo para a faculdade. — Avisei com medo dele tentar alguma coisa.

Ele me olhou sério e deu um gole na sua cerveja.

— Então vaza daqui!

Corri para a cozinha e com bastante receio, peguei duas fatias do pão de caixa e sai pelas portas do fundo, devorei as duas fatias com tanta fome que eu estava, meu estômago ainda queria mais.

— Sinto muito estômago, mas não tenho coragem de voltar para pegar mais. — Sussurrei para o meu estômago. — Vai ser isso por hoje.

Eu tenho que chegar cedo na faculdade, ainda preciso fazer o meu resumo, não quero perder ponto.

****

08:25 — Faculdade — EUA — Washington.

Eu acho que demorei meia hora para chegar, pelo menos consegui chegar um pouco cedo, eu acho, nem sei que horas são. Recuperei o meu fôlego e fui indo em direção a faculdade, mas parei no lugar ao ver um carro bem luxuoso se aproximando do portão.

Quem será que é? Nunca vi um carro assim.

Minha boca só faltou cair ao ver que são a Hailey e o homem que ela estava beijando ontem.

Eles realmente são lindos demais juntos, são um par perfeito. Admito-me dizer que estou com inveja disso. Eu queria ter alguém assim, alguém que me amasse, me protegesse de todo o mal. Mas eu não tenho coragem de estragar a vida de alguém por causa da minha felicidade, meu pai poderia matá-lo por minha causa, eu não quero isso.

Balancei a cabeça para espantar esses pensamentos depressivos e voltei a caminhar em direção a entrada. Preciso focar no meu resumo, porque a minha vida não vai mudar só porque estou pensando nisso.

— Madison! — Parei de andar rapidamente por causa do susto.

Olhei para o lado e vejo ela vindo na minha direção com um grande sorriso.

— Fico feliz em vê-la novamente. Aliás, bom dia.

Acho que fiquei admirando o sorriso dela demais, porque ela sorriu mais ainda. Faço um barulho com a garganta e ajeitei melhor a minha mochila.

— Bom dia. — Não posso negar um bom dia.

— Deixe-me te apresentar. — Ela puxou o homem do seu lado. — Esse é o meu marido Dominic Maxwell. Amor, essa é a minha amiga Madison.

Amiga? Eu já falei que não quero fazer amizades, ela ainda não entendeu?

— Prazer em conhecê-la, Madison. — Engoli seco ao escutar a sua voz.

Uau!! Ele já é lindo, eu nem sabia que poderia ficar melhor. A sua voz é bem grave, confesso que a minha pele acabou se arrepiando.

Percebi que ele tinha estendido a mão, para não ser vergonhoso para ele, resolvi aceitar.

— O prazer é meu. — Respondi em um tom baixo pela vergonha.

O aperto da sua mão é bem firme, a sua mão é bem macia. Puxei a minha mão de volta e apertei com força a alça da minha mochila.

— Preciso ir, tenho que fazer o resumo de ontem. — Falei tentando soar um pouco frio, mas eu não sei se deu muito certo.

— Irei com você. — Ela sorriu e se virou para o seu marido. — Te vejo mais tarde, meu amor. — Ela deu um selinho nele e eu rapidamente virei o rosto para o lado.

— Boa aula, amor.

Tomei mais um susto ao sentir ela entrelaçar os seus braços envolta dos meus.

— Vamos? — A encarei sem entender o porquê dessa intimidade toda.

Ela foi me puxando para dentro da faculdade e tentei puxar meus braços dos seus.

— Me solte, por favor. — Ela parou de andar assim que chegamos no corredor.

— Irei confessar uma coisa. — A encarei sem entender. — Eu não sou uma pessoa que desiste fácil, gostei de você, do seu jeito. Então eu quero ser a sua amiga.

Puxei meus braços dos seus e suspirei, preciso ser firme e mostrar que suas palavras não me afetaram. Estou fazendo isso para o bem dela, ela não precisa sofrer por minha causa.

— Hailey, eu agradeço por querer ser a minha amiga. Mas como eu já disse, não vim para fazer amigos e sim me graduar. Então, por favor. Não tente ser a minha amiga, porque eu não quero ser a sua, quero que me deixe em paz, só fale comigo se for algo relacionado às atividades.

Passei por ela a deixando um pouco chocada com minhas palavras, mas isso foi o melhor para ela e para mim. Não quero me apegar a ninguém, a Hailey tem cara que seria uma ótima amiga, infelizmente não posso ter a sua amizade e de mais ninguém.

Ninguém precisa sofrer por minha causa.

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