Já fiz um coque nos cabelos e bati palmas em frente à casa da xoxada. Carla veio comigo, mesmo não apoiando minhas atitudes, mas amiga é pra essas coisas.Bati mais algumas vezes para ver se a monete não ia dar as caras. Depois de alguns minutos, ela apareceu.- Qual foi, Larissa? Precisa de algo? - falou toda sonsa.- Preciso sim, como vai tu? - me fiz de sonsa também.- Vou bem. - deu um sorrisinho.Ela ainda não havia notado que eu já tinha descoberto, mas é uma jumenta mesmo!Do nada, puxei ela pelos cabelos e fiz ela me olhar cara a cara.- Qual foi, garota? Tá louca, me solta. - ela tentava se soltar.- Te soltar, meu cu, puta! - puxei ela para fora de casa. - Não vem do quinto dos infernos caçar macho dos outros? Agora vai aguentar a pressão, porra!- Você é doente, cara, eu não tô com macho de ninguém.- Ah, não... - ri sarcasticamente. - Tu é muito cara de pau, garota. Vou te dar o papo reto. Tu anda com a mina e ainda tem a coragem de pegar o homem dela. Eu sou a fiel, porra
RangelEu fiquei a noite toda puto da vida. Que porra, Larissa comediou a mina em frente da favela inteira, e depois sumiu com minha prima.Fumei a noite toda e acabei dormindo no chão morrendo de ódio. Acordei ela não tinha chegado em casa, eu estava ciente que eu estava no erro, mas mesmo assim estava com ódio.Larissa era a mulher da minha vida, eu vacilava muito com ela, aliás desde pequeno eu sempre fui vacilão, sempre dei trabalho a minha mãe. E segui os caminhos de meu pai.Meu pai era de boa, gostava de mim demais, mas traia e batia na minha mãe e isso é uma grande mágoa pra mim. Minha coroa é tudo pra mim, por ela eu mato e morro.Ouvi o portão bater com certeza era ela, limpei meus olhos que estavam vermelhos e esperei ela .Ela entrou em casa toda doida com os saltos na mão, estava com aparência de ter bebido muito.- Onde você estava? - falei calmamente.- Estava na rua, te interessa? Só vim aqui pra pegar minhas coisas e sumir da sua vida.- Larissa, me perdoa. -a toquei
Cíntia narrando Sempre fui mulher de afrontar. Fui criada à toa, nunca tive mãe nem pai, por isso sempre fiz o que quis. Vim para cá corrida do meu ex marido, traficante lá na Bahia. O único lugar onde me vi "segura" foi aqui, onde meu primo júnior mora. Sou mulher de bandido desde os treze anos, hoje tenho vinte. São sete anos tomando tapa, sete anos levando chutes, murro, perdi dois filhos só nessa aí , hoje em dia sou estéril e tudo por me envolver com bandido. Eu amava minha vida na Bahia, tinha tudo. Dinheiro, curtia as mais diversas praias, era a dona da porra toda. Mas nem tudo é flores, eu apanhava muito, Júlio era possesso por mim, eu não podia nem ir visitar minha avó. Cansada de tomar na cara, levar até esculacho de polícia quando chegavam lá pra procurar ele e eu que pagava o pato, eu resolvi vim para cá... Tentar ter uma vida normal, mas a porra do destino e o fogo na bct não deixou. Aquele sorrisinho travesso, aquele olhar de bandido que não presta de Rangel me atra
Larissa narrando. Como sempre, a briga acabou na cama. Mil perdões, "eu vou mudar". E eu me odiava por isso.Não acreditava mais em Rangel, mas o amor que sinto por ele não me permite largar... Dói muito amar uma pessoa que te machuca e mesmo assim sempre voltar. Me pergunto se um dia ele mudará de verdade.Sei que sou idiota, mas não consigo largar esse homem.— Bom dia, minha mulher! — me abraçou por trás.— Bom dia. — me afastei.— Qual foi, Larissa? Tu disse que tinha me perdoado, droga, né.— Eu perdoei você. Mas não é por isso que vou abrir um sorriso enorme na hora que você quiser, não é?— Tá, eu prometo que irei ter paciência. — suspirou.— Bom assim.Fui fazer um coque e deixei minha piranha de cabelo cair no chão de propósito e me abaixei pra pegar só para deixar o outro atiçado, já gosto. Ele ficou babando, percebi, mas não disse uma palavra.Que ódio.Caminhei pela cozinha e preparei o café da manhã. Fiz ovos, torrada com queijo, suco e café. Só pra impressionar o outro
*Carla Narrando*Estava me arrumando toda pro pagode, só faltava meu boy. Ele não era bem meu ainda, estávamos naquele rolo, mas já considerava pacas e sabia que ele iria me assumir, assim espero, quer dizer.Me produzi toda no estilo e postei uma fotinha antes de sair. Peguei meus pertences super importantes e vazei.Quando já estava no portão, fui mandar mensagem para o Paulinho, mas nada dele me responder. Ah, louco, quem vai ficar aqui é outro, eu vou pegar meu bonde.Fui andando e só senti meu cabelo ser puxado. Me virei logo pra meter a mão, quando vi a cara da vadia. Era uma ruiva desbotada, quem essa daí pensa que é?— Tá louca, garota? — gritei.— Você que tá louca, puta! Se meteu com meu homem.— Que homem, fia? — perguntei sem entender o que estava se passando.— Paulinho da 10, vai me dizer que você não sabe? Na hora de sentar pra homem casado soube, se faz de santa vai, puta — ela gritava.— Paulo é casado?— Vai me dizer que não sabia, vagabunda? — ela veio pra cima de m
*Larissa*Entrei no carro maravilhosamente bem e arrumada. Outro motivo bom de eu ter quebrado a moto de Rangel. Quando a gente sai de moto, chega toda desgraçada no lugar.Não sei o que essas piranhas veem em moto, acho mó uó se jogar só porque o homem tem moto.— Desce. — o outro falou.— É assim? Tem que abrir a porta do carro pra dama, não falar "desce".— Ah, meu pai.Ele veio todo nervosinho abrir a porta do carro e me ajudar a sair. O pagode estava movimentado na entrada, inúmeras pessoas pagando a entrada. Nós não precisaríamos pagar, é óbvio, foi Rangel que bancou isso tudo.O bom é que depois ele ganha retorno com o dinheiro da entrada. Fomos nos sentar numa mesa, e Rangel pediu dois copos de cerva, já gosto. Rodei o pagode todo com os olhos procurando Carla e Luísa, e nada das minhas bests friends.Tinha várias biscates aqui e vários machos gostosos, vocês não têm noção da gostosura que são. Se eu fosse solteira...— Vou ali trocar ideia com os parceiros, tá bom. — me de
LuísaAcordei, limpei a casa toda e dei de mamar a minha neném. Minha filha era a coisa mais fofa desse mundo, era uma das poucas alegrias que eu tinha na vida. Hoje tomo bem na cara pra aprender, larguei tudo por causa de macho, engravidei cedo e me fodi. Assim que Lara completar uns 4 anos, eu vazo daqui e volto pro meu apartamento, nem que eu tenha que trabalhar que nem escrava mas não aturo mais Júnior.Minha bebê foi assistir a tv, e eu fui ver por que o outro não tinha acordado, tinha que ir para aquela desgraça de trabalho. - Júnior? - o chamei.Ela acordou com a mão na cabeça, toquei em seu corpo estava pegando fogo, ardendo em febre.- Caralho, tu tá com febre!- Minha cabeça está latejando, meu corpo todo dói.- Calma, eu vou te ajudar. Fui até a cozinha e peguei água, fui no pote onde havia todos remédios e peguei uma dipirona, e um analgésico. Depois peguei o termômetro. - Toma aqui o remédio.- Não quero. - fez birra. - Toma essa porra, tu tá
RangelSai cedo de casa, pois hoje iriam chegar vários carregamentos de arma que iríamos vender para uns caras de fora.Deixei Larissa dormindo, e proibi ela de trabalhar, ela tem que entender que não é para ficar se expondo na rua. Sei que qualquer vacilo italiano quererá me derrubar.— Bom dia, irmão. — fiz toque com Vitinho.— Bom dia, chefe. — falou enquanto separava umas trouxinhas de maconha.— Cadê Júnior? Tá melhor não?— Não, ele está de repouso. A dona dele veio avisar.— Porra, logo agora que ia precisar da ajuda dele… Mas de boa, se é pela saúde do parceiro!Me sentei na mesinha que havia ali, e comecei a revisar os bagulhos. Várias caras me devendo money de droga, eu ia querer meu dinheiro nem que eu tenha que ir no inferno.— Que arruaça da desgraça é essa aí no beco? — perguntei a meu primo Pedro.— É um Noia aí querendo comprar droga fiado.— Já falei que não é para dar confiança a esse caralho vei, mata sem dó logo.— Pô, Rangel, eu fiquei com pena, cara conheço ele h