São Paulo

Edgar, poderia ter sido seu terceiro melhor amigo, mas era chefe. Chefe nunca é amigo de ninguém. Carnaval Moreira costumava dizer o que havia ouvido em outro boteco “chefe é amigo do dinheiro e escravo do seu trabalho”. Apesar dos pesares, Edgar era, para ele, o terceiro na lista, depois de Queiroz e Marciano, só não era mais pelo vínculo trabalhista. Preocupou-se, mas sabia que entenderia. Os outros eram apenas amigos de copo, pois “amigo era coisa de criança” como dizia Barbosa. Edgar já conhecia as pretensões de Edvaldo em “tentar uma melhor sorte em São Paulo”. Edvaldo pensava em tornar-se um metalúrgico. Entendia que “metalúrgico em São Paulo era respeitado”. No entanto, o mais próximo disso era a experiência com o desmonte de carcaças de caminhão. A outra experiência era apenas afetiva: passear na F-350 de Salustiano, ir à Arembepe e aos terreiros de Candomblé na Itinga e Beiru com o pai.

Ele se sentiu como um cavalo velho carregando um fardo muito pesado e rodando e

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