Eu arrisquei ir até o lugar sem o dinheiro, caso algo desse errado, eu recorreria ao cartão do Jonh.Cada quilômetro naquela estrada parecia um pesadelo que se estendia. As luzes da cidade ficaram para trás, dando lugar ao silêncio frio e à escuridão que consumia tudo. Eu dirigia em automático, sentindo o estômago revirar, os dedos tremendo no volante. Tudo o que eu conseguia pensar era no Jonathan, o medo paralisante de que ele estivesse em perigo, assustado, sem ninguém para protegê-lo. Minha única esperança era que esse encontro, por mais desesperador que fosse, me levasse a ele.Finalmente, o carro parou em frente a um casebre abandonado, uma construção apodrecida, envolta na escuridão. Uma única lamparina acesa projetava sombras nas paredes frágeis. Eu senti um arrepio percorrer minha espinha, e cada instinto me gritava para sair correndo dali. Mas eu precisava do meu filho. Respirei fundo, tentando domar o pânico, e fui em direção à porta, notando o silêncio absoluto. Nenh
JONH*Quando eu era pequeno, eu sonhava em ser médico, cresci fazendo planos que nunca aconteceriam, pois a vida tinha outro destino pra mim.Cansado de estar sempre no vermelho, e sempre precisando pedir dinheiro ao meu pai, eu decidi vender minha casa e tudo o que eu tinha, e saí do país, a minha intenção era ir atrás de oportunidades que me tirassem da vida miserável que eu levava.Eu saí do Brasil e fui pra Las Vegas, onde consegui um emprego como dançarino em uma boate, e foi lá que eu conheci o mundo da prostituição.As mulheres com quem eu me envolvia me abriram portas, eu fiz contatos importantes, ganhei muito dinheiro saindo com mulheres ricas e famosas, e logo veio a oportunidade de ser modelo, pois eu tinha o padrão perfeito das agências, eu só não sabia que a prostituição também existia lá, camuflada de desfiles e eventos, a diferença era que eu passei a ganhar o triplo do que eu ganhava na boate.Eu abracei aquela oportunidade, prestei atenção em como tudo aquilo funcion
Quando eu cheguei na agência, eu encontrei uma das modelos discutindo com a Flávia, naquele momento eu já sabia o motivo da discussão, mas como todo chefe, eu tinha o dever de perguntar. — O que está havendo aqui? Já imaginaram se algum cliente entra aqui e encontra essa baderna?Flávia: Desculpa Sr. Carter, mas a Ingrid está se recusando a fazer book vermelho Ingrid: Eu já fiz book vermelho essa semana, o cliente quase me estrangulou com aquela gravata no meu pescoço, eu ainda estou dolorida das chicotadas que ele me deu, eu só quero um descanso pra que eu me recupere. — Tudo bem, você pode ir pra casa e a Flávia irá encontrar uma substituta pra você.Ingrid: Eu não vou participar do desfile?— Você sabe como as coisas funcionam por aqui Ingrid, a passarela é como se fosse uma vitrine pros nossos clientes, eu não posso dar um "Não" pros clientes caso eles queiram sair com você. Ingrid: Eu preciso da grana Jonh.— E eu preciso dos clientes, agora você pode ir.Eu vi ela se retirar
HANA*Eu me lembro daquele dia como se fosse hoje, o dia em que a minha mãe me expulsou de casa pra que o relacionamento dela pudesse funcionar, como se fosse eu o motivo de todas as brigas que ela tinha com o namorado dela. Por várias vezes eu me perguntei que tipo de mãe faria algo assim, colocando o amor de um homem acima do amor de uma filha, homem esse que não valia porra nenhuma, homem esse que ficava olhando eu me trocar pelas brechas da porta, que ficava me olhando com desejo, como se eu não tivesse consciência de tudo aquilo que ele gostaria de fazer comigo. Quando eu falei pra minha mãe o que ele fazia e que ela precisava encontrar um homem que a respeitasse, ela mandou eu arrumar as minhas coisas e ir embora, eu quase não acreditei naquela atitude.O único teto que eu tinha pra ir, era a casa da minha irmã por parte de pai, era a única pessoa que eu sabia que iria me acolher e me ajudar a levantar, sem passar exatamente nada na minha cara.Às 23:00 horas daquele dia, eu
Eu e a Ingrid tivemos uma longa conversa, ela me contou com detalhes sobre como ela conseguiu bancar toda a reforma da casa dela, assim também como conseguiu pagar todas as dívidas que ela tinha, e apesar de eu não concordar com tudo o que ela permitia que aqueles caras fizessem com ela, eu não poderia julgá-la.Eu fiquei pensativa, pois apesar de saber que ela ganhava muito bem, eu não tinha como ajudá-la financeiramente, já que eu estaria morando com ela era obrigação minha contribuir com as contas da casa.Ingrid: Que cara é essa?– Eu preciso arranjar um emprego, eu não posso ficar aqui dependendo totalmente de você.Ingrid: Eu ganho o suficiente pra nós duas Hana, isso não será um problema.– Eu quero trabalhar Ingrid, será que existe alguma possibilidade de você conseguir um emprego pra mim na agência que você trabalha?Ingrid: Você não ouviu tudo o que eu acabei de falar?– Sim, mas eu iria trabalhar apenas desfilando, eu tenho quase o mesmo padrão que o seu.Ingrid: Você ainda
JONH*No ramo em que eu estava trabalhando não poderia haver erros, e eu não poderia falhar com a marca contratante, porém a recusa da Ingrid me trouxe grandes problemas.Flávia: Bom dia Sr. Carter, eu estou ligando para avisar que a pessoa que eu tinha em vista para substituir a Ingrid não vai poder participar do desfile.— Isso não pode acontecer, você sabe muito bem que não podemos ter desfalques nesse desfile, ligue para Ingrid agora e tente convencê-la a participar.Flávia: Sim senhor.Haviam muitas modelos na agência, mas poucas delas possuíam o padrão que a marca contratante queria, e uma das modelos mais requisitadas era a Ingrid, pois ela possuía o padrão que a maioria das marcas procuravam, não só as marcas a queriam, como também os clientes.Eu achava que eu não deveria me preocupar, pois a Flávia era muito competente no que fazia, e eu tinha certeza que ela conseguiria convencer a Ingrid, porém não foi isso o que aconteceu.Eu estava tomando o meu café quando o meu celula
HANA*Quando o dia do desfile chegou era notório o estresse da Ingrid, eu fiz o café da manhã e respeitei o silêncio dela, depois de alguns minutos nós ouvimos o celular dela tocar e ela correu para atender.Ingrid: É da agência Hana, volto já.Ela saiu para área externa e voltou alguns minutos depois com a fisionomia um pouco melhor.— E então? Porquê ligaram pra você?A pessoa que iria ficar no meu lugar no desfile não vai poder comparecer e estão precisando de mim, eu disse que aceitaria se eu não precisasse fazer o book vermelho, a Flávia ficou de me dar um retorno, disse que iria falar com o Carter.— Você acha que ele irá concordar com isso?Ingrid: O Carter é aquele tipo de homem que não se permite errar, o desfalque de uma modelo o colocaria em uma posição muito ruim diante da marca contratante e diante dos outros clientes, ele não tem escolha.— Como você consegue ter tanta paciência com esse homem? Ele nem respeita as suas limitações.Ingrid: Pra te falar a verdade eu já es
JONH*Eu tive os meus pensamentos interrompidos pela Flávia.Flávia: Com licença Sr.Carter, a última garota saiu daqui como se estivesse chateada, eu achei que ela seria perfeita pra o que o senhor está procurando.— De fato ela é, mas eu fiz uma proposta ousada pra ela e acho que isso a constrangeu.Flávia: Posso saber que proposta foi essa?Eu encarei a Flávia e pensei se ela deveria ou não ser informada sobre a decisão maluca que eu havia acabado de tomar e cheguei à conclusão de que eu não poderia fazer aquilo sem a ajuda dela.— Eu não posso colocar qualquer garota diante de um cliente tão importante como o Sr.Klaus, muito menos alguém que nunca esteve com um homem, então eu disse pra garota que eu mesmo iria prepará-la pra esse momento, que eu iria ensiná-la a se comportar, e a como deixar um homem excitado, eu dei um prazo pra ela me dar a resposta, e eu espero que ela aceite, pois existe muito dinheiro envolvido nisso.Flávia: Mas isso não está no contrato que você me pediu p