JONH*Eu já sabia o que fazer, por muitas vezes eu me fiz a mesma pergunta: Eu seria capaz de viver sem a Hana ou torná-la infeliz?A resposta era "Não", e sempre seria, pois eu assumi esse compromisso não só com a Hana, mas comigo.O silêncio dela dentro do carro, já me passava várias informações ao mesmo tempo, driblar os problemas, fazer sexo intenso e apaixonado, não iria alterar em nada aquilo que se passava dentro dela, e eu já esperava por aquele pedido..."Demitir Shell"...Essa palavra vinha entrelaçada silenciosamente à frase "Interferir no trabalho de Flávia" ou "Tirar o direito da Flávia de fazer escolhas sendo ela minha sócia"...Enfim, apesar do grande problema que eu teria pela frente, a minha esposa estava acima de tudo.No dia seguinte, acordei bem cedo, fiz de tudo pra não acordar Hana, eu sabia exatamente do caos que eu estava prestes a causar e não queria que a Hana presenciasse nada disso.Me arrumei, fui pro jardim e liguei pra Flávia solicitando a presença da S
Eu nunca tive que pagar tão alto pela minha paz, durante anos pensei estar vivendo um sonho, mas o meu sonho sempre foi ter uma família diferente da que eu cresci, era dever meu construir um futuro que pudesse dar orgulho pro meu filho, entender isso, foi a coisa mais difícil que eu tive que fazer.O processo de alguém "Quebrado" como eu, foi angustiante, e trouxe cicatrizes pra todos que de alguma forma passaram pela minha vida, eu não tenho orgulho do percurso que trilhei, e das pessoas que magoei ao longo do caminho, mas eu estava orgulhoso por ter me permiti ser alguém diferente.— Flávia, solte pra imprensa a venda da agência, e amanhã, poderá tomar posse do que é seu.Falei depois de ter deixado tudo resolvido.— Vocês estão chateados comigo?— Você fez o que achou ser o correto, o seu único erro foi não ter me informado sobre isso antes.— Me desculpe.— Eu agradeço a você por tudo o que fez e suportou ao meu lado Flávia, sem você, certamente eu estaria arruinado, eu tenho cert
Dois anos depois *O evento estava cheio, empresários, olheiros, repórteres, celebridades, e amigos.— Sr. Felipe, o desfile já vai começar.— Já estou indo, obrigado.Subir na passarela e divulgar a marca de Hana, era algo surreal pra mim, ela conseguiu construir em dois anos, uma empresa que fatura milhões por mês, tudo pelo próprio mérito.— Boa noite a todos, estou muito feliz de vê-los aqui, prestigiando essa marca incrível, que posso falar com muito orgulho que é da minha esposa, Hana.Certo dia, Hana apareceu com um contrato, colocou na minha mesa e disse: Assine...(Risos).Não era segredo pra mim que as roupas de luxo de Hana haviam tomado uma grande proporção, mas eu não esperava que a minha esposa fosse solicitar os serviços da agência pra divulgar a marca.Então, eu peguei o contrato pra ler, e ela disse: Não disse pra ler, disse pra assinar. (Risos).Eu não era louco de bater de frente com a Hana, vocês já viram ela com raiva? Não queiram ver. (Mais risos)...A verdade é
HANA*DOIS ANOS DEPOIS Quando o Jonh mudou toda a vida dele, pra que pudesse me sentir segura e em paz, uma chavinha virou na minha cabeça.Afinal, o que eu estou fazendo por mim, pra que o meu "EU", pudesse se sentir segura, em paz e realizada?Viver apenas do dinheiro que ganhei, não era uma opção, muito menos ser esposa de um homem milionário e mulher "troféu" dele, eu precisava encontrar uma inspiração, algo que eu pudesse dizer: EU ME ESFORCEI POR ISSO, FOI MÉRITO MEU.E foi então que eu procurei algo que fizesse o meu coração vibrar, e me achei ao notar que todas as vezes que eu olhava pra um vestido, eu imaginava tudo aquilo que poderia melhorar nele, procurei uma faculdade, comecei a estudar, enquanto eu estudava, eu investi o meu dinheiro naquilo que se tornou o meu sonho.Dois anos depois, eu estava apresentando minhas criações, nos corpos mais bem pagos do mundo, em um evento organizado pelo o meu marido, que durante todo o processo, me apoiou em tudo, até nas minhas louc
JONH*Quando eu era pequeno, eu sonhava em ser médico, cresci fazendo planos que nunca aconteceriam, pois a vida tinha outro destino pra mim.Cansado de estar sempre no vermelho, e sempre precisando pedir dinheiro ao meu pai, eu decidi vender minha casa e tudo o que eu tinha, e saí do país, a minha intenção era ir atrás de oportunidades que me tirassem da vida miserável que eu levava.Eu saí do Brasil e fui pra Las Vegas, onde consegui um emprego como dançarino em uma boate, e foi lá que eu conheci o mundo da prostituição.As mulheres com quem eu me envolvia me abriram portas, eu fiz contatos importantes, ganhei muito dinheiro saindo com mulheres ricas e famosas, e logo veio a oportunidade de ser modelo, pois eu tinha o padrão perfeito das agências, eu só não sabia que a prostituição também existia lá, camuflada de desfiles e eventos, a diferença era que eu passei a ganhar o triplo do que eu ganhava na boate.Eu abracei aquela oportunidade, prestei atenção em como tudo aquilo funcion
Quando eu cheguei na agência, eu encontrei uma das modelos discutindo com a Flávia, naquele momento eu já sabia o motivo da discussão, mas como todo chefe, eu tinha o dever de perguntar. — O que está havendo aqui? Já imaginaram se algum cliente entra aqui e encontra essa baderna?Flávia: Desculpa Sr. Carter, mas a Ingrid está se recusando a fazer book vermelho Ingrid: Eu já fiz book vermelho essa semana, o cliente quase me estrangulou com aquela gravata no meu pescoço, eu ainda estou dolorida das chicotadas que ele me deu, eu só quero um descanso pra que eu me recupere. — Tudo bem, você pode ir pra casa e a Flávia irá encontrar uma substituta pra você.Ingrid: Eu não vou participar do desfile?— Você sabe como as coisas funcionam por aqui Ingrid, a passarela é como se fosse uma vitrine pros nossos clientes, eu não posso dar um "Não" pros clientes caso eles queiram sair com você. Ingrid: Eu preciso da grana Jonh.— E eu preciso dos clientes, agora você pode ir.Eu vi ela se retirar
HANA*Eu me lembro daquele dia como se fosse hoje, o dia em que a minha mãe me expulsou de casa pra que o relacionamento dela pudesse funcionar, como se fosse eu o motivo de todas as brigas que ela tinha com o namorado dela. Por várias vezes eu me perguntei que tipo de mãe faria algo assim, colocando o amor de um homem acima do amor de uma filha, homem esse que não valia porra nenhuma, homem esse que ficava olhando eu me trocar pelas brechas da porta, que ficava me olhando com desejo, como se eu não tivesse consciência de tudo aquilo que ele gostaria de fazer comigo. Quando eu falei pra minha mãe o que ele fazia e que ela precisava encontrar um homem que a respeitasse, ela mandou eu arrumar as minhas coisas e ir embora, eu quase não acreditei naquela atitude.O único teto que eu tinha pra ir, era a casa da minha irmã por parte de pai, era a única pessoa que eu sabia que iria me acolher e me ajudar a levantar, sem passar exatamente nada na minha cara.Às 23:00 horas daquele dia, eu
Eu e a Ingrid tivemos uma longa conversa, ela me contou com detalhes sobre como ela conseguiu bancar toda a reforma da casa dela, assim também como conseguiu pagar todas as dívidas que ela tinha, e apesar de eu não concordar com tudo o que ela permitia que aqueles caras fizessem com ela, eu não poderia julgá-la.Eu fiquei pensativa, pois apesar de saber que ela ganhava muito bem, eu não tinha como ajudá-la financeiramente, já que eu estaria morando com ela era obrigação minha contribuir com as contas da casa.Ingrid: Que cara é essa?– Eu preciso arranjar um emprego, eu não posso ficar aqui dependendo totalmente de você.Ingrid: Eu ganho o suficiente pra nós duas Hana, isso não será um problema.– Eu quero trabalhar Ingrid, será que existe alguma possibilidade de você conseguir um emprego pra mim na agência que você trabalha?Ingrid: Você não ouviu tudo o que eu acabei de falar?– Sim, mas eu iria trabalhar apenas desfilando, eu tenho quase o mesmo padrão que o seu.Ingrid: Você ainda