Capítulo 2

— Thomas, você pode levar Bryan hoje? Os trigêmeos vão entrar na escola no segundo período por causa do médico. 

— Claro, mãe. 

— Eu vou dirigir.

— Nem sobre meu cadáver, maninha. 

— Sobre ele ou não, eu vou dirigir. Você dirigiu a semana inteira e o papai prometeu que eu poderia pegar o carro hoje. 

— O pai prometeu, não eu. 

Liam e Mia trocaram um olhar cansado. 

— Tem certeza de que estou seguro com esses dois?

— Olha só. Estão fazendo Bryan se preocupar. – Mia diz. – Filho, deixe sua irmã pegar o carro hoje. Qual o problema? Ela dirige tão bem.

— Vamos então perguntar ao cachorro que ela quase atropelou semana passada se ele confiaria nela como motorista.

— Não seja implicante, Thomas. – Liam pediu. 

— Aquilo não foi culpa minha. Ele apareceu do nada na minha frente. 

— Que explicaçãozinha meia boca.

— Pai. Pode me levar por favor? Eu não vou aguentar isso aí, não. 

— Thomas, pelo amor de Deus, seu irmão de nove anos precisa que você seja um pouco menos implicante. Será possível? Eu preciso acompanhar a sua mãe e os trigêmeos, eu preciso de você, pode fazer um esforço e me ajudar? 

O mais jovem suspirou. 

— Está bem, a Nat pode dirigir.  

— Obrigado.

— Pai?

— Você vai ficar bem, seus irmãos vão se comportar. – Fitou os filhos mais velhos. – Certo?

Ambos confirmaram rapidamente, principalmente porque sabiam que aquilo não era uma frescura de Bryan. Ele tinha problemas com barulho demais, e as implicâncias de vez em quando faz mal a ele. Os pais tinham explicado que ele tinha autismo, TDH e outras coisas mais, então tinham que ser cuidadosos com o irmão do meio. Ele precisava de compreensão e cuidado, e mesmo que ambos adorassem se implicar, eles tentavam se controlar quando Bryan estava em um dos dias de crise. 

— Posso usar meus fones?

— É claro, meu amor. – Mia respondeu pelo marido. – Vou pegar seu remédio também. – Trocou um olhar com o marido. – E nós vamos buscá-lo, está bem?

Bryan anuiu antes de se levantar e sair para pegar os fones. 

— Hoje ele não está bem. – Liam comentou. 

— Está pior que semana passada. – Mia diz com o coração apertado. 

— Nós vamos cuidar dele, mãe, não se preocupe. – Natalie diz. 

— Nós vamos evitar implicar um com o outro com ele dentro do carro.

— Você é o único implicante. 

— Mesmo? Então quando você me trancou dentro do carro ontem não foi implicância?

— Foi vingança, é diferente.

— Eu tenho uma carta na manga, maninha, não se esqueça disso. 

Liam fitou um e depois o outro, e perceber que sim, se filho tinha sim uma carta na manga, e que isso devia ser muito importante porque rapidamente Natalie se calou. Ficou extremamente quieta. E ainda desistiu de dirigir, algo que o irmão rapidamente não aceitou. Ele estava implicando com ela sobre ela não saber dirigir direito. E tinha feito a promessa ao pai que a deixaria dirigir naquele dia, mesmo que não tivesse admitido isso a ela. 

— Só pense que pode perder seus irmãos a qualquer momento se não dirigir direito. Nem eu ou Bryan temos seguro de vida.

— Você vai reclamar até chegarmos no colégio?

— Eu prometo que não. 

— Desisto. Prefiro pegar o carro do papai. 

— Não seja chata, Nat, só pega essa chave de uma vez. – Empurrou a bendita que estava em cima da mesa em direção a irmã. – Bryan não está bem, então vou me controlar. 

Natalie pensou duas vezes antes de pegar a chave. 

— Vocês dois ainda vão enlouquecer a mim e a mãe de vocês. 

— Não sei como ainda não tenho cabelos brancos, querido.

Os gêmeos trocaram um olhar divertido.

— O papai tinha um até ontem. Mas eu arranquei.

A família riu ao escutar Maevi. 

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