— Seus pequenos estão tendo uma boa alimentação, porque estão no peso certo, tamanho certo, a imunidade está ótima...
Mia sorriu, se virando para ver seus filhos brincarem no tapete colorido, onde tinha vários brinquedos em volta. Aquela sala era uma festa para crianças. Colorida e cheia de brinquedos. E a médica era maravilhosa. Gentil, carinhosa, muito educada e observadora.
— Eu acredito que já podemos retirar o medicamento de apetite.
— Eu também acho, eles só não estão comendo parede, porque o gosto é ruim.
A médica, riu, Mia riu, e Liam abriu aquele sorriso ladino.
— Não posso contar nos meus dedos quantas vezes escuto “tô com fome” durante o dia.
— Isso é bom, deixe-os comer.
— Foi o que eu disse.
— Só que com moderação.
Liam fitou a esposa.
— Foi o que eu disse. – Ele repetiu e ela revirou os olhos. – O bom é que durante a tarde eles preferem algo mais saudável. Fruta, vitamina, iogurte...
A médica balançou a cabeça.
— Ótimo, isso é muito bom, está explicado eles estarem tão saudáveis.
— Então tudo certo, Audrey?
Audrey Chambers era a melhor amiga de sua cunhada Lucy, e era a médica de seus filhos desde que eles completaram um ano. Era a melhor pediatra da cidade, o que fazia dela, uma médica muito concorrida pelos pais.
— Até a próxima consulta.
O casal sorriu, se levantando.
— Ah, e esse bebê? Como está?
— Ótimo. – Diz com um sorriso.
— Comendo como os irmãos. No caso, a mãe está comendo como os filhos.
— Liam!
A médica riu.
— E ela já tem nome?
O casal sorriu.
— Lívia.
— Lindo nome. Eu espero que eu seja a pediatra de Lívia.
— Com toda a certeza, Audrey.
Eles se despediram, fizeram os trigêmeos se despedirem também, e saíram da sala, com os pequenos pedindo por sorvete. Era cedo? Sim. Mas eles mereciam por terem sido tão obedientes, apesar do grito que o único garotinho dos três deu de repente, assustando os adultos. Ele, claro, riu. Coisa de criança, nada que apenas um “querido, estamos no médico, você não pode gritar”, não resolvesse.
— Mat!
Mia se aproximou, abraçando-o e a esposa dele.
— Oi, minha linda. – Beijou a bochecha da filha mais nova do casal. – Dia de consulta também, pelo jeito. – Comentou com um sorriso.
— De rotina. – Caitlin respondeu com o mesmo sorriso. – E vocês?
— Também.
— A médica disse que podemos suspender o medicamento da fome.
— Até que enfim, esses três estão comendo tudo que vê pela frente.
— Mat! – A esposa brigou e ele deu de ombros.
— Eu disse algo parecido a médica.
O outro riu, e as mulheres reviraram os olhos.
— Como você está, hein?
— Eu estaria muito melhor se minha esposa me deixasse seguir minha filha a todo encontro dela com o filho de vocês. Mas ela me ameaçou.
— Você precisa superar.
— Ele nunca vai superar, Mia, está me enlouquecendo com esse ciúme bobo.
— É cuidado, querida, não ciúme. Você precisa ver a diferença.
— Você vai ver a diferença quando passar da cama para o sofá.
Liam riu, mas Mia segurou a risada, levando a mão a boca.
— Que coisa, deixa nossa filha ser feliz.
— Meu filho é um ótimo rapaz, sua filha está em boas mãos.
Mattew se aproximou de Liam.
— Se seu filho pensar em tocar em minha filha... eu vou capar ele.
Liam se indignou.
— Eu a quero pura para sempre.
Caitlin revirou os olhos.
— Mia, você o escutou dizendo que vai capar nosso filho?
Foi a vez da rosada revirar os olhos.
— Boa sorte, amiga, nós já vamos.
— Vão com Deus.
Mia agradeceu e desejou o mesmo enquanto puxava o marido indignado.
— Você escutou, Mia? Escutou?
— Pelo amor de Deus, Liam, quantos anos você tem? Cinco?
— Papai, você tem cinco anos?
O casal fitou Mavi.
— Foi modo de dizer, filha.
Os trigêmeos trocaram um olhar.
— Eu não entendi nada. – Maevi diz.
— Que estranho, o papai tem ou não cinco anos? – Mavi perguntou, confusa.
— Dã. Claro que não. O papai tem filhos, não pode ter filhos com cinco anos. – Mark retrucou.
Mia levou a mão à boca, segurando uma risada, enquanto Liam arregalava os olhos.
— Quem fica dizendo sobre filhos com vocês, hein?
— Tio Killian.
O casal olhou um para o outro.
— Eu vou capar meu irmão.
Mia gargalhou.
Mia já estava desperta quando sentiu um dos braços do marido em volta de si. Queria descansar um pouco mais, aproveitando que não seria necessário acordar as crianças para a escola. sentiu os lábios do marido em seu pescoço, e a mão direita subindo por sua coxa, por debaixo da camisola que vestia. Conseguiu conter um suspiro quando a mão dele mudou de posição, tocando a parte interna daquela mesma coxa. Ele estava provocando-a. Sabia que ela estava acordada, e por isso provocava ela daquela maneira. Mesmo com ela virada de costas para ele, ele pode perceber que ela já estava desperta. Ela se virou para ele para avisar que os trigêmeos poderiam aparecer a qualquer instante, mas os lábios dele foram mais rápidos, e ela não conseguiu resistir. Menos ainda quando ela sentiu o dedo dele entre suas pernas, tocando em seu ponto sensível por cima da calcinha. O som que saiu da boca da esposa quando pressionou o clítoris e começou a fazer movimentos circulares no clítoris, fez com que seu memb
Thomas ainda se estremecia quando chegou a cozinha. Ele se lembrava da cena, e estremecia outra e outra vez. Nunca tinha flagrado os pais em uma situação como aquela. Nem quando era mais novo. Eles sempre foram muito cautelosos. Depois que cresceu, sabia o que acontecia entre eles entre quatro paredes, mas não pensava sobre, e sempre batia na porta, mesmo que soubesse que estava trancada, mas naquele dia foi diferente. E ele se recriminava por isso. — O que aconteceu com você? — Eu vi o inferno mais cedo. — Que horror, Thomy. — É sério. Muito sério. Nunca, jamais entre no quarto dos nossos pais sem bater. Natalie fez uma careta, até entender tudo e arregalar os olhos. — Você flagrou... — Não termine. – A cortou. – Nós nunca vamos falar sobre isso. Nunca. Jamais. Isso vai para o túmulo comigo e com você. A gêmea estremeceu. — Não pretendo fazer perguntas ou lembrá-lo disso. — Obrigado. — Bom dia. Natalie abriu um lindo sorriso quando o viu, recebendo um beijo na testa
Rolou na cama ao escutar aquele som irritante sei lá quantas vezes. Sabia que tinha tocado mais de duas, mas não sabia qual foi a vez que rolou e puxou o travesseiro para os ouvidos. Resmungou, mas se levantou após jogar as cobertas para longe com os pés. Caminhou até o banheiro, tomou um banho, lavou os cabelos, fez a higiene que faltava e saiu de lá de dentro já pronta para ir ao colégio. Queria ficar em casa? Sim. Mas a vida não é tão feliz assim. Ela tinha aula e se tentasse enrolar sua mãe ou seu pai a levantaria pelos cabelos. Bem, estava exagerando, mas a cena não seria linda, não. Passou o creme no corpo ao se lembrar que tinha se esquecido, colocou a bota de cano longo, subindo o zíper ao mesmo tempo em que abriam a porta. — Ei, bate na porta. — Preguiça ambulante, a mamãe está chamando. — Preguiça ambulante é a senhora sua... — Oi? Quem? Ela trincou os dentes vendo que ele se divertia por ela não poder continuar. — Eu vou finalizar minha maquiagem. — Nós vamos n
— Onde está o restante do tecido da sua saia, Natalie? Mia segurou uma risada ao ver a cara que seu marido fazia enquanto fitava a vestimenta da filha deles. Claro que ele ainda não se conformava com o uniforme minúsculo, menos ainda com as roupas que a garotinha começava a se vestir. Aquele era um dia em que eles poderiam ir livre, por ser sexta-feira, e por isso ela se vestia com algo que era a cara dela. Uma saia de cintura alta cor-de-rosa e uma camisa branca de manguinha com babados. Estava linda, mas para o seu marido ciumento, isso não era o mais importante. — Pela forma como ela está grossa hoje, ela deve ter comido. — Some da minha frente, Thomas. Ele soltou uma gargalhada. — Você se lembra de que vamos juntos para o colégio, não é, maninha? — Se você não sair daqui, eu juro que vou te infernizar até chegarmos lá. Maninho. Tudo que o gêmeo dela fez foi dar de ombros. — Eu vou enlouquecer. Mia segurou uma nova risada, fitando ao marido, que não tinha a melhor das
Thomas estava achando aquilo muito estranho. Era para Bryan entrar e seguir para sua sala. Mas não. Ele fingiu apenas. O que ele queria com aquilo? Não pensou duas vezes antes de seguir ele. Pediu para sua irmã não se preocupar, já que ela também não estava entendendo o motivo de o irmão do meio ter seguido por outro caminho, e a deixou ali. Se tivesse que receber falta, que seja. O mais importante ali era seu irmão, que vinha se comportando de forma estranha há alguns dias. Primeiro um segredo que Natalie insistia em descobrir qual era e agora ele fingindo assistir aula para ir sei lá onde. Não era longe o local que Bryan parou. Era a lanchonete na rua de cima do colégio deles. Rapidamente reconheceu a pessoa que se sentou com ele. Era a antiga professora dele. A conheceu no dia em que ela compareceu junto a psicóloga e a assistente social para entregar Bryan para seus pais. Estavam todos reunidos para levar o novo membro da família para casa. Achou estranho uma professora estar ali,
Há quatro anos atrás ele foi adotado por Liam e Mia. Os conheceu em um dia complicado. Foi perigoso e por pouco não se machucou de verdade. Tudo que teve foi uma torsão no pé por conta da queda. Depois de se perder e escorregar no meio da rua, encontrar o casal foi a melhor parte de seu dia. Mia era extremamente carinhosa. Um doce. Ela cuidou dele de um jeito que o surpreendeu. Ele era órfão. Nunca sentiu nada parecido antes. De qualquer um. Liam era diferente, e ainda assim, sentiu nele uma segurança que ele jamais sentiu com outra pessoa. Bryan sempre foi desconfiado, mesmo com quase cinco anos. Diferente de outras crianças de idades semelhantes, Bryan era extremamente desconfiado com quem quer que fosse. Mas não com os Kavanagh. E quando descobriu que eles o queriam como filho, se sentiu tão bem, que achou que fosse um sonho. Já tinha cinco anos quando foram buscá-lo. Toda a família. Em um único dia ele conheceu seus cinco irmãos. Ele, que sempre foi sozinho, tinha uma grande famíl
Liam achou estranho quando seu advogado ligou para falar sobre Bryan. Por que ele teria algo a falar sobre seu filho? Não entendeu o motivo, mas mesmo assim foi de encontro a ele. Pediu para que a esposa buscasse as crianças sozinha, e seguiu ao centro da cidade. Almoçaria por lá com Finn. Ele parecia preocupado no telefone, o que fazia com que Liam só pensasse que havia algo de errado. Achou melhor não preocupar Mia, já bastava ele. Ela estava grávida e não podia com emoções fortes, ainda mais quando estava entrando no sexto mês de gestação. Para tornar a situação mais complicada, havia o fato de que Bryan vinha escondendo algo deles. Isso estava fazendo Mia ficar angustiada e consequentemente não o deixar em paz até que ele conseguisse descobrir o que estava acontecendo com o garotinho deles. Quando conheceu Bryan, já sabia que ele tinha uma carga muito pesada mesmo sendo uma criança. Ele tinha quase cinco anos. Foi abandonado pelos pais e vivia em um orfanato. Estudava em uma esc
— Onde está nossa filha? Mia sabia que o marido questionaria sobre a mais velha no instante em que percebesse a falta dela. O que foi de imediato. Ele se aproximou já a procura da menina. O que já era esperado. Já estava preparada para as perguntas, e talvez, muito provavelmente, o ciúme. Porque Natalie não tinha saído sozinha. Ela foi acompanhada com Ezra. Ele tinha uma cisma com o sobrinho deles desde que Mattew começou a colocar caraminholas em sua cabeça.— Saiu. Foi ao cinema com Ezra. Eles vão se encontrar com nossos sobrinhos. — Hum. — O papai está com ciúmes da garotinha dele. — Eu sou a garotinha dele! — Eu que sou! — Ninguém merece. Bryan riu, principalmente quando Mark se pronunciou. — Você está muito parecido com seu pai, vamos mudar isso, querido. Liam franziu o cenho e Bryan riu novamente. — A senhora deveria agradecer por ele não ser como o Thomy, mamãe. Mia levou a mão direita ao queixo, pensativa. — Ela deve estar se lembrando de quando nosso filho