Capítulo 7

Rolou na cama ao escutar aquele som irritante sei lá quantas vezes. Sabia que tinha tocado mais de duas, mas não sabia qual foi a vez que rolou e puxou o travesseiro para os ouvidos. Resmungou, mas se levantou após jogar as cobertas para longe com os pés. Caminhou até o banheiro, tomou um banho, lavou os cabelos, fez a higiene que faltava e saiu de lá de dentro já pronta para ir ao colégio. Queria ficar em casa? Sim. Mas a vida não é tão feliz assim. Ela tinha aula e se tentasse enrolar sua mãe ou seu pai a levantaria pelos cabelos. Bem, estava exagerando, mas a cena não seria linda, não. Passou o creme no corpo ao se lembrar que tinha se esquecido, colocou a bota de cano longo, subindo o zíper ao mesmo tempo em que abriam a porta. 

— Ei, b**e na porta.

— Preguiça ambulante, a mamãe está chamando. 

— Preguiça ambulante é a senhora sua...

— Oi? Quem? 

Ela trincou os dentes vendo que ele se divertia por ela não poder continuar. 

— Eu vou finalizar minha maquiagem. 

— Nós vamos nos atrasar e a culpa será toda sua. 

— Vai se ferrar.

— Pai! A Nat mandou seu filho se...

Natalie jogou uma almofada na cara do irmão antes que ele pudesse terminar. 

— O dia mal começou e você já está mal-educada, mal-humorada e tacando coisas nas pessoas. Você precisa ser tratada. 

Ela o fuzilou com os olhos pelo espelho do banheiro, e isso porque ele tinha seguido ela até lá enquanto enumerava como ela estava naquele dia.

— Tem um pontinho incerto no seu olho.

— O ponto incerto vai parar no meio da sua cara, se não me deixar em paz.

Thomas riu. 

— O que foi que eu te fiz?

— Quer que eu enumere outra vez?

Natalie se esforçou para ficar calada enquanto finalizava a maquiagem, e Thomas se encostou no batente da porta, observando-a passar o rímel, a máscara para cílios e o blush clarinho nas bochechas.

— Não é que você sabe mesmo fazer isso? A mamãe vai ficar tão orgulhosa. 

— Cala a boca. 

Ele riu, não se importando com a frase grosseira. 

— O que a maquiagem não faz em uma pessoa. Te deixou linda. 

— Quer apanhar?

Ele voltou a rir. 

— Crianças. 

Ambos se viraram para a mãe, que adentrava o quarto.

— Vocês vão se atrasar, o que estão esperando para descer?

— Mãe, não somos mais crianças. 

— Principalmente seu filho. Não sabe as coisas que ele faz com a namorada quando não está. 

— Cala a boca, Natalie. 

— Ei! Isso é forma de falar com a sua irmã? 

— Eu estava terminando a maquiagem, mamãe. 

— Pode se orgulhar, mãe.

— Cala a boca, Thomas.

— Ei! A boca. 

— Sua bruta, estou te elogiando.

— Prefiro que não o faça, se for para fazer gracinha.

— Não comecem, por favor. 

— O único erro aqui é essa saia. Não podia ser um centímetro maior?

— Não comece, filho. Está parecendo seu pai. 

Thomas deu de ombros.

— Está perfeita, querida. 

Natalie passou a mão na saia. 

— Os garotos vão cair em cima.

Natalie corou.

— Não seja tão ciumento, filho. – Diz sorrindo. 

Thomas cruzou os braços, se negando a responder àquela frase dita por sua mãe.

— Agora vão comer, ou vão se atrasar. 

— A culpada é a Nat.

— Vai se ferrar.

— Natalie! – Sakura a repreendeu, e Thomas deu um sorriso presunçoso que fez a morena se irritar.

— Ele que começou. 

— Você que é uma preguiçosa. 

— E você é um insuportável. 

Ambos foram interrompidos pela rosada, que se colocou no meio deles.

— Parem já os dois. Isso não é hora. – Diz com as mãos na cintura.

Eles se fuzilaram com os olhos. 

— Vamos descer. 

Natalie sai marchando para fora do quarto, fazendo Mia sorrir pela forma como ela se pareceu com o pai naquele momento. E então Thomas a seguiu para fazer como a mãe pediu, passando por ela, mas não sem antes jogar os cabelos dela para cima. Era mais forte que ele. Precisava provocá-la de alguma forma.

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