— Irmãozinho, você está arrasando corações, é isso mesmo? Bryan corou, e se sentiu um idiota por ter falado sobre o que aconteceu com a mãe, estando ambos seus irmãos mais velhos em casa. Era para ser segredo. Só falou com ela sobre, porque não sabia como ser ele mesmo com Hope agora que sabia que ela gostava dele. Se Henry não tivesse contado, ele nunca saberia. Não que não gostasse da irmã do amigo, ou que ela não fosse bonita. Na verdade, ela era muito bonita, mas ele tinha quase dez anos, e ela já tinha completado os dez. Não pensava em garotas ainda. Até porque, com sua vida complicada e cheia de emoções, como ele iria pensar nelas? Mesmo Hope estando ao seu lado quase que sempre. E agora não parava de pensar que ela deve estar se sentindo envergonhada, chateada e pensando se ele não começaria a tratar ela diferente, e tudo por culpa do linguarudo do irmão dela. — Que fofinho. — Thomy, deixe-o em paz. — Mãe, eu quero ajudar meu irmão a conquistar a garota. — Ele não quer
— Bryan. O menino percebeu a surpresa nos olhos do pai, o que já era esperado por ele. — Não vai me abraçar? Não houve resposta. — Tudo bem, eu faço isso. E então Bryan se aproximou, abraçando o pai, que o correspondeu após um segundo, relaxando. A tensão no corpo de Nathan evaporou no instante em que teve o filho em seus braços. Foram tantos dias se perguntando se ele estava bem. Emocionalmente, no caso, já que ele era um tanto sensível quando o assunto era “família”. Ele podia estar muito feliz por ter o outro pai de volta em casa, mas não queria dizer que estava completamente feliz, não quando não podia ver o outro pai. Nathan também se sentia mal. Triste. Com saudades. Mas foi a única forma de fazer com que Holly deixasse aquela família, o que incluía seu garotinho, em paz. Se ela soubesse que eles ainda estavam se vendo, ela poderia imaginar em sua cabecinha, que ele estava tramando contra ela. E ele realmente estava. — Senti sua falta. — Eu também senti. – Suspirou.
Liam entrou naquela casa, que mais parecia um labirinto, como uma que ele morou quando era mais novo, observando tudo atentamente. Atrás dele, estavam seus dois filhos mais velhos, seu filho mais novo e Hope. Sim, a garotinha insistiu que estaria ao lado do melhor amigo, e o pai do menino não teve opção a não ser concordar. Enquanto isso, Nathan fazia o trabalho de manter Holly bem longe daquela casa. Não foi fácil tirá-la dali, menos ainda de forma que ela não desconfiasse de nada. Mas ela era gananciosa e quando o “marido”, no seu modo tanto faz, insistiu para que ela comprasse um vestido e um sapato por causa da festa da empresa que aconteceria no fim da semana, ela aceitou. Tudo como planejado. Ela nunca iria desconfiar da festa da empresa de Nathan. E menos ainda quando ele era obrigado a levá-la como sua esposa. O que de certa forma fazia com que ele se enojasse por saber que teria de passar mais de três horas com ela ao seu lado. Mia tinha ficado em casa com os mais novos. So
— Agora acabou? Finalmente acabou? — Sim, acabou. – Nathan quem respondeu a Mia. — Com a confissão dela, as provas que nós encontramos e o que o gênio do Matteo conseguiu... ela vai passar o resto da vida miserável dela na cadeia. – Liam contou. Mia se virou para o filho mais novo, vendo-o sentado no sofá, com Hope ao lado. — Meu amor, como você está? — Estou bem. É claro que foi um choque escutar tudo que ela disse sobre mim, mas... eu já sabia que ela não se importava comigo. Ou importou um dia. — Ela quem perde. – Hope diz. – Ela está sozinha e atrás das grades, e você tem uma família incrível. — Sim, sua amiga está certa. – Nathan diz. – Akemi perdeu muito aqui. Inclusive a liberdade dela. — E o luxo, que era o que ela mais queria nessa vida. Mais até que você, Nate. – Natalie diz. – Psicopata. – Estremeceu. – Quando ela começou a falar, meu estômago revirou. — O que importa é que isso acabou. – Mia sorriu para o garotinho dela. – Nós estamos todos juntos, e felizes.
ANOS DEPOIS — Bryan. Ele se virou ao reconhecer aquela voz. Ela se aproximava com o sorriso de sempre. Nada nela havia mudado desde que soube de seus sentimentos. Mesmo achando que eles não seriam os mesmos, que ele se sentiria desconfortável perto dela e que eles não conseguiriam ser os amigos de antes, o sorriso dela continuava o mesmo. Ela era a mesma com ele. Carinhosa, cuidadosa, amável. E sorridente. Até quando o irmão fazia comentários que deixava a ambos envergonhados, algo que com o tempo eles começaram a saber lidar. Henry era e sempre seria inconveniente. Um bom amigo, mas muito inconveniente. Ele não sabia quando calar a boca. Tinha vezes que acabava levando a mão atrás da cabeça dele. Isso quando não fazia um pedido mudo para que Nicholas o fizesse. O que não era incomum, já que Nicholas sempre reagia àquela maneira quando o amigo deles falava alguma besteira. Com as mãos nos bolsos, ele esperou que Hope se aproximasse. Ela vestia-se com a costumeira saia e a camiset
Já fazia onze anos desde a chegada de Mia naquela casa. Onze anos que a vida de todos mudou completamente, inclusive de Thomas e Natalie. Eles tiveram a sorte de ela aparecer na vida deles. Porque foi quando eles conheceram uma mãe de verdade. Algo que desejavam, mesmo que não admitissem em voz alta. Thomas era quem mais escondia aqueles sentimentos, e só percebeu que deveria fazer algo sobre isso quando teve uma conversa sincera com a única mãe que ele reconhecia naquela vida. Foi aí que ele decidiu que era hora de aceitar seu pai com alguém. Mas não com qualquer uma. Só tinha uma escolha. E ela era sua babá. O que teria acontecido se seus planos não tivessem dado certo? Ele não teria Mia como mãe, não teria mais irmãos e principalmente, teria talvez Freya como mãe. Só de pensar ele se arrepiava por inteiro. Após colocar o uniforme de sempre, pegou a mochila em cima da cama e saiu, mas não sem antes dar uma olhada na fotografia em família que havia em cima da mesa de cabeceira. Sua
— Thomas, você pode levar Bryan hoje? Os trigêmeos vão entrar na escola no segundo período por causa do médico. — Claro, mãe. — Eu vou dirigir. — Nem sobre meu cadáver, maninha. — Sobre ele ou não, eu vou dirigir. Você dirigiu a semana inteira e o papai prometeu que eu poderia pegar o carro hoje. — O pai prometeu, não eu. Liam e Mia trocaram um olhar cansado. — Tem certeza de que estou seguro com esses dois? — Olha só. Estão fazendo Bryan se preocupar. – Mia diz. – Filho, deixe sua irmã pegar o carro hoje. Qual o problema? Ela dirige tão bem. — Vamos então perguntar ao cachorro que ela quase atropelou semana passada se ele confiaria nela como motorista. — Não seja implicante, Thomas. – Liam pediu. — Aquilo não foi culpa minha. Ele apareceu do nada na minha frente. — Que explicaçãozinha meia boca. — Pai. Pode me levar por favor? Eu não vou aguentar isso aí, não. — Thomas, pelo amor de Deus, seu irmão de nove anos precisa que você seja um pouco menos implicante. S
Natalie ignorou completamente o fato de ver seu irmão e sua amiga se beijando ali no corredor. Eles mal tinham se encontrado, e já estavam “trocando saliva” como Bryan adorava dizer. Não que ela não fizesse o mesmo, mas era irritante quando eles podiam fazer aquilo sem se preocupar com o que diriam. Ou no caso, com o que seu pai diria. Estava escondendo o namoro desde que sua mãe revelou a nova gravidez. Surpreendentemente, tinha começado a namorar apenas duas semanas antes. Um dia antes, sua mãe teve conhecimento, assim como seu irmão do meio, que prometeu manter em segredo. Ela o adorava mais por ser fiel a ela, mesmo que soubesse que o certo era seu pai saber. E ela contaria. Na verdade, já queria ter contado, mas houve contratempos. E por isso ainda estava namorando escondido. Apenas sua mãe, seus dois irmãos e Belle sabiam sobre o namoro. E já era gente demais. Ela achava que era muita sorte seu pai não ter descoberto ainda, mesmo ela sendo tão cuidadosa. Muito mais que o irmão,