Os Gêmeos Perfeitos
Os Gêmeos Perfeitos
Por: Ella
Capítulo 1

Já fazia onze anos desde a chegada de Mia naquela casa. Onze anos que a vida de todos mudou completamente, inclusive de Thomas e Natalie. Eles tiveram a sorte de ela aparecer na vida deles. Porque foi quando eles conheceram uma mãe de verdade. Algo que desejavam, mesmo que não admitissem em voz alta. Thomas era quem mais escondia aqueles sentimentos, e só percebeu que deveria fazer algo sobre isso quando teve uma conversa sincera com a única mãe que ele reconhecia naquela vida. Foi aí que ele decidiu que era hora de aceitar seu pai com alguém. Mas não com qualquer uma. Só tinha uma escolha. E ela era sua babá. O que teria acontecido se seus planos não tivessem dado certo? Ele não teria Mia como mãe, não teria mais irmãos e principalmente, teria talvez Freya como mãe. Só de pensar ele se arrepiava por inteiro. 

Após colocar o uniforme de sempre, pegou a mochila em cima da cama e saiu, mas não sem antes dar uma olhada na fotografia em família que havia em cima da mesa de cabeceira. Sua preferida. Estavam todos eles juntos e felizes. Foi tirada no primeiro ano de vida de seus irmãozinhos. Os menores. Que eram terríveis. Talvez até mais que ele quando era mais novo. Tinham o mesmo DNA, afinal. Seus pais que sofriam nas mãos daqueles “anjinhos”. O que de certa forma era divertido. Era como se voltasse no tempo. Se lembrava de como aprontava. De como estava sempre pensando em algo legal e divertido para fazer com sua mãe. Com ela era sempre muito mais divertido que com seu pai. Não que levasse bronca, porque as brincadeiras eram tranquilas. 

Desceu as escadas encontrando sua gêmea abrindo a boca. Aproveitou para jogar um papelzinho que encontrou no meio do caminho nela. E riu quando conseguiu acertar a boca dela. Já esperava pelo show de sua irmãzinha. Sempre se divertia quando brincava com ela como fazia com sua mãe. Elas se pareciam um pouco quando o assunto era se revoltar. Gesticulavam do mesmo jeito, franziam o cenho e gritavam. Ah, sim, havia os gritos. Se lembrava bem do dia em que sua mãe gritou com seu pai e jogou um copo de plástico nele. Ela estava irritada porque ele tinha feito alguma coisa que ele até hoje não tinha descoberto. A sorte foi que não havia nada mais perigoso perto dela, ou ela teria jogado nele. 

— Thomas! 

Uau. Eu fiz uma cesta. 

Eu vou fazer uma também. Mas no meio da sua cara. 

Você é uma tampinha, como vai acertar minha cara?

Ela rosnou bem na hora que o pai chegou à cozinha. 

Vocês já começaram? Logo cedo?

— O Thomy começou. 

Não importa. Sentam-se, comam, e se aprontem para a escola. 

— Pai, colégio, por favor. Escola é para criancinhas. – Thomas retrucou. 

Liam revirou os olhos. 

— Ah, muito bom. Todos reunidos e prontos para sair. – O sorriso de Mia sumiu ao ver que estava faltando um. – Onde está Bryan?

Os gêmeos deram de ombros. 

— Ainda não desceu, querida. Quer que eu suba?

— Não, não, só ajude Mark com essa camisa de uniforme. 

— Pai, a Mavi estragou um dos botões.

— Foi sem querer. 

— Você é desastrada. 

— Não fale assim da sua irmãzinha, filho. Nós compramos outra hoje após a escola. 

Liam observou sua família após todos estarem em volta da mesa. Era sempre uma bagunça, mesmo depois de Thomas e Natalie se tornarem adolescentes. Eles só não eram piores que os irmãos mais novos, mas ainda assim não era nada diferente do que ele imaginou que seria quando chegasse aquele momento. Eles continuavam terríveis, só que agora as implicâncias eram diferentes. Era um com o outro. O que de certa forma era irritante em algumas ocasiões. Como na semana passada quando seu filho fez o favor de acordar a irmã com uma jarra d’água. Foi uma barulheira logo cedo, que ele acreditou que uma guerra tinha sido estourada. Mas não. Eram seus primogênitos se matando. Natalie tinha jogado o irmão no sofá e quando chegou já tinha uma almofada nas mãos, que empurravam contra o rosto dele. Teve de tirá-la de cima do irmão e brigar com ambos como se eles fossem duas crianças de cinco anos. 

Mesmo assim, ele era feliz. Ele era o homem mais feliz do mundo. Tinha a família mais linda. Uma esposa maravilhosa e seis filhos. Desviou os olhos para a barriga da amada. Sete. Havia um a mais, só não tinha nascido ainda. Só fazia um mês desde que descobriu sobre aquela novidade. Pensou que a “fábrica tinha fechado”. Foi o que Mia disse. Então foi uma surpresa escutar ela dizendo que estava grávida. Só não foi surpresa maior descobrir no mesmo dia que seu filho estava namorando. E nada mais nada menos que a filha de Mattew. Belle. Seus filhos estavam crescendo. E isso de certa forma era assustador. Ele não queria, mas já estava se preparando para o momento em que fosse descobrir que sua garotinha também estava com alguém. Não seria fácil, mas ele sabia que isso era algo que aconteceria ele gostando ou não. E como sua esposa gostava de lembrá-lo, ele não poderia ser injusto apoiando o namoro de um e não o do outro. 

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