VerônicaQuando o Cadu saiu, os sentimentos de culpa e tristeza me envolveram, deixando-me com uma certa angústia. Sua expressão abatida não saia da minha mente, me perturbando de maneira intensa, enquanto suas palavras ainda ressoavam em meus ouvidos, fazendo-me refletir sobre a dureza com a qual o tratei.Percebi que menti para Cadu, fazendo-o acreditar em palavras vazias de compaixão que eu mesma não compreendia porque havia dito. A consciência de que ele estava certo, pesava em meu peito, embora eu não quisesse admitir. No entanto, a sensação avassaladora que me atingiu quando seus lábios tomaram os meus, era inegável. Foi como se uma explosão de emoções desconhecidas se manifestasse no âmago da minha alma, uma sensação magnífica e arrebatadora que nunca experimentei com ninguém. Nem mesmo com Miguel.Recostada no sofá, me deixei envolver pela lembrança do toque suave de seus lábios em minha pele, perdendo-me na sensação de êxtase que suas carícias me provocaram. Cada movimento de
CaduHoje é a noite da festa de aniversário de Emilly, que será realizada no Peacock Court. Um dos maiores salões de festa da Califórnia.Enquanto eu me arrumava com a mente vagando entre os pensamentos do dia, meu irmão entrou no quarto, com aquele sorriso travesso no rosto.— Você teve muita sorte em ter tirado o gesso na semana passada, mano. Senão, como ia dançar e se divertir está noite?Concordei com um aceno, deixando a empolgação da noite transparecer em cada movimento, enquanto deslizava meus pés no tênis esportivo branco, criando um contraste elegante com a calça jeans ajustada e a camisa social preta. A harmonia entre o casual e o formal em minhas roupas refletia a dualidade da noite que se aproximava — uma mistura de descontração e sofisticação. Cada peça do meu visual parecia feita sob medida para aquela ocasião especial. Aquela festa significava mais do que a celebração do aniversário de Emilly; era um marco após meu acidente, o meu retorno à normalidade. Eu podia senti
CaduVerônica permaneceu em silêncio por um momento, processando minhas palavras com uma expressão indecifrável. Seus olhos transmitiam uma mistura de surpresa, curiosidade e talvez um lampejo de vulnerabilidade.— Então você… admite que está apaixonado por mim? — Ela perguntou com a voz falhando.A proximidade entre nós parecia se intensificar, a eletricidade no ar, criou uma atmosfera carregada de tensão e expectativa.— Talvez eu esteja. Talvez eu esteja completamente louco por você, Verônica. — Respondi, deixando transparecer a total sinceridade de minhas palavras. Não sei o que deu em mim.Um sorriso tímido brotou em seus lábios, revelando uma mistura de emoções que brilhavam em seus olhos. — E o que você pretende fazer a respeito disso? — Ela questionou, mostrando-se desafiadora, mas o brilho em seu olhar me deixou esperançoso.A noite parecia suspensa em um momento de possibilidades infinitas, onde o passado se dissipava e o futuro se desenhava com a promessa de uma nova histó
Verônica Minha voz saiu firme, mas minhas pernas vacilaram em cima do salto quando Cadu guardou o cigarro eletrônico no bolso e se aproximou de mim. Seus olhos sérios me fitaram com intensidade, e de forma provocante, ele umedeceu os lábios, antes de diminuir a distância entre nós, enquanto dizia:— Estou ouvindo, pode falar.Sua voz rouca e decidida, aliada à proximidade repentina, fez com que as palavras que eu planejava dizer se dissipassem da minha mente. Respirei fundo, tentando conter a ansiedade que me dominava, e decidi que era hora de ser honesta. Não havia mais como escapar daquela conversa.— Cadu, o que você quer de mim? O que pretende com tudo isso? Acha que pode brincar comigo? Que vai conseguir me iludir?Ele segurou minhas mãos suavemente e, com sinceridade em seu olhar, respondeu:— Não estou brincando, Verônica. Desde o momento que nos esbarramos pela primeira vez, algo mudou dentro de mim. E eu tentei. Juro que tentei de todas as maneiras possíveis, mas não posso m
CaduA festa terminou, e graças à insistência de Vinícius, que estava ansioso para ver Isabella, Verônica permitiu que a levassemos embora. Felizmente ele persistiu, pois quando ofereci carona, ela recusou, e optei por respeitar sua decisão. Após a conversa que tivemos, eu não queria pressioná-la.Meu irmão subiu pra ver sua namorada ou ficante, ou sei lá o que, enquanto Verônica e eu nos despedimos no elevador do saguão.— Verônica, queria te agradecer pela noite maravilhosa que tivemos a oportunidade de curtir juntos. Adorei sua companhia, e espero que essa tenha sido apenas a primeira de muitas.Ela sorriu, seus olhos brilhando com uma mistura de emoções.— Também gostei muito da noite, Cadu. Foi incrível. Você não quer subir?A proposta era tentadora, mas eu prometi a ela que iria com calma, e se eu for até aquele apartamento, não serei capaz de cumprir minha promessa. Verônica me deixou excitado durante toda a festa.— Eu adoraria, mas acho melhor não. Se eu subir, não posso gara
Cadu Ao despertar no dia seguinte, fui atraído pelo irresistível aroma do café fresco e do pão recém-assado que se espalhava pela casa. Desci as escadas em direção à mesa, onde meus pais já se encontravam presentes, desfrutando da serenidade de um domingo em família.— Bom dia, pai! Bom dia, mãe! — Cumprimentei, dando um beijo carinhoso em minha mãe, antes de me sentar ao seu lado.— Bom dia, filhão. — Meu pai respondeu, seguido pelo comprimento afetuoso de minha mãe.— Bom dia, filho! Como foi a festa ontem? Você parece mais animado.— Foi boa, mãe. Digamos que não posso reclamar. — Respondi, servindo-me de uma xícara de café puro e um pedaço de bolo, enquanto meu irmão se juntava a nós com um sorriso no rosto.— Bom dia, família! — Cumprimentou, ocupando o lugar à direita de nosso pai.Trocamos saudações animadas e então começamos a desfrutar da refeição juntos. Enquanto saboreávamos o café da manhã, meu pai quebrou o silêncio com uma pergunta direta: — Cadu, e aquela moça… a Verô
Cadu— Cadu, você me assustou. O que está fazendo aqui?— Eu vim te buscar. — Afirmei, de forma direta e sem rodeios.Ela, confusa, perguntou:— Me buscar? Para quê?Com um sorriso confiante nos lábios, confirmei assentindo e respondi vagamente:— Para almoçar.Era visível que ela estava indignada com minha autoconfiança. Ela levantou uma sobrancelha e questionou:— Você veio me buscar para almoçar sem ao menos perguntar se eu queria?Suspirei, coloquei as mãos nos bolsos da calça, e expliquei:— Eu sabia que você não aceitaria se eu convidasse, por isso achei melhor vir de uma vez. É muita petulância, eu sei. Mas pensei que se eu já estivesse aqui, talvez conseguisse te convencer.Mas Verônica não é uma pessoa fácil de lidar.— E o que te faz pensar que eu vou almoçar com você? — Ela insistiu.— Bom, você disse que eu precisava provar meus sentimentos com atitudes e não com palavras. Para isso você precisa permitir que eu me aproxime. — Respondi com sinceridade. — Almoça comigo. Como
VerônicaMeu coração acelerou. Cadu estava falando sério? Ele queria que eu fosse sua namorada? Aquele garoto que eu conhecia pouco, mas que demonstrava ser totalmente desapegado, agora estava ali, vulnerável, me pedindo para ser sua? A confusão se misturou com a surpresa, e um turbilhão de emoções me invadiu.Aquele Cadu, o que me pediu em namoro há poucos instantes, me levando para um encontro com seus pais, era diferente do garoto mimado e com ego inflado que eu conhecia. Ele parecia genuinamente apaixonado, e a vulnerabilidade que ele demonstrava, me deixou insegura.Minhas palavras pedindo para ele ir com calma ecoaram na minha cabeça, e eu me senti um tanto hipócrita. Afinal, eu também não estava sendo exatamente paciente. Eu havia correspondido quando ele me beijou, e quase me entreguei a ele. E, eu estava na garagem de sua casa, prestes a almoçar com seus pais.A situação era inusitada, e eu me sentia dividida entre a vontade de me entregar à paixão que ele despertava em mim,