Cheguei no quarto com o coração aos saltos, meu pulso ainda estava disparado e minhas mãos tremiam, joguei um casaco longo por cima do corpo e peguei minha maleta de primeiros socorros, quando voltei para sala ele estava com os olhos fechados e parecia estar descansando, assim que me aproximei ele voltou a abrir os olhos, eu olhei sem graça para aquele homem estupidamente bonito na minha frente e gelei.
- Vai ficar aí me olhando ou vai me deixar sangrando até a morte?
- Isso é meio dramático, não acha?
Ele sorriu pela primeira vez talvez ele não fosse de aço.
- Ainda posso te m****r embora por tentativa de assassinato, sabia?
Eu arregalei os olhos e segurei na mão dele ficando de joelhos.
- Por favor, por favor, não eu preciso muito do emprego.
Ele sorriu.
- Acalme-se... Foi brincadeira.
Eu me perdi por alguns segundos naqueles olhos verdes.
- E ai? Vai cuidar disso ou não?
Eu me ajoelhei no sofá e peguei um algodão para limpar o ferimento, encostei de leve o algodão no machucado.
- Aí!
Ele berrou, me afastei rapidamente.
- Machuquei?
- Não foi só pra ver se estava prestando atenção.
Ele começou a rir, eu balancei a cabeça e voltei a cuidar do ferimento.
- E então garota, qual é o seu nome? Vou precisar te chamar de algo mais do que garota né?
- É Nataly.
- Hum... Prazer Nataly, sou Jack.
Algo começava a me intrigar profundamente, se ele tinha se casado na sexta feira e deveria estar de lua de mel por que tinha voltado para casa sozinho? Será que tinha tido problemas na empresa e a mulher tinha decidido ficar para aproveitar o resto da estadia?
Terminei de fazer o curativo e me afastei um pouco.
- Pronto! Como se sente?
- Vou sobreviver.
- Quer que eu prepare algo para você comer?
- Não, comi no caminho.
- Os outros também voltaram amanhã?
- Você diz os outros empregados?
- É...
- Não, sou só eu que voltei mesmo, seremos só nos dois por 15 dias, mas eu não sou muito espaçoso e passarei muito tempo na empresa então, não me verá com frequência.
- Foi por isso que voltou? Por causa da empresa?
Ele estreitou os olhos e me encarou.
- Não tenho certeza se isso te diz respeito, mas não... Não foi por isso.
- Ok, desculpa.
Ele era bastante seco, me afastei me levantando e comecei a guardar minhas coisas, logo senti o toque dele em minha mão, ele segurou meus dedos.
- Nataly... Obrigada.
Ele sorriu.
- Por ter batido em você?
Ele riu.
- Não, por ter cuidado de mim.
- Era o mínimo que eu podia fazer, afinal fui eu que te machuquei.
- Protegendo a minha casa, tem um crédito.
Ele se levantou e se aproximou de mim, eu sei que aquilo não era da minha conta, mas minha curiosidade era muito grande.
- Se você estava de lua de mel, cadê a sua esposa?
Ele fechou o rosto à contra gosto e mexeu na aliança no dedo.
- A única coisa que você precisa saber é que ela não virá para essa casa.
Ele me deu as costas e pegou a mala perto da escada.
- Boa noite Nataly.
Eu o vi se despedir e subir as escadas, fiquei confusa ele mudava de humor muito repentinamente e para ser sincera por alguns segundos acreditei que talvez o humor dele tivesse mudado justamente por que eu tinha perguntado sobre o casamento, mas por que será que ela não viria para aquela casa? Será que eles eram um daqueles casais modernos em que um vivia em uma casa e outro em noutra? Bizarro.
Assim que o dia amanheceu eu comecei a limpar freneticamente as janelas, Jack desceu as escadas e caminhou calmamente até a cozinha. - Deixei seu café na sala de refeições. Eu disse assim que o vi, ele me olhou por alguns segundos e concordou com a cabeça dando meia volta, logo voltou. - Não precisava fazer isso, na verdade eu apenas queria alguém para cuidar da casa, você não precisa agir como uma empregada... - Mas é o que eu sou senhor Belmont. Ele se aproximou de mim sério e com as mãos nos bolsos. - Tudo bem, faça como quiser, mas cuidado com essas janelas, não vá se machucar. Eu sorri e assenti com a cabeça. - Ok, pode deixar. Ele se afastou indo para a sala de refeições, assim que chegou lá ele percebeu a mesa posta o café quente e torradas integrais com iogurte natural, até parecia que ela conhecia os seus gostos, teria perguntado a Hortência? Ele balançou a cabeça negativamente, devia ser coincidê
Simoni adentrou presunçosa como se ainda tivesse algum direito de estar ali ou como se aquela casa ainda lhe pertencesse de alguma forma. - Olha, vejam só ele não perdeu tempo... - Simoni? O que faz aqui? Encontrar sua ex-mulher em sua casa não era bem a melhor coisa para ele naquele momento. Nataly ouviu as vozes alteradas e acordou, assim que percebeu que estava nos braços de Jack saltou do colo dele gritando, Jack se desiquilibrou com o impulso que ela fez e a deixou cair no chão, Nataly caiu sobre o pulso machucado e gemeu de dor. - Ai... Jack ignorou Simoni e se abaixou perto dela. - Tudo bem? Ela assentiu com a cabeça, mas ele pode perceber que alguma coisa estava errada, ela segurava o pulso e tinha os olhos fechados como se tentasse de alguma forma controla r a dor que sentia. Simoni sorriu se aproximando deles. - É sério mesmo Jack? A empregadinha? Ah por favor, você já teve melhores. - O olhar
Fui atendida rapidamente na clinica, meu pulso precisou ser imobilizado, as enfermeiras limparam meu ferimento na perna também, Jack me olhava sério quando Dr. Artus entrou. - Doutor, que bom revelo. - Senhor Belmont, fazia muito tempo que eu não o via aqui na clinica, está tudo bem? - Sim, na verdade vim trazer minha funcionaria, ela se machucou limpando a casa. - É eu vi a radiografia do pulso dela, foi bem complicado... Você teve muita sorte, de agora em diante nada de esforço físico. - Como assim nada? – Protestei. – Eu não posso ficar sem fazer nada, eu trabalho limpando a casa! Jack se meteu na conversa. - Pode deixar que vou cuidar para que ela não faça nenhum esforço. Ele vai cuidar? Vai cuidar de que jeito? Deus, ele ia me dispensar... Só podia ser isso! Se ele soubesse que na casa da minha tia eu faria muito mais esforço. Assim que saímos fora da clinica eu não me segurei. - Você vai me dispens
Depois de jantarmos eu me encostei em um dos pilares do bar e fiquei esperando Jack voltar de pagar a conta, ele se aproximou de mim cauteloso.- Quer ir caminhar na praia?Eu suspirei e concordei com a cabeça, saímos caminhando pela areia da praia, retirei a sandálias para poder sentia a agua do mar em meus pés.- Você não acha incrível...Eu disse por fim, ele me olhou confuso.- O que é incrível?- O mar, ele é tão majestoso... Tão grande, mas ainda assim aceita aqueles que são menores que ele por que sabe que precisa deles para crescer, é tão forte e impiedoso, mas às vezes é calmo como uma brisa de verão.Jack sorriu.- É uma apaixonada senhorita Nataly...- Por que diz isso?- Por que é o que eu vejo, dá pra ver a paixão nos seus olhos quando fala de suas co
Assim que o dia amanheceu eu percebi que estava terrivelmente atrasada, o sol já estava alto, devia ser os remédios que eu tinha tomado, droga! Corri para fora do quarto ajeitando o uniforme e vi Jack já na cozinha fazendo o café, merda... Desse jeito eu nunca ia conseguir um emprego definitivo.- Desculpa... Dormi demais, eu, eu faço o café rapidinho!Ele me olhou e sorriu.- Tudo bem eu já fiz, aliás, fiz coisas demais, fiz ovos, panquecas, bacon... Acho que me empolguei, não sei cozinhar para poucas pessoas, quer tomar café comigo?Mordisquei o lábio nervosa, isso era muito errado.- Não é certo, eu devo...- Deve se sentar agora e parar de mi mi mi, Nataly estamos só nós dois aqui, não há motivos para fazer pose.- Mas...- Senta ai vai, essa comida vai sobrar mesmo...Eu me sentei ao lado dele e com
Esperei umas duas horas até que tive coragem de abrir a porta e escapar para fora, para meu alivio Jack não estava ali, respirei fundo e voltei para meus afazeres, logo percebi que eu não estava sozinha em casa, tinha pessoas na piscina com Jack, foi ai que me lembrei que ele tinha pedido para limpar a piscina por que receberia alguns amigos, arrumei o uniforme e migrei para fora, tentei parecer o mais profissional possível ao me aproximar dele, mas Jack ainda tinha aquele olhar de desafio preso no fundo do belo rosto.- Vai precisar de alguma coisa senhor Belmont? Quer que eu traga bebidas ou prepare algum lanche?Um dos amigos de Jack se aproximou por trás de mim e me deu um tapa no traseiro, dei um pulo para frente irritada, querendo esbofetear o rosto dele.- Que “delicinha” de empregada que você arrumou Jack!...Jack me puxou para o lado dele me protegendo.- Deixa ela em paz Charle
Quando o dia amanheceu eu me revirei na cama, era dia de limpar os quartos, por sorte meu pulso já estava bem melhor e agora eu conseguia dar conta de tudo, parei por alguns segundos na cama olhando para o teto, como seria encontrar Jack? Com todas as minhas forças desejei que ele já tivesse saído para a empresa, lembrei-me do beijo da noite passada e minha boca começou a formigar desejando sentir aquela sensação novamente, eu precisava sair daquela casa eu precisava ficar o mais longe possível daquele homem, ele estava me ganhando por inteira, estava me prendendo com suas garras em formas de gentileza, bonito, rico e disponível? Isso só podia ter um erro, um erro grande, grave e que me faria sofrer o dobro, suspirei, eu tinha que me manter fria, eu precisava ser forte.Sai da cama, escovei os dentes, troquei de roupas, caminhei até a cozinha, deixei o café pronto para ele, organizei tudo e pe
Jack desceu as escadas rapidamente e pegou o paletó apressado para ir ao escritório, assim que o portão abriu e a BMW saiu, Liah deu um salto para trás.- Então o tal patrão da safadinha está de volta e ela não falou nada, quais são seus planos Nataly?Liah decidiu entrar e falar com a prima.Ouvi barulhos no andar de baixo e desci apressada eu tinha ouvido o carro de Jack sair, então sabia que não podia ser ele, assim que desci até a metade das escadas vi o vulto de Liah na janela, ela bem que tentou se esconder, mas eu já a tinha visto, corri até a porta e abri em um rompante a surpreendendo.- Liah!- Oi priminha...- O que faz aqui? Como descobriu onde eu estava trabalhando?- Mamãe foi visitar Mary e chegou com a novidade, bela casa e o seu patrão não é nada mal, aliás, ele não devia estar vi