Depois de jantarmos eu me encostei em um dos pilares do bar e fiquei esperando Jack voltar de pagar a conta, ele se aproximou de mim cauteloso.
- Quer ir caminhar na praia?
Eu suspirei e concordei com a cabeça, saímos caminhando pela areia da praia, retirei a sandálias para poder sentia a agua do mar em meus pés.
- Você não acha incrível...
Eu disse por fim, ele me olhou confuso.
- O que é incrível?
- O mar, ele é tão majestoso... Tão grande, mas ainda assim aceita aqueles que são menores que ele por que sabe que precisa deles para crescer, é tão forte e impiedoso, mas às vezes é calmo como uma brisa de verão.
Jack sorriu.
- É uma apaixonada senhorita Nataly...
- Por que diz isso?
- Por que é o que eu vejo, dá pra ver a paixão nos seus olhos quando fala de suas convicções, devo admitir que nunca conheci alguém assim como você...
Ele segurou minha mão e eu involuntariamente tentei puxá-la de volta era mais saudável manter distância, mas ele dominou meu espaço rápido e me segurou pela cintura me puxando de fronte ao corpo dele, minha perna machucada enroscou nas pernas dele e a dor fez com que eu me desiquilibrasse, acabei caindo na areia da praia, Jack também se desiquilibrou e caiu sobre mim, nossos rostos se chocaram e eu pude sentir todo o peso dele sobre meu corpo, tentei afastá-lo mas ele aproximou seu rosto do meu me encarando, suas mãos tocaram meu rosto e meu coração disparou a medida que minha respiração acelerava.
- Nataly...
Ouvi-o pronunciar meu nome com a voz rouca e cheia de desejo, nessa hora uma onda nos acerta e ele é lançado longe, eu tento me levantar e acabo caindo no mar de novo e quase me afogo, ele corre até mim e me segura me puxando para fora junto dele.
- Você está bem?
Passo a mão pelo meu corpo percebendo o quão encharcada eu estou e notando a transparência do meu vestido branco, Jack percebe e me alcança seu casaco.
- Melhor?
- Sim, obrigada...
Ele começa a rir.
- Vou por a culpa no mar, mas acredito que isso foi um aviso do meu sogro para tirar as garras de cima da filha querida dele.
Parei atônita com o comentário dele, ele tinha usado o termo “Sogro” para se referir ao meu pai, eu tinha imaginado isso ou ele tinha falado isso de verdade só me dei por conta que ele já tinha se afastado depois de um tempo então corri atrás dele, entrei sem graça dentro do carro percebendo que iria encharcar o banco.
- Vou sujar todo seu carro.
- Eu estou tão sujo quanto você acredite, sujar o carro não é o problema...
Ele sorriu gentil, o telefone dele começou a tocar e ele atendeu, porém a conversa não parecia nada boa, o rosto gentil desapareceu no meus instante eu o vi dar um soco contra o volante e jogar o telefone fora pela janela.
Ainda nervoso ele ligou o carro e acelerou, eu olhei para ele preocupada.
- Algum problema?
- Nada que eu não possa resolver.
- Posso ajudar de alguma forma?
- Pode, fique em silêncio, não quero correr o risco de falar algo e acabar estragando a noite.
Aquela foi a forma mais simpática e gentil que alguém usou para me dizer para “Calar a boca” eu estremeci, assim que chegamos em casa eu desci do carro rapidamente, Jack ficou do lado de fora chutando o ar nervoso, eu entrei e fui logo trocar de roupas, vesti meu pijama confortável e voltei para a cozinha para fazer um chá quente, depois daquele banho de mar eu estava precisando me aquecer.
Jack entrou na cozinha atrás de mim e se aproximou.
- Desculpe por antes, eu fui grosseiro...
- Na verdade não, aquela foi à forma mais gentil que alguém usou para me m****r calar a boca...
Ele sorriu.
- Fiquei nervoso, o que está preparando?
- Chá, gosto de beber chá antes de dormir quando estou nervosa.
Ele se aproximou ficando frente a frente comigo e sorriu de canto, provocativo.
- E está nervosa agora?
Comecei a ficar sem graça, para a minha salvação o telefone da casa começou a tocar e eu me afastei indo atender, ele segurou minha mão.
- Espere, deixa que eu atendo... Deve ser o meu advogado, ele estava me explicando coisas importantes quando eu desliguei o telefone na cara dele e o joguei ele pela janela...
Eu imaginava o quão difícil deveria ser, ser advogado de Jack, ele não era uma pessoa muito fácil de agradar e pelo que eu já tinha percebido parecia perder a paciência bem rápido.
Assim que saí da cozinha e deitei na cama eu não conseguia parar de pensar em três coisas.
Assim que o dia amanheceu eu percebi que estava terrivelmente atrasada, o sol já estava alto, devia ser os remédios que eu tinha tomado, droga! Corri para fora do quarto ajeitando o uniforme e vi Jack já na cozinha fazendo o café, merda... Desse jeito eu nunca ia conseguir um emprego definitivo.- Desculpa... Dormi demais, eu, eu faço o café rapidinho!Ele me olhou e sorriu.- Tudo bem eu já fiz, aliás, fiz coisas demais, fiz ovos, panquecas, bacon... Acho que me empolguei, não sei cozinhar para poucas pessoas, quer tomar café comigo?Mordisquei o lábio nervosa, isso era muito errado.- Não é certo, eu devo...- Deve se sentar agora e parar de mi mi mi, Nataly estamos só nós dois aqui, não há motivos para fazer pose.- Mas...- Senta ai vai, essa comida vai sobrar mesmo...Eu me sentei ao lado dele e com
Esperei umas duas horas até que tive coragem de abrir a porta e escapar para fora, para meu alivio Jack não estava ali, respirei fundo e voltei para meus afazeres, logo percebi que eu não estava sozinha em casa, tinha pessoas na piscina com Jack, foi ai que me lembrei que ele tinha pedido para limpar a piscina por que receberia alguns amigos, arrumei o uniforme e migrei para fora, tentei parecer o mais profissional possível ao me aproximar dele, mas Jack ainda tinha aquele olhar de desafio preso no fundo do belo rosto.- Vai precisar de alguma coisa senhor Belmont? Quer que eu traga bebidas ou prepare algum lanche?Um dos amigos de Jack se aproximou por trás de mim e me deu um tapa no traseiro, dei um pulo para frente irritada, querendo esbofetear o rosto dele.- Que “delicinha” de empregada que você arrumou Jack!...Jack me puxou para o lado dele me protegendo.- Deixa ela em paz Charle
Quando o dia amanheceu eu me revirei na cama, era dia de limpar os quartos, por sorte meu pulso já estava bem melhor e agora eu conseguia dar conta de tudo, parei por alguns segundos na cama olhando para o teto, como seria encontrar Jack? Com todas as minhas forças desejei que ele já tivesse saído para a empresa, lembrei-me do beijo da noite passada e minha boca começou a formigar desejando sentir aquela sensação novamente, eu precisava sair daquela casa eu precisava ficar o mais longe possível daquele homem, ele estava me ganhando por inteira, estava me prendendo com suas garras em formas de gentileza, bonito, rico e disponível? Isso só podia ter um erro, um erro grande, grave e que me faria sofrer o dobro, suspirei, eu tinha que me manter fria, eu precisava ser forte.Sai da cama, escovei os dentes, troquei de roupas, caminhei até a cozinha, deixei o café pronto para ele, organizei tudo e pe
Jack desceu as escadas rapidamente e pegou o paletó apressado para ir ao escritório, assim que o portão abriu e a BMW saiu, Liah deu um salto para trás.- Então o tal patrão da safadinha está de volta e ela não falou nada, quais são seus planos Nataly?Liah decidiu entrar e falar com a prima.Ouvi barulhos no andar de baixo e desci apressada eu tinha ouvido o carro de Jack sair, então sabia que não podia ser ele, assim que desci até a metade das escadas vi o vulto de Liah na janela, ela bem que tentou se esconder, mas eu já a tinha visto, corri até a porta e abri em um rompante a surpreendendo.- Liah!- Oi priminha...- O que faz aqui? Como descobriu onde eu estava trabalhando?- Mamãe foi visitar Mary e chegou com a novidade, bela casa e o seu patrão não é nada mal, aliás, ele não devia estar vi
Assim que saí da mansão me derramei em chorar, andei pela rua meia perdida, não sabia ao certo onde queria ir, mas eu sabia que não podia ir para a casa agora, por que se eu fosse eu quebraria a cara de Liah sem sombra de dúvidas, como o Jack podia ser tão tolo e acreditar assim tão facilmente nas pessoas? Nas pessoas não, acreditar em pessoas como Liah, por que em mim, ele não creditava, ele não conseguia confiar em alguém como eu, alguém com a minha origem mais inferior, no fundo Jack era como todos os outros ricaços para os quais eu já tinha trabalhado, ele só era capaz de enxergar o próprio umbigo, ia em chás d caridade para fingir que era solidário, mas no fundo não se importava com ninguém só com ele mesmo e com o status que ele representava, que boba eu tinha sido por achar que ele poderias passar por cima da pose dele e dar uma ch
Quando o dia amanheceu no dia seguinte Daniels entrou no quarto de hospital com alguns papéis nas mãos.- Bom dia!- Só se for para você, minha cabeça vai estourar!Berrou Jack com um extremo mal humor, Fred apenas riu do amigo.- Bom, então me deixe melhorar o seu dia, eu consegui falar com o Juiz e o que tenho aqui em mãos é o seu acordo de divórcio, diante de todo alvoroço causado por seu acidente ele achou melhor que você e Simoni não se encontrassem cara a cara e apenas assinassem os papéis, então assine isso aqui e sinta-se livre meu amigo!Jack pegou os papéis ainda de mal humor e começou a assinar um por um, aceitava qualquer coisa contando que nunca mais olhasse na cara de Simoni.- Daniels?- Sim...?- Vou precisar de uma enfermeira, será que consegue contratar alguma?Daniels se aproximou da cam
Quando a noite caiu eu me aprontei para voltar a casa de Jack ainda sem acreditar que faria isso novamente depois de tudo que eu já tinha chorado por aquele homem.Decidi que seria bom ligar para Mary.- Oi madrinha...- O que é isso que eu vejo na voz da minha menina, ainda triste por causa daquele patrão ruim?- Não exatamente, na realidade eu decidi voltar, mas não como empregada, o advogado dele me contratou para ser enfermeira dele, ele sofreu um acidente.- Oh sim, eu vi, passou em todos os canais, ele parecia bastante machucado nas filmagens, tem certeza que dará conta?- De cuidar dele ou de me cuidar perto dele?- Os dois.- Da primeira parte sim, da segunda não tenho certeza, por isso te liguei, ainda da tempo de desistir eu posso dizer ao Daniels que eu não vou e fica tudo certo...- Minha querida, faça o que o seu coração mandar, por
Daniels mal tinha saído eu ouvi uma sineta tocar, parei de organizar os remédios de Jack e prestei atenção no som, só então percebi que vinha do quarto dele, subi as escadas correndo achando ser uma emergência, abri a porta e o vi com um sorriso sínico.- Terminou a água... – Ele disse balançando a jarra de água vazia, suspirei e fui pegar mais agua.Mal estava no andar de baixo e ele voltou a tocar a sineta, dessa vez queria que eu afofasse os travesseiros pois eles estavam machucando suas costas, e foi assim pela próxima hora, ele tocava aquela bendita sineta para tudo e parecia ficar empolgado com meu rosto cansado, na oitava vez que desci e subi as escadas passava das duas horas da manhã e eu estava exausta, precisava dormir.- Vai precisar de mais alguma coisa?- Talvez, ainda não tenho certeza.- Jack é sério eu vou me deitar,