Henry desceu as escadas animado no dia seguinte e Jack o pegou no final da escada o jogando no ombro.
- Que tal pescarmos hoje companheiro?
Desci as escadas entrando na conversa.
- Pescar? Como assim?
- Pensei em levar Henry para pescar, aliás eu tenho um barco, posso levar vocês quando quiserem para a cidade vizinha onde poderão pegar um carro de aluguel ou alguma outra coisa...
Minha cabeça só conseguia raciocinar uma coisa, “barco” ele tinha um barco, ele tinha um barco e ficou calado por esse tempo inteiro sabendo que eu queria ir embora daquela ilha.
- Você tem um barco e só fala agora?
Ele deu de ombros como se aquilo não tivesse a menor importância.
- Você não perguntou a mim como eu fiz para chegar aqui.
Eu queria esganá-lo com todas as minhas forças e o teria feito se Henry não estivesse ali.
- Ok, He
Henry ficou cerca de dois dias no hospital e então fomos liberados para seguir nossa vida, voltamos para casa no mesmo dia, ele dormiu praticamente toda a viagem, por mais que estivesse bem ainda estava bastante fraca, Cibele foi a primeira a me visitar quando cheguei.-Menina do céu! Fiquei maluca com a sua ligação, como assim o barco naufragou, onde você esteve todo esse tempo?Suspirei e servi uma xicara de café a ela.- Longa história, mas se quer mesmo saber não tenho certeza de como serão as coisas agora.- Do que está falando?- Lembra-se do Jack?- O seu ex? Aquele que te traiu e depois sumiu no mapa?- O próprio, bom ele meio que virou um eremita em uma ilha deserta, ou melhor, quase deserta há cerca de 60 moradores nela, além dele é claro... E adivinha só em qual ilha meu barco decidiu naufragar?- Meu Deus! Isso ta
Na semana seguinte eu ouvi batidas na porta e me aproximei com cuidado, logo vi que era Fred, suspirei eu deveria imaginar que este dia chegaria, assim que abri a porta e o vi sério.- Nataly, Nataly... No que você foi me meter agora...- Entenda Fred eu não fazia ideia de onde Jack estava ele desapareceu, nem mesmo você sabia!- Eu sei e eu compreendo tudo, porém ainda assim poderia ter confiado em mim, eu poderia ter ajudado você e Henry, mesmo que Jack não estivesse por perto!- Ele vai tirá-lo de mim?- Acredite não é assim tão simples tirar o filho de uma mãe e eu expliquei isso a Jack, porém considerando que você escondeu a paternidade dele o juiz entendeu que Jack tem o direito de ficar com o garoto por uma semana que ele possa se adaptar.- Uma semana? Uma semana inteira? Não Fred! Isso é inviável, Henry está acos
Os dias passaram lentos e vazios, pensei em ir para a empresa e trabalhar, encher a cabeça com alguma coisa que não fosse Henry e Jack, mas nem mesmo no trabalho eu conseguia me concentrar, então acabei ficando em casa vendo a monotonia de pula de um canal até o outro na televisão me consumir por completo, às vezes eu parecia escutar um barulho ou outro no quarto de Henry e corria até lá, porém era apenas um passarinho que gostava de vir até a janela e bater no vidro, talvez até ele estivesse com saudade dos risos de Henry, acho que passar por esse tipo de vazio é uma coisa que só quem é mãe vai conseguir entender.Com o passar dos dias tentei me acalmar, eu confiava em Jack, sabia que ele não deixaria nada de ruim acontecer a Henry, consegui voltar ao trabalho e naquela noite eu estava pronta para ter uma noite de sono aceitável diante de 4 outras noites fra
Quando chegamos na casa de Jack fui inundada por uma enxurrada de emoções como era de se esperar, estar frente a frente com aquela casa novamente era como reviver todos os meus pesadelos, puxei ar puro e entrei, a casa estava vazia, e as luzes apagadas.- Onde estão todos? Onde está Henry?- Dormindo, já passa da meia noite Nataly, como eu disse uma viagem muito longa, por sorte eu consegui pegar o helicóptero da empresa, caso contrário seria impossível chegar ainda hoje, quanto a Henry deixei com Alice a babá temporária que contratei apenas para hoje, ela deve estar dormindo no quarto dele. – Ele caminhou em direção a cozinha, eu fui atrás dele observando tudo, nada naquela casa tinha mudado até o cheiro era igual, estar ali era uma verdadeira tortura de lembranças.- Bebe algo? Ou já quer subir?- Acho que aceito algo.Mais uma ve
Quando o dia amanheceu me levantei da cama de Jack percebendo que ele não estava mais ali, cobri Henry com carinho e migrei para fora do quarto, ele estava na cozinha e conversava animado com Hortência e minha madrinha.- Mary?- Óh sua danada! Estava morrendo de saudades e ao mesmo tempo de ódio de você!Ela disse me abraçando.- ódio?- Como ousa ter escondido aquele menino lindo de mim? Sou sua madrinha! Estou decepcionada!Ela se referia o fato de só agora descobrir sobre Henry e sim ela tinha toda razão em se sentir assim, pois eu tinha ido embora para Miami sem al menos me despedir.- Desculpe tia, na época eu não estava pensando com todos os neurônios, só queria sumir e tocar minha vida em frente, quando Henry veio eu pensei em ligar, mas tive tanto medo da senhora contar para o padrinho e a novidade chegar até minha Tia que acabei me
Dois anos mais tarde...Sentei-me em uma pedra olhando o mar e admirando Jack que corria pela areia da praia brincando com Henry que tentava empinar uma pipa, suspirei pensando em como éramos felizes agora, acariciei minha barriga que tinha começado a crescer muito depois do sexto mês e sorri para eles que vinham se aproximando.- Como estão minhas três meninas?- Bom, está aqui está morrendo de fome, e as da barriga deduzo eu que brincando de gangorra com meu estomago e minha bexiga.Jack riu e me beijou e então voltamos para o castelo, éramos uma família novamente, e eu... Bom agora eu começava a acreditar que poderia sim existir, um felizes para sempre.FIM
Levantei agitada da cama, eu precisava chegar às oito da manhã para a entrevista que Mary tinha me conseguido, seria uma entrevista importante, e conseguir emprego não estava nada fácil, não que trabalhar de empregada fosse o melhor serviço do mundo, mas se eu quisesse voltar a fazer faculdade esse era o melhor caminho, eu tinha trancado meus estudos a pelo menos dois semestres e tentava a todo custo retornar mas, passear com cachorros não era bem um emprego rentável, se ao menos minha tia me desse a parte que me cabia por direito, porém, é claro que isso jamais aconteceria por que se ela fizesse isso como ela pagaria o salão todo dia e o carro de luxo da Liah? Minha prima insuportável e cheia de “não me toques”. - Nataly! Natalay! Escutei os berros de minha tia assim que sai no corredor. - O que é titia? - Vá passear com o Boris, ele está ansioso... Boris era o cachorro de Liah, eu olhei para o buldogue francês que não parecia nem um pouco a
Cheguei no quarto com o coração aos saltos, meu pulso ainda estava disparado e minhas mãos tremiam, joguei um casaco longo por cima do corpo e peguei minha maleta de primeiros socorros, quando voltei para sala ele estava com os olhos fechados e parecia estar descansando, assim que me aproximei ele voltou a abrir os olhos, eu olhei sem graça para aquele homem estupidamente bonito na minha frente e gelei.- Vai ficar aí me olhando ou vai me deixar sangrando até a morte?- Isso é meio dramático, não acha?Ele sorriu pela primeira vez talvez ele não fosse de aço.- Ainda posso te mandar embora por tentativa de assassinato, sabia?Eu arregalei os olhos e segurei na mão dele ficando de joelhos.- Por favor, por favor, não eu preciso muito do emprego.Ele sorriu.- Acalme-se... Foi brincadeira.Eu me perdi por alguns segundos naqueles olh