Melinda
— Que porra de roupa é essa? — Questionou com asco. Não escondi minha face de decepção.
— Uma roupa normal!
— Quando disse ser uma vadia, não errei em nada. — Disse para si mesmo. Me levantei furiosa. Até o momento agir submissa, mas agora chega Ele pode me taxar de muitas coisas, vadia não é uma delas. Fui até ele e pus o meu dedo na sua cara.
— Você me respeite! Não me conhece, mesmo assim pode me julgar pela roupa que visto? Estou muito comportada, comparada às que vi lá embaixo.
— Você tem certeza, Melinda? — Sussurrou segurando meu dedo no ar. Meu coração acelerou no peito, meus olhos novamente dobraram de tamanho.
— Como sabe meu nome?
— Não é da sua conta! — disse balançando meu dedo no ar — Se colocar seu dedo novamente na minha cara, considere-o quebrado.
— Quero sair daqui, minhas amigas devem esta a minha procura. — Ignorou completamente o que acabei de falar.
— Vai quando eu disser! — ficou sério — Não quero, vê-la dançando daquele jeito em público.
Puxou-me com força até ele, sem que eu conseguisse impedi-lo me fez sentar em seu colo. Entrei em pânico, não pelo motivo que estão pensando. Não estou com medo. Cacete! Estou gostando, e muito. A forma que cair em seu colo é bem comprometedora. Cair de pernas abertas. Ignorei a sensação que causou em meu corpo, e lhe repreendi.
— Você não manda em mim, pare de agir como se mandasse. — Exigir fazendo de tudo para me levantar, todavia sem sucesso. Parei de me mexer quando senti algo duro. Isso não pode ser… É grande demais…
— Ainda não entendeu, menina? A sua vida patética me pertence, não tente fugir ou algo parecido, pois eu a encontraria e seria muito pior.
— Por que tudo isso? — Questionei escondendo o fato de gostar dessa posição. Merda! É a primeira vez que me sento no colo de um homem e, faço isso logo com esse troglodita. Arg! Porra de boca grande, a idiota nunca havia insultado ninguém, quando resolve fazer isso faz a pessoa errada. Ele focou em meus lábios para o meu desespero. Suspirei para esconder a minha real vontade. O que está acontecendo? Me sinto tão confusa. O brutamonte interrompeu meus pensamentos.
— Porque eu quero! Agora saia da minha frente, um dos meus seguranças lhe levará para casa. — Informou-me libertando-me.
— Eu… — Me calei sentindo-me pressionada, pelo seu olhar gélido.
— Saia, não se preocupe com suas amigas, elas já foram avisadas que você foi embora. — Informou. Me levantei do seu colo sem impedir que me esfregasse nele. Suponho que fez de propósito. Sair do espaço pequeno me sentindo desnorteada. No carro tudo passou pela minha cabeça, não contive minha raiva.
— Que ódio desse troglodita de merda! — Bradei alto no carro e o segurança me olhou preocupado.
— Me chamo Bóris! Posso lhe dar um conselho, senhorita? — Perguntou austero. Percebi ser um rapaz simpático, até pensei em ser grossa, todavia não sei ser assim com quem é agradável comigo.
— Sou Melinda, mas pode me chamar de Mel. — Disse o incentivando a falar.
— Senhorita Mel, confesso que não sei porque o senhor Makarov está fazendo isso, mas aconselho a fazer tudo que ele quiser, uma hora ele se cansa e lhe deixa ir.
— Como ele se chama? — Inquiri curiosa.
— Andrei Makarov! — suspirou — Por favor, não faça nada que venha lhe prejudicar.
Porra de nome é esse? Só quer foder com a minha vida, só pode. O nome é tão gostoso de se falar, quanto o dono dele, gostoso de se ver. Chegamos a minha casa, o motorista desceu do carro e abriu a porta do passageiro.
— Tente! Gostei da senhorita, não quero que se machuque.
— Obrigada pelo conselho Bóris, tentarei seguir, mas não prometo nada. — Respondi sincera. Eu me conheço, certeza que farei merda. Ele me olhou ainda sisudo, e se despediu, porém, só arrancou com o carro quando me viu entrar.
— E agora Senhor? Como irei me livrar dessa situação?
Tudo bem que ele é lindo, aparentemente gostoso. Fica ainda mais bonito com seus cabelos longos soltos. Quando o vi naquela sala com seus cabelos soltos, tudo que pensava era em tocá-los.
Tirei toda a minha roupa, limpei o batom da minha boca, olhando no espelho me lembrei do momento que ele estava muito perto, se eu fosse mais para frente nossas bocas encostavam.
— Pare de ser uma idiota, Melinda! Você pensa que aquele deus grego te olharia de outra forma se não com ódio. Pelo amor de Deus, pare de sonhar. — Declarei sendo dura comigo mesma. Às vezes sonho demais. Ele pode ter quem quiser, deve conhecer várias mulheres gostosas, modelos. Aquelas branquelas sem sal magras que só vê osso. Longe de mim ser preconceituosa, isso eu não sou, afinal todas as minhas amigas são brancas, apenas me sinto injustiçada em alguns momentos.
Tomei banho, vesti minha roupa de dormir e me deitei. Peguei meu celular e fui ver minhas mensagens Há uma de um número desconhecido. Não costumo olhar, contudo me bateu uma curiosidade. Ao abrir quase caiu para trás. É dele!
“Seu inferno pessoal só está começando.
Ass. Filho de Satã.”
— Tá amarrado e acorrentado!
Não sei onde estava com a cabeça, quando o chamei dessas coisas, credo! Meu Deus, aquele cara sabe onde moro, tem meu número. Estou lascada! O que esse homem quer comigo?
— Tá vendo Melinda, sempre se envolvendo em problemas sem necessidade. — Explodi comigo mesma. Joguei o celular longe com raiva, só que depois me arrependi. Era para cair na cama, porém caiu no chão, quando alcancei o aparelho o estrago já foi feito. A tela está toda destruída.
— Má sorte da porra! — Proferi me deitando novamente, com mais raiva ainda.
Andrei — O que está esperando? Entra na droga desse carro! — Mandei estressado. Essa menina testa a minha pouca paciência. Ela teve a coragem de não responder minha mensagem e me ignorou a semana toda. Se ela julga que isso me impedirá de cumprir o que havia determinado para a sua pessoa, está muito enganada. Você a quer! Minha mente fez questão de me lembrar. Algo me diz que ela é encrenca. Prefiro alguém que eu possa ter controle, sei que Melinda não é nenhum pouco, submissa. Aquela vez do esbarrão, não foi a primeira vez que a vi, quer dizer, não a vir cem por cento, sentir o seu cheiro. Que cheiro delicioso! Ela tem cheiro de canela. Sempre gostei, desde pequeno. Voltei para procurá-la e infelizmente não achei. No dia do esbarrão não supus que a encontraria. Deixei um dos meus homens de olho, quando ele me passou as características da mulher quis arriscar Eu não a vir no dia, pois passei muito rápido, mas pelo vulto vir que seus cabelos são cheios, então para reparar qualquer mu
Andrei — Porra! — Falou algo senhor Makarov? — Não. Por favor, me deem licença! — Pedi educadamente. Aproximei-me do palco de uma forma que me visse. Espero que não faça besteira, como dar corda a algum desavisado. — Boa noite! É uma honra estar aqui com todos vocês. Me chamo Melinda, espero que se divirtam. — Pronunciou com aquele sorriso desconcertante. Não entendo o que essa mulher tem que me deixa obcecado. Sua pronúncia é linda, pelo menos falando. Santo Deus homem, para com isso! Essa mulher não tem nada de especial, é como outra qualquer. Ignorei meus pensamentos quando escutei os primeiros acordes da canção. Arregalei os olhos, pois realmente ela possui o dom. Sua voz é um contralto. Excepcional. Profunda, cheia de drama. Gosto de música, entendo algumas coisas. A canção que entoava com maestria é de Tony Braxton. Sei disso, pois como disse, gosto de música. Não escuto apenas clássicas. — “Por favor, deixe cair sua parede então Eu finalmente poderei entrar e ver, eu Não
Melinda Há três semanas que não o vejo. Se estou com saudades? Claro que não! Nem vem dizer ser mentira, pois, não minto. Merda! Acabei de mentir. Faço isso raramente. Porém, como estava dizendo, não sentir falta dele. Quem sentiria falta de um grosso, troglodita que só faz me gritar, ameaçar e dizer que sou dele? Pelo amor de Deus, tenha santa paciência, viu. Eu seria louca se me sentisse assim. Não negarei que ele me intimide. Sua beleza e presença me desarmam por completo. Reconheço que nesses dias não paro de pensar nele, mas atribuo isso a tudo que aconteceu, desde aquele esbarrão. Naquele dia no restaurante, quando ele me viu abraçada com Nik, foi o exato momento que pude ver sua possessividade comigo, entrar verdadeiramente em ação. Sinto medo e, ao mesmo tempo, me excito ao lembrar. Não sei. Deve haver algo de errado com a minha cabeça, é a única explicação. Falar em Nikolai, até hoje me questiona sobre o que aconteceu. O que poderia dizer-lhe? Escuta Nik, Makarov esbarrou e
Melinda — Quem é? — Dimitri, senhorita! Sou um dos seguranças designado para proteger sua casa. — Informou. Respirei aliviada e abri a porta. Não porque esse homem está me cercando de segurança. Será que sabe de algo? Impossível! Não deixei nada que me ligasse aquele nojento. — Oi! — O senhor Makarov pediu para lhe entregar algo. — Disse me entregando uma caixa pequena. Voltei para meus livros um pouco aliviada, no entanto, curiosa. Abri o embrulho afoita e me deparei com um lindo celular da marca Apple. Um dos mais caros, acho. Reconheço que não conheço sobre essas coisas, nunca liguei. Compro sempre o que posso, nada, além disso. Então, vem a pergunta. O que esse homem quer com tudo isso? Peguei o aparelho em minhas mãos com cuidado. Se essa merda quebrar terei que vender um rim para pagar. Com o contato o aparelho acendeu, deslizei meu polegar na tela. Tudo já está configurado, inclusive com o meu número de telefone. Vi que no W******p tem uma mensagem não lida, quando abro qua
Melinda — O que tanto me escondem? — Perguntei curiosa aos três mosqueteiros. Nat, Lara e Nik viam algo no celular de Nat com uma cara nada boa e, simultaneamente, me observavam. Algo me diz ser sobre mim. — Nada de mais amiga! — Nat respondeu na defensiva. Achei ainda mais estranho. — Tudo bem. — Fingi me dar por vencida, fingir ir abraçar todos e tomei o celular das mãos dela. — Vaca, me enganou direitinho! — Não fiz diferente de você. — Proferi descontente. Olhei para a tela do maldito celular e vir o que tanto olhavam. Era uma manchete de Andrei, ele estava em um restaurante. Eles fazem um belo casal. A mulher é o oposto de mim. Loira, alta, magra com postura de rica. Não que ele seja preconceituoso, é só que a mulher do seu lado seria, aceita rápido pela sociedade. Os russos não são tão cordiais com pessoas da minha cor. Não abrange a todos, claro. Me pergunto sobre aquele dia. Para mim, significou muito. Nunca deixei um homem se aproximar tanto de mim. — Mel! — Nat me chamo
Melinda — Você está cega, sua idiota? — Bradou irritada. Acordei do meu transe na hora. Não serei xingada por essa nojenta. — Veja lá como fala comigo seu filhote de cruz credo! — Rebati lhe apelidando. Sou ótima nessas coisas quando quero. Ela ficou vermelha, parecia até que explodiria. Ela foi em cima de mim para me bater. Tentou me dar um tapa na cara, eu segurei a sua mão e lhe dou na cara, sendo bem sucedida. — Nunca mais tente me bater novamente, ou vai receber mais do que um tapa na cara. — Alertei perigosa. Não quem acha que é, para insultar e agredir alguém por algo tão banal como um esbarrão. Dei um sorriso debochado, pois, no fundo, era o que queria fazer desde que a vi com ele. Não escutando meu aviso, ela tentou me bater novamente, porém uma voz que conheço muito bem, lhe impediu. — Que porra está acontecendo aqui? Por que tem duas mulheres brigando no corredor da minha empresa? — Foi essa pobretona que começou, Andrei. — Declarou me diminuindo. Não mentirei e dizer
Andrei Cheguei ao restaurante a tempo de vê-la subindo no palco. Está magnífica em um vestido longo todo branco, possui um decote ao lado da coluna. Suas vestes mostram duas de suas tatuagens. Pensem em uma pessoa curiosa para saber sobre todas elas. Melinda me disse que me contaria, então esperarei. Algo me diz que alguns significados não são nada bons. — Boa noite! — Saudou com aquele sorriso que me desconcerta e me traz paz, coisa que não tenho há muito tempo. Penso que essa fascinação seja falta de foda. Acredito que ao levá-la para cama tudo passe. Sei que sente atração por mim, será uma questão de tempo. — Bem, hoje teremos uma pequena brincadeira. Aí na mesa de vocês tem um papel em branco e uma caneta. Escreva uma canção e coloquem na urna que a hoster mostrará a vocês. Sortearei três. — Terminou, travessa. Todos riram, é provável que gostaram da brincadeira. Até eu não resistir e coloquei uma canção. Fizeram o sorteio, ela já cantou duas canções. Uma senhora que fazia anive
Melinda Conheci Helen há duas semanas pela internet. Vi seu apelo pedindo para as pessoas fazerem exames. Sua filha de seis anos tem leucemia. Essa doença é muito difícil de enfrentar. Como sei disso? Minha mãe, minha rainha morreu com essa doença m*****a, infelizmente não teve chance por causa daquele maldito. Esse câncer ocorre na formação das células sanguíneas, dificultando a capacidade de o organismo combater infecções. Ela definhou gradativamente. Ele deixava nós duas fazermos consultas periódicas na clínica e seu amigo, porém bastou descobrir a doença que ele nos proibiu. Claro que queria ver minha mãe morrendo lentamente e conseguiu. Não pude fazer nada por minha rainha, então, se puder fazer por Mine, não exitarei. — Algum problema Mel? — Dimitri perguntou quando entrei no carro. Sorri falsamente. — Não Mitri! Quero que me leve ao hospital Central Children's Clinical Hospital! — Por quê? Está doente? — Não, não estou doente. Por favor, vamos. — Pedi encerrando o assunto.