CINCO

Melinda

— Que porra de roupa é essa? —  Questionou com asco. Não escondi minha face de decepção.

— Uma roupa normal!

— Quando disse ser uma vadia, não errei em nada. —  Disse para si mesmo. Me levantei furiosa. Até o momento agir submissa, mas agora chega Ele pode me taxar de muitas coisas, vadia não é uma delas. Fui até ele e pus o meu dedo na sua cara.

— Você me respeite! Não me conhece, mesmo assim pode me julgar pela roupa que visto? Estou muito comportada, comparada às que vi lá embaixo.

— Você tem certeza, Melinda? —  Sussurrou segurando meu dedo no ar. Meu coração acelerou no peito, meus olhos novamente dobraram de tamanho.

— Como sabe meu nome?

— Não é da sua conta! — disse balançando meu dedo no ar — Se colocar seu dedo novamente na minha cara, considere-o quebrado.

— Quero sair daqui, minhas amigas devem esta a minha procura. — Ignorou completamente o que acabei de falar. 

— Vai quando eu disser! — ficou sério — Não quero, vê-la dançando daquele jeito em público.

Puxou-me com força até ele, sem que eu conseguisse impedi-lo me fez sentar em seu colo. Entrei em pânico, não pelo motivo que estão pensando. Não estou com medo. Cacete! Estou gostando, e muito. A forma que cair em seu colo é bem comprometedora. Cair de pernas abertas. Ignorei a sensação que causou em meu corpo, e lhe repreendi.

— Você não manda em mim, pare de agir como se mandasse. — Exigir fazendo de tudo para me levantar, todavia sem sucesso. Parei de me mexer quando senti algo duro. Isso não pode ser… É grande demais…

— Ainda não entendeu, menina? A sua vida patética me pertence, não tente fugir ou algo parecido, pois eu a encontraria e seria muito pior.

— Por que tudo isso? —  Questionei escondendo o fato de gostar dessa posição. Merda! É a primeira vez que me sento no colo de um homem e, faço isso logo com esse troglodita. Arg! Porra de boca grande, a idiota nunca havia insultado ninguém, quando resolve fazer isso faz a pessoa errada. Ele focou em meus lábios para o meu desespero. Suspirei para esconder a minha real vontade. O que está acontecendo? Me sinto tão confusa. O brutamonte interrompeu meus pensamentos.

— Porque eu quero! Agora saia da minha frente, um dos meus seguranças lhe levará para casa. — Informou-me libertando-me.

— Eu… —  Me calei sentindo-me pressionada, pelo seu olhar gélido.

— Saia, não se preocupe com suas amigas, elas já foram avisadas que você foi embora. —  Informou. Me levantei do seu colo sem impedir que me esfregasse nele. Suponho que fez de propósito. Sair do espaço pequeno me sentindo desnorteada. No carro tudo passou pela minha cabeça, não contive minha raiva.

— Que ódio desse troglodita de merda! —  Bradei alto no carro e o segurança me olhou preocupado.

— Me chamo Bóris! Posso lhe dar um conselho, senhorita? —  Perguntou austero. Percebi ser um rapaz simpático, até pensei em ser grossa, todavia  não sei ser assim com quem é agradável comigo.

— Sou Melinda, mas pode me chamar de Mel. — Disse o incentivando a falar.

— Senhorita Mel, confesso que não sei porque o senhor Makarov está fazendo isso, mas aconselho a fazer tudo que ele quiser, uma hora ele se cansa e lhe deixa ir.

— Como ele se chama? —  Inquiri curiosa.

— Andrei Makarov! — suspirou —  Por favor, não faça nada que venha lhe prejudicar. 

Porra de nome é esse? Só quer foder com a minha vida, só pode. O nome é tão gostoso de se falar, quanto o dono dele, gostoso de se ver. Chegamos a minha casa, o motorista desceu do carro e abriu a porta do passageiro.

— Tente! Gostei da senhorita, não quero que se machuque.

— Obrigada pelo conselho Bóris, tentarei seguir, mas não prometo nada. — Respondi sincera. Eu me conheço, certeza que farei merda. Ele me olhou ainda sisudo, e se despediu, porém, só arrancou com o carro quando me viu entrar.

— E agora Senhor? Como irei me livrar dessa situação?

Tudo bem que ele é lindo, aparentemente gostoso. Fica ainda mais bonito com seus cabelos longos soltos. Quando o vi naquela sala com seus  cabelos soltos, tudo que pensava era em tocá-los.

Tirei toda a minha roupa, limpei o batom da minha boca, olhando no espelho me lembrei do momento que ele estava muito perto, se eu fosse mais para frente nossas bocas encostavam.

— Pare de ser uma idiota, Melinda! Você pensa que aquele deus grego te olharia de outra forma se não com ódio. Pelo amor de Deus, pare de sonhar.  —  Declarei sendo dura comigo mesma. Às vezes sonho demais. Ele pode ter quem quiser, deve conhecer várias mulheres gostosas, modelos. Aquelas branquelas sem sal magras que só vê osso. Longe de mim ser preconceituosa, isso eu não sou, afinal todas as minhas amigas são brancas, apenas me sinto injustiçada em alguns momentos.

Tomei banho, vesti minha roupa de dormir e me deitei. Peguei meu celular e fui ver minhas mensagens Há uma de um número desconhecido. Não costumo olhar, contudo me bateu uma curiosidade. Ao abrir quase caiu para trás. É dele!

“Seu inferno pessoal só está começando.

Ass. Filho de Satã.”

— Tá amarrado e acorrentado! 

Não sei onde estava com a cabeça, quando o chamei dessas coisas, credo! Meu Deus, aquele cara sabe onde moro, tem meu número. Estou lascada! O que esse homem quer comigo?

— Tá vendo Melinda, sempre se envolvendo em problemas sem necessidade. —  Explodi comigo mesma. Joguei o celular longe com raiva, só que depois me arrependi. Era para cair na cama, porém caiu no chão, quando alcancei o aparelho o estrago já foi feito. A tela está toda destruída. 

— Má sorte da porra! — Proferi me deitando novamente, com mais raiva ainda. 

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