Andrei
— O que está esperando? Entra na droga desse carro! — Mandei estressado. Essa menina testa a minha pouca paciência. Ela teve a coragem de não responder minha mensagem e me ignorou a semana toda. Se ela julga que isso me impedirá de cumprir o que havia determinado para a sua pessoa, está muito enganada. Você a quer! Minha mente fez questão de me lembrar. Algo me diz que ela é encrenca. Prefiro alguém que eu possa ter controle, sei que Melinda não é nenhum pouco, submissa.
Aquela vez do esbarrão, não foi a primeira vez que a vi, quer dizer, não a vir cem por cento, sentir o seu cheiro. Que cheiro delicioso! Ela tem cheiro de canela. Sempre gostei, desde pequeno. Voltei para procurá-la e infelizmente não achei.
No dia do esbarrão não supus que a encontraria. Deixei um dos meus homens de olho, quando ele me passou as características da mulher quis arriscar Eu não a vir no dia, pois passei muito rápido, mas pelo vulto vir que seus cabelos são cheios, então para reparar qualquer mulher com cabelos dessa mesma forma. Assim que me avisou, voltei ao percurso que fiz. Distrai-me por segundos e ela bateu com tudo em meu tórax, após cair. Em primeira mão não vi sua face, no entanto, quando ela tirou senti meu corpo formigar, meu coração disparou no peito. Fiquei embaraçado, e para disfarçar fui rude. Sou assim. Pensei que isso a intimidaria, mas não, pelo contrário. Enfrentou-me, ninguém nunca fez isso.
Quando me chamou endiabrado ou filho de Satã, quase riu na cara dela. Seus xingamentos são ótimos, mas não fiz. Perderia ainda mais o pouco respeito por mim.
Sou uma pessoa vingativa! Assim que ela saiu, pedir a um dos meus seguranças que a seguisse. E assim descobrir seu nome, seu endereço, por isso sabia que ela estava em minha boate. Bem, não ia falar com ela naquele dia, apenas observar, contudo, quando notei sua roupa “sexy” para caralho e a forma que dançava deliciosamente quente, não resisti. Quero me vingar de alguma forma, ainda não sei o que fazer, mas sua vida vai me pertencer até quando eu quiser.
Nesse exato momento, aqui, olhando para ela, para seus lábios malditamente convidativos, fico me perguntando o que a deixou assim, tão assustada. No dia do esbarrão notei seus olhos vermelhos. Acredito estar chorando.
— Está surda Melinda? — Tornei a repetir. Há, sim, o seu nome. Lindo e diferente, duas combinações que me fode. Ela entrou no carro e se acomodou do meu lado. Novamente seu cheiro meu arrebatador.
— Me perdoe senhor Makarov! — Disse formal. Não gostei. Prefiro sua versão linguaruda. Pelo visto, Boris contou-lhe quem sou. O encarei sério, antes de voltar minha atenção para ela.
— Por que não respondeu às minhas mensagens? — Inquirir não escondendo o quanto isso me deixou puto. Ela suspirou como se segurasse a vontade de chorar. Sinto que ela esconde algo sério. Descobrirei o que seja esse algo.
— Não efetuei por mal, acabei quebrando o meu celular sem querer.
— Quebrou sem querer? — Questionei incrédulo.
— Estou dizendo a verdade, acredite, ou não! — deu de ombros — Foi um infeliz acidente, ainda não tive tempo para comprar. Está ouvindo senhor? Não foi porque eu quis.
— Pare de me chamar, senhor! — Bradei irritado. Isso é corriqueiro. Sei muito bem qual é a fonte da minha irritação. Ela se calou virando para o lado da janela, me ignorando. Confesso que não gritar com ela, todavia, esse negócio de me denominar senhor o tempo todo me aborrece, pelo menos vindo dela.
— Continuará calada? — Perguntei não suportando o silêncio que se instalou no carro.
— Se parasse de ser um troglodita… — Sussurrou, no entanto, ouvir perfeitamente. Garota petulante!
— O que você disse? — Rebati, apenas para irritá-la. Merda! Gosto disso.
— Nada Andrei! — Respondeu rápido. Porra! Não sabia que meu nome poderia ficar tão sensual saindo dos lábios de uma mulher.
— Tem uma coisa! — Falou do nada.
— Diga!
— Preciso ir trabalhar, podemos falar depois?
— Sei disso. Fui convidado essa noite! — sorri pela cara de espanto dela — Há! Trouxe algo para você vestir!
— Não quero nada que venha de você! — Proferiu aborrecida. Incomodei-me pelo, o que disse, ainda assim escondi com o que tenho de melhor. Minhas grosserias.
— Não me desafie, menina. — Sugeri grave. Ela ponderou rebater, mas desistiu quando viu minha cara de poucos amigos. A questão é sobre o tamanho, mas deixei claro que cabe perfeitamente nela. Não lhe disse saber disso por observar o seu corpo minuciosamente naquele macacão.
Melinda desceu nos fundos do restaurante, entreguei a caixa e observei ela descer e entrar no mesmo. O meu motorista foi para a frente do restaurante, então desci. Pelo fato de eu ter confirmado minha presença. Não gosto dessa categoria de evento, mas fiz esse esforço apenas para vê-la em seu local de trabalho, entretanto, ela não precisa saber disso.
— Senhor Makarov, é uma honra recebê-lo! — saudou-me calorosa — Fique à vontade.
A dona do restaurante terminou. Bem, não lembro seu nome. Dei-lhe o melhor sorriso, o que uso nos negócios, depois andei, a procura de uma mesa próxima ao palco. Ouvir um burburinho e virei, eu a vi com o vestido que escolhi, ficou perfeito. Encontrei uns conhecidos, então fiquei por lá mesmo.
Um burburinho perto do palco me dizia que ela está próxima. Quando a vi, minha boca salivou. O vestido ficou perfeito, mas quando ela virou mostrando suas costas, quase derrubo o meu copo de bebida. Ela tem uma tatuagem enorme nas costas, nem sei que tipo de tatuagem acho que é uma ave, imensa. O vestido que escolhi mostrava tudo, vinha da base do pescoço até onde o vestido terminava, acho que vai até o “bumbum” dela. O vestido é amarelo com frente única, as costas eram toda nua. Minha mente só pensava até onde ia a m*****a tatuagem. Fiquei puto, pois se estou pensando imagina os outros homens!
— Quem é aquela beldade? — Um dos homens que estava comigo, perguntou. Apertei meus punhos para não fazer nenhuma besteira. Droga me arrependi amargamente por escolher aquele vestido. A m*****a está ainda mais deliciosa, piorou a situação, pois deixou os cabelos soltos. Não é a primeira vez que sinto vontade de tocá-los, puxá-los de uma forma bem sacana.
Andrei — Porra! — Falou algo senhor Makarov? — Não. Por favor, me deem licença! — Pedi educadamente. Aproximei-me do palco de uma forma que me visse. Espero que não faça besteira, como dar corda a algum desavisado. — Boa noite! É uma honra estar aqui com todos vocês. Me chamo Melinda, espero que se divirtam. — Pronunciou com aquele sorriso desconcertante. Não entendo o que essa mulher tem que me deixa obcecado. Sua pronúncia é linda, pelo menos falando. Santo Deus homem, para com isso! Essa mulher não tem nada de especial, é como outra qualquer. Ignorei meus pensamentos quando escutei os primeiros acordes da canção. Arregalei os olhos, pois realmente ela possui o dom. Sua voz é um contralto. Excepcional. Profunda, cheia de drama. Gosto de música, entendo algumas coisas. A canção que entoava com maestria é de Tony Braxton. Sei disso, pois como disse, gosto de música. Não escuto apenas clássicas. — “Por favor, deixe cair sua parede então Eu finalmente poderei entrar e ver, eu Não
Melinda Há três semanas que não o vejo. Se estou com saudades? Claro que não! Nem vem dizer ser mentira, pois, não minto. Merda! Acabei de mentir. Faço isso raramente. Porém, como estava dizendo, não sentir falta dele. Quem sentiria falta de um grosso, troglodita que só faz me gritar, ameaçar e dizer que sou dele? Pelo amor de Deus, tenha santa paciência, viu. Eu seria louca se me sentisse assim. Não negarei que ele me intimide. Sua beleza e presença me desarmam por completo. Reconheço que nesses dias não paro de pensar nele, mas atribuo isso a tudo que aconteceu, desde aquele esbarrão. Naquele dia no restaurante, quando ele me viu abraçada com Nik, foi o exato momento que pude ver sua possessividade comigo, entrar verdadeiramente em ação. Sinto medo e, ao mesmo tempo, me excito ao lembrar. Não sei. Deve haver algo de errado com a minha cabeça, é a única explicação. Falar em Nikolai, até hoje me questiona sobre o que aconteceu. O que poderia dizer-lhe? Escuta Nik, Makarov esbarrou e
Melinda — Quem é? — Dimitri, senhorita! Sou um dos seguranças designado para proteger sua casa. — Informou. Respirei aliviada e abri a porta. Não porque esse homem está me cercando de segurança. Será que sabe de algo? Impossível! Não deixei nada que me ligasse aquele nojento. — Oi! — O senhor Makarov pediu para lhe entregar algo. — Disse me entregando uma caixa pequena. Voltei para meus livros um pouco aliviada, no entanto, curiosa. Abri o embrulho afoita e me deparei com um lindo celular da marca Apple. Um dos mais caros, acho. Reconheço que não conheço sobre essas coisas, nunca liguei. Compro sempre o que posso, nada, além disso. Então, vem a pergunta. O que esse homem quer com tudo isso? Peguei o aparelho em minhas mãos com cuidado. Se essa merda quebrar terei que vender um rim para pagar. Com o contato o aparelho acendeu, deslizei meu polegar na tela. Tudo já está configurado, inclusive com o meu número de telefone. Vi que no W******p tem uma mensagem não lida, quando abro qua
Melinda — O que tanto me escondem? — Perguntei curiosa aos três mosqueteiros. Nat, Lara e Nik viam algo no celular de Nat com uma cara nada boa e, simultaneamente, me observavam. Algo me diz ser sobre mim. — Nada de mais amiga! — Nat respondeu na defensiva. Achei ainda mais estranho. — Tudo bem. — Fingi me dar por vencida, fingir ir abraçar todos e tomei o celular das mãos dela. — Vaca, me enganou direitinho! — Não fiz diferente de você. — Proferi descontente. Olhei para a tela do maldito celular e vir o que tanto olhavam. Era uma manchete de Andrei, ele estava em um restaurante. Eles fazem um belo casal. A mulher é o oposto de mim. Loira, alta, magra com postura de rica. Não que ele seja preconceituoso, é só que a mulher do seu lado seria, aceita rápido pela sociedade. Os russos não são tão cordiais com pessoas da minha cor. Não abrange a todos, claro. Me pergunto sobre aquele dia. Para mim, significou muito. Nunca deixei um homem se aproximar tanto de mim. — Mel! — Nat me chamo
Melinda — Você está cega, sua idiota? — Bradou irritada. Acordei do meu transe na hora. Não serei xingada por essa nojenta. — Veja lá como fala comigo seu filhote de cruz credo! — Rebati lhe apelidando. Sou ótima nessas coisas quando quero. Ela ficou vermelha, parecia até que explodiria. Ela foi em cima de mim para me bater. Tentou me dar um tapa na cara, eu segurei a sua mão e lhe dou na cara, sendo bem sucedida. — Nunca mais tente me bater novamente, ou vai receber mais do que um tapa na cara. — Alertei perigosa. Não quem acha que é, para insultar e agredir alguém por algo tão banal como um esbarrão. Dei um sorriso debochado, pois, no fundo, era o que queria fazer desde que a vi com ele. Não escutando meu aviso, ela tentou me bater novamente, porém uma voz que conheço muito bem, lhe impediu. — Que porra está acontecendo aqui? Por que tem duas mulheres brigando no corredor da minha empresa? — Foi essa pobretona que começou, Andrei. — Declarou me diminuindo. Não mentirei e dizer
Andrei Cheguei ao restaurante a tempo de vê-la subindo no palco. Está magnífica em um vestido longo todo branco, possui um decote ao lado da coluna. Suas vestes mostram duas de suas tatuagens. Pensem em uma pessoa curiosa para saber sobre todas elas. Melinda me disse que me contaria, então esperarei. Algo me diz que alguns significados não são nada bons. — Boa noite! — Saudou com aquele sorriso que me desconcerta e me traz paz, coisa que não tenho há muito tempo. Penso que essa fascinação seja falta de foda. Acredito que ao levá-la para cama tudo passe. Sei que sente atração por mim, será uma questão de tempo. — Bem, hoje teremos uma pequena brincadeira. Aí na mesa de vocês tem um papel em branco e uma caneta. Escreva uma canção e coloquem na urna que a hoster mostrará a vocês. Sortearei três. — Terminou, travessa. Todos riram, é provável que gostaram da brincadeira. Até eu não resistir e coloquei uma canção. Fizeram o sorteio, ela já cantou duas canções. Uma senhora que fazia anive
Melinda Conheci Helen há duas semanas pela internet. Vi seu apelo pedindo para as pessoas fazerem exames. Sua filha de seis anos tem leucemia. Essa doença é muito difícil de enfrentar. Como sei disso? Minha mãe, minha rainha morreu com essa doença m*****a, infelizmente não teve chance por causa daquele maldito. Esse câncer ocorre na formação das células sanguíneas, dificultando a capacidade de o organismo combater infecções. Ela definhou gradativamente. Ele deixava nós duas fazermos consultas periódicas na clínica e seu amigo, porém bastou descobrir a doença que ele nos proibiu. Claro que queria ver minha mãe morrendo lentamente e conseguiu. Não pude fazer nada por minha rainha, então, se puder fazer por Mine, não exitarei. — Algum problema Mel? — Dimitri perguntou quando entrei no carro. Sorri falsamente. — Não Mitri! Quero que me leve ao hospital Central Children's Clinical Hospital! — Por quê? Está doente? — Não, não estou doente. Por favor, vamos. — Pedi encerrando o assunto.
Melinda — Escuta filha, nada de provocá-lo! — Minha mãe ordenou preocupada. Não consegui conter o bufar que saiu de minha boca. Vi pelo olhar dela que não gostou. — Desculpa! — Pedi sem graça — Mãe, ele fica me xingando de um monte de coisas, a senhora disse ser feio, uma pessoa xingar a outra. — Sei querida, mas faça isso por mim. — Tudo bem! — A respondi desgostosa. Isso será um grande esforço, pois não consigo ficar calada quando esse nojento fala. Tenho dez anos, sou muito inteligente para a minha turma na escola, assim minha professora falou e, se ela que é estudada disse, então acredito, mesmo que aquele monstro me chame de burra o tempo todo. Sei que não sou. Minha mamãe me pediu para ir para meu quarto, só que fingir e entrei no seu. Pode ser loucura, mas acredito que ela me escondi algo, apenas sei que tem a ver com o meu padrasto. Escondi-me no closet, escutei quando a porta do quarto foi aberta e passos pesados ecoaram no ambiente. Minha mãe acabara de entrar no banheir