DESIQUILIBRADOS

Cinco minutos depois, eu estava descendo as escadas receosa, me perguntando por quanto tempo eu aguentaria aquilo.

Todos já estavam em volta da mesa redonda quando apareci na sala de jantar, o que me fez parecer ainda mais sem graça do que pensava. Me sentei à mesa, num assento que havia sido reservado para mim. Havia um prato de porcelana posto a frente da cadeira, ao lado de talheres milenares e um guardanapo florido.

Havia uma teve parecida com uma caixa marrom no balcão atrás de mim, ligada no noticiário das oito, de onde a voz chata e quase eletrônica da jornalista era a única a soar no silêncio perfurado apenas pelo tilintar dos talheres batendo na porcelana.

_Sirva-se, _vovó Stela ordenou, afagando o enorme gato cinzento que me encarava com os olhos bem abertos e rosnados ferozes.

O ignorei. Não havia almoçado e meu estômago estava doendo de fome. Observei a refeição, sentindo meu estômago se revirar. Uma coisa gosmenta e molhada se mexia na única panela posta na mesa, como se
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