Uma Noite Especial.
Alexandro.
A noite parece se arrastar, uma sequência de momentos intensos e silenciosos, onde o único som que preenche o espaço são nossas respirações.
Cada vez que nossos corpos se conectam, somos transportados para um lugar só nosso.
Quando o prazer chega, é como se nossos corpos explodissem em sensações e cores, algo tão vívido que parece real e, ao mesmo tempo, impossível.
Finalmente, o sono nos encontra. Aria se aninha no meu peito, e, ao olhar para ela, algo surpreendente acontece.
Eu não quero que ela vá embora. Pela primeira vez, sinto uma sensação estranha no peito, como se algo fosse arrancado de mim com a luz do dia. Eu não quero que ela desapareça.
Pela primeira vez, percebo que o que sinto por Aria pode ser mais do que apenas uma noite.
Enquanto ela dorme em meus braços, eu me vejo refletindo sobre o que aconteceu.
A sensação do seu corpo, a entrega dela... Foi mais do que desejo físico. Eu a senti, de uma maneira que nunca tinha sentido antes.
Eu a queria, sim, de uma maneira visceral, mas havia algo mais. Algo profundo. Algo que começou a nascer em mim durante a noite, e que agora me faz questionar tudo o que sou.
Eu sempre fui aquele tipo de homem que prefere a liberdade. Nunca me interessei por algo duradouro, algo que me amarrasse a uma pessoa. O compromisso nunca foi algo para mim.
Eu me orgulhava disso! Era o solteiro convicto, sem preocupações, sem responsabilidades emocionais. Mas com Aria, as coisas mudam. E eu não sei como lidar com isso!
Eu a vejo, ali, no meu peito, e algo dentro de mim começa a mexer. Não é apenas desejo. É possessividade.
Quero ela, mas não só no sentido físico. Eu a quero de um jeito que me faz sentir incompleto sem ela. E isso me assusta.
Eu nunca me vi assim, não com ninguém. E agora, tudo o que eu conheço está sendo desafiado. Eu me vejo obcecado por ela, e não sei o que fazer com isso.
Aria... ela se entregou a mim de uma maneira que nunca imaginei ser possível. Eu sinto isso em cada toque, em cada suspiro.
Ela não hesitou. E, por mais que eu saiba que ela tem seus próprios sentimentos, não consigo evitar de pensar que há algo mais entre nós, algo que vai além de uma simples noite de prazer.
Eu fico ali, observando-a dormir. O cheiro dela ainda está em mim, os dedos dela ainda queimam na minha pele.
Sinto que essa noite não vai ser apenas uma lembrança fugaz. Eu não sei se estou pronto para o que isso pode significar, mas sinto que há uma parte de mim que não quer deixá-la ir.
Eu não quero que ela se afaste de mim. Não depois disso!
Mas e eu? O que eu faço com isso? Eu, que sempre tive o controle sobre tudo, que sempre mantive a distância, me vejo agora sem respostas!
Estou obcecado por ela, mas ao mesmo tempo, ainda sou aquele homem que teme se perder em algo mais profundo. Eu não quero isso.
Eu não quero perder minha liberdade. Não quero me prender a ninguém!
Mas, ao olhar para Aria, ao sentir seu corpo contra o meu, tudo o que eu consigo pensar é que ela mudou tudo.
E eu não sei mais se quero voltar ao que era antes. Porque, pela primeiravez, parece que não consigo me imaginar sem ela!
A Desilusão de Aria.AriaUm bilhete sobre a mesa me olha com frieza: "Bom dia, esteja no horário previsto para a viagem, me aguardando no seu apartamento."Eu não me movo. Não quero me mover. Uma dor inexplicável aperta meu peito, uma mistura de vergonha e frustração. Eu me deixei levar. Quantas vezes estive nesse lugar, arrumando tudo para ele, conferindo suas coisas, me colocando de lado para que ele tivesse tudo perfeito para que ele recebesse suas amantes? E no final, sempre é assim, não é? Ele se vai. E elas ficam. Só que agora quem ficou sozinha foi eu, as posições se inverteram e eu estou com esse vazio imenso e com o sabor amargo da decepção.Lágrimas quentes escorrem de meu rosto, mas não tenho tempo para me entregar à tristeza. Eu preciso fazer o que sou paga para fazer, ser uma assistente pessoal perfeita!Preciso me preparar para a viagem, pelo menos dar um propósito ao meu dia. Levanto-me lentamente, com a sensação de que o chão está instável, como se tudo à minha
O Capotamento Alexandro.A sensação de velocidade é como um turbilhão, o vento cortando meu rosto enquanto os pneus do carro grudam na estrada. Tudo parece normal, até que a freada, de repente, se torna uma necessidade desesperadora. O pedal afunda no chão, mas o carro não responde. O freio falhou. O pânico é instantâneo, e um grito de desespero escapa dos meus lábios.Tento controlar o volante, mas é inútil. O carro continua deslizando descontrolado pela pista, as rodas girando sem freno, a estrada embaçada pela velocidade e pela iminência do impacto. O carro começa a virar, primeiro de leve, depois com força, e o som de lataria se retorcendo e os pneus rangendo é ensurdecedor. Cada segundo é uma eternidade. Eu tento segurar no volante com toda a força que tenho, mas nada pode impedir o capotamento que parece inevitável.O carro gira de forma violenta, uma espiral de metal e vidro quebrando. O som de estilhaços me atinge em cheio, mas não tenho tempo de reagir, nem de me proteger
Quem é você?Ariapós horas no atendimento e vários exames de trauma o médico me medicada com remédio para dorApós pergunta sobre Alexandro o médico responsável pelo atendimento dele me comunica que qualquer informação sobre o paciente somente a familiares.Alexandro não tem família, o que se torna um problema.–Doutor, eu sou noiva do paciente! Afirmo em um impulso de desespero.– Nesse caso posso te informar que os exames não deram nenhuma alteração, e estamos observando o paciente que acordou desorientado sem lembranças, ele ficou muito agitado e foi medicado com um sedativo está inconsciente. Relata o médico! –Posso vê-lo? Pergunto.–Sim quarto 25. Se o quadro persistir você precisará de muita paciência e deixar que a memória dele volte por si só sem pressões.–Claro doutor, farei como recomendado Ao chegar à porta do quarto à visto a cama posicionada no meio do cômodo e Daniel dormindo, uma enfermeira se preparando para sair do local. –Houve alguma alteração no quadro do pacie
Adriano.--Como assim, cara?! Quem sou eu? Não tá me reconhecendo? Sou seu amigo de infância, Alexandro!Alexandro fixa seu olhar, franzindo a sobrancelha.––Não, não estou te reconhecendo!––E ela, quem é?––Ela é sua assistente pessoal e sua noiva!––Como minha noiva? Você está de brincadeira, né, Adriano?––Claro que não, Alexandro.Adriano vira-se na minha direção, trocamos um olhar intrigado. Ele me entrega a mala com os meus pertences, e eu agradeço com um gesto de cabeça.––O que está acontecendo? Por que estou no hospital? E por que não me recordo de vocês?––Calma, Alexandro! Vou chamar o médico que te atendeu. Nós sofremos um acidente, estávamos indo para o aeroporto quando o carro capotou.––Alguém mais se machucou? Tem alguém grave?––Não, Alexandro, só nós nos ferimos. Mas espera, o médico vai conversar com você.Vou em direção ao balcão no corredor falar com a enfermeira.––Boa noite, o doutor ainda se encontra? O paciente do quarto 25 acordou.––Sim, ele ainda está no ho
Entre Razão e SentimentoO dia amanhece na casa de Alexandro, e os raios de sol tímidos que entram pelas frestas da cortina me diz que um novo dia está nascendo e eu me pergunto como ainda estou suportando isso?Há um mês convivendo sob o mesmo teto, ouvindo suas ironias constantes, sua forma debochada de me chamar de "noivinha" e suportando seu olhar que me analisa como se tentasse decifrar algo em mim.Saio do quarto e caminho até a cozinha. Catarina já está ali, sentada à mesa, tomando seu café com uma expressão serena.— Bom dia, Aria. Dormiu bem? Ela me olha com gentileza.— Bom dia, Catarina. Sim, dentro do possível. E você?— Bem também. Mas acho que alguém não teve uma noite tranquila.Ela inclina levemente a cabeça e aponta sutilmente para Alexandro, que entra na cozinha com um olhar sombrio. Ele sempre tem essa presença forte, dominadora, mas hoje há algo diferente. Algo mais intenso.— Bom dia, noivinha. Ele solta com aquela ironia já conhecida, sentando-se à mesa e pegan
O Líder TemporárioAdriano me recebe com um sorriso assim que entro na sala de reuniões.— Bom dia, Aria. Tudo bem?— Bom dia, Adriano. Sim, e com você?— Sobrevivendo. Assumir o posto de Alexandro está me dando trabalho, mas confesso que estou gostando do desafio.Dou um sorriso. Ele é um ótimo líder. E, ao contrário de Alexandro, sabe ser acessível e colaborativo.As reuniões começam, e vejo o quanto Adriano conduz tudo com precisão. Os chefes de setor expõem os relatórios, e ele escuta atentamente, tomando decisões rápidas e firmes.— Aria, o que acha desse planejamento para os próximos meses? Ele me pergunta, mostrando um documento.Analiso por um momento e respondo:— Está bem estruturado, mas acho que podemos melhorar a estratégia de marketing. Posso trabalhar nisso e trazer algumas sugestões.— Ótimo. Sei que posso contar com você.Troco um olhar cúmplice com Adriano, e por um instante me sinto valorizada. É diferente trabalhar ao lado de alguém que reconhece meu potencial sem
Ciúme Não AvisadoDe volta à casa, encontro Alexandro sentado na sala, me esperando.— Como foi sua reuniãozinha com Adriano? Ele pergunta, cruzando os braços.— Produtiva. Respondo, caminhando até o sofá.— Ah, que bom. Imagino que tenha sido um ambiente muito agradável, cheio de sorrisos e troca de olhares.Franzo a testa.— Qual é o seu problema?Ele se inclina para frente, os olhos estreitados.— Meu problema, noivinha, é que parece que você anda muito confortável ao lado do meu vice-presidente.Solto uma risada incrédula.— Você está com ciúmes?Ele aperta a mandíbula.— Não seja ridícula. Eu só acho que você está se esquecendo do seu papel.Me aproximo, cruzando os braços.— Meu papel? Eu sou sua assistente pessoal, Alexandro, e estou cumprindo meu trabalho. Se você tem algum problema com isso, deveria ter pensado antes de decidir que eu ficaria aqui.Ele me encara, e por um momento, algo mais intenso passa por seus olhos.— Eu só não gosto de ver minha noiva sendo tão... prestat
A Cumplicidade com CatarinaCatarina entra no meu quarto naquela noite, trazendo um chá.— A convivência com meu menino não está fácil, né?Solto um suspiro.— Ele me tira do sério. Mas... ao mesmo tempo, ele me confunde.Ela sorri, sentando-se na beira da cama.— Alexandro sempre foi um homem de controle. Ele não lida bem com coisas que não pode comandar. E você, Aria, está fora do controle dele.Engulo em seco.— Você acha que ele realmente está com ciúmes?Catarina ri.— Absolutamente. Meu menino pode ser orgulhoso, mas não consegue esconder quando algo o afeta.Sinto meu coração acelerar.— E o que eu faço?— Isso depende de você. Quer provocar mais? Ou quer descobrir até onde isso pode ir?Fecho os olhos, respirando fundo.— Eu não sei.Catarina me observa por um momento, o sorriso suave nos lábios enquanto segura sua xícara de chá. O silêncio entre nós não é desconfortável, pelo contrário, é acolhedor. Há algo nela que me faz sentir segura, como se pela primeira vez desde que