CAPÍTULO 6

 A Desilusão de Aria.

Aria

Um bilhete sobre a mesa me olha com frieza:

 "Bom dia, esteja no horário previsto para a viagem, me aguardando no seu apartamento."

Eu não me movo. Não quero me mover. Uma dor inexplicável aperta meu peito, uma mistura de vergonha e frustração. 

Eu me deixei levar. Quantas vezes estive nesse lugar, arrumando tudo para ele, conferindo suas coisas, me colocando de lado para que ele tivesse tudo perfeito para que ele recebesse suas amantes? 

E no final, sempre é assim, não é? Ele se vai. E elas ficam. 

Só que agora quem ficou sozinha foi eu, as posições se inverteram e eu estou com esse vazio imenso e com o sabor amargo da decepção.

Lágrimas quentes escorrem de meu rosto, mas não tenho tempo para me entregar à tristeza. 

Eu preciso fazer o que sou paga para fazer, ser uma assistente pessoal perfeita!

Preciso me preparar para a viagem, pelo menos dar um propósito ao meu dia. Levanto-me lentamente, com a sensação de que o chão está instável, como se tudo à minha volta estivesse girando. Eu respiro fundo, tento me recompor.

Visto-me com a mesma praticidade de sempre, sem me importar com a aparência. O que importa é cumprir minha obrigação. 

O que mais posso fazer senão isso? Tento não pensar em como me entreguei de corpo e alma, em como a noite com ele parecia ter sido diferente. Mas agora, à luz do dia, vejo que não passou de mais um capítulo vazio.

Fecho a porta atrás de mim com um baque seco, sabendo que a casa que deixei para trás não é minha. Alexandro não me vê como algo mais do que uma distração, e eu fui tola o suficiente para me permitir ser mais uma!

Alexandro

Acordo O quarto ainda está escuro, a cama quente e ao meu lado está Aria, ainda adormecida, a expressão tranquila, relaxada satisfeita.

 Como eu vou fazer para que essa noite fosse só mais uma noite, como todas as outras que já vivi. Eu sei que não foi! Foi intensa, muito intensa! E eu não sei como lidar com isso.

Me levanto silenciosamente, tento não fazer barulho, deixando a cama com cuidado. Não quero acordá-la!

Minha mente está em um turbilhão de sentimentos contraditórios. Eu a vi, a toquei, a beijei. A noite foi intensa, algo em mim me diz que foi algo diferente. 

Quando a deixei ali, adormecida, sentindo o peso do que fizemos, uma parte de mim queria beijá-la, queria tê-la só para mim, tê-la em minha cama, tê-la como minha. Mas logo, a outra parte de mim, mais racional, me lembra da vida que sempre levei.

Eu sou Alexandro Barroso. O solteiro invicto. O homem que sempre soube o que queria. Não posso me deixar levar por sentimentos que não faço ideia de como controlar. 

Não posso me render a essa vontade de mais. O que eu preciso agora é seguir com a viagem, com o que realmente importa. A liberdade. O controle. Eu me dirijo a porta do quarto me viro e dou uma última olhada para ele sua expressão serena e tranquila, seu corpo mal coberto pelo lençol de seda mostrando suas curvas que mostraram o paraíso, porém agora me lançam no inferno das dúvidas e a única certeza é que essa mulher me enfeitiçou com seu corpo sua voz seu gosto.

Saio do quarto e levo comigo a imagem Aria ali, deitada, da mancha no lençol me mostrando que fui seu primeiro homem o que só aumenta minha possessividade

Caminho até a cozinha, ainda com a sensação da noite em minha mente, e me preparo para ir. Mas há uma sensação estranha que não consigo definir. Talvez seja o toque dela, ou o calor do corpo dela que ainda sinto em mim. Algo que me faz querer voltar e vê-la mais uma vez. Mas não. Isso não é para mim. Penso 

Ela vai estar lá, pronta para a viagem, como sempre. Eu também estou pronto, de certa forma. Não preciso mais pensar no que pode ter sido. A melhor coisa agora é partir. Olho para o relógio e vejo que está quase na hora de sair.

Sigo para o meu carro, não dizendo uma palavra, como sempre faço. A viagem é apenas uma formalidade agora. 

Quando chego ao ponto de encontro, vejo Aria já esperando. Ela não olha para mim, mas posso sentir a tensão no ar.

 Não há troca de palavras, nem olhares. Apenas o peso do que aconteceu entre nós. Mais uma vez, estamos juntos em uma viagem de negócios eu como o presidente de um conglomerado e ela minha assistente e somente isso.

Aria não me olha nos olhos, e eu não faço questão de falar sobre o assunto.

Nos cumprimentamos de maneira fria e formal. Apenas uma formalidade. Como sempre.

Aria entra no carro enquanto guardo sua mala no porta malas, dou a volta no carro entro coloco o cinto de segurança e verifico que Aria já se

antecipou com o dela. Assim dou partida acelerando! 

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