A Desilusão de Aria.
Aria
Um bilhete sobre a mesa me olha com frieza:
"Bom dia, esteja no horário previsto para a viagem, me aguardando no seu apartamento."
Eu não me movo. Não quero me mover. Uma dor inexplicável aperta meu peito, uma mistura de vergonha e frustração.
Eu me deixei levar. Quantas vezes estive nesse lugar, arrumando tudo para ele, conferindo suas coisas, me colocando de lado para que ele tivesse tudo perfeito para que ele recebesse suas amantes?
E no final, sempre é assim, não é? Ele se vai. E elas ficam.
Só que agora quem ficou sozinha foi eu, as posições se inverteram e eu estou com esse vazio imenso e com o sabor amargo da decepção.
Lágrimas quentes escorrem de meu rosto, mas não tenho tempo para me entregar à tristeza.
Eu preciso fazer o que sou paga para fazer, ser uma assistente pessoal perfeita!
Preciso me preparar para a viagem, pelo menos dar um propósito ao meu dia. Levanto-me lentamente, com a sensação de que o chão está instável, como se tudo à minha volta estivesse girando. Eu respiro fundo, tento me recompor.
Visto-me com a mesma praticidade de sempre, sem me importar com a aparência. O que importa é cumprir minha obrigação.
O que mais posso fazer senão isso? Tento não pensar em como me entreguei de corpo e alma, em como a noite com ele parecia ter sido diferente. Mas agora, à luz do dia, vejo que não passou de mais um capítulo vazio.
Fecho a porta atrás de mim com um baque seco, sabendo que a casa que deixei para trás não é minha. Alexandro não me vê como algo mais do que uma distração, e eu fui tola o suficiente para me permitir ser mais uma!
Alexandro
Acordo O quarto ainda está escuro, a cama quente e ao meu lado está Aria, ainda adormecida, a expressão tranquila, relaxada satisfeita.
Como eu vou fazer para que essa noite fosse só mais uma noite, como todas as outras que já vivi. Eu sei que não foi! Foi intensa, muito intensa! E eu não sei como lidar com isso.
Me levanto silenciosamente, tento não fazer barulho, deixando a cama com cuidado. Não quero acordá-la!
Minha mente está em um turbilhão de sentimentos contraditórios. Eu a vi, a toquei, a beijei. A noite foi intensa, algo em mim me diz que foi algo diferente.
Quando a deixei ali, adormecida, sentindo o peso do que fizemos, uma parte de mim queria beijá-la, queria tê-la só para mim, tê-la em minha cama, tê-la como minha. Mas logo, a outra parte de mim, mais racional, me lembra da vida que sempre levei.
Eu sou Alexandro Barroso. O solteiro invicto. O homem que sempre soube o que queria. Não posso me deixar levar por sentimentos que não faço ideia de como controlar.
Não posso me render a essa vontade de mais. O que eu preciso agora é seguir com a viagem, com o que realmente importa. A liberdade. O controle. Eu me dirijo a porta do quarto me viro e dou uma última olhada para ele sua expressão serena e tranquila, seu corpo mal coberto pelo lençol de seda mostrando suas curvas que mostraram o paraíso, porém agora me lançam no inferno das dúvidas e a única certeza é que essa mulher me enfeitiçou com seu corpo sua voz seu gosto.
Saio do quarto e levo comigo a imagem Aria ali, deitada, da mancha no lençol me mostrando que fui seu primeiro homem o que só aumenta minha possessividade
Caminho até a cozinha, ainda com a sensação da noite em minha mente, e me preparo para ir. Mas há uma sensação estranha que não consigo definir. Talvez seja o toque dela, ou o calor do corpo dela que ainda sinto em mim. Algo que me faz querer voltar e vê-la mais uma vez. Mas não. Isso não é para mim. Penso
Ela vai estar lá, pronta para a viagem, como sempre. Eu também estou pronto, de certa forma. Não preciso mais pensar no que pode ter sido. A melhor coisa agora é partir. Olho para o relógio e vejo que está quase na hora de sair.
Sigo para o meu carro, não dizendo uma palavra, como sempre faço. A viagem é apenas uma formalidade agora.
Quando chego ao ponto de encontro, vejo Aria já esperando. Ela não olha para mim, mas posso sentir a tensão no ar.
Não há troca de palavras, nem olhares. Apenas o peso do que aconteceu entre nós. Mais uma vez, estamos juntos em uma viagem de negócios eu como o presidente de um conglomerado e ela minha assistente e somente isso.
Aria não me olha nos olhos, e eu não faço questão de falar sobre o assunto.
Nos cumprimentamos de maneira fria e formal. Apenas uma formalidade. Como sempre.
Aria entra no carro enquanto guardo sua mala no porta malas, dou a volta no carro entro coloco o cinto de segurança e verifico que Aria já se
antecipou com o dela. Assim dou partida acelerando!
O Capotamento Alexandro.A sensação de velocidade é como um turbilhão, o vento cortando meu rosto enquanto os pneus do carro grudam na estrada. Tudo parece normal, até que a freada, de repente, se torna uma necessidade desesperadora. O pedal afunda no chão, mas o carro não responde. O freio falhou. O pânico é instantâneo, e um grito de desespero escapa dos meus lábios.Tento controlar o volante, mas é inútil. O carro continua deslizando descontrolado pela pista, as rodas girando sem freno, a estrada embaçada pela velocidade e pela iminência do impacto. O carro começa a virar, primeiro de leve, depois com força, e o som de lataria se retorcendo e os pneus rangendo é ensurdecedor. Cada segundo é uma eternidade. Eu tento segurar no volante com toda a força que tenho, mas nada pode impedir o capotamento que parece inevitável.O carro gira de forma violenta, uma espiral de metal e vidro quebrando. O som de estilhaços me atinge em cheio, mas não tenho tempo de reagir, nem de me proteger
Quem é você?Jéssica Após horas no atendimento e vários exames de trauma o médico me medicada com remédio para dorApós pergunta sobre Alexandro o médico responsável pelo atendimento dele me comunica que qualquer informação sobre o paciente somente a familiares.Alexandro não tem família, o que se torna um problema.–Doutor, eu sou noiva do paciente! Afirmo em um impulso de desespero.– Nesse caso posso te informar que os exames não deram nenhuma alteração, e estamos observando o paciente que acordou desorientado sem lembranças, ele ficou muito agitado e foi medicado com um sedativo está inconsciente. Relata o médico! –Posso vê-lo? Pergunto.–Sim quarto 25. Se o quadro persistir você precisará de muita paciência e deixar que a memória dele volte por si só sem pressões.–Claro doutor, farei como recomendado Ao chegar à porta do quarto à visto a cama posicionada no meio do cômodo e Daniel dormindo, uma enfermeira se preparando para sair do local. –Houve alguma alteração no quadro do
O Amanhecer AlexandroO sol mal surgiu no horizonte quando despertei, sentindo a brisa matinal esgueirar-se pela fresta da janela. O som distante dos pássaros se misturava ao leve farfalhar das cortinas, e eu permaneci deitado por alguns instantes, deixando aquele momento de transição entre o sono e a vigília me envolver.Respirei fundo. O cheiro familiar de café fresco e pão torrado alcançava meu quarto, guiando meus passos até a cozinha. Desci as escadas lentamente, sentindo o piso frio sob meus pés descalços. Ao chegar, encontrei Dona Catarina, a governanta que cuidava de mim desde pequeno, servindo o café da manhã com o mesmo zelo de sempre.— Bom dia, meu menino — disse ela, sorrindo com carinho enquanto colocava uma xícara de café diante de mim. — Dormiu bem?— Melhor agora com esse cheiro delicioso de café — respondi, levando a xícara aos lábios. — A senhora sempre sabe como melhorar meu dia.Ela riu baixinho, sentando-se à minha frente.— É meu dever cuidar de você. E também
O Encontro com Marcelo FelícioChegando à sede de sua empresa, Alexandro Barroso foi recebido por Marcelo Felício, chefe de segurança e homem de confiança há anos. Marcelo era um profissional experiente, dedicado e sempre atento a qualquer eventualidade.— Bom dia, Alexandro — saudou Marcelo, acompanhando-o em direção ao elevador privativo. — Tudo tranquilo até agora. A equipe está de olho em qualquer movimentação fora do comum.Alexandro assentiu.— Fico mais tranquilo sabendo que você está no comando disso. Como está a equipe?— Motivada e bem treinada. Estamos sempre prontos para qualquer situação. E sobre a reunião de hoje, tudo está organizado para garantir privacidade total.Alexandro sorriu levemente. Marcelo era um profissional de extrema confiança, e saber que ele cuidava da segurança o permitia focar nos negócios.Os dois entraram no elevador, e Marcelo pressionou o botão que levava ao andar da diretoria. Enquanto subiam, Alexandro aproveitou o momento para abordar outro as
Alexandro— Senhores, obrigado por estarem aqui — começo, mantendo a voz firme. — Temos uma oportunidade importante pela frente: a possibilidade de um contrato para a construção de uma rede de hotéis.Adriano Perez, Vice Presidente, advogado e amigo íntimo de Alexandro, sempre atento, toma a palavra com seriedade:— Os termos são promissores, mas precisamos analisar os riscos e os desafios logísticos. Estamos falando de um investimento alto e de um compromisso de longo prazo.Aria Ferreira, Assistente pessoal de Alexandro, intervém com entusiasmo:— A demanda por hospedagem tem crescido na região, e essa parceria pode elevar ainda mais nosso nome no mercado. Além disso, a rede hoteleira já tem investidores interessados em acelerar a construção.Marcelo Rosa, Chefe de compras da empresa, porém, não parece convencido. Sua expressão se fecha enquanto ele franze a testa, ponderando:— A questão é: conseguiremos manter o fornecimento de materiais dentro dos prazos exigidos? Já estamos trab
Celebração na Noite IluminadaO barulho da cidade parecia mais intenso naquela noite. Os trens cortavam o ar como trovões distantes, enquanto as luzes piscavam por toda a avenida principal. Alexandro Barroso, Adriano Perez e Aria Ferreira desceram do carro em frente à boate mais exclusiva da cidade. O contrato havia sido fechado, e era hora de celebrar. O trio entrou no clube sob olhares atentos, suas presenças emanando confiança e sucesso.Dentro, a música eletrônica reverberava, criando um ritmo hipnótico. As luzes neon dançavam pelas paredes e pelo chão, refletindo nos copos das bebidas sofisticadas servidas às dezenas. Adriano, sempre o mais animado, pediu um champanhe caríssimo e ergueu sua taça.— Aos novos começos! — brindou ele, e os três entrelaçaram os copos antes de beberem.Alexandro estava relaxado, algo raro nele. A noite era um convite ao inesperado, e ele não se importava com o que viria. Sentado ao lado de Aria no sofá VIP, ele percebeu como ela parecia diferente
Uma Noite Especial.Alexandro.A noite parece se arrastar, uma sequência de momentos intensos e silenciosos, onde o único som que preenche o espaço são nossas respirações. Cada vez que nossos corpos se conectam, somos transportados para um lugar só nosso. Quando o prazer chega, é como se nossos corpos explodissem em sensações e cores, algo tão vívido que parece real e, ao mesmo tempo, impossível.Finalmente, o sono nos encontra. Aria se aninha no meu peito, e, ao olhar para ela, algo surpreendente acontece. Eu não quero que ela vá embora. Pela primeira vez, sinto uma sensação estranha no peito, como se algo fosse arrancado de mim com a luz do dia. Eu não quero que ela desapareça. Pela primeira vez, percebo que o que sinto por Aria pode ser mais do que apenas uma noite.Enquanto ela dorme em meus braços, eu me vejo refletindo sobre o que aconteceu. A sensação do seu corpo, a entrega dela... Foi mais do que desejo físico. Eu a senti, de uma maneira que nunca tinha sentido antes.