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5 - Descobertas Inesperadas

Já haviam se passado dois meses desde o festival em Londres. E com ele, todo o drama romântico que estava incluído. Felizmente precisei trabalhar bastante nesse período, então estive ocupada o suficiente para não perceber que o tempo passara tão depressa. Ao menos isso aconteceu melhor do que eu esperava. Graças aos bons frutos gerados dessa grande oportunidade que estavam sendo colhidos. Então mesmo que eu tenha saído com o coração partido, estava sendo fácil seguir em frente. Minha participação no festival fez com que grandes críticos e outros colegas da área me procurassem, então a popularidade do meu trabalho e do meu restaurante cresceu e eu precisava focar na minha carreira mais do que nunca. 

Na última semana, as lembranças ruins daquele evento nem apareciam mais, já que eu estava sempre ocupada. Contratei mais pessoas, coloquei Manon como chefe de cozinha e eu pude focar apenas na minha especialidade. Estávamos sempre combinando nossos pratos, para que as sobremesas fossem o ápice da refeição. Mesmo assim, era bom dar uma boa oportunidade para que minha amiga pudesse assumir e eventualmente se destacar. Ela teria bastante experiência no futuro, caso escolhesse seguir sem mim, algum dia. E isso poderia acontecer a qualquer momento, pois os críticos apareciam constantemente. Se continuássemos a manter a nossa reputação, poderíamos levar nosso restaurante a conquistar a segunda estrela. 

Mas hoje, eu havia acordado com uma indisposição inexplicável. Tentei levantar da cama, mas deixei minha cabeça cair no travesseiro frustrada com a tentativa. Todo meu corpo parecia exausto. Era praticamente impossível levantar da cama com o meu corpo naquele estado. Mas eu não podia ser nenhum pouco relapsa com algumas coisas agora. Tudo tinha começado a fluir e crescer, então era hora de trabalhar ainda mais para manter os resultados que eu tanto sonhava. Com muito esforço, me levantei da cama e preparei um bom café da manhã. Precisava admitir para mim mesma que não estava tão focada no meu bem estar ultimamente. Bati um pouco de morango congelado com leite, piquei outras frutas e misturei com um pouco de mel e granola. Por algum motivo, eu parecia estar sentindo os gostos errados. Mesmo assim, precisava comer e me arrumar, então praticamente só engoli o amontoado de frutas. Enquanto estava no banho, tudo pareceu revirar dentro do meu estômago. Molhei todo o banheiro na tentativa de vomitar dentro do vaso sanitário. E mesmo depois de sentir que não havia mais nada para sair, meu corpo parecia querer tirar até as refeições que eu nem tinha comido ainda. 

Não conseguia raciocinar direito, nem sabia quanto tempo fiquei sentada estática no chão do banheiro. Quando despertei por alguns minutos, consegui pegar o celular e ligar para Manon. Expliquei a ela a situação de como eu estava me sentindo e de que iria procurar um médico. 

- Tudo bem amiga. - ela deu uma risadinha do outro lado que eu não gostei nenhum pouco. Era sempre um risco quando a cozinheira estava doente, então não era algo para ser engraçado - Quer que eu te leve? Já estava saindo de casa. 

- Eu posso pegar um táxi.

- Deixa disso, em uns 15 minutos eu chego ai. Consegue se arrumar? 

Eu confirmei com ela e terminei meu banho. Meu estômago ainda se revertia para qualquer coisa. Consegui vestir uma calça e uma blusa qualquer. Peguei minha carteira e celular para descer as escadas. Precisei segurar firme no corrimão para que eu não caísse. Precisei me concentrar para me manter equilibrada, pois eu só conseguia sentir meu corpo pedindo para vomitar outra vez. 

Quando cheguei ao térreo, Manon estava entrando no prédio. Ela não deixou de observar que eu estava muito pálida. Ela tinha uma expressão preocupada. Provavelmente mais do que durante a ligação. Ela me ajudou a ir até o seu carro. Não conversamos durante o percurso. Ainda estava concentrada em tentar manter meu enjoo controlado. 

Tive que esperar um pouco no pronto socorro, pois mesmo me sentindo péssima, na triagem meu estado não foi considerado uma emergência. Por algum motivo, o cheiro do lugar era estranhamente confortável, então eu senti uma melhora considerável. Depois de vários minutos, a recepcionista me indicou o consultório do médico. Não me lembro do seu rosto, apenas da voz que começou a fazer uma série de perguntas do meu histórico médico. Ele mediu meus batimentos e minha pressão. Pediu que eu respirasse fundo várias vezes. Quando eu terminei de contar como eu estava me sentindo, ele parecia saber imediatamente o que estava acontecendo comigo.

- A senhora teve relações sexuais nos últimos três meses? - ele perguntava sério, mas tudo que eu pensava era no absurdo que era esse questionamento. Então eu lembrei. 

- Sim. - eu hesitei e de alguma forma senti que era preciso me justificar - Mas… - ele não deixou eu terminar de falar. 

- A senhora já fez um teste de gravidez?

Senti o mundo todo girar à minha volta, e tudo o que não estava no meu estômago estava querendo sair novamente. Eu tentei puxar na memória como havia sido a noite com o homem desconhecido. Fazia meses desde que estive com alguém, até ficar com o homem de quem eu sabia apenas as iniciais. E depois disso estava focando apenas na carreira. Não tem como outra pessoa ser o pai do bebê. Não tinha certeza se havíamos usado proteção. Mas se tivéssemos usado, sempre pode acontecer esse tipo de acidente. E será que eu precisava me preocupar com mais alguma coisa? Alguma doença ou… sei lá! Como eu pude ser tão louca a esse ponto? 

- Senhora Ferretti? - o médico me fez despertar do meu devaneio.

- Não fiz. Não tinha cogitado isso até o senhor falar. - tentei não transparecer muito meu desespero. 

- Então vou pedir um exame de sangue completo, assim poderemos ter certeza e conferir como você está além disso, tudo bem? 

Eu acenei com a cabeça e acompanhei uma enfermeira até a sala de exames. Ela me preparou e um médico veio fazer a coleta do meu sangue. Manon me mandou uma mensagem preocupada por conta da demora, e expliquei que o médico havia pedido para eu aguardar o resultado do exame de sangue. Disse que ela poderia ir, mas ela insistiu em me esperar. Já tinha se passado quase uma hora até que o médico me chamou novamente ao consultório. 

- Seus exames estão dentro dos padrões e, como mencionei a possibilidade antes, o exame deu positivo para  beta hCG. - ele deu uma pausa que pareceu uma longa eternidade, esperando que eu tivesse entendido o que aquilo significava, então ele esclareceu - Você está grávida. 

Meu peito pareceu parar por muito tempo. O médico começou a fazer algumas recomendações. Me passou um remédio para ajudar no meu enjoo e algumas vitaminas. Pediu que eu procurasse a minha ginecologista. Era tudo o que eu conseguia lembrar. Agradeci a ele e saí pensando em tudo o que iria mudar dali em diante.

Manon se levantou assim que eu apareci na porta que voltava para a recepção. Ela parecia mais animada do que preocupada. 

- E ai? Você está bem?

- Talvez eu fique. - eu ainda não estava acreditando em tudo o que aconteceu, mas aceitando ou não, era um fato que… - Eu estou grávida. 

- Eu sabia! - disse ela sorrindo, mas eu a olhei querendo saber como - Você começou a ficar chata com cheiros, começou a sentir sonolenta antes mesmo de anoitecer e agora começou a ficar enjoada de manhã. 

- Mas estamos trabalhando tanto, nunca que eu imaginaria estar grávida. 

- É difícil perceber em si próprio. - ela me segurou pelo braço para irmos embora e tentou chegar mais perto para sussurrar - Agora me conta, se engraçou com quem esses dias que não me contou?

- Com ninguém. 

Manon me olhou com uma expressão confusa, mas logo ela entendeu o que aquilo significava. 

- Não me diga que… - ela nem terminou de falar. 

- Sim. Estou grávida do R.A.

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