Priscila BarcellaEstávamos aproveitando um dia calmo juntos, uma rara pausa na rotina. Decidi tomar um banho enquanto Liam levou a Nina para brincar com as avós. Havia algo no jeito como ele sugeriu que me deu a sensação de que ele queria um momento só para nós dois.Quando saí do banho, encontrei-o já inteiramente arrumado, parecendo mais encantador do que nunca. Ele estava ali, me esperando, o sorriso dele iluminando o quarto.— Vou buscar as crianças com você — ele disse, o sorriso suave nos lábios, mas a determinação brilhando em seus olhos.— Você é muito teimoso, sabia? Só porque recebeu alta do hospital não significa que pode fazer tudo — retruquei, preocupada, mas meu tom era mais suave do que eu pretendia.— Vamos sair um pouco. Eu preciso de ar, e estou bem — ele respondeu, se aproximando de mim com aquele jeito irresistível, me envolvendo pela cintura com firmeza, como se quisesse me segurar para sempre.Ele me puxou para mais perto, e eu, sem sequer pensar, me rendi ao de
Priscila Barcella Era tão bom passar um tempo em casa com o Liam acho que nunca tive tanto tempo livre na minha vida inteira. E estava Amando passar este tempo com a minha família.Ver o Liam com a Nina era muito fofo ela ficava toda dengosa no braço dele e não tinha como não sorrir com o jeitinho lindo.— Coração, me dá ela. Vamos buscar as crianças. Ir ao parque com todos vai ser maravilhoso, e eu já consigo imaginar a alegria no rosto deles — sugeri, ansiosa para ver a felicidade das crianças.— Sim, eles são incríveis. A mente deles é fantástica. Eu fico impressionado com tudo o que fazem. A genialidade deles é sem tamanho, realmente crianças maravilhosas — Liam comentou, com os olhos brilhando de orgulho.— São meus filhos, né... — brinquei, mas meu coração se encheu de amor e orgulho.— Só você mesmo, meu amor. Mas vamos logo — ele respondeu, e nós saímos do escritório, prontos para mais um dia de risos e memórias.Peguei as coisas para o piquenique, e nem bem saímos com o carr
Liam RodriguesNão gostei muito desse tal amigo da Íris. Espero que seja só amizade mesmo, porque não consigo ver nenhum deles namorando. Eles são só crianças. E, sinceramente, acho que a Íris não deveria namorar antes dos 16 anos. Ela é muito nova e já passou por mudanças de vida muito radicais. Não precisa se preocupar com mais uma coisa, especialmente com relacionamentos, que, como sabemos, podem dar muita dor de cabeça.— Papai? — minha princesa me tirou dos pensamentos. Estava sentado na grama, debaixo de uma árvore no parque. A Íris estava andando de bicicleta com o Ítalo, enquanto a Priscila estava em outra área, com a Nina e outras mães com bebês.Nem ela acreditou quando um grupo de mães a convidou para se juntar a elas.— Oi, minha princesa — respondi, e ela sorriu.— Papai, me empurra no balanço?— Claro que sim, minha princesa linda — me levantei, segurando sua mão, e fomos até o balanço. Não havia muitos pais ou crianças por perto.Balancei ela por um tempo, mas logo me c
Priscila Barcella Fiquei surpresa ao ver o Liam tão entusiasmado conversando com aquela mulher. Aproveitei a oportunidade para ir ao banheiro e me aproximei, não por desconfiança do meu namorado – porque confio nele de verdade –, mas pela bagagem que carrego, as cicatrizes de relacionamentos passados e todas as vezes que meu coração já foi partido. Meu desejo era simples: fazer minha presença ser sentida, lembrá-lo, mesmo sem palavras, que ele tem uma família, que eu estou ali por ele.Quando cheguei perto, percebi que ela não estava flertando. Pelo contrário, havia uma amizade sincera ali, algo leve, sem segundas intenções. Para minha surpresa, senti que simpatizava com ela de imediato. Talvez fosse o jeito dela, o sorriso fácil ou o olhar acolhedor, mas algo me fez relaxar.Decidimos sair à noite, mas foi difícil para as crianças entenderem a ideia. Elas sempre preferem estar conosco, e a verdade é que eu também sinto falta desses momentos em que estamos todos juntos, com risadas e
Priscila Barcella Ao entrarmos no aconchegante barzinho, fomos abraçados por uma atmosfera mágica, onde cada detalhe parecia vibrar ao som da música. No pequeno palco, um cantor, com a voz doce e cheia de sentimento, interpretava "Amei Te Ver", uma canção que parecia tocar cada alma presente. A melodia fluía como um rio sereno, carregando uma mistura de saudade e ternura. Os acordes do violão se misturavam ao ar, criando um ambiente acolhedor, como se cada nota fosse um sussurro de consolo e esperança. O lugar, com luzes amareladas e uma decoração rústica, parecia respirar junto com a música, criando uma conexão íntima entre todos ali.— Gostei muito desse lugar — comentou Vanessa, seus olhos brilhando enquanto admirava o ambiente.— É um local muito especial para mim — concordei, meu olhar vagando pelas paredes de tijolinhos. — Quando eu me sentia sozinha, costumava vir aqui. Era meu refúgio para beber e tentar encontrar paz.— E você costumava beber? — perguntou Liam, com uma surpr
Priscila Barcella O cantor fez uma pausa, e o pequeno bar ganhou uma nova energia com a ideia de um karaokê improvisado. Quando um casal subiu ao palco e começou a cantar "Lilás", do Djavan, senti uma onda de nostalgia. Aquela melodia sempre despertava em mim lembranças gostosas, como um abraço morno em uma noite fria. Assim que a música terminou, senti Liam segurar minha mão com uma doçura que fez meu coração acelerar.— Vamos, amor? — ele sugeriu, com um brilho no olhar que tornava impossível dizer não.— Estou com vergonha… — murmurei em seu ouvido, me aconchegando em seu abraço como quem busca refúgio. Ele, por sua vez, apenas sorriu, e aquele sorriso era como um sol irradiando confiança.— Vem comigo, você vai adorar. — Ele me envolveu em seus braços, acariciando minha cintura enquanto me guiava até o palco. O jeito que ele me olhava, sempre com tanto carinho, me fazia esquecer qualquer receio.Enquanto ele escolhia a música, me aproximei, e ele me envolveu num abraço protetor,
O ambiente ficou denso e silencioso assim que Vanessa mostrou a foto no celular. A luz fraca do bar pouco disfarçava o choque que se estampava no meu rosto. Minhas mãos tremiam enquanto eu segurava o celular, encarando a imagem de um garoto que parecia uma versão mais jovem de mim. Era como se eu estivesse olhando para meu reflexo de quinze anos atrás — o mesmo sorriso, os mesmos traços. Vanessa, sempre tão confiante e cheia de vida, agora estava imóvel, a cor sumindo de seu rosto, em contraste com o meu tom escuro. O que eu via nela era uma mistura de medo e vergonha, como se o peso de um segredo guardado por tanto tempo estivesse prestes a esmagá-la. Ela sempre soube que esse dia chegaria, mas talvez nunca tenha imaginado o quão devastador seria. — Vanessa... — Minha voz saiu fraca, quase quebrada. — Ele... ele é meu? Eu mal consegui sussurrar a pergunta. Estava incrédulo, mas uma pequena parte de mim sentia uma fagulha de esperança. Vanessa desviou o olhar, incapaz de me encarar
Priscila BarcellaFomos caminhando de mãos dadas até uma pracinha próxima, deixando que a brisa suave da noite nos envolvesse. A Lua, majestosa, iluminava o céu, conferindo àquela cena uma serenidade quase mágica. Mas, apesar da calma do ambiente, a revelação de que Manuel é o pai do filho mais velho da Vanessa ecoava em nossas mentes, nos deixando atordoados.— Que coisa louca, né, meu amor? Nunca imaginei que eles já… bom… — disse Liam, hesitante, tentando manter um tom leve, mas claramente incomodado com a surpresa.— Com certeza fizeram, né, coração? Não dá pra fazer um bebê com água… — provoquei, brincando para aliviar o clima tenso.— Desnecessária essa, viu, meu amor… — ele retrucou, soltando uma risada gostosa que imediatamente aqueceu meu coração.— Desculpa… — murmurei, aproximando-me para beijá-lo suavemente. Aquele beijo trouxe de volta a conexão que sempre encontramos um no outro, como se fosse uma certeza silenciosa de que, independentemente das turbulências, estávamos j