Oi meus amores, espero que vocês estejam gostando do livro.
Max Fos A Priscila saiu desesperada atrás do Liam, e eu fiquei com as crianças. — Como você consegue, Max? — Josefa falou enquanto eu tentava arrumar o cabelo da Belinha. — Vi o vídeo no YouTube, estou tentando fazer a trança da Elsa — respondi, tentando animar as crianças. — Não estou falando disso, e sim de como você, mesmo amando a Priscila, a empurra para os braços do Liam — Josefa falou meio cochichando para que a Belinha não ouvisse. — Eu prometi cuidar da Priscila, e sinceramente, Josefa, não é bom ter uma pessoa ao seu lado que esteja pensando em outra — respondi, tentando me concentrar em arrumar o cabelo da Belinha. Ouvimos passos nas escadas e logo apareceu o Ítalo, já de pijama, com uma expressão triste no rosto. — A mamãe já chegou com o tio Liam? — ele perguntou preocupado, olhando para todos os lados. — Ainda não, e eles provavelmente vão demorar — falei, perdendo a trança com uma xuxa azul. — Por que eles vão demorar? — Ítalo perguntou, descendo as escadas e vi
Priscila Barcella Acordei com o som suave da respiração de Max ao meu lado. Seus braços me envolviam, e eu me sentia segura, algo que parecia impossível algumas horas atrás. A lembrança do que havia acontecido me atingiu como uma onda, e meu corpo tremia só de pensar no terror que passei. Eu me esforcei para me levantar da cama sem acordá-lo. Sabia que ele estava exausto, tanto quanto eu. Max sempre foi meu porto seguro, mesmo quando eu não merecia. Ele estava sempre lá, cuidando de mim. Enquanto caminhava até o banheiro, olhei para o espelho e mal reconheci meu próprio reflexo. Meus olhos estavam vermelhos e inchados, e meu rosto mostrava o cansaço e o medo das últimas horas. Lavei o rosto, tentando apagar as lembranças da noite anterior, mas elas insistiam em permanecer. Flashbacks das mãos daquele homem tocando-me, do som dos tiros, da senhora me puxando para dentro de casa... Tudo parecia um pesadelo do qual eu não conseguia acordar. Eu queria esquecer, mas sabia que isso não s
Max Fos Já vi a Priscila mal algumas vezes, mas esta com certeza é a pior. Cancelei minha agenda e a dela sem o convencimento da mesma; hoje ela precisa de um tempo para ela. Ninguém foi para a escola. Todos estavam tristes e em casa, e a Priscila só foi ao escritório para resolver a questão com o Afonso enquanto eu cuidava das crianças. — A mamãe é uma mentirosa, ela prometeu que ia trazer o tio Liam — Ítalo falou furioso, cruzando os braços e fazendo um beicinho. Abaixei-me na frente de Ítalo, colocando as mãos suavemente nos ombros dele. — Ei, pequeno. Sua mãe está passando por um momento difícil agora. Às vezes, as coisas não saem como planejamos, mas isso não significa que ela quis te decepcionar. Ítalo olhou para mim, com os olhos brilhando de lágrimas. — Isso é tudo culpa nossa. Se não tivéssemos feito as pegadinhas, o tio Liam estaria aqui com a gente — ele falou chorando e eu o abracei. — Eu não quero perder o tio Liam também. — Olha, vocês dois, a mãe de vocês foi at
Priscila Barcella Nunca vi meus filhos tão calados. Já se passaram exatos três dias desde que eles não dizem uma palavra, estão fazendo uma greve de silêncio completa. Max está tentando me ajudar com as crianças e também a encontrar o Liam, mas parece ser uma tarefa difícil. Meu medo de voltar ao bairro dele tem me impedido de ir pessoalmente procurá-lo. Acho interessante como o Max lida com as crianças. Me arrependo de não ter recorrido a ele quando minha irmã faleceu; ele certamente estaria na profissão errada. Seria um excelente psicólogo. Ele tem me ajudado a não surtar com a greve de silêncio das crianças. Finalmente, Max voltou para casa, o que é bom, já que ele mora apenas a uma rua do meu apartamento. Ele vai e volta rapidamente. Faz exatamente uma semana desde que demiti o Liam e ele ainda não apareceu para pegar seu dinheiro. Não faço ideia de onde encontrá-lo, e isso me preocupa muito. Tive que contratar outra babá e o caos voltou aqui em casa. As crianças não ace
Priscila Barcella — William, o meu William, o Liam? — perguntei, minha voz trêmula e quase inaudível. Não podia acreditar que aquela senhora tinha notícias do meu Liam. Um turbilhão de emoções invadiu meu peito: esperança, medo e arrependimento. — Sim, eu sou a Marta. Moro próximo à pensão onde ele vivia antes de ir trabalhar com você — ela respondeu, sua expressão marcada pela tristeza. — Aconteceu alguma coisa com o Liam? — Meu coração parecia um tambor descompassado, batendo forte contra meu peito. Os olhos de Marta se encheram de lágrimas, refletindo a dor que ela sentia. — Sim, e por isso vim te procurar. Na comunidade Bem-te-vi, onde moramos, houve um tiroteio e o Liam foi atingido por uma bala. Ele está internado e só permitem familiares. Ele ainda não acordou, mas às vezes chama por você. Meu corpo tremeu, e uma onda de culpa me atingiu como um maremoto. Se eu não tivesse mandado ele embora... — Vamos lá vê-lo. Isso é tudo culpa minha. Se eu não tivesse mandado ele emb
Priscila Barcella Depois de resolver tudo, fui obrigada a deixar o Liam sozinho e ir para a recepção. Meus seios estavam pesados e doloridos, e Max trouxe a Nina, que estava impaciente. Assim que saí, vi Max conversando com Marta, e minha bonequinha estava no colo dela. — Olha quem voltou, Nina, a mamãe — Marta disse, com um sorriso terno, brincando com a minha bebezinha. — Oi, minha bonequinha linda, a mamãe está aqui — falei, pegando-a nos braços. — Obrigada, dona Marta. Obrigada por tudo, viu, Max. Max apenas acenou com a cabeça e me cedeu um lugar para amamentar. O gesto dele, simples, mas cheio de cuidado, trouxe um calor reconfortante ao meu coração. Ele sempre encontra uma forma de me apoiar, pensei com gratidão, enquanto Nina mamava. Mesmo nesses momentos de dor e incerteza. — Eu quem agradeço — ela disse, a preocupação evidente em seu olhar. — E como está o meu menino? — Ele está estável, mas já organizei tudo para a transferência. Já vão levar ele — respondi, sentindo
Priscila Barcella Estou na sala de espera há mais de três horas. Max veio trazer a Nina e resolveu ficar comigo, já que estou uma pilha de nervos. Estou andando de um lado para o outro da sala, com Nina no colo, tentando acalmar a ansiedade que me consome. — Priscila, você vai fazer um buraco no chão. Pelo menos me entrega a minha filha para ela não colocar para fora o que comeu — ele pediu, pegando a Nina dos meus braços com um sorriso suave, tentando aliviar a tensão. — Eu estou nervosa. Ninguém fala nada, eu não sei como está essa cirurgia — falei, sentindo as lágrimas começarem a se formar novamente. Meu coração estava apertado, e a preocupação com Liam estava me sufocando. Max segurou Nina com cuidado, balançando-a suavemente. O amor que ele tinha por ela era palpável, e por um momento, senti uma onda de gratidão por tê-lo ao meu lado. — Eu sei, Priscila. Mas você precisa se acalmar um pouco. Eles estão fazendo o melhor que podem. — Max falou, tentando me tranquilizar. Me s
Priscila Barcella A noite parecia interminável. As primeiras luzes da manhã começavam a invadir o céu quando finalmente recebi a notícia de que poderia visitar Liam. O hospital, envolto em uma quietude quase sagrada, estava cheio de sons suaves de máquinas e passos de enfermeiros.Quando entrei na UTI, meu coração apertou ao ver Liam deitado ali, cercado por máquinas que monitoravam cada batida de seu coração e cada respiração. Ele parecia tão frágil, tão diferente do homem forte que conhecíamos.Aproximei-me lentamente, com medo de fazer qualquer movimento brusco. Sentei-me ao lado da cama, segurando a mão de Liam. Sua pele estava fria, e um nó se formou na minha garganta.— Liam... — sussurrei, com a voz embargada pelas lágrimas. — Me desculpa, por favor — falei chorando.Minha mente estava repleta de lembranças de momentos que compartilhamos. As risadas, as conversas, o apoio... Ele foi o primeiro homem que conseguiu me fazer sentir algo só olhando para ele. E agora, vê-lo ali, im